1. Convidado Competições
16º Festival de Cenas do
Dança de espetáculo
Joinville - 1998 C
" aminhada" que
, Domingo de
será apresentado
- Noticiário pelo Ballet Teatro bambas
- Programação Guaíra neste
- Bares,boates, domingo Dream team de
restaurantes de
Joinville Fotos coreógrafos marca
- Espetáculo para divulgação/Karen competições
todos Van der Brooche
- Entrevista com Paulo César Ruiz
Pollyana Ribeiro Editor-assistente do
- Entrevista com Jardim dos caminhos ANFestival
Vasco
Wellenkamps
- Um passo de
que se bifurcam Prosseguem neste domingo
ponta
as competições de
Joel Gehlen moderno/contemporâneo,
Editor do ANFestival solos livres e dança de rua,
.. Veja também: até aqui a modalidade que ..
Em julho de 1991 a bailarina Pollyana Ribeiro - mais chama público ao palco
Especial com que o público do 16º Festival de Dança teve do Centreventos. Para se ter
a vida e obra oportunidade de assistir dançar - ganhou uma idéia, os ingressos já
do poeta Cruz medalha de ouro no conceituado concurso estão esgotados desde a
internacional de Helsinque, na Finlândia, semana passada. Ainda de
e Sousa.
Cruz e Sousa dançando o solo "Hymne a la Femme". Neste quebra, a noite tem uma
domingo, a platéia do FDJ pode embevecer-se atração à parte: um dream
Uma conversa com esta mesma peça, interpretada por Regina team de coreógrafos como
com Kotaka, primeira bailarina do Ballet Teatro Chico Neller, Ricardo
personalidades Guaíra. O solo faz parte do espetáculo Risuenho, Luis Arrieta, João
"Caminhada" que o grupo curitibano apresenta Roberto de Sousa, Jussara
de destaque na abertura de mais uma noite competitiva nas Miranda, entre outros.
em SC. modalidades Moderno e Contemporâneo e
Grandes
Entrevistas Dança de Rua. O primeiro grupo a se
apresentar nesta noite é o
O Guaíra é uma espécie de padrinho do Festival Dorcinha, de Uberaba, o
de Dança de Joinville. A companhia oficial filhote do Beth Dorça,
paranaense participa desde sua segunda edição. sempre um concorrente de
Nos seus primeiros anos deu uma espécie de qualidade. O grupo Mineiro
sustentação qualitativa ao evento com uma disputa prêmios com mais
presença constante, tendo em seu ex-diretor, o dois competidores. O Juvenil
coreógrafo português Carlos Trincheiras, um da Escola Municipal de
incentivador e orientador. Ballet, vem com a
coreografia "Transição", de
"Caminhada" é assinada por Rodrigo Moreira,
2. um coreógrafo da nova geração, ex-bailarino do
Marcos Sage, um coreógrafo
Teatro Municipal do Rio e fundador do grupo
formado em Joinville e vem
DC, com dissidentes do Municipal carioca.
desenvolvendo um trabalho
Atualmente coreografa para a companhia de
sério, que ainda vai chegar
Niterói e para o próprio TM-Rio. Rodrigo
lá. "Transição" versa sobre
Moreira já é conhecido do público que
mudanças, deslocamentos,
freqüenta o festival: ano passado teve o solo
alterações de
"Samsâra" apresentado em Joinville, numa
comportamentos e físicos.
interpretação magistral de Áurea Hämmerli.
Ano passado o grupo levou o
Remontada por Rodrigo para o Guaíra, primeiro lugar na
"Caminhada" foi criada originalmente para o modalidade. O terceiro grupo
teatro Municipal de Niterói. Desde o início do na disputa é o Dança & Cia,
ano, o espetáculo tem viajado com a companhia de Jaraguá do Sul (SC), que
paranaense obtendo ótima recepção do público. apresenta a coreografia
A montagem marca uma nova etapa no grupo "Marionetes", inspirada no
de Curitiba, que desde janeiro passou a ser imaginário infantil.
dirigido por Cristina Purri. A coreografia é
Agora, a noite vai pegar fogo
baseada no oráculo chinês do I-Ching e propõe
mesmo, é na disputa do
uma reflexão a respeito do destino das pessoas.
profissional. É difícil apontar
Uma temática de conteúdo fantástico como
um afavorito quanto no
soer à cultura Oriental sempre que interpretada
embate estão grupos como o
por olhos ocidentais como poder ser percebido
Ginga, de Mato Grosso do
nas releituras de Borges. "Caminhada" põe em
Sul, o Farrabamba, de Belém
cena 24 bailarinos num balé que permite
do Pará, o Mahabhutas, de
visualizar bem os diferentes momentos e climas
Florianópolis, além de outros
de que é formado, com quarteto, trio e solo. "O
três correndo por fora como
termo caminhada é como se fosse o destino
o Azzo Dança, Brasília, o
ilustrado do homem, a procura", conceitua a
B.G. Cia de Dança, do Rio
diretora Cristina Purri.
de Janeiro, e o Corpo Vivo
O solo "Hymne a la Femme" é uma espécie de Academia de Dança, de
ápice da coreografia. Permite à bailarina Bauru (SP).
personalizar a movimentação e utilizar
O Ginga Cia de Dança -
NOTICIÁRIO elementos próprios. Cristina define o trecho
UFMS apresenta a
Capa como muito técnico e que requer uma
Opinião
coreografia "Breve", de
interpretação muito amadurecida. A julgar
Economia Chico Neller, um dos
Política pelos trabalhos anteriores de Rodrigo Moreira,
País grandes coreógrafos que
o público pode esperar um espetáculo denso e
Mundo evoluiu durante a história do
Polícia emocionante, com uma linguagem coreográfica
Geral Festival de Joinville. Se
Esporte
legível capaz de desatar os mais difíceis nós de
inspirando no universo
Fórmula 1 sensibilidade. Musicalmente, "Caminhada" tem
Fórmula Indy feminino - mulheres que
de tudo nos seus 28 minutos de duração, como
COLUNAS procuram por sua vida, em
Vangelis, Duperé e John Zorn, passando por
Alça de Mira momentos breves e intensos,
Informal climas intimistas, e termina com Ennio
Moacir Pereira o grupo do Mato Grosso
Morricone com o tema de "A Missão", que é
Espaço Virtual coloca no palco 11 bailarinas
Por Dentro da extremamente para cima.
Rede e um bailarino. Como no
AN Brasília
Quando entrar setembro, o Ballet Teatro Guaíra poema-ícone de Vinícius de
Raul Sartóri
terá mais dois espetáculos montados e em Moraes, o momento, mesmo
CADERNOS
turnê, ambos coreografados por Rodrigo
3. Anexo Pederneiras, do grupo Corpo. A remontagem de
Crônicas longe e distante, é infinito, se
Cinema "Prelúdios" e "Variações a Golderg", criado
AN Cidade
intenso. O Ginga já ganhou
especialmente para a companhia paranaense.
AN Informática todos os prêmios no festival
AN Veículos
AN Economia
de Joinville e é sério
AN Tevê candidato ao pódio
ESPECIAIS Na favela não tem só bandido novamente.
Copa 98
Grandes
Entrevistas
Com esse tema, a Cia de Dança Balé de Já o Farrabamba traz a
Cruz e Sousa Rua, de Uberlândia, dá um "anho"
b de coreografia "Cânticos", de
Joinville 147 anos
Festival de Dança genuíno street no festival Ricardo Risuenho, um dos
SERVIÇOS bambas da nova safra de
AN Pergunta Fátima Chuecco coreógrafos brasileiros que,
AN Pesquisa inclusive, beliscou um troféu
Como anunciar
Repórter do ANFestival
Classificados Mambembe como revelação,
Assinatura Quem espera conhecer uma proposta diferente ano passado. Ricardo não é
Mensagem
Calendário 1998 de street dance não pode perder a apresentação nenhum desconhecido do
Calendário 1997
Chat
da Cia de Dança Balé de Rua neste Domingo, festival de Joinville. Já foi
Loterias concorrendo na categoria profissional. O grupo premiado e causou uma das
INFO que vem de Uberlândia traz um espetáculo maiores celeumas do evento.
Índice completo: trilha (que envolve desde a música Criado sobre o tema "Ihu",
Expediente
Institucional erudita até o que há de mais recente no estilo da cearense Marlui Miranda,
techno), figurino, iluminação, texto e é claro, a peça questiona as
coreografia. Trabalhando um tema forte como inquietudes do ser humano,
favela, os integrantes pretendem mostrar que seus instintos, independente
nem tudo é pesadelo. "Favela não é só de cor da pele, raça, etc. "A
violência e tráfico de drogas. Não tem só base coreográfica do
bandido. Tem muitos artistas em busca de um trabalho reflete a
palco. É tempo de parar de subestimar a necessidade do homem
inteligência e a capacidade das pessoas que amazônico inserido num
resistem, como heróis, nas encostas dos morros contexto indígena, adaptado
e na periferia das cidades. Só sendo herói para a uma linguagem
sobreviver a condições tão precárias. Nós contemporânea, com
somos uma prova disso", diz Fernando movimentos fundamentados
Narduchi, diretor do grupo. na força, na velocidade e no
equilíbrio". Segunda
Sua afirmação deve-se ao fato de que 90% dos apresentação do
integrantes da companhia vive na periferia. Os Mahabhutas, de
bailarinos são também office-boys, lavadores Florianópolis, no festival,
de carro, marceneiros e padeiros. Por causa "Terra Urbana", de Telmo
disso, o grupo se orgulha de estar genuinamente Gomes, sublinha a chegada
ligado à origem do street dance, surgido nos do homem ao segundo
guetos novaiorquinos e onde os negros foram milênio, em que a cultura
sempre muito perseguidos pelo racismo. O atingiu um nível que
figurino é de impacto. Perucas pontiagudas, extrapola as necessidades
máscara contra poluição, óculos de proteção médias de consumo. Vale o
usados nas siderúrgicas e coturnos são alguns registro: o figurino, como
dos ingredientes para, à primeira vista, não poderia deixar de ser, é
impressionar o público. "É intencional. O visual criado todo em material
espanta tanto quanto um favelado sujo e reciclável.
rasgado. As perucas dão a noção do cabelo
4. duro e despenteado. As máscaras representam a
vontade que a classe baixa tem de se expressar De Brasília, vem o Azzo
e que, no entanto, é contida. Os óculos são uma Dança para apresentar a
espécie de visão do futuro, pois, no fundo, o coreografia "Liber", de Jana
favelado guarda uma ânsia de enxergar e Marques, que, através do
desfrutar da vida", explica Marco Antônio corpo e da alma, buscam
Garcia, figurinista e coreógrafo. uma liberdade de idéias,
ação, culminando na
Com cinco anos de estrada, o grupo luta por
essência da expressão
uma identidade própria. "Sabemos que a street
humana, que se costuma
dance passa por uma pasteurização. Nós, no
chamar arte. "Vidas
entanto, nunca seguimos a tendência da moda.
Cruzadas", de Rubén
Aliás, nadamos justamente contra a maré,
Terranova, é a coreografia
desenvolvendo um estilo inédito, pesquisando
que vem de Bauru, interior
novos gêneros musicais e criando uma técnica
de São Paulo, para tentar
própria", diz Garcia.
surpreender os favoritos.
Sem patrocínio, o investimento em pesquisa Apostando no coreógrafo do
musical e técnicas novas é feito graças aos Grupo Rama, de
cachês por apresentações por Minas Gerais e Pirassununga, a trupe da
em outros Estados. No Festival de Dança de cidade sem limites se inspira
Joinville do ano passado conquistaram o em situações limítrofes, em
primeiro lugar. Este ano abriram o 11º Festival que trajetórias se
de Dança de Uberlândia, causando um estouro entrecruzam e a solidão é o
de bilheteria. A crítica especializada também saldo que sobra a cada um
tem apontado o grupo como um precursor de neste latifúndio-urbano. Já o
novos caminhos para a dança de rua. grupo carioca B.G. Cia de
Dança interpreta "Ao Max",
Quanto ao rumo que essa modalidade deve de Betina Guelmann, em que
tomar, Narduchi diz que é uma incógnita: "A os bailarinos, como no
dança de rua é urbana, supercontemporânea e hai-kai, dançam (voam?)
se encontra em constante evolução e harmoniosamente a melodia
transformação. Ninguém sabe onde vai parar". do vento, feito as folhas de
Diz também que, apesar do modismo, os grupos outono.
presos às questões sociais devem sobreviver.
Solos
No caso da Cia de Dança Balé de Rua, grande
parte dos 23 integrantes é do sexo masculino e A noite ainda promete
segue um ritmo pesado de ensaios. "A dança algumas surpresas
exige especial preparo físico e aptidão para agradáveis. Nos solos
saltos. Também fazemos muito alongamento", femininos, o Compasso Cia
conta Garcia, que assina ainda a iluminação do de Dança, de Dom Pedrito
espetáculo e faz parceria com Narduchi para (lembram?), vem uma
compor os textos. José Marciel Silva também coreografia de Jussara
coreografa. O cenário é de Chao Lin. Para o Miranda, "Depois da
festival, de 30 minutos a apresentação foi Pressa", sobre um tema de
reduzida para apenas 10. Mas tudo bem. Será o John Lurie. Depois da pressa
suficiente para mostrar que esses mineiros virá a preguiça? O Cia
sabem o que estão fazendo. Cylene Penhavel aposta na
sensibilidade zen de João
5. Alargar os horizontes para Roberto de Souza, que criou
a coreografia "La Belle Du
evitar a trilha dos estereótipos Bouq Dourment" baseada
nos fundamentos da dança
Ana Francisca Ponzio
Butoh, do Japonês Kasuo
Crítica de Dança
Ohno. Já o Centro de Dança
Quando se vê um grupo reproduzindo no palco e Pesquisa Flávia Vargas
os clichês mais rasos do futebol, como ocorreu apresenta a coreografia "Ke
na programação de sexta-feira no 16º Festival Noite" (porquecomK?), de
de Dança de Joinville, surgem não só reflexões, Ricardo Scheir sobre um
mas também preocupações sobre a mentalidade tema do Tom "out" Waits,
que cerca a chamada dança moderna (ou jazz) que conta uma pequena
nos domínios das escolas. brincadeira com a chegada
em casa depois de uma
Tudo indica, as referências ainda são muito noitada. Nos solos
pobres. Não se vai além dos esquetes masculino, um peso-pesado:
difundidos pela televisão - como danças do O Grupo Beth Dorça faz
Tchan ou de aberturas de "Fantástico", shows uma dobradinha com Luis
de Madonna e Michael Jackson ou clips de Arrieta, coreógrafo argentino
MTV. Também na música, nos figurinos e na radicado no Brasil há mais
ambientação cênica a tendência é seguir a trilha de duas décadas, que criou
dos estereótipos. "Tonada de Luna Llena"
especialmente para o
Deparar-se com esse padrão generalizado é bailarino Fernando Martins
lamentável, principalmente se considerarmos o de Paiva.
quanto a cultura brasileira está sendo
desprezada e desperdiçada por aqueles que A disputa vai ficar entre as
pretendem fazer dança fora do circuito clássico. duas vertentes da dança de
Num país rico em manifetações populares, é rua brasileira. O Dança de
fundamental recusar o comodismo das imagens Rua do Brasil, de Santos, que
fabricadas pela mídia de massa, para descobrir apresenta a coreografia
os universos pouco explorados que nos cercam. "Homens de Preto", de
Marcelo Cirino, um dos
Perante o padrão que uniformiza hoje os grupos grandes campeões em
das modalidades de dança moderna ou jazz (se Joinville, e o Cia de Dança
é que se pode definir como tal o que vem sendo Balé de Rua, de Uberlândia,
apresentado), cabe ao Festival de Joinville que leva ao palco "Favela",
tentar alargar os horizontes. Se há pessoas de Marco Antônio Garcia.
preocupadas com a evolução do evento há,
desde já, um ponto que merece ser repensado.
Dor no pé e amor
Está evidente que tais grupos não têm acesso a
informações sobre o amplo universo da dança à dança
contemporânea, uma vez que os clichês são
comuns à maioria. Transformar esse status quo, Andressa Scheller
portanto, poderia ser o ponto de partida para o Especial para o ANFestival
festival extrapolar seu papel de apenas
estimular escolas e alunos de balé clássico. Só mesmo o amor à dança
para fazer com que o
Incluir nas programações profissionais de bailarino supere seus
6. abertura grupos como o Quasar já representa
próprios limites. E foi
um pequeno avanço. Mas, a maneira como são
justamente a dedicação à
apresentados grupos como esse (que
arte a razão principal para
obviamente representam informação nova)
fazer com que a adolescente
também merece cuidado específico.
Francine do Amaral, 14
Agora que o festival possui infra-estrutura e um anos, do Teatro Guaíra, de
espaço como o Centreventos, não é mais Curitiba, terminasse sua
possível continuar reproduzindo o que vem apresentação, no
sendo feito até então. Se o evento cresceu na Centreventos Cau Hansen,
quantidade e no nível técnico, é preciso apesar de estar com o pé
também se expandir no conteúdo. destroncado. A
compensação? Um honrado
Deslumbrar-se com o gigantesco, ou seja, terceiro lugar.
números singulares de alunos ou o palco
profissional que eles merecidamente podem Francine, que dança desde os
ocupar agora, é satisfação que não deve ser cinco anos, participava de
recusada. Mas, isso não basta se a proposta é apresentação na modalidade
caminhar para frente. clássico conjunto, categoria
amador II, na noite do dia
Sem deixar de cuidar das conquistas positivas 20. Antes de o grupo entrar,
do festival, é saudável também apostar em a ansiedade natural. Mas a
ousadias e ocupar salas menores para possibilidade de acontecer
experiências capazes de depurar o gosto um acidente passava longe
inclusive do público. As condições para tanto de sua imaginação. Então,
estão plenamente favoráveis. Além da enorme era hora de superar o medo e
arena do Centreventos, sabe-se que em breve entrar no palco, até que no
será inaugurado um teatro menor, de 600 início da primeira parte de
lugares. sua apresentação pisou
inadequadamente no palco e
Poderia ser este o palco de inauguração de sofreu a torção.
novas experiências, abertas para uma produção
que ainda não circula em Joinville. Mostras No momento, a hesitação.
paralelas, laboratórios de criatividade e mesmo Parar e acabar prejudicando
apoio para o surgimento ou fortalecimento de todo o grupo ou superar a
grupos que já vem atuando pelo Brasil, são dor e dançar até o final? O
algumas das apostas possíveis, além de outras a amor à dança e a força de
serem descobertas. Investindo em novas vontade foram maiores.
possibilidades, o Festival de Joinville poderá, Faltavam sete minutos para
então, tomar para si uma tarefa que não é tudo terminar. Naquele
gigantesca na aparência mas sim na sua instante, o tempo tornou-se
demanda. Ao mesmo tempo, estaria abrindo-se infinito, mas isso não foi
para o fomento à criação, escapando ao rótulo suficiente para fazer a
de mera vitrine de exibicionismo técnico. uritibana Francine do Amaral
desistir. Em horas como
essas, o senso de
Convidado companheirismo e o apoio
Marcelo Misailidis dos demais bailarinos
e Isa Kokai em " s
O funciona e muito. "O fato de
Últimos dias de ver um monte de gente
Nijinsky"
7. Foto: Marcelo
dando força foi fundamental
Caetano
para superar o medo e a
dor", assinalou Francine
Mais orientação e menos olhando para o pé ainda
prêmios enfaixado. Para ela, o
terceiro lugar teve um gosto
Suzana Braga muito especial. Sabor de
Crítica de dança vitória.
A coisa complicou. Um grupo de adolescentes Transcorridos os
resolve vestir a camisa do Flamengo, que não intermináveis momentos,
anda lá essas coisas, e dançar ao som do Hino Francine recebeu os
Nacional Brasileiro, numa jogada do tipo "vale primeiros socorros no
tudo" para conseguir os aplausos e o prêmio. próprio Centreventos Cau
Por sorte não levou nem um, nem o outro. O Hansen e foi levada em
grupo em questão é o Vera Passos, de Fortaleza, seguida para o Hospital Dona
o número "Torcida Brasileira" do já famoso Helena, onde teve o
compositor dos festivais "colagem musical", péenfaixado. Teria de dançar
colada com durex e sem anestesia para a otite no dia 22, não pôde. Ficou
que provoca. triste por não participar da
apresentação, mas jamais
Noutra situação, da mesma noite reservada a esquecerá aquele terceiro
duos e grupos de jazz, duas outras adolescentes lugar com gosto de primeiro.
do Studio de Ginástica e Dança do I.E.E.,
orientadas sabe-se lá por quem, adentram no
palco com propostas e movimentos
absolutamente não identificáveis, dentre eles
um inusitado "Passo do ganso" numa peça
intitulada "Clonagem". Esta situação é ainda
pior porque a "Clonagem" foi premiada,
terceiro lugar numa modalidade que ficou sem
o primeiro. O que é mais grave? A bisonhice
das meninas da "Torcida Brasileira", a má
orientação dada às jovens "clonadas" ou
pessoas competentes e veteranas na dança, da
pré-seleção e que do corpo de jurados,
selecionarem esses trabalhos para participar do
festival e chegarem ao cúmulo de premiarem
um deles? É preciso ficar mais alerta, vacilos
acontecem, coisas passam despercebidas,
mesmo assim é mau. Esses jovens equivocados
precisam de orientação, não de prêmios.
Vários desses acidentes de percurso
aconteceram na noite de sexta-feira. Os
exemplos acima foram os mais gritantes mas
houve também bis de premiação para
coreografias que já foram vistas e premiadas
em Joinville afinal todas são tão parecidas. Até
mesmo "Abstract", peça assinada pela ótima
8. Roseli Rodrigues e muito bem apresentada pelo
Núcleo Artístico de Belo Horizonte, tinha cara
de filme já visto. Mas teve ainda os clones do
ano passado que esse ano foram reeditados
como "A Outra face", pelo Dança de Rua do
Brasil. A boa escola de Goiás, Dançarte, que
sempre fez trabalhos sérios, esse ano deu uma
escorregada feia. Superproduziu os mais
cintilantes robôs que Joinville já viu, na
coreografia " Andróides".
No mais, houve um equilíbrio dos concorrentes,
nada muito bom, nada escandalosamente ruim e
uma premiação excessiva. A destacar com
honras, poucos trabalhos. O grupo carioca VD
Mascotte com "Livre, Levemente",
coreografado por Carlota Portela, pareceu a
peça mais lúcida, mais musical e simples da
noite. Em suma, a melhor. Ficou em terceiro
lugar no Amador II. Também boas
apresentações das duas coreografias de Roseli
Rodrigues. " Abstract", que já foi falada e
"Volúpia", a melhor delas, apresentada pelo
Galpão 1 Grupo de Dança, de Indaiatuba (SP).
Como convidado especial, mais uma vez
Marcelo Misailidis subiu ao palco , dessa feita
para reencarnar Nijinsky. O fez muito bem.
Aliás o trabalho de Fábio de Mello que conta
com a produção de Fernando Bicudo é muito
interessante e denso, reproduzindo o tormento
da loucura de Nijinsky num ambiente cênico
claustrofóbico e fiel à dramaticidade dos fatos.
Misailidis, Isa Kokai, Antonio Bento e Gilberto
Torres foram fieis aos seus personagens.
Também como convidados especiais, Rosito di
Carmini e Rebeca Jung apresentaram o duo
"Sem título 1995", assinado pelo próprio Rosito
e pela ensaiadora Lena Maia.
16º Festival de Dança de Jonville
Noticiário
Programação
Bares,boates, restaurantes de Joinville
Espetáculo para todos
Entrevista com Vasco Wellenkamps
Um passo de ponta
Entrevista com Pollyana Ribeiro