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de Brasília, em 1999, ter sido apresentado o    ma Brasileiro de Classificação de Solos em      tuindo, respectivamente, as subordens dos
    INFORMAÇÕES TÉCNICAS                                                                                                                           sistema Brasileiro de Classificação de Solos    nível de ordem e respectivos números de         Neossolos litolíticos, Neossolos regolíticos,
                                                                                                                                                   (EMBRAPA, 1999), texto considerado como         classes nas categorias de subordem, gran-       Neossolos flúvicos e Neossolos quartzarê-
                              O novo sistema brasileiro                                                                                            suficientemente elaborado para ser
                                                                                                                                                   divulgado para toda a comunidade de pedó-
                                                                                                                                                                                                   de grupo e sub-grupo. É projeto do Centro
                                                                                                                                                                                                   Nacional de Pesquisa de Solos estabelecer
                                                                                                                                                                                                                                                   nicos. No quadro 2 é apresentada a correla-
                                                                                                                                                                                                                                                   ção entre as classes de solos do SBCS e as
                                                                                                                                                   logos. Foi um momento histórico pois esta       as classes referentes aos níveis de família e   anteriormente utilizadas na Embrapa-Solos.
                              de classificação de solos                                                                                            publicação constitui, na realidade, o primei-
                                                                                                                                                   ro Sistema Brasileiro de Classificação de
                                                                                                                                                                                                   série.
                                                                                                                                                                                                       2) Cada classe de solo apresenta, além
                                                                                                                                                                                                                                                       4) Vários horizontes e atributos diagnós-
                                                                                                                                                                                                                                                   ticos sofreram reformulação na sua concei-


      A
             rigor, não havia um sistema brasilei-   ções usadas. Por sua vez, os Solos de        a utilizar os referenciais em uso. A             Solos (SBCS) oficialmente publicado.            da sua conceituação, sua definição, baseada     tuação e, conseqüentemente, em sua defini-
             ro de classificação de solos anterior   Campos de Jordão, as Terras Roxas            comunidade de pedólo-os brasileiros se                                                           preferencialmente em critérios quantitati-      ção, como por exemplo o horizonte A cher-
             ao atual, recentemente publicado. Na    Estruturadas, os Podzólicos Amarelos, os     manifestava a respeito do sistema que se             Com referência aos antigos referenciais     vos.                                            nozêmico, o horizonte B textural, o horizon-
      verdade o que se usava para classificar        Latossolos Ferríferos , os Latossolos        desenvolvia através de cartas enviadas à         listamos a seguir alguns dos pontos princi-         3) Algumas classes de solos foram agru-     te B espódico, o horizonte sulfúrico, a mu-
      nossos solos eram sistemas referenciais, dos   Brunos, os Latossolos Amarelos, os           EMBRAPA, em mesas redondas de                    pais que merecem destaque no SBCS.              padas no primeiro nível categórico (ordem)      dança textural abrupta, os materiais sulfídri-
      quais o de CAMARGO et al. (1987) era o         Rubrozéns entre outros, são exemplos de      congressos e em viagens de correlação. Os            1) O SBCS constitui, como não poderia       e discriminadas no nível categórico seguinte    cos, entre outros.
      mais empregado.                                denominações criadas para abrigar solos      conceitos e definições de atributos e hori-      deixar de ser, um sistema hierarquizado,        (subordem). Por exemplo, os anteriormente           5) Vários horizontes diagnósticos foram
                                                     que não encontravam correspondência          zontes diagnósticos e de classes contidas        com quatro categorias: ordem, sub-ordem,        denominados Solos Litólicos, Regossolos,        criados: horizonte B nítico, horizonte B plâ-
         Pode-se dizer que a primeira classifica-    naqueles sistemas. Alguns termos como        naquelas três Aproximações foram, contudo,       grande grupo e sub-grupo. No quadro 1 são       Solos Aluviais e Areias Quartzosas, estão       nico englobando o anteriormente denomina-
                           ção de solos no Brasil,   Mediterrânico Vermelho-Amarelo e Solos       resultantes de avaliações e ponderações fei-     apresentadas as classes de solos do Siste-      contidos na ordem dos Neossolos consti-         do B nátrico, horizonte vértico, horizonte
                           baseada em conceitos      de Campos do Jordão, empregados no           tas exclusivamente “no âmbito do SNLCS”                                                                                                          hístico este último englobando o anterior-
                           essencialmente pedo-      levantamento de São Paulo (Brasil, 1960)     (EMBRAPA, 1981).                                                                                                                                 mente denominado horizonte turfoso.
                           lógicos iniciou após a    devido à sua impropriedade, foram logo                                                                                                                                                            6) Foram criados também vários atribu-
                           criação, em 1947, da      abandonados.                                     A experiência dos pedólogos brasileiros                                                                                                      tos de diagnóstico: caráter ácrico, caráter
                           Comissão de Solos do                                                   e o conhecimento da população de solos bra-                                                                                                      epiáqüico, caráter ebânico, caráter crômico,
                           Ministério da Agri-           O avanço dos conhecimentos               sileiros já eram bastante expressivos nessa                                                                                                      caráter hipocrômico, caráter alumínico.
                           cultura, precursora do    adquiridos dos solos brasileiros e a         época. O conceito das classes de solos eram
                           atual Centro Nacional     inexistência de uma taxonomia adequada       apresentadas nos boletins dos levantamentos                                                                                                          É importante assinalar que um sistema
                           de Pesquisa de Solos      e hierarquizada incrementou a demanda        ou em publicações específicas como por                                                                                                           de classificação sofre constantes aprimora-
                           da EMBRAPA, a qual        por um sistema de classificação que          exemplo a “Conceituação sumária de algu-                                                                                                         mentos, e assim é de se esperar que o SBCS,
                           tinha a missão de fazer   permitisse identificar os solos desde        mas classes de solos recém-reconhecidas                                                                                                          recentemente publicado, sofra modificações
       João Bertoldo                                 classes mais gerais, em níveis mais          nos levantamentos e estudos de correlação
                           o inventário nacional                                                                                                                                                                                                   em futuras edições, provenientes das inúme-
      dos solos brasileiros.                         elevados, até repartições mais específicas   do SNLCS” (EMBRAPA, 1982) e a “Con-                                                                                                              ras sugestões e críticas que deverão surgir à
                                                     em níveis mais baixos, com classes mais      ceituação sumária de classes de solos e crité-                                                                                                   medida que o sistema for sendo utilizado.
           Os primeiro Estado brasileiro a ser       homogêneas.                                  rios para subdividí-las (Jacomine, 1979),                                                                                                        Tais aprimoramentos são naturais, acha visto
      inventariado foi o do Rio de Janeiro (BRA-                                                  entre outros. Era a partir destes referenciais                                                                                                   as enormes modificações sofridas pela clas-
      SIL, 1958), seguido pelo de São Paulo              Este desafio foi assumido pelo então     que os pedólogos se baseavam para                                                                                                                sificação americana, o Soil Taxonomy, des-
      (BRASIL, 1960). O referencial utilizado para   Serviço Nacional de Levantamento e Con-      identifi-car os solos. A inexistência de                                                                                                         de a sua edição de 1975 até a mais recente
      a classificação dos solos foi inicialmente o   servação do Solo (SNLCS) da EMBRAPA,         definições precisas, contudo, permitia que                                                                                                       de 1999.
      de Baldwing et al. (1938) seguido pelo de      sucessor da Comissão de Solos que, em        não houvesse univocidade na identificação
      Thorp & Smith (1949). Os termos Regossolo,     1978, organizou uma Comissão de Classifi-    dos solos.                                                                                                                                           Com respeito à classificação dos solos
      Solo Aluvial, Solonchak, Solonetz,             cação e produziu um documento                                                                                                                                                                 de São Paulo, recentemente Oliveira et al.,
      Planossolo, Gleissolo, Brunizém, Brunizém      preliminar. A partir desse documento foi         Após a III Aproximação, o Projeto de                                                                                                         (1999) publicaram o mapa pedológico do
      Avermelhado, Podzol, Solo Bruno Não            instituído o projeto “Desenvolvimento do     Desenvolvimento do Sistema Brasileiro de                                                                                                         Estado1 , escala 1:500.000, o qual constitui
      Cálcico, Laterítico Bruno-Avermelhado, entre   Sistema Brasileiro de Classificação de       Classificação de Solos estacionou, sendo                                                                                                         o primeiro mapa publicado no Brasil usando
      outros, empregados até agora nos               Solos sob a coordenação do eminente          retomado em 1995 sob nova estratégia de                                                                                                          em sua legenda o Sistema Brasileiro de
      levantamentos de solos executados no Bra-      pedólogo Marcelo Nunes Camargo,              ação, destacando-se a abertura para a parti-                                                                                                     Classificação de Solos. Em adendo a este
      sil, advêm daqueles sistemas. Por sua vez, o   falecido anos depois.                        cipação ativa e contínua da comunidade de                                                                                                        trabalho, Oliveira (1999) publicou o estudo
      conceito de Latossolo baseava-se nos tra-                                                   pedólogos brasileiros por meio do Comitê                                                                                                         “Solos do Estado de São Paulo: descrição
      balhos de Kellog (1949) e Kellog & Davol          São resultante desse projeto as três      Executivo, do Comitê Assessor Nacional e                                                                                                         das classes registradas no Mapa Pedoló-
      (1949), enquanto o de Podzólico Vermelho-      aproximações, produzidas em caráter reser-   dos Comitês Regionais. O avanço apresen-                                                                                                         gico”2 , no qual o autor faz considerações
      Amarelo, nos de Simonson (1949) e Winters      vado, em 1980, 1981 e 1988. A classifica-    tado pela IV Aproximação em relação às                                                                                                           de cada uma das classes de solos cartografa-
      & Simonson (1951) como assinalam Jaco-         ção dos solos empregada nos                  Aproximações anteriores foi muito signifi-                                                                                                       das naquele mapa, relacionando-as com as
      mine & Camargo (1995).                         levantamentos pedológicos continuavam        cativo a ponto de, no Congresso de Solos                                                                                                         classes dos solos classificados em trabalhos
                                                                                                                                                                                                                                                   anteriores, o que está sintetizado a seguir:
          Logo porém, foi verificada a inadequa-                                                                                                                                                                                                       Argissolos vermelhos: parte dos Solos
      ção daqueles sistemas na identificação de                                                                                                                                                                                                    Podzolizados com cascalho, parte dos Solos
      solos tipicamente tropicais, quer porque os                                                                                                                                                                                                  Podzolizados de Lins e Marília variação
      solos que iam sendo encontrados não se                                                                                                                                                                                                       Lins e parte dos variação Marília.
      ajustavam ao conceito central de algumas                                                                                                                                                                                                         Argissolos vermelho-amarelos: Pod-
      daquelas classes ou porque não era encon-                                                                                                                                                                                                    zólicos Vermelho-Amarelos Orto, parte dos
      trada qualquer correspondência com o con-                                                                                                                                                                                                    Podzólicos Vermelho-Amarelos com
      ceito das classes neles assinaladas. As                                                                                                                                                                                                      cascalhos, parte dos Solos Podzolizados de
      deno-minações Podzólicos Vermelho-                                                                                                                                                                                                           Lins e Marília variação Lins e dos variação
      Amarelos variação Lins e Marília, Podzólicos                                                                                                                                                                                                 Marí-lia, parte dos Podzólicos Vermelho-
      Vermelho-Amarelos variação Piracicaba e va-                                                                                                                                                                                                  Amarelos variação Piracicaba, parte dos
      riação Laras, usadas no Levantamento dos                                                                                                                                                                                                     Podzólicos Vermelho-Amarelos variação
      Solos do Estado de São Paulo (Brasil, 1960)                                                                                                                                                                                                  Laras; Podzólicos Vermelho-Amarelos
      foram criadas para denominar solos que di-                                                                                                                                                                                                   “intergrade” para Latossolos Vermelho-
      vergiam do conceito central das classifica-                                                                                                                                                                                                  Amarelos.
8                                                                                                     O Agronômico, Campinas, 53(1), 2001           O Agronômico, Campinas, 53(1), 2001                                                                                                        9
Cambissolos: Parte dos Solos de Cam-       REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS                   JACOMINE, P.K.T. Conceituação sumária
pos do Jordão, parte dos Solos Aluviais.                                                      de classes de solos e critérios para
    Chernossolos argilúvicos: não assina-     BALDWING, M., KELLOG, C.E. &                    subdividi-las. EMBRAPA,SNLCS. Rio
lados.                                          THORP, J. Soil classification. In: Soils      de Janeiro, 1979.69 p. (Mimeografa-
    Espodossolos ferrocárbicos órticos:         and men. Washington, DC, USDA,                do)
Podzóis.                                        1938. p. 797-1001. (Agriculture Year
    Espodossolos ferrocárbicos hidro-           book)                                       JACOMINE, P.T.K. & CAMARGO, M.N.
mórficos: Podzóis hidromórficos.                                                              Classificação pedológica nacional em
    Gleissolos háplicos: Solos hidromór-      BRASIL. Ministério da Agricultura. Centro       vigor. Empresa Brasileira de Pesquisa
ficos (Gleis Pouco Húmicos).                    Nacional de Ensino e Pesquisas Agro-          Agropecuária. Recife, 1995. 22 p. (Mi-
    Gleissolos melânicos: Solos hidromór-       nômicas. Levantamento de reconheci-           meografado)
ficos (Gleis Húmicos).                          mento dos solos do Estado do Rio de
    Gleissolos sálicos: não assinalados.        Janeiro e Distrito federal. Rio de Janei-   OLIVEIRA, J.B. Solos do Estado de São
    Latossolos amarelos: parte dos Latos-       ro, Serviço nacional de Pesquisas Agro-       Paulo: descrição das classes registradas
solos Vermelho-Amarelos, parte dos Latos-       nômicas, 1958. 305 p. (SNPA, Boletim          no mapa pedológico. Campinas, Institu-
solos Vermelho-Amarelos “intergrades”           11)                                           to Agronômico, 1999. 108 p. (Boletim
para Podzólicos Vermelho-Amarelos.                                                            científico, 45)
    Neossolos Quartzarênicos: Regosso-        BRASIL. Ministério da Agricultura. Centro
los, Regossolos “intergrades” para Latos-       Nacional de Ensino e Pesquisas Agronô-      OLIVEIRA, J.B.; CAMARGO, M.N.;
solos Vermelho-Amarelos e “intergrades”         micas. Comissão de Solos. Levanta-            ROSSI, M. & CALDERANO FILHO,
para Podzólicos Vermelho-Amarelos.              mento de reconhecimento de solos do           B. Mapa pedológico do Estado de São
    Neossolos flúvicos: Solos Aluviais.         Estado de São Paulo. Rio de Janeiro,          Paulo: legenda expandida. Campinas,
    Neossolos litólicos: parte dos Litos-       Serviço Nacional de Pesquisas Agro-           Instituto Agronômico; Rio de janeiro,
solos.                                          nômicas, 1960. 634p. (SNPA, Boletim           Embrapa-Solos, 1999. 64 p. + Mapa
    Nitossolos Vermelhos: Terras Roxas          12)                                           1.500.000.
Estruturadas, parte dos Mediterrânicos Ver-
melho-Amarelos.                               CAMARGO, M.N.; KLAMT, E. &                    THORP, J. & SMITH, G.D. Higher cate-
    Organossolos: Solos Orgânicos.
    Planossolos: não assinados.
    Afloramento de rochas*: não assina-
                                                KAUFFMAN, J.H. Classificação de
                                                solos usada em levantamentos pedo-
                                                lógicos no Brasil. Boletim informa-
                                                                                              gories of soil classification: order,
                                                                                              suborder and great groups. Soil Sci.,
                                                                                              Baltimore, 67: 177-226, 1949.
                                                                                                                                                           Anúncio
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    Alissolos crômicos*: não assinalados.
                                                tivo da Sociedade Brasileira de Ciên-
                                                cia do Solo, Campinas, 12 (1): 11-33,       MAPPING       SYSTEMS        WORKINF
                                                                                                                                                           ANDEF
    Gleissolos tiomórficos*: não assina-        1987.                                         GROUP. A soil mapping system for
lados.                                                                                        Cana-da: revised. Ottawa, Agriculture
    Latossolos brunos*: parte dos Solos de    EMBRAPA. Serviço Nacional de Levanta-           Canada, Land Resource Research Insti-
Campos do Jordão                                mento e Conservação de Solos. Sistema         tute, 1984. 94 p. (Contribution, 141)
    Plintossolos*: não assinalados.             Brasileiro de Classificação de Solos (2ª
    Solos de mangue*: não assinalados.          Aproximação). Cópia antecipada. Rio
                                                                                            1 e 2 - Estas publicações podem ser obtidas no Centro
    Chernossolos rêndzicos**: parte dos         de Janeiro, 1981. 100p.                     de Documentação do Instituto Agronômico. Fone
Litossolos substrato arenito calcário                                                       (019) 3231-5422, Ramais 190 e 215 ou pelo E-mail:
    Luvissolos crômicos**: parte dos          EMBRAPA. Conceituação sumária de algu-        vendas@barao.iac.br
Mediterrânicos Vermelho-Amarelos, parte         mas classes de solos recém-reconhecidas     * Classes de solos e tipo de terreno que ocorrem apenas
dos Podzólicos Vermelho-Amarelos varia-         nos levantamentos e estudos de corre-       como componentes secundários de associa-ções de
                                                                                            solos no Mapa Pedológico.
ção Piracicaba.                                 lação do SNLCS (versão provisória).         ** Classes de solos não assinaladas no Mapa
    Neossolos regolíticos**: parte dos          Rio de Janeiro, 1982. 31 p. (Circular       Pedológico
Litossolos.                                     técnica, 1)
    Argissolos amarelos**: parte dos
Podzólicos Vermelho-Amarelos variação         EMBRAPA. Centro Nacional de Pesquisa
Laras; parte dos Solos Podzolizados com         de Solos. Sistema Brasileiro de Classifi-
cascalho.                                       cação de Solos. Rio de Janeiro, 1999.       João Bertoldo de Oliveira
                                                412 p.                                      Pesquisador Científico aposentado do IAC.
                                                                                            Fone (19) 3231-5422, Ramal 170
                                                                                            Endereço eletrônico: bertoldo@agr.unicamp.br




10                                                                                             O Agronômico, Campinas, 53(1), 2001                    11             O Agronômico, Campinas, 53(1), 2001

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Classificacao Solos

  • 1. de Brasília, em 1999, ter sido apresentado o ma Brasileiro de Classificação de Solos em tuindo, respectivamente, as subordens dos INFORMAÇÕES TÉCNICAS sistema Brasileiro de Classificação de Solos nível de ordem e respectivos números de Neossolos litolíticos, Neossolos regolíticos, (EMBRAPA, 1999), texto considerado como classes nas categorias de subordem, gran- Neossolos flúvicos e Neossolos quartzarê- O novo sistema brasileiro suficientemente elaborado para ser divulgado para toda a comunidade de pedó- de grupo e sub-grupo. É projeto do Centro Nacional de Pesquisa de Solos estabelecer nicos. No quadro 2 é apresentada a correla- ção entre as classes de solos do SBCS e as logos. Foi um momento histórico pois esta as classes referentes aos níveis de família e anteriormente utilizadas na Embrapa-Solos. de classificação de solos publicação constitui, na realidade, o primei- ro Sistema Brasileiro de Classificação de série. 2) Cada classe de solo apresenta, além 4) Vários horizontes e atributos diagnós- ticos sofreram reformulação na sua concei- A rigor, não havia um sistema brasilei- ções usadas. Por sua vez, os Solos de a utilizar os referenciais em uso. A Solos (SBCS) oficialmente publicado. da sua conceituação, sua definição, baseada tuação e, conseqüentemente, em sua defini- ro de classificação de solos anterior Campos de Jordão, as Terras Roxas comunidade de pedólo-os brasileiros se preferencialmente em critérios quantitati- ção, como por exemplo o horizonte A cher- ao atual, recentemente publicado. Na Estruturadas, os Podzólicos Amarelos, os manifestava a respeito do sistema que se Com referência aos antigos referenciais vos. nozêmico, o horizonte B textural, o horizon- verdade o que se usava para classificar Latossolos Ferríferos , os Latossolos desenvolvia através de cartas enviadas à listamos a seguir alguns dos pontos princi- 3) Algumas classes de solos foram agru- te B espódico, o horizonte sulfúrico, a mu- nossos solos eram sistemas referenciais, dos Brunos, os Latossolos Amarelos, os EMBRAPA, em mesas redondas de pais que merecem destaque no SBCS. padas no primeiro nível categórico (ordem) dança textural abrupta, os materiais sulfídri- quais o de CAMARGO et al. (1987) era o Rubrozéns entre outros, são exemplos de congressos e em viagens de correlação. Os 1) O SBCS constitui, como não poderia e discriminadas no nível categórico seguinte cos, entre outros. mais empregado. denominações criadas para abrigar solos conceitos e definições de atributos e hori- deixar de ser, um sistema hierarquizado, (subordem). Por exemplo, os anteriormente 5) Vários horizontes diagnósticos foram que não encontravam correspondência zontes diagnósticos e de classes contidas com quatro categorias: ordem, sub-ordem, denominados Solos Litólicos, Regossolos, criados: horizonte B nítico, horizonte B plâ- Pode-se dizer que a primeira classifica- naqueles sistemas. Alguns termos como naquelas três Aproximações foram, contudo, grande grupo e sub-grupo. No quadro 1 são Solos Aluviais e Areias Quartzosas, estão nico englobando o anteriormente denomina- ção de solos no Brasil, Mediterrânico Vermelho-Amarelo e Solos resultantes de avaliações e ponderações fei- apresentadas as classes de solos do Siste- contidos na ordem dos Neossolos consti- do B nátrico, horizonte vértico, horizonte baseada em conceitos de Campos do Jordão, empregados no tas exclusivamente “no âmbito do SNLCS” hístico este último englobando o anterior- essencialmente pedo- levantamento de São Paulo (Brasil, 1960) (EMBRAPA, 1981). mente denominado horizonte turfoso. lógicos iniciou após a devido à sua impropriedade, foram logo 6) Foram criados também vários atribu- criação, em 1947, da abandonados. A experiência dos pedólogos brasileiros tos de diagnóstico: caráter ácrico, caráter Comissão de Solos do e o conhecimento da população de solos bra- epiáqüico, caráter ebânico, caráter crômico, Ministério da Agri- O avanço dos conhecimentos sileiros já eram bastante expressivos nessa caráter hipocrômico, caráter alumínico. cultura, precursora do adquiridos dos solos brasileiros e a época. O conceito das classes de solos eram atual Centro Nacional inexistência de uma taxonomia adequada apresentadas nos boletins dos levantamentos É importante assinalar que um sistema de Pesquisa de Solos e hierarquizada incrementou a demanda ou em publicações específicas como por de classificação sofre constantes aprimora- da EMBRAPA, a qual por um sistema de classificação que exemplo a “Conceituação sumária de algu- mentos, e assim é de se esperar que o SBCS, tinha a missão de fazer permitisse identificar os solos desde mas classes de solos recém-reconhecidas recentemente publicado, sofra modificações João Bertoldo classes mais gerais, em níveis mais nos levantamentos e estudos de correlação o inventário nacional em futuras edições, provenientes das inúme- dos solos brasileiros. elevados, até repartições mais específicas do SNLCS” (EMBRAPA, 1982) e a “Con- ras sugestões e críticas que deverão surgir à em níveis mais baixos, com classes mais ceituação sumária de classes de solos e crité- medida que o sistema for sendo utilizado. Os primeiro Estado brasileiro a ser homogêneas. rios para subdividí-las (Jacomine, 1979), Tais aprimoramentos são naturais, acha visto inventariado foi o do Rio de Janeiro (BRA- entre outros. Era a partir destes referenciais as enormes modificações sofridas pela clas- SIL, 1958), seguido pelo de São Paulo Este desafio foi assumido pelo então que os pedólogos se baseavam para sificação americana, o Soil Taxonomy, des- (BRASIL, 1960). O referencial utilizado para Serviço Nacional de Levantamento e Con- identifi-car os solos. A inexistência de de a sua edição de 1975 até a mais recente a classificação dos solos foi inicialmente o servação do Solo (SNLCS) da EMBRAPA, definições precisas, contudo, permitia que de 1999. de Baldwing et al. (1938) seguido pelo de sucessor da Comissão de Solos que, em não houvesse univocidade na identificação Thorp & Smith (1949). Os termos Regossolo, 1978, organizou uma Comissão de Classifi- dos solos. Com respeito à classificação dos solos Solo Aluvial, Solonchak, Solonetz, cação e produziu um documento de São Paulo, recentemente Oliveira et al., Planossolo, Gleissolo, Brunizém, Brunizém preliminar. A partir desse documento foi Após a III Aproximação, o Projeto de (1999) publicaram o mapa pedológico do Avermelhado, Podzol, Solo Bruno Não instituído o projeto “Desenvolvimento do Desenvolvimento do Sistema Brasileiro de Estado1 , escala 1:500.000, o qual constitui Cálcico, Laterítico Bruno-Avermelhado, entre Sistema Brasileiro de Classificação de Classificação de Solos estacionou, sendo o primeiro mapa publicado no Brasil usando outros, empregados até agora nos Solos sob a coordenação do eminente retomado em 1995 sob nova estratégia de em sua legenda o Sistema Brasileiro de levantamentos de solos executados no Bra- pedólogo Marcelo Nunes Camargo, ação, destacando-se a abertura para a parti- Classificação de Solos. Em adendo a este sil, advêm daqueles sistemas. Por sua vez, o falecido anos depois. cipação ativa e contínua da comunidade de trabalho, Oliveira (1999) publicou o estudo conceito de Latossolo baseava-se nos tra- pedólogos brasileiros por meio do Comitê “Solos do Estado de São Paulo: descrição balhos de Kellog (1949) e Kellog & Davol São resultante desse projeto as três Executivo, do Comitê Assessor Nacional e das classes registradas no Mapa Pedoló- (1949), enquanto o de Podzólico Vermelho- aproximações, produzidas em caráter reser- dos Comitês Regionais. O avanço apresen- gico”2 , no qual o autor faz considerações Amarelo, nos de Simonson (1949) e Winters vado, em 1980, 1981 e 1988. A classifica- tado pela IV Aproximação em relação às de cada uma das classes de solos cartografa- & Simonson (1951) como assinalam Jaco- ção dos solos empregada nos Aproximações anteriores foi muito signifi- das naquele mapa, relacionando-as com as mine & Camargo (1995). levantamentos pedológicos continuavam cativo a ponto de, no Congresso de Solos classes dos solos classificados em trabalhos anteriores, o que está sintetizado a seguir: Logo porém, foi verificada a inadequa- Argissolos vermelhos: parte dos Solos ção daqueles sistemas na identificação de Podzolizados com cascalho, parte dos Solos solos tipicamente tropicais, quer porque os Podzolizados de Lins e Marília variação solos que iam sendo encontrados não se Lins e parte dos variação Marília. ajustavam ao conceito central de algumas Argissolos vermelho-amarelos: Pod- daquelas classes ou porque não era encon- zólicos Vermelho-Amarelos Orto, parte dos trada qualquer correspondência com o con- Podzólicos Vermelho-Amarelos com ceito das classes neles assinaladas. As cascalhos, parte dos Solos Podzolizados de deno-minações Podzólicos Vermelho- Lins e Marília variação Lins e dos variação Amarelos variação Lins e Marília, Podzólicos Marí-lia, parte dos Podzólicos Vermelho- Vermelho-Amarelos variação Piracicaba e va- Amarelos variação Piracicaba, parte dos riação Laras, usadas no Levantamento dos Podzólicos Vermelho-Amarelos variação Solos do Estado de São Paulo (Brasil, 1960) Laras; Podzólicos Vermelho-Amarelos foram criadas para denominar solos que di- “intergrade” para Latossolos Vermelho- vergiam do conceito central das classifica- Amarelos. 8 O Agronômico, Campinas, 53(1), 2001 O Agronômico, Campinas, 53(1), 2001 9
  • 2. Cambissolos: Parte dos Solos de Cam- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS JACOMINE, P.K.T. Conceituação sumária pos do Jordão, parte dos Solos Aluviais. de classes de solos e critérios para Chernossolos argilúvicos: não assina- BALDWING, M., KELLOG, C.E. & subdividi-las. EMBRAPA,SNLCS. Rio lados. THORP, J. Soil classification. In: Soils de Janeiro, 1979.69 p. (Mimeografa- Espodossolos ferrocárbicos órticos: and men. Washington, DC, USDA, do) Podzóis. 1938. p. 797-1001. (Agriculture Year Espodossolos ferrocárbicos hidro- book) JACOMINE, P.T.K. & CAMARGO, M.N. mórficos: Podzóis hidromórficos. Classificação pedológica nacional em Gleissolos háplicos: Solos hidromór- BRASIL. Ministério da Agricultura. Centro vigor. Empresa Brasileira de Pesquisa ficos (Gleis Pouco Húmicos). Nacional de Ensino e Pesquisas Agro- Agropecuária. Recife, 1995. 22 p. (Mi- Gleissolos melânicos: Solos hidromór- nômicas. Levantamento de reconheci- meografado) ficos (Gleis Húmicos). mento dos solos do Estado do Rio de Gleissolos sálicos: não assinalados. Janeiro e Distrito federal. Rio de Janei- OLIVEIRA, J.B. Solos do Estado de São Latossolos amarelos: parte dos Latos- ro, Serviço nacional de Pesquisas Agro- Paulo: descrição das classes registradas solos Vermelho-Amarelos, parte dos Latos- nômicas, 1958. 305 p. (SNPA, Boletim no mapa pedológico. Campinas, Institu- solos Vermelho-Amarelos “intergrades” 11) to Agronômico, 1999. 108 p. (Boletim para Podzólicos Vermelho-Amarelos. científico, 45) Neossolos Quartzarênicos: Regosso- BRASIL. Ministério da Agricultura. Centro los, Regossolos “intergrades” para Latos- Nacional de Ensino e Pesquisas Agronô- OLIVEIRA, J.B.; CAMARGO, M.N.; solos Vermelho-Amarelos e “intergrades” micas. Comissão de Solos. Levanta- ROSSI, M. & CALDERANO FILHO, para Podzólicos Vermelho-Amarelos. mento de reconhecimento de solos do B. Mapa pedológico do Estado de São Neossolos flúvicos: Solos Aluviais. Estado de São Paulo. Rio de Janeiro, Paulo: legenda expandida. Campinas, Neossolos litólicos: parte dos Litos- Serviço Nacional de Pesquisas Agro- Instituto Agronômico; Rio de janeiro, solos. nômicas, 1960. 634p. (SNPA, Boletim Embrapa-Solos, 1999. 64 p. + Mapa Nitossolos Vermelhos: Terras Roxas 12) 1.500.000. Estruturadas, parte dos Mediterrânicos Ver- melho-Amarelos. CAMARGO, M.N.; KLAMT, E. & THORP, J. & SMITH, G.D. Higher cate- Organossolos: Solos Orgânicos. Planossolos: não assinados. Afloramento de rochas*: não assina- KAUFFMAN, J.H. Classificação de solos usada em levantamentos pedo- lógicos no Brasil. Boletim informa- gories of soil classification: order, suborder and great groups. Soil Sci., Baltimore, 67: 177-226, 1949. Anúncio lados. Alissolos crômicos*: não assinalados. tivo da Sociedade Brasileira de Ciên- cia do Solo, Campinas, 12 (1): 11-33, MAPPING SYSTEMS WORKINF ANDEF Gleissolos tiomórficos*: não assina- 1987. GROUP. A soil mapping system for lados. Cana-da: revised. Ottawa, Agriculture Latossolos brunos*: parte dos Solos de EMBRAPA. Serviço Nacional de Levanta- Canada, Land Resource Research Insti- Campos do Jordão mento e Conservação de Solos. Sistema tute, 1984. 94 p. (Contribution, 141) Plintossolos*: não assinalados. Brasileiro de Classificação de Solos (2ª Solos de mangue*: não assinalados. Aproximação). Cópia antecipada. Rio 1 e 2 - Estas publicações podem ser obtidas no Centro Chernossolos rêndzicos**: parte dos de Janeiro, 1981. 100p. de Documentação do Instituto Agronômico. Fone Litossolos substrato arenito calcário (019) 3231-5422, Ramais 190 e 215 ou pelo E-mail: Luvissolos crômicos**: parte dos EMBRAPA. Conceituação sumária de algu- vendas@barao.iac.br Mediterrânicos Vermelho-Amarelos, parte mas classes de solos recém-reconhecidas * Classes de solos e tipo de terreno que ocorrem apenas dos Podzólicos Vermelho-Amarelos varia- nos levantamentos e estudos de corre- como componentes secundários de associa-ções de solos no Mapa Pedológico. ção Piracicaba. lação do SNLCS (versão provisória). ** Classes de solos não assinaladas no Mapa Neossolos regolíticos**: parte dos Rio de Janeiro, 1982. 31 p. (Circular Pedológico Litossolos. técnica, 1) Argissolos amarelos**: parte dos Podzólicos Vermelho-Amarelos variação EMBRAPA. Centro Nacional de Pesquisa Laras; parte dos Solos Podzolizados com de Solos. Sistema Brasileiro de Classifi- cascalho. cação de Solos. Rio de Janeiro, 1999. João Bertoldo de Oliveira 412 p. Pesquisador Científico aposentado do IAC. Fone (19) 3231-5422, Ramal 170 Endereço eletrônico: bertoldo@agr.unicamp.br 10 O Agronômico, Campinas, 53(1), 2001 11 O Agronômico, Campinas, 53(1), 2001