Para dois estudiosos franceses, o Brasil é visto como um gigante latino-americano e uma possível potência mundial que ainda não assumiu totalmente seu papel internacional. Eles apontam que o tamanho e população do Brasil o protegeram de vizinhos e potências estrangeiras, permitindo que se envolvesse secundariamente em assuntos globais. Após a ditadura, o Brasil passou a resistir aos EUA e manter laços comerciais regionais, buscando liderança na América do Sul e status de grande potência emer
1. segunda-feira, 14 de abril de 2014
Como o mundo vê o Brasil? Qual papel nosso país exerce no cenário geopolítico mundial?
Para dois estudiosos em geopolítica franceses, Pascal Boniface e Hubert Védrine, o Brasil é visto como um gigante latino-americano, possível potência mundial que, até agora, não assumiu
o papel internacional que suas múltiplas vantagens permitiriam desempenhar.
De acordo com esses autores, a extensão territorial e o peso demográficopreservaram o Brasil das ambições de seus vizinhos. A distância o protegeu das potências europeias e norte-americanas.
Isso permitiu que o Brasil se envolvesse apenas de forma secundária nos negócios internacionais.
Para Boniface e Véndrine, a Argentina não é mais o principal concorrente latino-americano, e sim o México. Com o fim da ditadura militar, que alinhou o país aos anseios estadunidenses, o
Brasil passou a assumir um papel privilegiado. De um lado resistindo aos "apetites" norte-americanos, ao se recusar a formar a Área de Livre Comérico das Américas (ALCA) e, de outro, manter
com seus vizinhos imediatos um mercado comum sulamericano (Mercosul).
Para eles, o Brasil busca não somente a liderança regional, mas também almeja ser uma das grandes potências mundiais emergentes, junto com Índia, Rússia e China. "Para seu
desenvolvimento, tira partido da liberalização do coméricio internacional e de uma agricultura intensiva", afirmam.
Ambos complementam dizendo que o Brasil é um ator de peso da Organização Munidal de Comércio (OMC), faz campanha para obter uma cadeira como membro permanente no Conselho de
Segurança da ONU e passa a se envolver nos grandes debates estratégicos internacionais. No entanto, criticam a exploração e destruíção da floresta amazônica.
Fonte: BONIFACE, Pascal e VÉDRINE, Hubert. Atlas do Mundo Global. São Paulo: Estação Liberdade, 2009. página 107.
*Com informações de Geografia e Sociedade