1. FAL - Faculdade de Natal
COORDENAÇÃO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS
Disciplina: Sistema de Informação Atividade Correspondente ao dia 08/09/2011
Professor: Zenóbio Pereira Aluno:
Por Marcos Hiller
Você também usa Zara?
Levada aos TTbr e mundiais por conta de uma reportagem do programa "A Liga" com denúncias de
trabalho escravo, a marca espanhola não deve ter sossego tão cedo
Por Marcos Hiller, www.administradores.com.br
Dezesseis de agosto de 2011. Uma noite para Don Amancio Ortega, o dono da Zara, esquecer
completamente. O programa "A Liga", da TV Bandeirantes, mostrou, de modo contundente, uma
denúncia de trabalho escravo na linha de produção da marca e que repercutiu no Twitter, levando a grave
notícia a atingir os Trend Topics de todo mundo. E certamente não sairá tão cedo do topo da lista nessa
semana.
O programa "A Liga", de Rafinha Bastos (o homem mais
influente do Twitter no mundo, segundo o The New York
Times), mostrou uma reportagem sobre trabalho escravo,
acusando a Zara de ter empregados bolivianos morando em
condições terríveis e trabalhando mais de 10 horas por dia por
míseros dois ou oito reais por peça fabricada, que é dividida
pela quantidade de pessoas que a produzem. Em menos de
uma hora, a página da Zara no Facebook foi bombardeada por
comentários de espectadores e a marca escalou os Trend
Topics no Twitter por conta da repercussão negativa da reportagem. A hashtag #Zara bateu, em menos de
uma hora, o primeiro lugar entre os assuntos mais comentados no mundo no microblog.
Pronto! Chegou a vez da Zara. Don Amancio Ortega, o homem mais rico da Espanha, estaria com seu sono
afetado ou não? Eu acho que não. Já foi a vez da Brastemp, da Arezzo, do Alpino para beber etc. Eis mais
um escândalo nas redes sociais com marca famosas e renomadas. A Zara é marca espanhola do segmento
de varejo de moda e que atua no modelo do chamado "fast fashion", ou "moda rápida". Ou seja, a Armani
lança essa semana um novo modelo de terno nas passarelas de Milão, e a Zara consegue acompanhar
essa tendência, "copiar" esse estilo e colocar em todas as suas araras, nos quatro cantos do mundo, em
poucos dias. Isso é benchmark de processo de produção e logística. Roupas com que nível de qualidade?
Prefiro não opinar. Aqui no Brasil, há quem diga que a Riachuelo faz algo similar.
Aconteceu com a Zara. E pelo simples fato de ser uma empresa falível. Assim como todas do planeta. Não
existe empresa perfeita, impecável e sem falhas. Longe disso. Todas, no mundo, são falíveis – até o trailer
de hotdog da esquina. As empresas têm processos e têm pessoas, que possuem imperfeições. E basta um
nó desatado cair nas graças das redes sociais que o megafone do Twitter está a postos. Uma boa dúvida
para pensarmos: esse tipo de fenômeno subtrai consumidoras das lojas Zara nos dias seguintes? Eu acho
que sim, mas muito pouco.
Outro ponto fundamental: o que a Zara deve fazer diante de uma crise instaurada como essa? Pois é.
Trata-se de um clássico caso de crise nas redes sociais. O fato é que não há "receita de bolo" de que se
fazer diante de uma crise instaurada como essa. Cada caso é um caso. E, certamente, na manhã seguinte
estarão reunidos em uma sala de reunião o comitê de crise da companhia. Agir rápido, transparência,
coerência, bom senso e canja de galinha não fazem mal nesse momento ruidoso com esse.
Marcos Hiller - é coordenador do MBA em Branding (Gestão da Marca) da Trevisan Escola de Negócios (@marcshiller).