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Pontes com Tabuleiro em Laje Suspensa
A. J. Reis

R. Mestre

F. Santos

Consultas, Estudos e
Projectos de Engenharia Lda.

Novembro 2004
Pontes com Tabuleiro em Laje Suspensa
LAJES EM BETÃO PRÉ-ESFORÇADO
 Eficiência estrutural reduzida (resistência-rigidez / peso)
 Diminuição do peso
 Limitação da altura da secção
 Consolas laterais

 Reduzida excentricidade dos cabos de pré-esforço
 Vãos pequenos (< 25m)
 Vibração e deformabilidade
Pontes com Tabuleiro em Laje Suspensa
SOLUÇÕES:


Vazamento
 melhora a eficiência da secção
 aumento dos vãos (< 35m)

 Altura variável (com ou sem alteração da secção)
 Apoio intermédio por sistema de escora e tirante
 Suspensão da laje a um elemento superior (arco ou mastro)

 Manutenção da geometria da secção
 Melhoria da resposta estática e dinâmica
Ponte sobre a Ribeira de S. Vicente

EXPECTATIVAS E CONDICIONAMENTOS
 Ambiente agressivo
 Condições de fundação dos novos apoios
 Perdurar a memória da antiga ponte
Ponte sobre a Ribeira de S. Vicente
 Largura Total 12.90 m
 2 Vias de Tráfego com 3.50 m
 2 Passeios Laterais com 1.90 m

Secção transversal
Ponte sobre a Ribeira de S. Vicente
 Arcos
 Corda - 31.00 m
 Flecha - 6.00 m
 φ 508 mm
 Pendurais
 Afastamento - 4.00 m
 Inclinação - 75º

Alçado do arco (corte longitudinal do tabuleiro)
Ponte sobre a Ribeira de S. Vicente

Dispositivos para ajuste do
comprimento do pendural
Ponte sobre o Rio Lis
EXPECTATIVAS E CONDICIONAMENTOS
 Expectativas da CM Leiria
 Elemento simbólico das novas infra-estruturas municipais
(Acessibilidades ao novo Estádio Municipal)
 Expressão de modernidade

 Baixa Aluvionar
 Rasante muito baixa (5m)
 Leito do rio Lis, pista para ciclistas e caminho agrícola
Ponte sobre o Rio Lis

20.00 m + 4 x 22.80 m + 29.10 m + 55.20 m = 195.50 m
Ponte sobre o Rio Lis





Largura Total 20.50 m
2 x 2 Vias de Tráfego com 3.25 m
Separador Central de 2.50 m
2 Passeios com 2.50 m

Tramos correntes – Secção transversal sobre os pilares
Ponte sobre o Rio Lis





Altura da Nervura 1.50 m
Consolas Laterais 5.75 m
Vazamentos - 6 x φ 0.90 m
Pré-esforço Longitudinal e Transversal

Tramos correntes – Secção transversal no vão
Ponte sobre o Rio Lis
 Nervura Central com 1.875 m
 Vazamentos - 6 x φ 0.90 m
 Tirantes: 6 x 2 x 25 Cordões (φ 15mm)

Tramo principal – Secção transversal
Ponte sobre o Rio Lis
 Tirantes: 6 x 1 x 55 Cordões (φ 15mm)

Tramo de retenção – Secção transversal
Pontes com Tabuleiro em Laje Suspensa
ANÁLISE COMPARATIVA
Ponte Rio Lis Ponte S. Vicente

Vão suspenso (l)

55.20 m

31.00 m

Vão equivalente (l eq )

44.20 m

31.00 m

Largura do tabuleiro (b)

20.50 m

12.90 m

Espessura equivalente da laje (e)

0.79 m

0.52 m

56

60

Eficiência secção (ρ)

0.23 - 0.27

0.22

Aço em pré-esforço longitudinal

11.7 kg/m2

12.9 kg/m2

Aço em tirantes

12.3 kg/m2

2.9 kg/m2

Esbelteza (l eq /e)
Pontes com Tabuleiro em Laje Suspensa
ANÁLISE COMPARATIVA
Ponte Rio Lis Ponte S. Vicente

Suspensão - Carga Permanente (CP)

70%

80%

Suspensão - Sobrecarga (SC)

20%

80%

Deslocamento vertical no ½ vão - CP

~0

27 mm

25 mm

3 mm

Compressão sobre o apoio - sCP sem P

-1.8 MPa

0.1 MPa

Compressão no ½ vão - sCP sem P

-1.2 MPa

-0.1 MPa

Frequência do 1º modo de vibração vertical

1.5 Hz

4.4 Hz

Deslocamento vertical no ½ vão (RPX-95)

8 mm

2 mm

Deslocamento máximo admissível (RPX-95)

18 mm

6 mm

Deslocamento vertical no ½ vão - SCunif.

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Be2004 226 - Pontes com Tabuleiro em Laje Suspensa

  • 1. Pontes com Tabuleiro em Laje Suspensa A. J. Reis R. Mestre F. Santos Consultas, Estudos e Projectos de Engenharia Lda. Novembro 2004
  • 2. Pontes com Tabuleiro em Laje Suspensa LAJES EM BETÃO PRÉ-ESFORÇADO  Eficiência estrutural reduzida (resistência-rigidez / peso)  Diminuição do peso  Limitação da altura da secção  Consolas laterais  Reduzida excentricidade dos cabos de pré-esforço  Vãos pequenos (< 25m)  Vibração e deformabilidade
  • 3. Pontes com Tabuleiro em Laje Suspensa SOLUÇÕES:  Vazamento  melhora a eficiência da secção  aumento dos vãos (< 35m)  Altura variável (com ou sem alteração da secção)  Apoio intermédio por sistema de escora e tirante  Suspensão da laje a um elemento superior (arco ou mastro)  Manutenção da geometria da secção  Melhoria da resposta estática e dinâmica
  • 4. Ponte sobre a Ribeira de S. Vicente EXPECTATIVAS E CONDICIONAMENTOS  Ambiente agressivo  Condições de fundação dos novos apoios  Perdurar a memória da antiga ponte
  • 5. Ponte sobre a Ribeira de S. Vicente  Largura Total 12.90 m  2 Vias de Tráfego com 3.50 m  2 Passeios Laterais com 1.90 m Secção transversal
  • 6. Ponte sobre a Ribeira de S. Vicente  Arcos  Corda - 31.00 m  Flecha - 6.00 m  φ 508 mm  Pendurais  Afastamento - 4.00 m  Inclinação - 75º Alçado do arco (corte longitudinal do tabuleiro)
  • 7. Ponte sobre a Ribeira de S. Vicente Dispositivos para ajuste do comprimento do pendural
  • 8.
  • 9. Ponte sobre o Rio Lis EXPECTATIVAS E CONDICIONAMENTOS  Expectativas da CM Leiria  Elemento simbólico das novas infra-estruturas municipais (Acessibilidades ao novo Estádio Municipal)  Expressão de modernidade  Baixa Aluvionar  Rasante muito baixa (5m)  Leito do rio Lis, pista para ciclistas e caminho agrícola
  • 10. Ponte sobre o Rio Lis 20.00 m + 4 x 22.80 m + 29.10 m + 55.20 m = 195.50 m
  • 11. Ponte sobre o Rio Lis     Largura Total 20.50 m 2 x 2 Vias de Tráfego com 3.25 m Separador Central de 2.50 m 2 Passeios com 2.50 m Tramos correntes – Secção transversal sobre os pilares
  • 12. Ponte sobre o Rio Lis     Altura da Nervura 1.50 m Consolas Laterais 5.75 m Vazamentos - 6 x φ 0.90 m Pré-esforço Longitudinal e Transversal Tramos correntes – Secção transversal no vão
  • 13.
  • 14. Ponte sobre o Rio Lis  Nervura Central com 1.875 m  Vazamentos - 6 x φ 0.90 m  Tirantes: 6 x 2 x 25 Cordões (φ 15mm) Tramo principal – Secção transversal
  • 15. Ponte sobre o Rio Lis  Tirantes: 6 x 1 x 55 Cordões (φ 15mm) Tramo de retenção – Secção transversal
  • 16.
  • 17.
  • 18.
  • 19.
  • 20. Pontes com Tabuleiro em Laje Suspensa ANÁLISE COMPARATIVA Ponte Rio Lis Ponte S. Vicente Vão suspenso (l) 55.20 m 31.00 m Vão equivalente (l eq ) 44.20 m 31.00 m Largura do tabuleiro (b) 20.50 m 12.90 m Espessura equivalente da laje (e) 0.79 m 0.52 m 56 60 Eficiência secção (ρ) 0.23 - 0.27 0.22 Aço em pré-esforço longitudinal 11.7 kg/m2 12.9 kg/m2 Aço em tirantes 12.3 kg/m2 2.9 kg/m2 Esbelteza (l eq /e)
  • 21. Pontes com Tabuleiro em Laje Suspensa ANÁLISE COMPARATIVA Ponte Rio Lis Ponte S. Vicente Suspensão - Carga Permanente (CP) 70% 80% Suspensão - Sobrecarga (SC) 20% 80% Deslocamento vertical no ½ vão - CP ~0 27 mm 25 mm 3 mm Compressão sobre o apoio - sCP sem P -1.8 MPa 0.1 MPa Compressão no ½ vão - sCP sem P -1.2 MPa -0.1 MPa Frequência do 1º modo de vibração vertical 1.5 Hz 4.4 Hz Deslocamento vertical no ½ vão (RPX-95) 8 mm 2 mm Deslocamento máximo admissível (RPX-95) 18 mm 6 mm Deslocamento vertical no ½ vão - SCunif.

Notas do Editor

  1. Boa tarde, Esta comunicação é sobre Pontes com tabuleiros em laje suspensa. A apresentação vai ser dividida em 3 partes: 1. Breve introdução à questão dos tabuleiros em laje de betão pré-esforçado Apresentação de duas obras recentes onde se recorreu à suspensão de tabuleiros em laje: Ponte sobre o Rio Lis em Leiria Ponte sobre a Ribeira de S. Vicente na Madeira 3. Análise comparativa entre as duas pontes.
  2. Os tabuleiros em laje de betão pré-esforçado têm uma reduzida eficiência estrutural tanto ao nível da resistência como da rigidez em relação ao peso. A adopção de alturas de secção pequenas, em conjunto ou não com consolas laterais por forma a limitar o peso do tabuleiro, tem como consequência: Excentricidades dos cabos de pré-esforço pequenas; e consequentemente vãos pequenos. A diminuição da altura da secção está, por outro lado, limitada por questões de deformabilidade e vibração do tabuleiro.
  3. Para ultrapassar essas limitações há várias soluções. A primeira, e mais corrente, consiste no vazamento da secção. Esta solução melhora a eficiência da secção permitindo o aumento dos vãos. Se condicionalismos geométricos ou hidráulicos obrigam a introduzir um vão consideravelmente maior que o vão tipo, nesse caso podemos recorrer às seguintes soluções: 1. Faz-se variar a altura da secção com ou sem alteração do tipo de secção (por exemplo caixão); 2. Introduzir um, ou mais apoios intermédios, através de um sistema de escora e tirante, funcionando como pré-esforço exterior que suporta parte das cargas permanentes; 3. Suspensão da laje do tabuleiro a um elemento estrutural superior (arco ou mastro). Esta última solução oferece vantagens quer do ponto de vista estético (atenção ao enquadramento e expressividade da obra) e do ponto de vista do comportamento estrutural (deformabilidade e vibração). ---- Recorrendo a esta última solução apresentam-se duas pontes inauguradas recentemente. A Ponte sobre o Rio Lis em Leiria e a Ponte sobre a Ribeira de S. Vicente na Madeira.
  4. A antiga Ponte sobre a Ribeira de São Vicente era constituída por duas obras idênticas em arcos múltiplos de betão armado com tabuleiro inferior. Devido à proximidade do mar e à agressividade das acções, estrutura apresentava uma deterioração importante. A nova ponte deveria de conseguir fazer perdurar a memória da ponte antiga. ---- A intervenção consistiu na execução de uma ponte nova com dois tabuleiros de um só vão, em “bow-string”, e o aproveitamento dos antigos encontros. Projectou-se uma estrutura com arcos metálicos laterais inclinados um sobre o outro, que suportam lateralmente a laje de betão através de pendurais metálicos e de duas barras de suspensão a meio vão. A laje funciona como tirante do sistema estrutural. Procurou-se respeitar as formas e os ritmos da ponte antiga, mantendo-se a ideia de simetria.
  5. Esta é a secção transversal. É composta por uma laje em betão pré-esforçado nas duas direcções. Esta laje é o tirante do sistema “bow-string” mobilizando a componente horizontal dos impulsos transmitidos pelos arcos, nas extremidades. A secção do tabuleiro é constante ao longo da obra e a altura na zona da faixa de rodagem varia entre 50cm nos lados e 60cm no centro.
  6. Os arcos têm, no plano, uma corda de cerca de 31.0m e a flecha 6.0m. No arranque têm uma inclinação de 30º. Os pendurais estão afastados de 4.00m e são ligeiramente inclinados (75º com a horizontal) o que introduz uma ligeira compressão no tabuleiro. No meio vão foram colocadas 2 barras de suspensão para conferir maior rigidez ao arco. Devido à inclinação dos pendurais, para a acção das sobrecargas o esforço normal na zona central chega mesmo a inverter-se. Os tubos foram obtidos a partir de uma chapa metálica enformada a frio, apresentando portanto uma costura longitudinal, resultante da respectiva soldadura. Os arcos foram obtidos pela calandragem de tubos com 508mm de diâmetro de acordo com a curva parabólica definida no projecto. Os arcos metálicos foram segmentados posteriormente em quatro troços para facilidade de transporte.
  7. Podem-se ver algumas imagens da construção da ponte. Laje betonada sobre uma cofragem apoiada num cavalete (asnas apoiadas em torres, por sua vez apoiam em maciços provisórios). Após a betonagem, procedeu-se à montagem dos arcos. Após a montagem dos arcos instalaram-se as barras centrais de suspensão e depois os pendurais. Finalmente procedeu-se descimbramento da laje do tabuleiro. O tensionamento dos pendurais foi realizado de uma forma passiva. Transferência da carga no cimbre para os pendurais. ---- Os pendurais, em aço inoxidável, possuem dispositivos de calibração nas extremidades e no meio que permitem ajustar facilmente no local o respectivo comprimento e consequentemente a força instalada
  8. Vista da obra acabada que resultou muito bem.
  9. A nova ponte rodoviária sobre o Rio Lis está integrada nas acessibilidades ao novo Estádio Municipal de Leiria – Dr. Magalhães Pessoa. As expectativas da CM Leiria passavam por assumir a obra como elemento simbólico da construção das novas infra-estruturas municipais, nomeadamente do novo estádio e das suas acessibilidades, configurando uma expressão de modernidade à cidade. A implantação da obra é numa baixa aluvionar com uma rasante muito baixa (cerca de 5m). Do lado sul tínhamos que vencer o leito do Rio Lis, junto ao qual existe uma pista para ciclistas e um caminho agrícola.
  10. Projectou-se uma obra com cerca de 200m. Do lado norte temos uma série tramos correntes com 22.80m vão (L/h=15.2). O tramo sobre o rio Lis, que é o tramo de extremidade, tem 55.2m e é suspenso por tirantes dispostos, num plano central (portanto axial), numa configuração em harpa. A suspensão é assimétrica estendendo-se ao tramo adjacente de 29.1m. O ângulo que os tirantes fazem com a horizontal é de aproximadamente 27º do lado do tramo sobre o rio e 35º no tramo de retenção. O Pilar P5 está sujeito, para as cargas permanentes, a uma ligeira tracção. Esta tracção é compensada pelo peso do maciço de fundação de modo a que as estacas não fiquem traccionadas.
  11. A largura total do tabuleiro é de 20,50m. Comporta 2 vias de tráfego com 3,25 m de largura cada em cada sentido; um separador central de 2,50m; e 2 passeios com 2,5 m de largura útil cada; Na projecção temos a secção transversal sobre os pilares. Trata-se de uma laje, com uma nervura central de 1,5m de altura pré-esforçada longitudinalmente e transversalmente. As consolas laterais têm 5,75m de comprimento assegurando um efeito de sombra extremamente eficaz. A altura da secção é constante ao longo de toda a obra.
  12. Para aligeirar o tabuleiro colocaram-se vazamentos: tubos com 90cm de diâmetro. Os vazamentos permitem a passagem dos cabos de pré-esforço entre eles sem necessidade de desvios em planta dos cabos.
  13. Vista geral da obra na zona de tramos correntes. - pilar P4: em “V” – pré-esforçados na face interior com barras - pilar P5: duas lâminas de 44cm. Pré-esforçado verticalmente.
  14. O vão principal, atirantado, é igualmente vazado. Devido à assimetria do atirantamento, interessava aligeirar ao máximo este tramo. Foram experimentadas várias configurações. A solução que nos pareceu mais eficiente quer do ponto de vista estrutural quer do ponto de vista económico foi manter o número e a dimensão dos vazamentos em relação aos tramos correntes (6 tubos de 90cm) arrumando-os de forma a deixar uma nervura maciça na zona central para a ancoragem dos tirantes tirando partido do separador central (0.35m). Esta configuração permitiu ganhar cerca de 25% no peso do tabuleiro em relação à secção não vazada e desta forma minimizar o efeito da diferença entre os dois vãos atirantados. É ancorado um par de tirantes (cada um composto por 25 cordões com 15mm de diâmetro nominal) em cada secção, em nichos localizados na face inferior do tabuleiro. A justificação tem a ver com a ancoragem no mastro, que veremos mais à frente.
  15. O tramo de retenção é maciço pelas razões que expliquei no slide anterior. Neste tramo é ancorado um único tirante (composto por 55 cordões com 15mm de diâmetro nominal) em cada secção em nichos localizados na face inferior do tabuleiro.
  16. Vista do tramo sobre o Rio Lis durante a colocação da armadura. Vêm-se os tubos cofrantes já posicionados e as armaduras específicas na zona das ancoragens.
  17. O mastro é vertical, tem 28.4m acima do tabuleiro, com secção aproximadamente rectangular e está ligado monoliticamente ao tabuleiro. Por questões de economia do sistema de fixação dos tirantes ao mastro, adoptou-se uma solução com cruzamento de tirantes a cada nível de ancoragem no mastro. A cada nível de ancoragem partem dois tirantes no sentido do tramo principal e um único no sentido oposto. Os tirantes são ancorados ao nível do mastro em caixas metálicas que asseguram, por um lado, o correcto alinhamento dos tirantes na fase construtiva e por outro, a transmissão das forças entre tirantes e entre estes e o mastro. A ligação mastro – tabuleiro fez-se com uma rótula de betão (elevadas forças de compressão introduzidas pelo mastro).
  18. Optou-se por módulos individuais e independentes em cada nível de ancoragem, num total de 6 unidades. A razões desta separação são obvias: facilidade e rapidez de colocação (PESO e volume); e possibilidade de em obra realizar ajustamentos relativo entre os vários módulos.
  19. Vista da obra acabada.
  20. As espessuras equivalentes das lajes da Ponte sobre o Rio Lis e da Ponte sobre a Ribeira de S. Vicente são respectivamente 0.79m e 0.52m. O tabuleiro do Rio Lis é mais largo e conduz a espessuras de laje superiores. O sistema de suspensão axial adoptado na Ponte do Lis requer uma maior rigidez de torção do tabuleiro, a qual é eficazmente obtida através de uma altura de secção maior. A maior altura da secção do tabuleiro na Ponte do Lis permite retirar um maior partido da excentricidade dos cabos de pré-esforço, tornando assim o pré-esforço mais eficaz. Por outro lado o próprio sistema “bow-string” requer um acréscimo de pré-esforço, uma vez que a laje do tabuleiro funciona também como tirante. A inclinação dos tirantes da Ponte do Lis, característica das pontes atirantadas, diminui a eficácia da suspensão. Este facto é acentuado pela disposição dos tirantes em harpa, nomeadamente nos tirantes próximo do mastro. A quantidade de aço em tirantes aplicado nas duas obras em comparação, 12.3 kg/m2 no Lis e 2.9 kg/m2 em S. Vicente, ilustra este facto. Numa comparação mais detalhada entre os dois sistemas de suspensão ter-se-á de incluir o elemento estrutural que transmite as forças dos cabos à infraestrutura – mastro e arco.
  21. Comparou-se a eficiência dos dois tipos de suspensão para carregamentos estáticos do tabuleiro com base na parcela da carga que é transmitida à mesoestrutura pelo sistema de suspensão. A parcela da carga permanente transmitida ao mastro pelos tirantes, no caso da Ponte sobre o Rio Lis, é da ordem de 70%, descendo este valor para cerca de 20% quando carregada com a sobrecarga rodoviária. A resposta do sistema de suspensão da Ponte da Ribª. de S. Vicente é igual para os dois tipos de carregamento, absorvendo 80% em qualquer dos casos. Em relação à carga permanente é inevitável que uma grande parte desta seja absorvida pela suspensão já que esta resulta directamente das hipóteses de dimensionamento. Quanto à resposta à sobrecarga, há uma diferença acentuada. A justificação deve-se, por um lado, à maior rigidez do tabuleiro da Ponte sobre o Lis e por outro, ao sistema de suspensão: a quase verticalidade dos pendurais da Ponte de S. Vicente assegura uma rigidez vertical superior à dos tirantes inclinados; o elemento arco solicitado simetricamente é mais rígido que o mastro sujeito à flexão. - Relativamente ao comportamento dinâmico das estruturas, compararam-se as respostas dos tabuleiros ao movimento vibratório vertical. O tabuleiro da Ponte de S. Vicente apresenta uma frequência de 4.4 Hz para o primeiro modo de vibração vertical e o da Ponte do Rio Lis uma frequência de 1.5Hz. Estes resultados são coerentes com os obtidos no ponto anterior relativo ao comportamento estático da superestrutura. Realizou-se ainda uma verificação, relativa à vibração vertical dos tabuleiros, com base na regulamentação espanhola ”RPX – 95”. Esta norma estabelece como critério de verificação a limitação do deslocamento vertical que o tabuleiro deverá desenvolver para um carregamento fictício a aplicar no tramo em estudo. No seguimento dos resultados anteriores, o tabuleiro da Ponte sobre a Ribeira de S. Vicente apresenta um &quot;factor de segurança&quot;, relativamente à vibração, da ordem do dobro do da Ponte de Leiria.