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2010
1.-

A resposta deve descrever o comportamento de Scarlatti imediatamente antes de ser iniciado
no
«segredo» e incluir as citações que se apresentam.
• No momento em que vai ser iniciado no «segredo», Scarlatti mostra-se:
– indiferente – «Não parecia curioso» (linha 1);
– calmo – «olhava tranquilo» (linha 2), «Sem precipitação, tão tranquilamente como antes
estivera
olhando as andorinhas» (linhas 10 e 11);
– cúmplice – «disse, sorrindo, e o músico respondeu, em tom igual» (linha 5).

2.-

A resposta do examinando deve conter uma das interpretações a seguir propostas, ou outra
considerada

adequada.
Scarlatti dá a entender que nem sempre o «segredo» chega a ser desvendado, uma vez que:
– pode ter de se procurar a chave do «segredo» numa esfera mais profunda do que a que é
apreendida pelos sentidos, situada para além do domínio do racional;
– pode esse «segredo» corresponder a alguma coisa de obscuro que não é traduzível por
palavras;
– pode esse «segredo» ser insondável, isto é, não ter solução.

3.-

A resposta deve contemplar os aspectos que a seguir se enunciam, ou outros considerados
relevantes.
– Domenico Scarlatti, músico conceituado, trata a passarola como um instrumento musical,
fazendo-a vibrar ao colocar sobre uma das asas as suas mãos, e revela uma atitude racional,
fazendo o voo da máquina depender de uma força que a conseguisse elevar e constatando,
com algum cepticismo, que as asas da máquina, estando fixas, não podiam bater («pousou as
mãos numa das asas como se ela fosse um teclado, e, singularmente, toda a ave vibrou
apesar do seu grande peso» – linhas 19 e 20;«se houver forças que façam levantar isto, então
ao homem nada é impossível» – linhas 21 e 22).
– Baltasar Sete-Sóis, o obreiro «enfarruscado da forja» (linha 17), encara a passarola como
produto de um trabalho esforçado e acredita na possibilidade de concretizar o sonho («em todo
ele só brilhava o gancho, do muito e constante trabalho» – linhas 17 e 18; «basta ter forma de
ave para voar» – linha 23).




                                                   4.-
2010
                                                        Versão 1
«perdoemos-lhe a óbvia    Constatação irónica da        1. (C)
comparação clássica»      comparação estereotipada      2. (A)
(linhas 32 e 33)          de                            3. (D)
                          Scarlatti.                    4. (C)
«sabe ele lá como é o     Crítica a Scarlatti, que se   5. (B)
corpo de Blimunda         pronuncia sobre um            6. (D)
debaixo das               assunto                       7. (B)
roupas grosseiras que     que desconhece.
veste» (linhas 33 e 34)                                 8
                                                        (a) (3)
                                                        (b) (5)
(c) (1)
(d) (8)
(e) (2)

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2010

  • 1. 2010 1.- A resposta deve descrever o comportamento de Scarlatti imediatamente antes de ser iniciado no «segredo» e incluir as citações que se apresentam. • No momento em que vai ser iniciado no «segredo», Scarlatti mostra-se: – indiferente – «Não parecia curioso» (linha 1); – calmo – «olhava tranquilo» (linha 2), «Sem precipitação, tão tranquilamente como antes estivera olhando as andorinhas» (linhas 10 e 11); – cúmplice – «disse, sorrindo, e o músico respondeu, em tom igual» (linha 5). 2.- A resposta do examinando deve conter uma das interpretações a seguir propostas, ou outra considerada adequada. Scarlatti dá a entender que nem sempre o «segredo» chega a ser desvendado, uma vez que: – pode ter de se procurar a chave do «segredo» numa esfera mais profunda do que a que é apreendida pelos sentidos, situada para além do domínio do racional; – pode esse «segredo» corresponder a alguma coisa de obscuro que não é traduzível por palavras; – pode esse «segredo» ser insondável, isto é, não ter solução. 3.- A resposta deve contemplar os aspectos que a seguir se enunciam, ou outros considerados relevantes. – Domenico Scarlatti, músico conceituado, trata a passarola como um instrumento musical, fazendo-a vibrar ao colocar sobre uma das asas as suas mãos, e revela uma atitude racional, fazendo o voo da máquina depender de uma força que a conseguisse elevar e constatando, com algum cepticismo, que as asas da máquina, estando fixas, não podiam bater («pousou as mãos numa das asas como se ela fosse um teclado, e, singularmente, toda a ave vibrou apesar do seu grande peso» – linhas 19 e 20;«se houver forças que façam levantar isto, então ao homem nada é impossível» – linhas 21 e 22). – Baltasar Sete-Sóis, o obreiro «enfarruscado da forja» (linha 17), encara a passarola como produto de um trabalho esforçado e acredita na possibilidade de concretizar o sonho («em todo ele só brilhava o gancho, do muito e constante trabalho» – linhas 17 e 18; «basta ter forma de ave para voar» – linha 23). 4.-
  • 2. 2010 Versão 1 «perdoemos-lhe a óbvia Constatação irónica da 1. (C) comparação clássica» comparação estereotipada 2. (A) (linhas 32 e 33) de 3. (D) Scarlatti. 4. (C) «sabe ele lá como é o Crítica a Scarlatti, que se 5. (B) corpo de Blimunda pronuncia sobre um 6. (D) debaixo das assunto 7. (B) roupas grosseiras que que desconhece. veste» (linhas 33 e 34) 8 (a) (3) (b) (5) (c) (1) (d) (8) (e) (2)