SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 27
RADIESTESIA
Yvon Lavalou
Tradução de
IRENE CUBRIC
3a EDIÇÃO
Nova ^ era
CIP-Brasil. Catalogação-na-fonte
Sindicato Nacional dos Editores de Livros, RJ
Lavalou, Yvon
L426r Radiestesia / Yvon Lavalou, tradução de Irene
3a ed. Cubric. - 3a ed. - Rio de Janeiro: Record, 1996.
(Nova Era)
Tradução de: La radiesthèsie
ISBN 85-01-03707-9
l. Radiestesia. 2. Pêndulo. I. Titulo.
CDD- 133.323
93-1246 CDU-133.531,5
Título original francês
LA RADIESTHÈSIE
Copyright © 1989 by Éditions du Rocher
Capa: Dan Palatinik
^°^
OWKISt0-
EDITORA AFILIADA
Direitos exclusivos de publicação em língua portuguesa para o Brasil
adquiridos pela
DISTRIBUIDORA RECORD DE SERVIÇOS DE IMPRENSA S.A.
Rua Argentina 171 - 20921-380 Rio de Janeiro, RJ - Tel.: 585-2000
que se reserva a propriedade literária desta tradução
Impresso no Brasil
ISBN 85-01-03707-9
PEDIDOS PELO REEMBOLSO POSTAL
Caixa Postal 23.052 - Rio de Janeiro, RJ - 20922-970
A GUILLAUME, é claro;
A ÉMILE (SHANGUY), é óbvio;
e a Michel BARTHÈS, é certo,
sem os quais este livro nunca
teria tido a oportunidade de ser o que desejo
que ele seja.
E a todos aqueles — deste mundo e do
outro — que me estimularam e ajudaram a
escrever essas páginas.
Meu desejo é que elas sejam úteis a
quem possa lê-las.
SUMÁRIO
Capítulo I. Para que serve a radiestesia ........ 11
Capítulo II. Guíllaume... "Está dando
certo!" .................................................. 17
Capítulo III. Como se tornar radiestesista ....... 33
Capítulo IV. O pêndulo ....................... ........ 45
Capítulo V. Como utilizar o pêndulo .............. 57
Capítulo VI. O engano ................................. 75
Capítulo VII. A radiestesia médica ................. 81
Capítulo VIII. Medir e contar com o pêndulo.... 97
Capítulo IX. A radiestesia e os jogos chamados
"de azar" .............................................. 101
Capítulo X. As diversas proteções .................. Ill
Capítulo XI. Defender-se da melhor forma
possível ................................................. 127
Capítulo XII. Tratar e conservar o corpo e a
alma ..................................................... 135
LI
RADIESTESIA
l
CAPITULO I
PARA QUE SERVE A RADIESTESIA
Ao contrário da máquina mais aperfeiçoada, o cérebro humano tem
possibilidades absolutamente ilimitadas. Por diversas razões, ape-
nas uma de suas partes, bem pequena, funciona permanentemente.
Na verdade, não há nenhum exagero em se afirmar que nosso cére-
bro está dormindo. A maioria das células que o compõem perma-
necem adormecidas e são vegetativas. No entanto, estão à espera
de um estímulo para serem conectadas e assumirem uma vida ativa.
Encontram-se à nossa disposição. É preciso, porém, solicitá-las, o
que esquecemos de fazer na vida diária, sempre muito preocupados
com assuntos que nem merecem ocupar tanto lugar em nosso pen-
samento. É evidente que, na maior parte do tempo, administramos
pessimamente nosso pensamento, esbarrando em árvores que dissi-
mulam uma floresta pronta a nos receber e a nos oferecer todas suas
riquezas...
Entre os inúmeros talentos escondidos com os quais fomos do-
tados, a radiestesia encontra-se em nós, como uma semente espe-
rando para ser plantada, germinar e dar o fruto para o qual foi
concebida. Nascemos radiestesistas em potencial. Podemos compa-
rar esta capacidade, que possuímos, àquela que nos permite apren-
der a dirigir quando quisermos. Será que há, entre nós, pessoas
incapazes de manobrar um carro? Todos que têm a oportunidade
de aprender a dirigir tornam-se rapidamente bons motoristas. É claro
que uns são melhores do que outros, não há nada de anormal nisso.
Na pior das hipóteses, as pessoas menos bem-dotadas devem repe-
tir várias vezes a prova; no entanto, com tempo e paciência necessá-
rios, cada um de nós é perfeitamente capaz de dirigir, e até mesmo
fazê-lo com perfeição. E aquele que parecia pouco dotado, mas que
se viu obrigado pela profissão a enfrentar a estrada, acaba se tor-
nando, na maioria dos casos, melhor motorista do que o superdo-
tado, que só sai de carro para passear aos domingos.
11
É exatamente o que acontece em relação à radiestesia; e a
comparação não termina aí: um motorista que acabou de tirar a
carteira de habilitação nunca pensaria em pegar o carro, de um
dia para o outro, e sair a 250 quilómetros por hora, mesmo que
o automóvel aguentasse essa velocidade. Um iniciante não deve
exigir do seu pêndulo desempenhos que só podem ser assumidos
por pessoas com muita prática. Os "acidentes" podem ser muito
graves para que alguém perfeitamente equilibrado queira correr
o risco. Apesar de tudo, quantos radiestesistas amadores, e ou-
tros — o que é pior ainda — profissionais, totalmente incapazes
de encontrar água no mar, enganam os clientes por simples falta
de modéstia... Apresentam aos pêndulos perguntas essenciais, ca-
pitais para sua própria vida (e a dos outros também...), conside-
rando as respostas infalíveis!
Assim como a radiestesia é capaz de nos tirar da pior situação,
quando utilizada com bom senso e método adequado, também o
pêndulo pode levar-nos a cometer atos irreparáveis quando mal
empregado. Antes de redigir este livro, quis verificar que a arte
radiestésica era acessível a todos. Foi com esse objetivo que mul-
tipliquei as experiências. Familiarizei-me com várias manifesta-
ções esotéricas, a fim de iniciar à radiestesia o maior número de
pessoas, as quais, até então, nunca haviam tido o menor contato
com um pêndulo. De reunião em reunião, foram mais de 1.000
neófitos iniciados, dentre os quais encontram-se hoje radiestesistas
excepcionais. Apesar de me sentir gratificado com esses resultados
— que se devem à seriedade e ao trabalho desses profissionais —,
fico particularmente orgulhoso com o fato de nunca ter experi-
mentado qualquer fracasso. Todas as pessoas que me procuraram
sabiam como utilizar um pêndulo. Oh, claro! Seria exagero da
minha parte afirmar que foi suficiente meia hora para transformar
todos em artistas renomados. Tinham de estudar, e muito. No
entanto, ao primeiro contato com o pêndulo, essas pessoas eram
capazes de executar com êxito exercícios relativamente complexos,
dando prova de que estavam preparadas para interpretar e, mais
tarde, utilizar as vibrações. Há casos, inclusive, em que a eficá-
cia de um bom pêndulo, adequadamente empregado, pôde ser re-
velada de imediato; temos o exemplo de certa senhora, moradora
nos arredores de Fréjus, que encontrou seu cachorro fujão, sem
ligar para os olhares irónicos do marido... No momento oportuno,
relatarei esse caso que não tem nada de extraordinário, embora seja
muito significativo por inúmeras razões.
12
O que é a radiestesia?
Se procurarmos em um dicionário clássico, ficaremos sabendo
que esta palavra vem do latim radius, raio, e do grego aesthesis,
sensação-faculdade ou arte de perceber radiações emitidas por dife-
rentes corpos.
Quanto a mim, qualificarei a radiestesia de "arte das vibra-
ções", estabelecendo uma analogia com a música, habitualmente
chamada de "arte dos sons". Para completar essa definição, acres-
centarei que ela é "a arte de interpretar as vibrações, decodificar
as energias e seus movimentos".
Todo corpo, toda substância são vibrações, que diferem de acor-
do com o objeto, com suas formas e a matéria que o compõe. As
vibrações do corpo humano são perfeitamente conhecidas, assim co-
mo sua frequência. O físico Turenne determinou que esta frequên-
cia correspondia exatamente a oito metros. Quanto ao professor
Hubert Rohsacher, diretor do Instituto de Psicologia da Universi-
dade de Viena (Áustria), chegou à conclusão de que o conjunto do
nosso corpo efetua em média dez vibrações por segundo.
Sentir as vibrações
Não é preciso ser radiestesista para sentir as vibrações que ema-
nam do corpo humano. A situação muda de aspecto quando se tra-
ta de um objeto, seja ele qual for. Como já afirmei anteriormente,
estes objetos têm vibrações próprias. Como prova disso, passo a re-
latar um fato que aconteceu em maio de 1986, em Draguignan, on-
de eu me encontrava com meu amigo Shanguy, a respeito de quem
farei inúmeras referências ao longo deste livro, por várias razões...
Eu tinha comprado, obedecendo a todas as formalidades legais,
uma máquina fotográfica numa loja situada no centro da cidade,
w lecebendo do vendedor nota fiscal e certificado de garantia corre-
tíssimos. Ao mostrar minha aquisição a Shanguy, ele segurou a má-
quina e recuou imediatamente, afirmando-me tratar-se de um objeto
'roubado. Como terei a oportunidade de relatar o fato com maiores
detalhes em outro trecho do livro, só quero mostrar o quanto ele
é eloquente. A percepção extra-sensível de Shanguy tinha permitido
constatar que aquela máquina fotográfica possuía as vibrações de
um objeto roubado, apenas uma hora depois de eu tê-la adquirido...
Aos que ainda duvidarem de que os objetos inanimados pos-
suem alma, parece-me que essa história traz uma resposta flagrante
e indiscutível.
13
É óbvio que, antes de chegar a resultado tão espetacular, Shan-
guy passou anos a fio com o pêndulo na mão. Se, atualmente, ele
se sente capaz de dispensá-lo, na maioria das circunstâncias, foi gra-
ças a um trabalho diário que aguçou seus sentidos. Suas percepções
justificam-se por se tratar de uma pessoa evidentemente predispos-
ta, cujas faculdades foram aumentadas por uma experiência que ele
soube procurar no lugar certo. E assim, alcançou um grau bastante
elevado no campo do conhecimento. Graças a muito trabalho e exer-
cícios, ele soube despertar uma parte do seu cérebro que se manti-
vera vegetando até então, e enfrentar a vida com uma visão capaz
de protegê-lo de inúmeros problemas. No entanto, como podere-
mos ver em seguida, sua função na terra vai muito além. Seu saber
e suas faculdades prestam, às pessoas que o cercam e àquelas que
seguem seus ensinamentos, favores incalculáveis. Quanta gente foi
bater à sua porta, pedindo auxílio, e hoje deve a este homem felici-
dade, êxito e saúde. Embora seu elevadíssimo nível de poderes seja
realmente excepcional — é impossível negá-lo —, Shanguy detesta
que falem dele como de um "dotado". Tal excesso de humildade
explica-se pelo fato de que nosso amigo transforma, literalmente,
um certo número de discípulos ignorantes no assunto em iniciados
capazes de realizar verdadeiras façanhas. Desta forma, para ele, não
existe nenhum tipo de magia nessa transformação, nessa transmu-
tação. Nenhum artifício, nenhum dom. Basta seguir o guia (con-
tanto que este tenha talento) e estudar. Nossa vasta experiência com
radiestesia nos leva a crer que Shanguy está coberto de razão. Al-
guns dos meus alunos, mais estudiosos e com uma disponibilidade
de tempo maior do que a minha para exercerem sua arte, frequente-
mente ultrapassaram o professor. O que me causa o maior orgulho.
O famoso "dom", chamado por certas pessoas de "fluido",
costuma prestar péssimos serviços aos que se julgam seus beneficiá-
rios. Não foi Georges Brassens quem escreveu: "Sem técnica, o dom
não passa de uma sórdida mania"? Pois é exatamente essa técnica
que me proponho a divulgar e ensinar. Quando resolvi redigir este
livro, foi com um objetivo bem claro: que o pêndulo possa ajudar
as pessoas a viverem! Que ele faça com que todas as ciladas arma-
das pela vida no caminho de cada um de nós possam ser evitadas.
E quando, por falta de atenção, cairmos numa armadilha, o pêndu-
lo deve ajudar-nos a sair daquela situação.
De fato, as aplicações da radiestesia são ilimitadas, e quando
as pessoas querem saber para que serve esta arte — é a pergunta
que me fazem com frequência —, sinto-me bastante constrangido...
Ainda não encontrei um só campo onde a radiestesia não atuasse
de forma útil. Por isso, prefiro responder com outra pergunta, à
14
qual posso trazer uma resposta: "Qual é o seu problema?" Costu-
mo encontrar a solução adequada para cada caso, sejam quais fo-
rem os dados fornecidos.
Um dom para fazer o quê?
É claro que a radiestesia permite encontrar água. As pessoas
que pensam ser esta sua única função têm, a respeito das suas pró-
prias faculdades, uma opinião muito limitada. Verdadeira abertura
sobre o mundo visível, e sobre o outro, muito real, invisível, a arte
radiestésica transforma, rápida e radicalmente, os seus adeptos, pa-
ra os quais ela traz uma base ao mesmo tempo diferente e mais está-
vel. Quanto mais o radiestesista avançar em sua busca, maiores serão
seus progressos na vida, que ele passará a enxergar com outros olhos.
Certas evidências, que permaneciam ocultas até então, revelam-se
muito claras. Mas é bom não se entusiasmar em demasia. Muitos
radiestesistas deixam-se levar pelo sucesso. Em vez de fazer com que
eles dominem o seu próprio destino, o pêndulo acaba criando cer-
tas miragens, cuja procura pode ser vã e dispendiosa. Antes de
mais nada, o radiestesista deve permanecer uma pessoa equilibra-
da. Se, graças às suas qualidades, ele conseguir alcançar esferas ma-
ravilhosas, fronteiras de um mundo desconhecido onde poderá
penetrar se souber manter-se nos limites racionais, o radiestesista
deverá ficar permanentemente atento. O pêndulo é feito para ser-
vir. Não deve nunca prejudicar... nem se tornar uma dependência.
Se insisto nisso com tamanha veemência, é porque já encontrei
tantos loucos utilizando-se do pêndulo sem um bom treinamento,
que morro de medo com a simples ideia de que seus conselhos pos-
sam trazer terríveis consequências. A radiestesia pode e deve ser uti-
lizada com confiança, mas trata-se de uma arte que não aceita a
menor fantasia ou improvisação. Deve ser praticada a partir de um
método muito seguro. Ela é, antes de mais nada, um estado de espí-
rito, e, assim como existem péssimos motoristas cuja carteira de ha-
bilitação devia ser cassada, há inúmeros radiestesistas que deviam
ser privados do pêndulo por má conduta profissional.
Alguns deles, desanimados pelo grande número de fracassos em
suas experiências radiestésicas, acabaram largando o pêndulo e che-
garam a experimentar um certo ódio em relação a ele. Esta não é
a solução. Meu conselho é que voltem a trabalhar com o instrumen-
to, trocando talvez por outro que lhes pareça mais confiável.
Não pretendo ser dono da verdade. Há várias maneiras de pro-
ceder em radiestesia. Se estou convicto de que a minha tem seus mé-
15
ritos, é porque ela me traz — e a todos que a praticam — satisfa-
ções permanentes e que podem ser verificadas; não encontrei isso
— assim como nenhuma das pessoas consultadas — com qualquer
outro tipo de método.
Meu método é fruto de uma pesquisa pessoal e constante e de
um trabalho coletivo efetuado com radiestesistas, que me impres-
sionaram com seu talento e sua competência. Multiplicamos juntos
as experiências. Juntos cometemos vários erros, procurando sem-
pre as causas dos nossos fracassos e, principalmente, os meios de
evitá-los. Juntos aprendemos a ser modestos, o que deve ser a pri-
meira qualidade do radiestesista digno desse nome. Aceitamos o de-
safio de questionar nosso tipo de trabalho, começar do zero,
desconfiar de tudo que nos parecia certo. Resumindo, resolvemos
recuar para podermos avançar na ponta dos pés, como se estivésse-
mos pisando em ovos. Assim, à medida que progredíamos, muito
lentamente, constatamos que quebrávamos cada vez menos ovos...
É o que desejo a todos vocês, do fundo do coração.
Apenas como lembrete, quero dizer também que, neste livro,
tratei unicamente da utilização do pêndulo. Propositadamente, dei-
xei de lado as varas (de aveleira ou outras), cujo uso tem-se revela-
do bem mais delicado e, na minha opinião, menos prático.
16
CAPITULO II
GUILLAUME... "ESTÁ DANDO CERTO!"
Cada um de nós nasce radiestesista em potencial: trata-se de uma
evidência para todos. Porém, como todas as artes, e a radiestesia
é arte antes de ser ciência, ela possui regras. Aquele que não as res-
peita encontra-se na mesma situação que um escritor que desconhe-
ce a gramática e a sintaxe. Ou que um músico, compondo sinfonias
(infelizmente, já são tantos!...) sem nunca ter estudado nem solfejo
nem harmonia. É possível imaginar um motorista dirigindo sem co-
nhecer o código da estrada? Depois de assimilar as regras elementa-
res que regem a arte radiestésica, convém continuar praticando um
certo número de exercícios destinados a proporcionar as melhores
condições, ou então colocar-se em situações ideais de trabalho. Não
é vergonha repetir os exercícios todos os dias. Os melhores instru-
mentistas costumam começar o dia com escalas, arpejos e estudos
para "desenferrujar" os dedos. Antes de iniciar seu trabalho, Vic-
tor Hugo tinha o hábito de escrever 300 versos sem parar antes de
tomar o café da manhã; em seguida, ao se sentir em plena forma,
dirigia-se então para o gabinete de trabalho! Se as escalas são um
tanto ou quanto enfadonhas para o músico, a situação é muito di-
ferente para o radiestesista. Os testes indispensáveis à sua boa for-
mação e ao seu preparo possuem um aspecto divertido e excitante,
em nada rebarbativo, muito pelo contrário. Desde o início, eles se
transformam num jogo apaixonante, e passam a ser uma espécie de
droga sem a qual não se pode passar. É bom repetir que certas pes-
soas precisam de mais exercícios do que outras, conforme seu tem-
peramento e sua aplicação. Mas o mais importante é que todo mundo
se encontre, no final das contas, na mesma linha de chegada!
Para conseguir interpretar o mesmo trecho, alguns músicos te-
rão que repeti-lo três horas por dia, durante um mês. Para outros,
uma semana, com uma hora diária de trabalho, será mais do que
suficiente; no entanto, não são, necessariamente, os últimos que ofe-
17
recerão a melhor interpretação daquele famoso trecho. Os mais "do-
tados" têm uma certa tendência a fazer pouco caso do trabalho mil
vezes repetido, e, às vezes, acabam traídos pela vaidade. Antes de
desmitificar a radiestesia e explicar como alguém, que já foi bem
mais incrédulo do que eu, tornou-se seu maior adepto, parece-me
indispensável falar do nosso encontro.
Certa noite, ao voltar de uma reportagem pelas estradas da Bre-
tanha, encontrei, perto de um carro capotado, dois rapazes bastan-
te machucados. Ambos estavam com o rosto ensanguentado. A
orelha direita de um deles, caída sobre o ombro, mantinha-se presa
à cabeça graças a dois minúsculos nervos muito finos e frágeis. Na
verdade, os dois rapazes estavam num estado lamentável e precisa-
vam ser transportados com urgência para o hospital. Ofereci-me ime-
diatamente para levá-los.
— Hospital? Nem pensar — respondeu o que só tinha uma ore-
lha, encontrando uma série de argumentos para se defender, com
os quais, agora, estou de pleno acordo. Vendo a minha cara — eu
devia parecer espantadíssimo —, ele me explicou que conhecia um
camponês que morava cerca de 15 quilómetros dali que costuma-
va fazer milagres com seu pêndulo. Tratava-se de uma espécie de
eremita, e o rapaz me implorou para que eu os levasse até lá. Acei-
tei muito a contragosto, convicto da inutilidade de minha conduta.
Diante do aspecto lamentável daqueles dois rapazes, que pareciam
ter saído de uma trincheira da guerra de 1914, diante daquela ore-
lha presa apenas por um fio, minha vontade era levá-los ao hospital.
Foi assim que encontrei Guiliaume. Atualmente, não tenho a
menor dúvida de que esse encontro (ou reencontro, sabe-se lá?) fo-
ra programado há muito tempo.
— Ah! Era você! — disse ele com toda simplicidade ao rapaz
de orelha dilacerada. — Levantei-me ainda há pouco, quando per-
cebi que alguém estava chegando, mas não sabia que era você.
A profissão de jornalista ensinou-me a aceitar os fatos com natura-
lidade e sem grande surpresa. No entanto, naquela época, com 25 anos
a menos do que agora, confesso que não levei aquela história muito a sé-
rio. Como explicar que um camponês, completamente isolado no inte-
rior da Bretanha, tenha dito ao rapaz que chegou de repente à casa dele
por volta das três horas da manhã: "Eu estava esperando por você"?
Como Guiliaume agiu dessa maneira outras vezes, deixei de fi-
car surpreso com sua faculdade de saber com antecedência que uma
visita está chegando. Além do mais, ele se tornou meu amigo e a
telepatia funciona maravilhosamente bem entre nós.
18
O dono da casa mandou que nos sentássemos nos bancos ao
redor da grande mesa da fazenda e tirou do bolso um estranho ara-
me todo retorcido e amarrado com um cordão à chave da casa. Em
seguida, segurando a mão do rapaz que parecia mais machucado,
começou a fazer girar o tal arame. Ao perceber meu olhar de espan-
to, ele achou necessário explicar-me que se tratava de um pêndulo.
Depois, apanhou num velho armário um imenso dicionário muito
velho que tinha a particularidade de possuir lindas ilustrações ana-
tómicas muito bem-feitas e coloridas. Ele pediu o relógio do rapaz
e o guardou na mão esquerda. Enquanto o dedo indicador dessa mão
deslizava sobre as ilustrações de anatomia, ele fazia girar com a mão
direita o estranho arame. Aquela cena — em todo seu contexto —
parecia bastante esquisita, tendo em vista o lugar, a hora e uma es-
pécie de reza, murmurada por Guiliaume, que acompanhava a ceri-
mónia. Essas palavras sussurradas perturbavam o silêncio da noite
e mantinham o suspense no qual se encontrava mergulhado nosso
quarteto. Após alguns minutos intermináveis, o veredicto soou bru-
talmente.
— Você está com três costelas quebradas, mas não é grave. No
entanto, precisa falar com M. para costurar sua orelha.
M. era o médico da região. Sua fama era excelente, embora al-
gumas pessoas o censurassem por beber demais, o que não o impe-
dia de ter sempre um diagnóstico muito seguro e correio. O segundo
ferido, o motorista do carro capotado, só apresentava, na opinião
de Guiliaume, alguns arranhões e contusões benignas.
Se eu afirmar que, de saída, aquele pêndulo me convenceu, es-
taria mentindo. Sentia-me profundamente intrigado, mas permane-
cia célico. Entretanto, estava pronto a aceitar as faculdades de bruxo
daquele estranho camponês bretão. Os bruxos existem nas tribos afri-
canas e são capazes de realizar prodígios. Por que, então, as aldeias
da França não teriam seus gurus? Para ter certeza, levei os rapazes
à casa de M., que tirou radiografias dos dois. Foi quando me con-
venci plenamente. De fato, o doutor M. confirmou, com menos
detalhes, o diagnóstico de Guiliaume. E sua confirmação foi extre-
mamente exata, pois ele enumerou, graças às radiografias, as coste-
las quebradas do rapaz mais machucado na ordem formulada pelo
radiestesista. Mágico, não?
Esse foi meu primeiro encontro com a radiestesia. Depois, houve
vários outros casos, pois Guiliaume acabou se tornando para mim
um verdadeiro amigo e um guia com quem nunca deixei de multi-
plicar os contatos. Graças à sua arte de viver, ele me ensinou as vir-
19
tudes do silêncio e da aparente ociosidade. Cada vez que posso, vou
visitá-lo, e cada uma dessas visitas costuma prolongar-se excessiva-
mente. É inútil avisá-lo de minha chegada. Aliás, Guiliaume não tem
e nunca terá telefone. O que mantém o contato entre nós não traz
um centavo de lucro à Companhia Telefónica. Quando resolvo visitá-
lo, basta que eu pense nele durante alguns segundos e, imediatamen-
te, se estiver na hora do almoço, Guiliaume põe meu prato na mesa.
Na primeira vez, fiquei muito intrigado ao perceber que havia
dois pratos na mesa; quando lhe perguntei se estava esperando al-
guém para o almoço, deu-me uma resposta que me deixou sem graça.
— Você, claro. Não me telefonou, dizendo que vinha comer
comigo? Aliás, como eu já sabia que você traria uma boa garrafa
de vinho, não peguei nada na adega...
De fato, eu parara na aldeia vizinha para comprar um litro de
vinho tinto que tinha deixado no carro e fui apanhá-lo imediata-
mente. Guiliaume vive sozinho. Não é que não goste de mulheres,
muito pelo contrário, mas ele guarda, em relação ao sexo feminino,
uma velha decepção amorosa sobre a qual sei muito pouco. Assim,
embora deva ter, regularmente, encontros amorosos na casa de cer-
tas cortesãs, ele me explicou que fazia absoluta questão da sua soli-
dão. E que estava longe o dia em que uma mulher viesse instalar-se
em sua casa.
— Até que muitas tentaram — contou-me ele. — Mas prefiro
que cada um fique em sua casa...
Egoísmo ou sabedoria? Conhecendo Guiliaume como conheço
hoje, posso afirmar, sem qualquer hesitação, que se trata da segun-
da opção. A sua casa é exatamente a de um solteirão, que resolveu
o problema da faxina: deixou de fazê-la, ou só a faz em raras oca-
siões... A sala vive em desordem permanente, o que, em minha opi-
nião, não lhe dá um aspecto de sujeira. Até a poeira parece limpa...
O que mais surpreende, quando se penetra em seu covil, é o lugar
ocupado por uma impressionante coleção de jornal Ouest-France,
cujos números se acumulam há vários anos, num caos total, entu-
lhando boa parte do cómodo. Vocês podem imaginar a cara de uma
certa condessa, autêntica, a qual, seguindo minhas recomendações,
saiu do seu hotel particular, em Neuilly, em seu lindo carro Bentiey
dirigido por um chofer de uniforme, para ir consultar meu amigo.
Essa senhora sofria há anos de um eczema extremamente incómo-
do, a tal ponto que ela só conseguia usar vestidos de tecido muito
20
leve (e olhe lá!), apesar das tentativas dos maiores especialistas do
mundo já consultados. Com uma única sessão de magnetismo, Guil-
laume conseguiu curá-la e, pelo que pude saber, a condessa tem pas-
sado muito bem. Ela venceu o temor da primeira e péssima impressão
da casa do meu amigo, e costuma visitá-lo uma vez por ano para
"bater papo". Contam que o primeiro contato foi particularmente
épico: a senhora caiu desfalecida nos braços do chofer que está sem-
pre a seu lado, ao ver aquele "mercado persa" de estilo bretão. O
pior aconteceu (isso me foi contado pelo próprio Guiliaume) quan-
do ele pediu a ela que deitasse no sofá, para poder tocar seu corpo,
em alguns pontos específicos, com suas mãos gordas e cobertas de
calosidades... De volta à casa de alto luxo, a condessa telefonou pa-
ra me comunicar sua indignação, acusando-me por ter-lhe faltado
com o respeito (Guiliaume não, mas eu sim!...). Menos de uma se-
mana mais tarde, ligou de novo, dizendo:
— Não tenho mais nada! Está me ouvindo? Não tenho mais
nada! Nada! Aquele eczema desapareceu por completo!
Desde então, uma vez por ano, ela e o camponês radiestesista
costumam brindar com uma taça de champanha... Ele prefere vi-
nho tinto, mas não se importa. É preciso observar que, frequente-
mente, radiestesia e magnetismo andam juntos. Além de ser um
especialista do pêndulo, Guiliaume também é um excelente curan-
deiro. Vem gente de toda parte para ser atendida por ele. "Quebra-
galho" — termo usado por ele — de graça, Guiliaume é uma dessas
pessoas que nasceram para ajudar o próximo, o que dá um brilho
suplementar à sua auréola. Voltaremos a falar no assunto. Quanto
ao seu talento com o pêndulo, prestou-me favores enormes durante
anos. Especialmente no outono de 1976.
Em busca de Gauloises II e de Manureva
Como repórter do jornal Matin de Paris, eu acompanhava a
corrida de barco a vela ao redor do mundo. Cerca de 20 barcos par-
ticipavam daquela grande regata oceânica, de Portsmouth a Ports-
mouth, passando por Cabo, Auckland e Rio de Janeiro, que eram
as três escalas. Pouco depois da partida da África do Sul, o Gauloi-
ses II, pilotado com galhardia por Éric Loiseau, ex-aluno de Tabarly,
sofreu um acidente. Esse Gauloises //era, aliás, o antigo Pen Duick
III, com o qual o mais famoso marinheiro da França e da Bretanha
já ganhara várias provas. Com esse barco, Alain Colas fora inicia-
21
do na navegação, assim como Kersauson e muitos outros. Tendo
percorrido um número impressionante de milhas sobre todos os ma-
res, ele sofrera um grande desgaste. Ao deixar o Cabo, perdeu o
leme e teve de tomar a direção de Port Elizabeth, para conseguir
outro, fabricado às pressas na França e mandado de avião.
Todos os marinheiros são um tanto ou quanto supersticiosos
e aquele incidente foi interpretado como um mau presságio. De fa-
to, alguns dias mais tarde, quando o Gauloises //voltara a navegar,
correndo atrás dos outros concorrentes muito mais adiantados do
que ele, a voz de Éric Loiseau calou-se no rádio. O antigo Pen Duick
ficara mudo. Estávamos acostumados a ouvir o seu piloto, forne-
cendo relatórios diários da vida a bordo. Graças à estação de Saint-
Lys, situada na região de Landes, é possível entrar facilmente em
contato com qualquer mar do globo terrestre. Aquele silêncio era
profundamente anormal e preocupante. As balizas Argos, que hoje
permitem encontrar a posição do menor barco a vela, ainda não es-
tavam em funcionamento. Assim, à medida que os dias passavam,
começou-se a imaginar o pior. O péssimo estado da embarcação fa-
zia com que se pensasse numa avaria fatal. Além do mais, para nós,
habitantes do hemisfério norte, as rotas do Sul têm má fama. Não
se costuma falar do "40° dia rugidor", do "50° uivante" e do "60°
vociferante"? E o fato de andar passeando por aquelas latitudes com
um veleiro bastante gasto revelava uma certa temeridade, qualida-
de pouco apreciada por Netuno...
Oito dias depois daquele silêncio insuportável, resolvi falar com
Guiiïaume, para saber a sua opinião sobre o caso. Eu sabia que,
para trabalhar com o máximo de chances de êxito, um radiestesista
precisa de "material"; por isso mesmo, peguei a estrada em direção
à Bretanha, levando comigo uma série de fotografias, várias do Gau-
loises II, de cada membro da tripulação, mapas marítimos chama-
dos de "itinerários" e outro, mais detalhado, do mar da Tasmânia
(ao sul da Austrália). Com o retraio do Gauloises //na mão esquer-
da e o pêndulo na direita, Guiiïaume anunciou formalmente:
— Não há problema nenhum. O barco está navegando normal-
mente. — Em seguida, "auscultando" lentamente cada membro da
tripulação, afirmou com segurança: — Está tudo em ordem a bordo!
Quando lhe perguntei por que estávamos sem notícias, ele res-
pondeu, segurando novamente a foto do barco:
— O rádio deles está enguiçado.
22
Sobre a mesa entulhada com a coleção de jornais de Guiiïau-
me, abri todos os mapas que trouxera e cheguei a lhe pedir para si-
tuar o Gauloises II. Com o dedo indicador da mão esquerda
apontando para os mapas e segurando com força todas as fotos,
ele começou a percorrer o caminho teórico que levava de Port Eli-
zabeth a Auckland. O pêndulo apresentava um balanço neutro, tendo
sido levemente impulsionado.
Enquanto seu dedo investigava o mapa, o pêndulo continuava
oscilando. Após alguns segundos, este iniciou um giro* leve no sen-
tido dos ponteiros do relógio, giro que foi aumentando até chegar
ao desenho de um círculo cada vez mais perfeito. Em seguida, o mo-
vimento circular rompeu-se de repente. Com um lápis, o camponês
fez um risco vertical no lugar exato onde a ruptura flagrante ocor-
rera. Ele começou então a pesquisar ao longo daquele risco, onde
fez mais um traço horizontal. Estávamos em pleno mar da Tasmâ-
nia, e, de fato, levando em conta a velocidade do barco, tratava-se
de uma posição muito viável. Com o mapa detalhado do Sul da Aus-
trália, ele recomeçou a operação precedente e desenhou uma nova
cruz. O fato não me surpreendeu: as duas cruzes designavam exata-
mente as mesmas coordenadas. Mais tarde, tive a oportunidade de
comparar o lugar marcado no mapa com o que se encontrava no
livro de bordo do Gauloises II. Na data — e quase na hora — em
que Guülaume situava a embarcação de Éric Loiseau na imensidão
marítima dos antípodas, o ponto efetuado pelo piloto confirmava
que o "camponês-radiestesista", como chamei Guiliaume em inú-
meros artigos a ele dedicados, acertara em cheio. Um espanto, não?
Espanto não é, na verdade, a palavra mais adequada para esse
caso. De volta a Paris, redigi no jornal Lê Matin um pequeno arti-
go a respeito daquela corrida de barco em redor do mundo, tam-
bém chamada de Withbread, por causa do seu patrocinador.
Lembro-me do final da reportagem, onde escrevia o seguinte:
"Quanto ao Gauloises II, encontra-se atualmente em 'tal* lugar
(seguiam-se a latitude e a longitude). Tudo vai muito bem a bordo,
mas o rádio está enguiçado, o que impede Éric Loiseau de mandar
notícias."
Entre os leitores do jornal, principalmente entre os amigos e
nas famílias dos membros da tripulação, a segurança das minhas
afirmações foi recebida com muita desconfiança... Como sabia que
*No texto original, encontra-se o termo giration, que provém de um velho verbo
fran-
cês, o qual desapareceu dos dicionários: girer, que significa girar.
Modernamente,
permaneceu em francês a palavra girouette, que se traduz em português por cata-
vento. (N. da T.)
23
qualquer explicação de minha parte, sobre as razões que me leva-
ram a divulgar aquelas afirmações com tanta certeza, seria interpre-
tada como se estivesse completamente louco, pedi à telefonista do
jornal para responder, a quem quisesse falar comigo, que eu me en-
contrava "a trabalho, numa reportagem".
Por ocasião da primeira Rota do Rum, em 1973, o silêncio de
Alain Colas tornou-se motivo de grande preocupação. Voltei à casa
de Guiiïaume, levando fotos do navegador e da sua embarcação Ma-
nureva, e também mapas do Atlântico. Mais uma vez, o radiestesis-
ta foi radical. Anunciou-me a morte de Alain, enquanto a base de
Lann-Bihoué continuava as buscas. O pêndulo indicava o lugar exato
onde Manureva afundara, assim como a data e a hora. Quanto ao
navegador, Guiiïaume viu-o com os pulmões cheios de água, o que
nos fazia supor que ele tivesse se afogado, embora fosse um dos me-
lhores concorrentes da prova, talvez até o líder. Tratava-se, mais
uma vez, de uma velha embarcação de Tabarly, muito gasta de tan-
to navegar. Nunca desejei saber maiores detalhes sobre o desapare-
cimento de Alain Colas; no entanto, certos colegas meus, que
publicaram as piores barbaridades, ficaram desacreditados para sem-
pre. Pessoalmente, nunca quis escrever nada a respeito daquele de-
saparecimento, desejando do fundo do coração que o radiestesista
tivesse cometido um engano.
O acaso e o primeiro pêndulo
Por muito tempo, considerei Guiiïaume uma espécie de guru
com poderes excepcionais. Com o passar dos anos, à medida que
eu avançava no caminho do conhecimento, ele se esforçou para mu-
dar minha opinião, estimulando-me sempre a continuar progredin-
do. Oh! Não falou muito. Quando entendi como funcionava o
pêndulo, ele não me explicou absolutamente nada. Ficava me "vi-
giando", reservando-se o direito de intervir ao me ver cometer um
erro. Quantas besteiras fazemos quando iniciamos a prática da ra-
diestesia... Pois, um belo dia, o "acaso"... Eu tinha acabado de mon-
tar um pequeno motor elétrico que utilizava numa maquete de barco.
Ao desmontá-lo para trocar os fusíveis, eu devia ter cometido al-
gum engano ao juntar todas as peças; de fato, um dos parafusos
não se encaixava de maneira nenhuma. Para dar um jeito, e passar
o tempo, amarrei o parafuso com um pedaço de linha.
"Por acaso", segurando a linha entre o polegar e o indicador
da mão direita, comecei a pensar em Guiiïaume! Nem sei por quê!
24
Certamente por uma associação de ideias. Eu vira no dicionário um
pêndulo de madeira trabalhada, sendo segurado assim como eu es-
tava fazendo com a linha do parafuso. Em pensamento, porém in-
voluntariamente, transportei-me para a fazenda do camponês bretão.
Fazia muito tempo que não nos víamos e eu queria saber como ele
estava passando. Não tinha motivo para me preocupar com ele: é
óbvio que Guiliaume tem uma saúde de ferro. Já o conheço há 25
anos e nunca percebi uma única ruga em seu rosto. Aliás, nem sei
sua idade. Para mim, trata-se de um homem sem idade. Enquanto
eu ficava olhando o tal parafuso, este começou a girar. Sem motivo
aparente. Minha atenção concentrou-se nesse movimento intempes-
tivo e deixei de pensar em Guiliaume; o parafuso parou de girar.
Movido talvez por um reflexo inconsciente, voltei a pensar em meu
amigo camponês... e o parafuso recomeçou sua dança... Verifiquei
se minha mão permanecia realmente imóvel e apoiei o cotovelo na
mesa. O parafuso continuou girando... Naquele momento, não en-
tendi o que estava acontecendo. No entanto, ocorria algo que ultra-
passava meu entendimento. Assim que eu parava de pensar em
Guiliaume, o parafuso deixava de girar. E ele recomeçava, bastan-
do para isso que eu visse Guiliaume em pensamento, com sua boina
inseparável...
Instintivamente (sou incapaz de explicar o fato, a menos que
"alguém" tenha me guiado naquele momento), comecei a me fazer
várias perguntas, sobre qualquer tipo de assunto. Mal acreditei no
que vi: conforme as perguntas, o parafuso girava no sentido dos pon-
teiros do relógio, ou em sentido contrário... Era sexta-feira à tarde.
Inúmeros parisienses deviam estar se preparando para viajar no fim
de semana. Resolvi sair logo e em poucos instantes encontrava-me
na estrada federal 12 (a auto-estrada ainda não existia), com a in-
tenção de ter uma conversa séria com Guiliaume. Embora não le-
| vasse nenhuma muda de roupa, apesar de minha excitação, fiz
questão de não esquecer o pedaço de linha e o parafuso...
l — Ah! Então você entendeu? — perguntou Guiliaume, quan-
1 do lhe contei minhas constatações.
| Tive de confessar que não tinha entendido nada e que era este
l O motivo da minha ida até sua casa. E, principalmente, eu contava
j com ele para começar minha iniciação à radiestesia, pois, obviamen-
te, existia um "truque" qualquer. Meu amigo reconheceu que sim,
l lem que conseguisse explicá-lo. Ele me contou então seu início nes-
|«aarte. Não fora com um pêndulo, mas com uma vara de aveleira.
|Üm velho bruxo ensinara-lhe, quando Guiliaume não passava de um
25
adolescente, a técnica para encontrar água, fazer jorrar fontes e ca-
var poços. E foi um velho padre bretão, quase na mesma época,
que o exercitou a utilizar o pêndulo. Seu primeiro pêndulo foi es-
culpido num galho de buxo. Mais tarde, ele procurou livros sobre
o assunto, tentando desmontar o mecanismo da radiestesia, pois nun-
ca ficara satisfeito com as explicações encontradas.
Abro aqui um parêntese. Também procurei a explicação em di-
ferentes publicações. Devo ter chegado perto, mas continuo insatis-
feito. Nada do que pude ler me trouxe um esclarecimento plenamente
convincente. Não quero afirmar que a explicação que pretendo dar
nas páginas seguintes seja exata; no entanto, frente às aberrações
que tive oportunidade de ler, nada do que eu disser será pior ou pre-
judicial. Faço referência apenas aos livros escritos na França, por
radiestesistas franceses, pois não tive o prazer de ter contato com
os trabalhos publicados no exterior, a respeito dos quais ignoro ab-
solutamente tudo.
Voltemos ao fim de semana que passei com Guiliaume. Foi um
dos mais enriquecedores de minha existência. Embora não tenha saí-
do de lá como radiestesista formado, os poucos exercícios que fize-
mos juntos permitiram que eu percebesse o quanto as possibilidades
dessa arte pareciam ilimitadas. Em primeiro lugar, ganhamos nas
corridas de cavalo. Durante uma hora, no sábado à noite, começa-
mos a estudar as chances dos 23 cavalos participantes da corrida em
Auteuil. Turfista modesto, pois só joga com pouco dinheiro e suas
apostas nunca são importantes, Guiliaume é, com certeza, uma das
pessoas que mais oneram o orçamento dos hipódromos parisienses.
Levando em conta as modestas quantias que ele investe e as outras,
frequentemente bem polpudas, que consegue ganhar, é obvio que,
para nosso camponês, torna-se muito mais viável apostar em cava-
tí Io do que plantar batatas... A dona do bar que ele costuma freqüen-
I tar, perto do hipódromo, contou-me a seguinte história a seu
;| respeito. Por motivos que só se justificam pelo grande magnetismo
[Ç de Guiliaume, os animais gostam muito dele. Aliás, nos arredores
da sua fazenda, o veterinário não tem muito trabalho. Os campo-
neses vizinhos de Guiliaume costumam chamá-lo em primeiro lu-
gar, e só recorrem ao médico (tanto para os animais quanto para
as pessoas...) quando nosso amigo afirma ser necessário.
Naquele bar, reinava um pastor alemão de temperamento mui-
to instável. Quando Guiliaume chegava, aos domingos, para apos-
tar na corrida e tomar aperitivo com os amigos, o tal cachorro
fazia-lhe festa, sentando-se a seu lado, sacudindo o rabo, puxando
sua calça com a pata para pedir carinho. No entanto, na terça-feira
seguinte, quando o feliz ganhador ia receber o seu dinheiro, o mes-
26
mo cão o recebia rosnando... Fomos receber o dinheiro ganho na
corrida, depois daquele dia em que fiquei completamente a sós com
Guiliaume. O prazer que experimentei então foi intenso. Embora
a quantia fosse considerável, minha imensa alegria tinha outro mo-
tivo... Tínhamos conseguido saber quais os cavalos ganhadores, nos-
sas pesquisas nos provocaram uma grande excitação, diálogos
animadíssimos cada vez que analisávamos a chance de um dos ca-
valos, com a ajuda de um metro de madeira, o qual, junto com o
desenho da coluna vertebral humana, representa os únicos acessó-
rios geralmente utilizados por Guiliaume.
O que aconteceu naquela fazenda isolada em pleno campo, cer-
cada de bosques, fez com que eu mergulhasse nos mistérios da ra-
diestesia, a qual, até então, não passava de um mundo totalmente
desconhecido. E as descobertas que fiz deixaram-me prever um fu-
turo repleto de promessas nesse campo. Tive tal convicção de ime-
diato, sabendo que, para chegar ao nível do meu amigo ou quase,
havia imensos progressos à minha espera.
Para me mostrar o caminho certo, Guiliaume inventou mil ar-
madilhas, nas quais caí ingenuamente. Enquanto fazíamos pergun-
tas idênticas aos nossos pêndulos, o meu respondia frequentemente
de modo contrário ao de Guiliaume. Imaginei que talvez fosse por-
que meu instrumento pessoal era muito improvisado. Hoje, sei que
esta não era a razão principal dos meus fracassos. Os erros cometi-
dos deviam-se à minha própria pessoa. Ao voltar a Paris, depois
dessa estada que desvendara para mim um mundo maravilhoso, re-
solvi trabalhar com muita garra. Trabalhar meu pêndulo! Eu fora
fisgado, como um peixe.
Como não tenho pretensão de abordar aqui as regras científi-
cas que geram a radiestesia, vou tentar, apesar de tudo, encontrar
uma explicação para sua realidade. Os três mundos (mineral, vege-
tal e animal) não passam de vibrações no imenso campo eletromag-
nético onde reina o Norte. Graças ao cérebro, o corpo é um
magnífico emissor-receptor dessas vibrações. O pêndulo é a antena
da qual precisamos (às vezes) para traduzir claramente as mensa-
gens transmitidas permanentemente pêlos corpos de onde emanam
tais vibrações.
A maior parte das pessoas capta essas mensagens em seu sub-
consciente, mas sente-se incapaz de decodificá-las. Certos radieste-
sistas, mais bem-dotados ou melhor treinados do que outros, são
suscetíveis de responder com eficácia a perguntas complicadas sem
precisar recorrer ao pêndulo. Estes radiestesistas não terão a menor
hesitação se lhes for apresentada a foto de uma pessoa falecida: vão
27
entender imediatamente que essa pessoa deixou de "vibrar". Inú-
meras vezes, eu mesmo fiz esse teste com profissionais que afirma-
vam não precisarem de pêndulo, qualificando-o ironicamente de
"prótese". O resultado, na maior parte das situações, não se reve-
lou favorável. No entanto, reconheço a existência de "casos" mui-
to mais ligados à vidência do que à radiestesia. Na Segunda Guerra
Mundial, o estado-maior das forças aliadas em Londres utilizou-se
durante três anos dos serviços de um radiestesista, que tinha como
missão encontrar os submarinos alemães espalhados na entrada da
Mancha e, sobretudo, no Atlântico. Esses terríveis U-BOOT pro-
vocavam perdas e estragos consideráveis para os comboios que abas-
teciam a Inglaterra, tanto com alimentos quanto com material de
guerra. Esse radiestesista, de cujo nome não me lembro mais, rara-
mente usava o pêndulo, exceto para completar seu trabalho e obter
maiores detalhes. Bastava-lhe passar a mão direita sobre os mapas
marítimos para começar a sentir formigamentos no local exato on-
de se encontravam os submarinos à espera de uma presa. Ele conse-
guiu poupar inúmeras vidas e foi um dos artesãos — dos mais
importantes — da derrota do Eixo. Deve-se a este homem a locali-
zação do encouraçado Bismarck, o qual acabou sendo afundado após
uma longa batalha naval que se tornou célebre. É melhor, porém,
voltarmos à realidade: aquele homem era um caso excepcional e tra-
balhava em equipe.
Há muitas pessoas capazes de tais façanhas, mas seria muita
presunção da nossa parte aspirar a esse tipo de êxito. Entre os ini-
ciados por mim à radiestesia (mais de 1.000 pessoas), houve apenas
um que me pareceu digno de tal pretensão. Ele próprio desconhecia
o fato, assim como a maioria de nós ignora as suas capacidades.
Trata-se de Maurice, de quem falarei mais adiante.
E agora vamos iniciar nosso trabalho. Vocês verão logo que ele
j não passa de um jogo, uma brincadeira da qual acharão muita gra-
ça quando perceberem que "dá certo". Façam como eu: arranjem
um pêndulo. Aconselho a não comprarem nada em loja especializa-
da, vão entender por que mais tarde. Assim como eu, usem a porca
de um parafuso pendurada num pedaço de linha (de preferência de
algodão, seda ou lã), ou um botão (se encontrarem um de madei-
ra...) ou qualquer coisa bastante pesada e leve ao mesmo tempo pa-
ra poder "girar" à vontade. O peso do objeto escolhido não deve
ser um obstáculo para sua movimentação. Por outro lado, ele tam-
bém não pode ser muito leve para que esses movimentos não fiquem
desordenados e impossíveis de ser interpretados. Pronto?
Peguem duas moedas idênticas (duas moedas de um franco, de
20 centavos...) emitidas em anos diferentes. Se preferirem, podem
28
substituí-las por duas cartas do mesmo baralho, uma de paus e ou-
tra de copas, por exemplo.
Para as moedas, vamos supor que uma seja de 1977 e a outra,
de 1981. Escrevam em um pedaço de papel que ficará a seu lado
o número 1977: é a moeda que deverão procurar. Para as cartas,
o procedimento é o mesmo: tentem, por exemplo, encontrar a carta
de paus. Se possuírem outro baralho, peguem a carta idêntica à que
estão procurando e coloquem-na virada para cima, enquanto as duas
outras deverão permanecer viradas para baixo. Essas precauções dei-
xarão de ser úteis em pouco tempo, mas podem ajudar bastante os
principiantes. De fato, constatei que estes se sentiam mais seguros
em sua pesquisa quando podiam olhar para os números ou as figu-
ras que desejavam encontrar.
Para continuar a experiência, existem dois métodos. O primei-
ro, que geralmente funciona melhor, consiste em pegar com a mão
esquerda a primeira moeda, enquanto se segura entre o polegar e
o indicador da mão direita a linha do pêndulo, entre aponta do po-
legar e a ponta do indicador (insisto neste detalhe). Essa maneira
de aluar é válida para os destros. Os canhotos devem segurar o pên-
dulo com a mão esquerda.* Coloca-se o pêndulo acima da folha de
papel onde está escrito 1977 ou acima da carta de paus, e, em segui-
da, levemente, impulsione-o para a frente. Espera-se... durante um
tempo mais ou menos longo, que depende das suas predisposições,
ou da sua disposição naquele momento.
Certas pessoas, que iniciam a experiência achando que nada vai
acontecer, ou que, inconscientemente, já partiram deste princípio,
deverão esperar bastante. Chegarão, no entanto, ao mesmo resulta-
do: o pêndulo deve começar a girar, num sentido ou no outro. Ou,
pelo menos, seu balanço inicial deve mudar de orientação. Antes
de explicar a interpretação de tais variações, cada um de vocês deve
constatar que "está funcionando"!
Se algumas pessoas tiverem dificuldades para chegar a um re-
sultado, só posso recomendar que recomecem a experiência até ob-
ter pleno êxito. Se o pêndulo demonstrar uma certa má vontade em
reagir, se ele interromper o balanço e voltar à inércia inicial, não
se deve hesitar em lhe dar um novo impulso para a frente. Em cer-
*Encontrei vários canhotos contrariados e com problemas. Ainda existem escolas
onde
os canhotos são obrigados a escrever com a mão direita. O que significa ir
contra
a natureza. Com o tempo, essas crianças tornam-se mais ou menos ambidestras. No
entanto, não se deve pensar que tais crianças sejam realmente destras, embora
te-
nham aprendido a usar a mão direita. Aconselho esse tipo de pessoas a segurar o
pêndulo com a mão esquerda. Também pude observar melhores resultados com pes-
soas utilizando a mão direita... Sendo assim...
29
tos casos, já houve necessidade de impulsioná-lo cinco, seis, sete ve-
zes. Muito raramente, dez vezes. Observação importante: para con-
tar com maiores possibilidades de sucesso, convém ficar com os dois
pés no chão, em pé ou sentado.
De início, não é fundamental encontrar a moeda ou a carta es-
colhidas. Isso acontecerá mais tarde; porém, como em qualquer dis-
ciplina, convém começar do princípio e não queimar etapas. Neste
caso, antes de continuar, basta obter uma reação do pêndulo, seja
qual for. Se não conseguirem no primeiro dia, por favor, não desa-
nimem. Depois de constatar que o pêndulo se movimenta natural-
mente num certo sentido (escrevo "naturalmente", pois acho que.
nesse assunto, não passa pela cabeça de ninguém trapacear), é pre-
ciso interpretar as informações transmitidas. Ou seja, saber de que
maneira o pêndulo nos faz entender que ele está apontando para
a moeda de 1977 ou para a carta de paus. Veremos esse assunto no
próximo capítulo.
Quanto a Maurice, que mencionei há pouco, preciso contar co-
mo as coisas se passaram com ele. Engenheiro eletrônico, ao mes-
mo tempo curioso e estimulado por meus vários êxitos com a
radiestesia (ele pediu em certas ocasiões que eu desse informações
em circuitos informáticos de extrema complexidade), Maurice quis
que eu lhe construísse um pêndulo. Aceitei com o maior prazer, pois
estava impaciente para vê-lo atuar. Ao lhe entregar "seu" pêndulo,
expliquei como ele devia proceder para encontrar a moeda escolhi-
da entre duas, três, cinco, dez e até mesmo 20 moedas, se quisesse.
Ele voltou para casa às pressas, louco de vontade para iniciar as ex-
periências como radiestesista. Pouco depois, telefonou-me.
— Não estou entendendo. Consegui 25 moedas diferentes no
bar. Que dificuldade! Só tinha uma de 1977. Pois acredite se qui-
ser: consigo encontrá-la sem pêndulo, todas as vezes. Por mais que
eu as misture, ela me parece maior que as outras... Acontece
o mesmo com qualquer outra que eu resolva procurar, de ano di-
ferente...
Era a primeira vez que eu me deparava com esse tipo de pro-
blema. Para me certificar dos fatos, aceitei o convite que Maurice
me fez para jantar em sua casa; ele parecia tão intrigado quanto eu
com sua descoberta. Apesar da distância, pois moramos em bairros
bem afastados um do outro, não demorei muito para chegar. Eu
levava no bolso dois baralhos novos, com a embalagem original. En-
quanto tomávamos o aperitivo, abri o primeiro maço, embaralhei
as cartas e pedi que ele encontrasse o ás de paus. Sem a menor hesi-
30
tacão, virou uma carta... Era o ás de paus! Repetimos a experiência
dez vezes e ele só cometeu dois erros, devidos certamente a falta de
concentração: ele virou o oito de espadas em vez do oito de paus,
e o sete de ouros em vez do sete de copas.
O resultado com o monte de moedas de um franco foi ainda
mais convincente. Depois de esvaziar meu porta-níqueis na mesa,
acrescentei quatro moedas às outras 25 que ele já possuía. Havia
diante de nós duas moedas de 1974 e três de 1977. Maurice pensou
um pouco, e logo em seguida pegou as duas de 1974 e as três de
1977...
Quanto ao pêndulo, permanecia no bolso de Maurice, que nem
tivera tempo de pegá-lo. Com o tempo, é bom saber que ele encon-
trou uma utilização muito racional para o instrumento em sua pro-
fissão; ele é o primeiro a reconhecer que, atualmente, não conseguiria
passar sem ele. Podem ficar tranquilos: não conheço nenhum outro
"caso" como o de Maurice, que se tornou, obviamente, o rei da
Loteria Esportiva. Ele possui um faro extraordinário para encon-
trar os bilhetes premiados, o que lhe assegura uma boa renda todo
mês...
31
CAPITULO III
COMO SE TORNAR RADIESTESISTA?
Deve haver várias maneiras de se tornar radiestesista, várias esco-
las. Sinto-me autorizado a lhes propor a que experimentei o maior
número de vezes e com imenso êxito. Além do mais, todos poderão
constatar que meu método é bastante divertido e fácil. Se observa-
rem que o pêndulo insiste em não querer se manifestar, apesar de
vários impulsos, não o culpem e tentem esse novo teste.
Coloquem o pêndulo bem acima do centro do sinal mais (+)
em cima da página. Ou, se ficarem com medo de estragar a enca-
dernação do livro, copiem o sinal numa folha de papel em branco,
de bom tamanho, com um marcador preto. Acrescentem, como no
modelo, as inscrições sim, mais e positivo. Dêem ao pêndulo um
bom impulso para a frente. Mesmo se "funcionar", principalmen-
te se "não funcionar", fixem o pêndulo (mais tarde, isso deverá ser
evitado; explicarei por quê) e façam o seguinte:
— Diga "sim"!
Faço questão de repetir que, se não estiverem convencidos do
resultado, devem recomeçar a experiência quantas vezes for neces-
sário para dar a partida. Ao se sentirem frustrados com uma série
de fracassos num dia, deixem tudo de lado e recomecem no dia se-
guinte. Garanto que vão conseguir. É exatamente como com uma
partitura: algumas pessoas necessitam de oito dias para decorá-la,
outras, de um mês. Não se sintam envergonhados de conversar em
voz alta com o pêndulo (sem perder a calma, apesar de tudo). Às
vezes, toma-se indispensável para uma boa concentração. Assim que
obtiverem uma rotação, observem em que sentido ela se dá. No sen-
tido dos ponteiros do relógio ou no sentido contrário! Isso é muito
importante. De fato, não existem regras. Ouvi falar inúmeras vezes
de um tipo de "acordo" feito entre o radiestesista e seu pêndulo.
33
Certas pessoas afirmam que se escolhe o sentido de rotação; quan-
do o pêndulo gira no sentido dos ponteiros, significa sim, e no sen-
tido oposto, não. É verdade, mas a regra tem tantas exceções que
é melhor não confiar nessa afirmação. Se existe um acordo com o
pêndulo, parte dele, é claro! E isso é muito importante. Posso con-
tar minha experiência pessoal. Sou destro, sem grandes anormali-
dades, e todos os meus pêndulos giram no sentido dos ponteiros do
relógio para dizer sim. Todos? Mentira! Já percebi, há muito tem-
po, o quanto era importante construir os próprios pêndulos. Volta-
rei ao assunto no próximo capítulo e aconselho as pessoas a fazerem
o mesmo. Consciente da importância da Lua em nossa vida diária,
observei que os pêndulos feitos por mim durante uma noite de Lua
nova giravam no sentido oposto ao dos outros. Entregues a outros
radiestesistas, eles continuavam girando assim, apesar de qualquer
lógica... Vocês nem podem imaginar quantas apostas ganhei com
tais pêndulos...
34
SIM
+
MAIS
POSITIVO
r ^
Ao conseguirem a resposta sim do pêndulo, poderão considerar-1 »
se com um pé na terra prometida da radiestesia. O resto virá sem'
problemas.
Como seu pêndulo diz "Não"?
Depois de obter a resposta positiva, podem pedir ao pêndulo
para dizer não. Em outra folha de papel do mesmo tamanho que
a primeira, escrevam o sinal menos (-), com as palavras negativo
e não. Coloquem o pêndulo bem em cima e peçam a resposta não.
A rotação vai se dar no sentido inverso. Se isso não acontecer,
se o pêndulo insitir em girar no mesmo sentido, não se assustem,
será preciso apenas um pequeno ajuste. Se já conseguiram o sim,
não tem por que não conseguir o NÃO. Certas pessoas obtêm mais
facilmente o positivo do que o negativo. Para outras, é exata-
mente o contrário. Não se preocupem: tudo acabará dando certo.
Se for o caso, se continuarem sentindo dificuldades, recome-
cem o primeiro teste e tentem encontrar a moeda, ou a carta, esco-
lhida entre duas. Para isso, existem dois métodos: impulsionar o pên-
dulo sucessivamente acima das duas moedas, ou então segurá-las,
uma após a outra, na mão esquerda, e perguntar ao pêndulo:
— Esta é a moeda de 1977?
Em vez de:
— Esta é a moeda de 1977 ou a de 1981?
Como o pêndulo só pode responder sim ou não, ele seria in-1
capaz de resolver o problema!
36
NÃO
MENOS
NEGATIVO
A maneira de formular a pergunta ao pêndulo é fundamental.
Quando os radiestesistas iniciantes (e até mesmo os de maior experiên-
cia) obtêm respostas erradas, muitas vezes formularam mal as perguntas.
Uma vez dada a resposta, verifiquem-na antes de virar a moe-
da. E vejam se o pêndulo mentiu. Mentiu? Não se sintam frustra-
dos. É muito comum acontecer isso nas primeiras vezes. O essencial
é conseguir obter uma resposta positiva e outra negativa. Logo vi-
rão as respostas correias, numa percentagem cada vez maior, à me-
dida que continuarem trabalhando. Trabalhando muito.
Os artistas costumam contar que seu talento não se manifesta
sempre com a mesma intensidade. Jacques Brel confessou que, em cer-
tos dias, não tinha a menor vontade de cantar. E que certas canções
(especificamente Lês Flamandes) tornavam-se insuportáveis. Mas ele
possuía tal disciplina, tal classe e uma presença no palco tão forte, que
nada disso transparecia. Para o público, pelo menos. Cada um de nós
tem dias e períodos de péssimo desempenho. Por essa razão, ninguém
deve se preocupar com o fracasso das primeiras tentativas. Com tem-
po, paciência e trabalho, acaba-se superando os problemas.
Seja qual for o resultado obtido até agora, aconselho a passa-
rem para outro exercício que deve facilitar os trabalhos. Não faz
mal repetir que os primeiros resultados não importam. O essencial
é chegar a algum tipo de resposta, boa ou ruim. Com a experiência,
vocês vão melhorar; e se seguirem meus conselhos, logo se tornarão
excelentes radiestesistas.
Um exercício simples para começar
Pegar uma folha de papel, de tamanho médio, e cortá-la ao
meio. Em cada parte, escrever uma palavra. Qualquer uma. Por
exemplo "felicidade". Escrever a palavra duas vezes com a mesma
caneta, de preferência de cor preta no papel branco. Pegar um livro
e colocar entre duas páginas um dos dois pedaços de papel. Diga-
mos entre as páginas 148 e 149.
Escrever estes dois números em outra folha de papel. Depois,
com a outra mão, a que não estiver segurando o pêndulo, pegar o
outro pedaço de papel com a palavra "felicidade". É bom "apalpá-
lo" com os dedos, cuidadosamente, para se deixar penetrar pelas
vibrações. Em seguida, perguntar ao pêndulo colocado em cima dos
números 148 e 149:
— A palavra "felicidade" encontra-se entre as páginas 148 e 149?
Com um pouco de aplicação e concentração, deve-se obter uma res-
posta do pêndulo. Essa resposta terá de ser positiva em curto prazo, con-
38
fumando assim qual o sentido de rotação do seu pêndulo para dizer sim.
Obtido esse resultado, recomeçar a experiência, colocar de no-
vo o papel no livro, ao acaso, sem verificar o número das páginas.
Se for necessário, fechar os olhos para não ter vontade de olhar.
Agora, é preciso tentar encontrar a página certa. O método é sim-
ples, mas o resultado não é tão fácil de se conseguir, pelo menos nu-
ma primeira etapa. É mais importante obter um resultado do que
encontrar a resposta. Não estou preocupado: vocês vão conseguir, cedo
ou tarde! Como a maioria dos livros tem, em geral, entre 200 e 300
páginas (não é aconselhável trabalhar com um dicionário...), dividir
mentalmente esse total em três centenas, escrevendo-as numa folha de
papel, como mostra a ilustração a seguir. Fazer um círculo ao redor
de cada centena. Trata-se do meu famoso método das "bolas", que
aconselho a todos. Ele apresenta a vantagem de ajudar o radiestesista
a focalizar inconscientemente a atenção sobre o objeto da sua pesquisa.
Como em todos os livros o número par encontra-se na página
do lado esquerdo e o número ímpar, na página do lado direito, é
melhor fazer três bolas marcadas de l a 101, de 102 a 201 e de 202
jB,301. Escrever a palavra "felicidade" numa bola, à direita da fo-
lha e ligada às outras três, como está no desenho.
39
A cor representa um elemento de perturbação em radiestesia;
por essa razão, em todas as experiências, é preferível escrever sem-
pre em papel branco com caneta preta.
Em seguida, segurar com a mão livre a palavra "felicidade".
Colocar o livro sob o pêndulo. Depois, com a palavra "felicidade"
na mão esquerda, tocar sucessivamente cada bola com o dedo indi-
cador dessa mesma mão, fazendo sempre as perguntas correspon-
dentes:
— A palavra "felicidade" está entre as páginas l e 101 ?
— A palavra "felicidade" está entre as páginas 102 e 201?
— A palavra "felicidade" está entre as páginas 202 e 301?
Se o pêndulo fornecer a resposta correia, pode-se continuar o
exercício; em caso contrário, é melhor recomeçar em outra ocasião.
Não há pressa. Esse exercício tem várias utilidades. Em primeiro lu-
gar, permite familiarizar-se com o pêndulo. Depois, ele faz com que
se conheça o método das bolas, cujas vantagens são inúmeras. Fi-
nalmente, trabalhando dessa maneira, aprende-se a contar com o
pêndulo. Trata-se de uma verdadeira ginástica com muitos benefí-
cios. Embora seja uma arte, a radiestesia permite atingir uma preci-
são científica surpreendente e alcançar resultados notáveis em todos
os terrenos, quando perfeitamente dominada. Maurice, a respeito
de quem falei há pouco, utiliza tanto o pêndulo quanto o computa-
dor. Quanto a mim, se me emprestar por uns segundos seu talão
de cheques, posso dizer rapidamente de quanto a pessoa dispõe em
sua conta. Não tem nada a ver com milagre, nada mesmo! Todos
os meus alunos conseguem...
Voltemos então ao exercício. Obtiveram uma resposta positiva
na segunda centena? É preciso decompor essa centena, primeiro em
duas partes: das páginas 102 a 151; depois, 152 a 201. A resposta
foi positiva em relação ao segundo grupo de números? Nesse caso,
é preciso decompor as centenas em dezenas. De 152 a 161, de 162
a 171, de 172 a 181, de 182 a 191 e de 192 a 201. Trabalha-se exata-
mente da mesma forma com uma resposta positiva em relação ao
primeiro grupo de números: de 102 a 111 etc.
É preciso encontrar a dezena correia, que corresponda à que
se está procurando. Depois, decompor essa dezena em unidades. Por
exemplo, de 172-173 a 180-181. Continuar fazendo círculos ao re-
dor dos números. Ligar SEMPRE os círculos com as respostas afir-
mativas. No entanto, deve-se tomar cuidado para que as bolas não
encostem uma na outra. Isso poderia provocar uma certa "resso-
nância" entre duas bolas e um resultado errado.
40
Em resumo, agindo dessa maneira, por eliminação, deve-se en-
contrar rapidamente a página onde a folha de papel foi colocada.
O mais importante não é conseguir de imediato um resultado per-
feito. Se acontecer, ótimo: este exercício é difícil para um iniciante.
O essencial é desencadear em cada pessoa uma função que, até aquele
momento, estava adormecida num canto do cérebro. Se for possí-
vel refazer esse exercício regularmente, o radiestesista obterá do pên-
dulo respostas cada vez mais confiáveis.
Paralelamente, é bom continuar, todos os dias se possível, o
exercício com as moedas (pegar cinco moedas, com uma delas emi-
tida em data diferente das demais ou com as cartas. Para este últi-
mo, é interessante utilizar um baralho novo, que nunca tenha sido
(e nem será) usado. Assim, ele será "tocado" apenas pelo radieste-
sista e não poderá ser parasitado por nenhuma vibração diferente.
Entenderão mais tarde o quanto isso é importante.
Para verificar em que nível a pessoa está, é bom agir da seguin-
te maneira: embaralhar bem as cartas. Colocar o baralho em um
monte apenas sobre a mesa, com as figuras viradas para baixo. Pe-
gar cada carta, uma após a outra. Apalpá-la cuidadosamente e fa-
zer a seguinte pergunta:
— Esta carta é preta?
O pêndulo respondeu não? É preciso verificar. Se a carta for ver-
melha, de fato, pode-se fazer um montinho num canto da mesa com to-
das as cartas "boas". Se houve erro, faz-se um monte com as cartas erra-
41
das. Depois de agir assim com todas elas, contabilizar o resultado e
anotá-lo. Por exemplo: Quinta-feira, dia 14:18 B, 14 E (boas e erradas).
É muito natural, no início, acertar, em média, apenas a meta-
de. Rapidamente — se o exercício for repetido com regularidade —,
os resultados correios passarão de 60% a 70%. Um belo dia, só ha-
verá um erro em cada dez experiências, o que representa um exce-
lente desempenho e dá ao iniciante uma boa dose de confiança.
Brincar de batalha naval para treinar
Se tiverem a sorte de poder brincar de batalha naval com outra
pessoa, é bom fazê-lo. Trata-se de um exercício divertido. Além do
mais, representa uma excelente ginástica e faz com que a pessoa se
acostume com a técnica da pesquisa com planos, muitas vezes indi-
cada aos radiestesistas.
Pede-se ao adversário para desenhar uma grade virgem e faz-se ou-
tra para si. Num pedacinho de papel, pede-se também para ele traçar
uma cruz do mesmo tamanho que as que serão utilizadas em sua pró-
pria grade. É importante que tudo seja feito com a mesma caneta (sem-
pre preta, como eu já disse). No início, é melhor começar com grades
pequenas. Em seguida, coloque cruzes na sua própria grade e comece
a pesquisa. Com a cruzinha do adversário na mão esquerda, passe o
dedo indicador dessa mão em cada coluna, perguntando, por exemplo:
A B C D E F G
Zona de "ressonância"
42
— Tem uma cruz na coluna A?
Repete-se a pergunta para as colunas B e C... Faz-se um círculo
ao redor das letras em relação às quais a resposta for positiva. Depois,
repete-se a operação com as colunas numeradas. Logo, será possível
localizar a posição das cruzes do adversário com maior precisão. No
entanto, o problema da "ressonância", de que já falei e que é muito
comum em radiestesia, poderá atrapalhar bastante. As casas vizinhas
às que estão marcadas com uma cruz podem provocar uma espécie
de "eco", e uma reação positiva do pêndulo. Esse tipo de incidente di-
minui à medida que a pessoa progride, desaparecendo por completo
com a repetição dos exercícios. Basta trabalhar, trabalhar muito. En-
tretanto, é preciso reconhecer que esse trabalho não é nada rebarbati-
vo. Pessoalmente, estou acostumado a ir dormir de madrugada e já
passei horas (gastando verdadeiras fortunas!) brincando de batalha
naval durante a noite, por telefone, com alunos que se encontravam
a centenas de quilómetros da minha casa.
Se não se encontrar um parceiro disponível, nada impede que
se façam com antecedência várias grades, colocando-as em envelo-
pes diferentes, podendo utilizá-las quando quiser. Para jogar, acon-
selho segurar com a mão esquerda o envelope que contém a grade,
"auscultando-a" e deixando o dedo indicador dessa mão deslizar
sobre a grade virgem.*
Para as cartas, ou as moedas, assim como para a batalha naval, é
bom escolher uma hora em que a pessoa se sentir bastante descontraída
para trabalhar. Os resultados serão melhores se a cabeça não estiver
cheia de problemas. Se o radiestesista se sentir irritado, deve deixar
o trabalho para mais tarde, evitando uma decepção. Se os resultados
não forem muito regulares, ninguém deve se assustar, lembrando-se
de que o desempenho e a performance variam todos os dias.
Os videntes, magnetizadores e cartomantes, se fossem hones-
tos, deveriam fechar as portas de vez em quando, "por motivo de
mau desempenho". Entretanto, são raras as pessoas que têm a fran-
queza de confessar:
— Volte amanhã. Hoje não é um bom dia para mim!
Infelizmente!...
^Quando a pessoa já for campeã de batalha naval, poderá complicar o jogo au-
mentando a grade, fazendo navios de várias casas que serão chamados de cru-
zadores, porta-a viões, submarinos etc. Com isso, os sentidos se tornarão bem
mais
aguçados.
43
CAPITULO IV
O PÊNDULO
Existe uma multiplicidade de pêndulos, de formas e materiais dife-
'rentes. Quero deixar bem claro que, geralmente, os pêndulos encon-
trados à venda me decepcionaram. Depois de experimentar vários
^tipos, resolvi fabricar meus pêndulos e aconselho que façam o
lesmo.
De fato, os pêndulos que se encontram à venda são, pratica-
nte todos, feitos por máquinas e não possuem personalidade. Se-
a de cristal, metálicos, de madeira ou barro, permanecem
ïnimos e limitados, apesar da forma. O caso é diferente com os
lê são fabricados a mão, artesanalmente. Testados com uma re-
, graduada, estes obtêm notas de sensibilidade muito superiores
i que saem da fábrica.
' pêndulos do comércio
A seguir, vou indicar os principais pêndulos que podem ser fa-
nente adquiridos.
pêndulo do abade Mermet
Trata-se de um dos mais conhecidos. Possui a vantagem de pó-
T, em geral, receber uma testemunha.
l pêndulos de cristal de vidro ou de rocha
São esféricos, tubulares ou com arestas bem marcadas. Os de
lartzo puro (muito caros e difíceis de serem encontrados) são muito
os em radiestesia médica, pois suas vibrações estão particularmente
(acordo com as do corpo humano. Os de vidro não devem ser com-
ios de modo algum.
45
O pêndulo de cone fictício, graduado, de madeira
Seu uso é bastante delicado; no entanto, os radiestesistas médi-
cos apreciam esse tipo de pêndulo, particularmente no que diz res-
peito às cores.
O pêndulo com mercúrio
O pêndulo de barro ou de madeira de pau-santo
Particularmente útil na busca de metais, ele é muito sensível,
e sua utilização, limitada. Um iniciante nunca deverá usá-lo. De fa-
to, trata-se de um pêndulo mágico, com a particularidade de carre-
gar o local onde ele gira do lado positivo, e descarregá-lo no caso
contrário. Esse pêndulo pode ser utilizado com fotografias, mas
corre-se um risco muito grande de fazer mal à pessoa que necessita
de ajuda; por isso, apenas os iniciados deverão trabalhar com ele.
Conta-se que os habitantes do antigo Egito utilizavam-no como ins-
trumento de navegação. Funciona perfeitamente sobre a água e cos-
tuma responder quando lhe pedem para indicar a direção da pirâmide
de Queops.
O pêndulo universal de Chaumery e de Bélizal
Este tipo também só deve ser utilizado por radiestesistas bem-
treinados. Ele é esférico e possui um equador magnético Este-Oeste,
e um meridiano elétrico Norte-Sul. Seu desempenho é excelente, mas
trata-se de um aparelho delicadíssimo, extremamente útil no estudo
das cores e das suas vibrações.
O pêndulo de Turenne, de madeira
Trata-se de um excelente aparelho.
Outros pêndulos
Existem ainda outros tipos de pêndulos, de madeira ou me-
tálicos, como, por exemplo, o pêndulo cilíndrico bispires, que dá
excelentes resultados. Mas há muito o que se inventar nesse cam-
po. O professor Ravatin, da Universidade de Amiens, trabalha com
pêndulos cilíndricos de madeira sobre os quais adaptou letras he-
braicas. Esses pêndulos especializados prestam excelentes servi-
ços, mas só podem ser utilizados em casos específicos. A partir
desses trabalhos, baseados nas conclusões de G. J. Bardei, Chau-
mery, Bélizal e Jean de La Foye, também fabriquei pêndulos he-
braicos, utilizando a forma microvibratória que costumo reco-
mendar. Sem revelar minhas descobertas (não se trata de guar-
dar segredo, pois minha doutrina e meus hábitos de trabalho não
46
são esses, mas apenas de falta de espaço), explicarei mais adiante
como se utiliza o alfabeto hebraico na concepção de certos pên-
dulos.
Entre os nomes mais conhecidos em radiestesia, para citar ape-
nas as pessoas que ajudam essa arte evoluir até alcançar caráter cien-
tífico, além dos que já foram citados, convém não esquecer os no-
mes dos Srs. Turenne, Morei, Enel, R. de Lafforest e o professor
Yves Roccard, que são os principais. Apesar da Igreja, que nunca
aceitou os radiestesistas que utilizam o pêndulo, algum religiosos
alcançaram fama excelente com suas descobertas. Ao nome do pa-
dre Mermet — pesquisador de nascentes incomparável, a quem se
deve o pêndulo com seu nome —, temos que acrescentar os padres
Moreux, de Valemont e Jean Jurion. Entretanto, é com tristeza que
constatamos até que ponto a França vê com maus olhos a radieste-
sia e a parapsicologia, embora inúmeros pesquisadores de alto ní-
vel, reconhecidos no mundo inteiro, sejam franceses. Por outro lado,
novas estruturas, destinadas a fazer progredir o que chamaremos
de conhecimento, surgem em toda parte, notadamente no Canadá
e nos Estados Unidos, onde diversas universidades (a NASA tam-
bém) recorrem regularmente a parapsicólogos de toda espécie. No
Brasil, a radiestesia é uma disciplina ensinada na escola. O Instituto
de Geologia de Moscou utiliza, permanentemente, equipes de geó-
logos, geofísicos e fisiólogos, especializados em radiestesia. Antes
de serem contratados e se tornarem funcionários, eles são testados
quanto às suas capacidades radiestésicas. Na França, a situação é
| completamente diferente. Não existe nenhuma estrutura oficial li-
|gada à parapsicologia. Encontram-se grupos de pesquisadores, tra-
| balhando sozinhos, sem verbas ou qualquer outro tipo de ajuda. Em
;Toulouse, que é a cidade onde as coisas mais "acontecem" nesse
|campo, depois de Paris, existe um grupo de estudos de parapsi-
|COlogia na faculdade do Mirail. Deve-se à iniciativa particular de
professor de matemática, cujas ideias antiesotéricas e exoté-
s me fazem duvidar da utilidade de tais estudos. Como meu
3 tem como único objetivo trazer para a radiestesia pessoas
l-intencionadas, não pretendo entrar numa polémica, a qual,
rando em conta o clima atual, só provocaria resultados esté-
i. Sem perder a esperança, conto com a era de Aquário, na
li estamos entrando, para que, no futuro, essa situação possa
iluír.
47
Fabricar seu próprio pêndulo
A respeito do pêndulo propriamente dito, aconselho, since-
ramente, cada pessoa a fabricar o seu. Como o objetivo do pên-
dulo é prestar serviços e não servir de enfeite, como uma jóia por
exemplo, é inútil gastar dinheiro à toa com esse tipo de instru-
mento.
Com uma simples bola de buxo
Se a pessoa não gostar desse pequeno trabalho manual que ser-
ve de passatempo, pode comprar uma bolinha de peteca de buxo,
no centro da qual deve atarraxar um preguinho, o mais reto possí-
vel. Obtém-se assim um excelente pêndulo, cujo desempenho será
tão espetacular quanto o de outros, que devem custar dez ou 20 ve-
zes mais.
Quanto a mim, após inúmeras experiências mais ou menos con-
vincentes, acabei optando pela forma microvibratória, de cobre e
madeira, ou só de cobre, quando quero utilizá-lo como pêndulo de
testemunha.* Para melhorar ainda mais seu desempenho, utilizo,
sempre que possível, fio de cobre onde passa uma corrente. De fa-
to, observei que, com isso, sua sensibilidade aumentava.
Tão importante, talvez mais até, quanto os materiais que o com-
põem, a forma do pêndulo é primordial. É dela que dependem suas
qualidades. Amplamente utilizado em suas pesquisas por Chaumery
e Bélizal, o pêndulo microvibratório é, na verdade, um amplifica-
dor das mais ínfimas vibrações, que ele consegue captar com facili-
*Fabriquei também um pêndulo que me satisfaz inteiramente, juntando as qualida-
des do cristal e as do cobre. Em um cone de cobre ao qual dou a forma
microvibra-
tória, introduzo uma bola de cristal de rocha de pureza excepcional. Esse
pêndulo
tornou-se o instrumento de vários curandeiros que utilizam, em sua terapia, as
qua-
lidades incomparáveis do cristal de quartzo.
48
dade, traduzindo-as com clareza raramente encontrada em outros
instrumentos. Além do mais, sua sensibilidade faz com que ele dê
uma resposta correia e muito rápida. Se tiverem a sorte de possuir
um pêndulo desse, ou se conseguirem fabricá-lo, é bom fazer o tes-
te do relógio digital. Como veremos mais adiante, usamos frequen-
temente — por má informação — objetos de toda espécie, os quais,
em vez de nos trazer energia, ou de serem neutros, "vampirizam"
a que se encontra dentro de nós, chegando às vezes a devorá-la. Ora,
como a própria vida já se encarrega de tirar todos nossos recursos
naturais, é melhor, na medida do possível, evitarmos as oportuni-
dades que só agravariam os problemas.
O modernismo e os progressos da ciência melhoraram bas-
tante nossas condições de vida, mas a face oculta da moeda nos
reserva, às vezes, péssimas surpresas. É o que acontece com o re-
lógio digital. Muito preciso, ele representa uma das ilustrações
mais flagrantes de nossa época. Seria perfeito... se não pagássemos
um preço muito alto por sua pontualidade. As batidas do quar-
tzo são, de fato, nocivas ao nosso organismo. Quando colocado
cm cima de um relógio digital, o pêndulo microvibratório assu-
me imediatamente uma rotação negativa muito elucidativa quanto
à nocividade desse relógio. Além do mais, nós o usamos num lugar
sensível do nosso organismo, o pulso, verdadeira encruzilhada de
nossas energias...
Enquanto os pêndulos, de modo geral, não costumam rea-
gir às más vibrações desse tipo de relógio — alguns permanecem
completamente imóveis —, o microvibratório continua se mani-
festando, até mesmo se o objeto estiver recoberto por uma folha
de jornal. É bom assinalarmos, aliás, que o jornal é um dos mé-
todos mais seguros de neutralizar os objetos negativos. Utilizado
cm várias camadas (o que se torna fácil de determinar com um
pêndulo microvibratório), ele acaba com quase todos os obstá-
culos.
Um pêndulo microvibratório
Apesar de ter fabricado instrumentos de tamanhos diferentes,
os que faço regularmente para meus amigos ou alunos têm, todos
dês — exceto alguns, por motivos especiais — uma altura de três
centímetros e meio ou de quatro centímetros e meio.
Para fabricá-lo, é preciso possuir um pequeno eixo bem fi-
no de madeira. Um galho bem reto apanhado no campo pode ser-
vir, com a condição de ser inflexível. O ideal é encontrar um pe-
queno galho de buxo. Tirar a casca e apontá-lo numa das extre-
midades como se fosse um lápis, com a ponta bem fina. Cortá-lo
49
com três centímetros e meio ou quatro e meio, dependendo do
número de espirais de cobre (sete ou nove) que se pretende co-
locar.
Depois, pegar o fio de cobre, que deve ser grosso o bastan-
te para não perder a rigidez, porém muito fino para ser molda-
do sem qualquer dificuldade. De fato, sua secção só tem impor-
tância relativa. Atua apenas sobre o peso do pêndulo. Alguns ra-
diestesistas preferem pêndulos mais leves; outros se sentem melhor
com pêndulos relativamente pesados. Pessoalmente, isso não tem
muita importância. Por outro lado, convém calcular o compri-
mento do fio de cobre, para poder efetuar o número de espirais
desejado. Digamos que, para um fio de quatro milímetros qua-
drados de secção, será necessário um comprimento de 65 centí-
metros para um pêndulo com nove espirais. Com um fio de dois
milímetros e meio de secção, 50 centímetros de comprimento serão
suficientes.
Quando este fio estiver encapado, é bom não esquecer de
desencapá-lo. Para a regularidade das espirais, a beleza e a harmo-
nia do pêndulo, convém, desde o início, fazer com que o fio esteja
perfeitamente retilíneo. Não deve haver nenhuma "saliência" em
todo o seu comprimento. Se isso acontecer, corre-se o risco de vol-
tar a encontrar tal saliência durante toda a experiência; além do mais,
seria um obstáculo para a perfeição do pêndulo, na hora do equi-
líbrio.
Quando o fio estiver pronto, pegar as duas únicas ferramentas
necessárias: uma pequena pinça de pontas arredondadas e outra
achatada. Com a primeira, retorcer uma das extremidades do fio
para se obter um círculo. É importante, para o que vem depois, que
esse círculo tenha um diâmetro interno de cinco a seis milímetros.
Para que tal círculo seja absolutamente bem-acabado, assim que se
começa a torcer o fio para lhe dar forma, convém cortar dois ou
três milímetros da extremidade para conseguir uma forma circular
perfeita.
O resto não apresenta a menor dificuldade, mas deve-se traba-
lhar com atenção para obter um pêndulo sem defeito. Primeiramente,
tomar muito cuidado com a maneira de enrolar o fio com a ajuda
da pinça achatada. Esse trabalho deve ser feito numa superfície li-
sa. É o único modo de se conseguir um cone regular. Cada volta
do fio precisa ser efetuada com minúcia e firmeza, e, no final, deve-
se obter um caracol perfeito. À medida que o fio vai sendo dobra-
do, cada volta deve permanecer em contato permanente com a pre-
cedente, mas nenhuma pode se enroscar na outra. Contar as voltas
para poder parar quando se deseja um pêndulo de sete ou nove es-
50
—ais. Após alcançar o número de espirais desejado, deixar mais
iço centímetros para o laço que vai fixar a extremidade superior
»eixo e o fio. O laço não pode ultrapassar esse tamanho para não
rapalhar mais tarde.
Quando o caracol estiver pronto, pegar a outra extremidade com
pinça de pontas arredondadas. Fazer um primeiro anel e amarrar
fio. Depois, fazer um outro círculo com o mesmo diâmetro do
10 do de madeira. Trazer a extremidade superior do pêndulo, com
do cuidado, até o centro do caracol. Em seguida, afastar as espi-
is, com a ajuda de uma faca, por exemplo. É necessário agir com
^rema delicadeza para que haja sempre o mesmo espaço entre as
' 'ais: esse afastamento deve ter de quatro a cinco milímetros, o
dá um cone da altura do eixo que se insere agora no conjunto.
rtar o laço superior para manter bem firme o eixo do pêndulo,
r um nó na extremidade do fio, deixando-se o tamanho que qui-
entre dez e 30 centímetros.
A grande maioria dos pêndulos é vendida com uma corren-
2mbora esse acessório produza um efeito bastante marcante,
—rrente deve ser abolida. Seja de madeira ou metálico, o pên-
> precisa ser completamente isolado do operador. Isso é fun-
lental. Eu mesmo já testei e mandei testar pêndulos munidos
uma corrente, e os mesmos pêndulos munidos de um simples |
A diferença entre eles é tão sensível que seria uma pena es- i
ir as qualidades de um pêndulo acrescentando uma corrente, t
i ela de ouro. O fio poderia fazer girar o pêndulo em volta |H
mesmo sem qualquer coerência. Se for possível utilizar um
iem torsão, é o mais aconselhável. Se não, molhar esse fio e
o pêndulo dependurado por algumas horas. A torsão desa-
;rá.
Existe um problema importante que ainda não foi abordado
Í: trata-se do sentido segundo o qual as espirais devem ser orien-
IS« de baixo para cima do cone. Podemos dizer que não há uma
H estrita, assim como para o número de espirais do pêndulo. Meu
lulo particular "sobe" no sentido dos ponteiros do relógio, quan-
olha para ele da ponta. Observei que essa maneira de construí-lo
(roçava maior vibração comigo. Mas observei igualmente que tal
toão era válido para todos os meus alunos. Por isso mesmo, ca-
—|essoa deve ter a possibilidade de encontrar o pêndulo que me-
H|lhe convém.
lOcorre o mesmo no que diz respeito ao número de espirais. Uma
antiga opõe vários radiestesistas quanto a este problema;
! um grupo que se considera dono da verdade e acha que to-
51
dos devem obedecer à regra. Creio que esse tipo de "guerrinha"
é tão inútil quanto a discussão sobre o sexo dos anjos. Testei 18
pêndulos microvibratórios fabricados ao mesmo tempo (no mes-
mo dia, ou seja, no mesmo período lunar). Esses pêndulos tinham
sido "girados" ou no sentido dos ponteiros do relógio, ou no sen-
tido contrário, e possuíam entre três e 11 espirais. Os testes fo-
ram feitos com alunos que ainda não tinham uma vasta experiên-
cia no campo da radiestesia, e também com magnetizadores que
manipulavam o pêndulo muito antes de eu nascer, assim como
com Guiliaume, a respeito de quem já falei bastante. E chega-
mos à conclusão de que não existe um número ideal de espirais
num pêndulo! Trata-se de uma constatação que se tornou óbvia
depois de mandar testar todos os pêndulos, um após o outro, e
medir com a régua qual o mais adequado para cada pessoa, ou se-
ja, com que tipo de pêndulo a pessoa se entendia melhor. É ver-
dade que o pêndulo com nove espirais é o mais aceito, porém,
algumas pessoas não conseguem com ele a metade dos resulta-
dos obtidos com outro modelo, em melhor harmonia com suas vi-
brações.
O pêndulo hebraico
As pessoas que conhecem os trabalhos de G. J. Bardei e do pró-,
fessor Ravatin, ou que leram Ondes de Vie, Ondes de Mort* (On-
das de Vida, Ondas de Morte), de Jean de La Foye, já sabem que
o alfabeto hebraico oferece inúmeras utilidades no campo da pes-
quisa esotérica.
Para falar a verdade, a energia que emana dos caracteres he-
braicos é tão intensa que nos sentimos capazes de façanhas "extraor-
dinárias", se conseguirmos captá-la e utilizá-la. Felizmente, o
problema é bastante complexo e não está ao alcance de qualquer
pessoa. Acho que esse alfabeto, que não tem relação com o que uti-
lizamos em nossa civilização, está tão bem protegido que seus se-
gredos mais íntimos nunca serão revelados. Entretanto, certas
pessoas, perfazendo um grupo limitadíssimo, conseguiram extrair
a sua "essência". Um dos maiores especialistas no assunto — cer-
tamente o melhor que existe na França — é Yves-Albert Dauge, pro-
fessor de civilizações antigas na Universidade de Perpignan, e autor
do livro L 'Esoterismo pour quoi Faire?** (O Esoterismo Para Fa-
*Robert Laffont, Editora.
**Dervy Livres, Editora.
52
o Quê?). Trata-se do único cientista que conheço nesse campo.
)u usando propositadamente a palavra "cientista" porque tive
)ortunidade de perceber até que ponto ele domina o assunto. Essa
stão, aliás, é extremamente árdua e faltam referências, tudo pre-
[ ser redescoberto, ou antes, descoberto. A civilização hebraica
Spoca de Jesus Cristo não tem mais nada a ver com o que era
passado. Perdeu sua alma e, se ainda falta muito para ela desa-
ecer, está sempre sofrendo ataques tão violentos que ficamos es-
tados com sua sobrevivência.
Como creio que é preciso procurarmos as razões do que somos
Ç em nossas vidas anteriores, gostaria imensamente que Y. A.
|ige me contasse o que sabe a respeito das suas últimas vidas. Pa-
(Ossuir seu saber e falar tão bem a respeito da Bíblia, que lê fluen-
|ente no original, em hebraico e grego, é muito provável que ele
|a participado, de alguma maneira, dos acontecimentos que mar-
|m nosso mundo. Certo dia, enquanto eu me dedicava a pesqui-
^ sobre a energia dos caracteres hebraicos e suas possíveis
cações, ouvi Dauge falando no rádio a respeito da Energia. De
l maneira tão simples e lógica que resolvi contatá-lo. Interessa-
^m meus trabalhos, ele me convidou a sua casa. Passamos jun-
doras inesquecíveis e extremamente proveitosas para mim, e estou
Ode que têm de se repetir... se o tempo, que não pára, nos der
^oportunidade. Todas as pessoas que participam do seu centro
Itudos, por toda a França, principalmente em Paris e no sul do
|loire, vão entender minha linguagem.
Soltarei a falar sobre esse poço de ciência, representado pelo
(homem, em minha opinião, que alcançou o conhecimento uti-
ào de saída a grande linha reta... O que quero dizer é que ele
a hesitou. Ninguém lhe ditou o seu saber, a não ser uma força
a; ele trabalhou muito, procurou por mais de 25 anos e um dia,
^mente, sentiu-se digno de seguir seu caminho e pregar sua ciên-
|É o que ele faz atualmente, para felicidade de todos nós.
|A respeito das letras hebraicas e dos pêndulos, não quero en-
lum terreno tão complicado que poderá, em outra oportunida-
er tema de uma obra mais especializada. Direi apenas que, ao
r Y. A. Dauge explicar a palavra amém e dar a sua tradução,
l ideia de fabricar um pêndulo com essa inscrição em hebraico.
em vista o modo segundo o qual o utilizo, este pêndulo é,
um, o mais prestativo; só recorro a esse instrumento em últi-
tância e quando não existe outro recurso. Já vão entender por
IPreciso confessar que acredito em Deus. Não posso sentir-me
tioso desse sentimento, o que seria ridículo. Afirmo simples-
ique acredito, muito obrigado, meu Deus! Além do mais, se
53
já passei, como todo mundo, por momentos de dúvida que eram
apenas a consequência de provas difíceis, não poderia deixar de acre-
ditar em Deus. Por um lado, à medida que vou progredindo nas pes-
quisas, percebo que minhas descobertas, até mesmo as mais
modestas, aproximam-me cada vez mais do Criador. Por outro la-
do, se eu ficasse famoso ao afirmar que o ateísmo é a solução, não
teria mais nenhum amigo. Não conheço um único radiestesista, um
único magnetizador, mágico, vidente etc. que não acredite em Deus.
Não posso dizer que eles não existam: apenas nunca encontrei, de
nenhuma raça ou religião.
Não pretendo dizer que tenho visões (refiro-me àquelas pessoas
para quem a Virgem se "manifesta"); proclamo apenas, em alto e
bom som, que Deus existe e que eu O encontro quando preciso dE-
le. Por essa razão, reconheço a realidade do outro, da besta, cujos
representantes especiais encontramos permanentemente. O proble-
ma não é esse. A respeito da palavra amém, faço questão de trans-
mitir aos meus leitores o que diz Y. A. Dauge, mostrando que se
escreve f 6^ em hebraico. A tradução literal dessas três letras é a
seguinte: Que deus venha em meu coração!
Não tem nada a ver com o "assim seja" proclamado pêlos ecle-
siásticos há séculos! Além do mais — sempre na opinião de Y. A.
Dauge —, dizia-se Amém (e deve-se dizer) não apenas no fim de
uma reza, como também no início. De certa forma, trata-se da cha-
ve que permite abrir a porta que nos separa do Criador. Por isso
tive a ideia de escrever amém em hebraico sobre um dos meus pên-
dulos. Como o "acaso" sabe o que faz, tive o privilégio de encon-
trar em meu caminho o monge Herry — já falecido — a respeito
de quem falarei mais adiante, ao abordar o tema dos óleos chama-
dos "essenciais". O monge Herry tinha uma maneira especial de uti-
lizar o pêndulo. Ao segurá-lo, recitava uma reza muito simples com
as seguintes palavras:
"É em nome do pai de todo amor,
É em nome do filho de todo amor.
É em nome do espírito de todo amor
QUE ESTOU AGINDO."
Fazia muito tempo que eu recitava essa mesma reza, a qual fi-
zera com que evitasse as armadilhas da "trapaça", tão frequentes
em radiestesia. Essa reza, associada ao uso do meu pêndulo marca-
do com a inscrição íüa, nunca me decepcionou.
Tendo em vista a finalidade deste livro, que é de ajudar as pes-
soas que se sentem atraídas pela radiestesia, fornecendo-lhes armas
54
a o adversário, aconselho o leitor a fabricar esse tipo de pên-
para o qual não conheço concorrente. Levando em conta o ca-
espiritual da inscrição, só se deve utilizar esse pêndulo quando
ïr realmente necessidade.
Mgumas pessoas utilizam uma aliança amarrada a um fio de cabelo ou a uma
(orno pêndulo. Isso não deve ser feito. Por ter sido benta com um objetivo
tcciso, a aliança não deve ser utilizada como pêndulo em caso algum. Depen-
das perguntas feitas, ela poderá responder qualquer coisa. Eu mesmo tive a
thidade de verificar o fato.
55
CAPITULO V
COMO UTILIZAR O PÊNDULO
> já vimos, a primeira coisa a fazer é determinar em que senti-
t pêndulo responde positiva e negativamente. Esses dois senti-
irecisam ser opostos, obrigatoriamente, e de forma muito clara.
entanto, em certos casos, o pêndulo se recusa a dizer não,
|ndo-se a demonstrar sua desaprovação ao se balançar de ma-
| neutra. Se isso acontecer, o radiestesista terá de aceitar, pelo
no momento, esse tipo de resposta. Esse pequeno defeito,
ide levar à maior confusão, deve desaparecer com a repetição
ercícios. É importante efetuar diariamente, de cinco a dez mi-
para quem dispuser de pouco tempo, exercícios indispensá-
Para se manter a forma e progredir. É bom não esquecer que
pores virtuoses começam o dia com uma série de escalas.
irando os resultados obtidos com esses exercícios forem cor-
f pode-se passar ao trabalho propriamente dito, começando-se
ar o pêndulo de maneira útil. Não se deve fazer como o jo-
rtorista que sai a toda velocidade. É preciso iniciar lentamente,
quando a pessoa se sente muito segura.
? fato, algumas pessoas conseguem mais facilmente do que
(um desempenho surpreendente; no entanto, devemos descon-
nanentemente das respostas obtidas. Nunca se deve esque-
;o do erro, que representa um perigo constante. A primeira
) para evitá-lo é trabalhar, de posse de todos os meios e em
ideal.
mto a mim, prefiro trabalhar de manhã, depois do banho
fé. Após uma noite bem-dormida, a mente sente-se livre, ale-
os ainda não teve tempo de ser agredida pelas preocupações
l diária. Além do mais, está "vazia", ou seja, o cansaço ain-
i conseguiu poluí-la. O fato de se ter a mente vazia é impor-
ra todo trabalho delicado em radiestesia. Esse é o estado
)tivo.
57
Segurar o pêndulo, o de tipo vibratório, entre o indicador e o po-
legar.
E não desse modo.
58
De manhã, a primeira coisa que faço não é ligar o rádio para ou-
s notícias, nem ler o jornal durante o café. Também não ligo a
isão, como costuma acontecer cada vez mais nas casas. Com is-
8 pessoas que conversavam pouco entre si, à mesa, na hora do al-
o ou do jantar, por causa do noticiário na televisão, também não
«crsam de manhã... Não é o meu caso. Como moro sozinho gran-
arte do ano, de manhã falo comigo mesmo, com toda calma. É
Iço momento em que me encontro realmente a sós comigo e não
E mão dessa oportunidade. Entretanto, costumo convidar Bach ou
fart para meu despertar, do qual trato com o maior cuidado.
|Em seguida, pego uma carta de baralho em meu escritório, ao
e tento determinar sua identidade. É o meu modo de treinar e
r a forma. Só deixo passar um único erro. Quando não descubro
acarta, pego outra. Se não conseguir achar a resposta correia,
o pêndulo de lado e não toco mais nele o dia inteiro. É melhor
r por um dia melhor! Por isso, fico preocupado ao ver radieste-
ïrofissionais utilizando o pêndulo sem parar, todos os dias úteis,
|umã à noite. Não sei como fazem para não cometer erros e mere-
l preços altos que costumam cobrar. Aliás, a esse respeito, já te-
neu modo de pensar; de fato, em várias oportunidades pude ve-
ir o quanto certos profissionais ficavam atrapalhados. Fiz isso
incadeira, mas também para saber a verdade.
l^ara utilizar o pêndulo com o máximo de chances de êxito, é i
|)mental sentir-se perfeitamente bem, quanto ao corpo e à mente, '
|8se de todas as energias. Quem pode jurar que tal situação ideal ||
)ete sempre? Algumas pessoas preferem trabalhar à noite, o j
! perfeitamente possível. Eu mesmo já trabalhei assim. Mas é
(o estar descansado. Nesse caso, é melhor verificar os resultá-
la manhã seguinte. Acontece cada surpresa...
'0-sugestâo
. primeira desconfiança, em relação ao pêndulo, é a auto-
1o (ou sugestão). Ela representa a causa da maioria dos erros.
mm. evitar sua influência. Para combatê-la, a primeira regra con-
—empreque possível, em não olhar para o pêndulo. Por isso, in-
1 o sistema das "bolas". De fato. coloco nelas as palavras
Rantes que orientam minha pesquisa. Enquanto meu dedo in-
>r esquerdo fica apalpando o conteúdo da bola, para captar to-
^ibrações, seguro o pêndulo com a mão direita, fora do alcance
olhar. Ao perceber que o pêndulo iniciou seu movimento de
, "surpreendo" o sentido segundo o qual ele se efetua.
59

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Minsait - Digital WorkPlace Modern_Acelerador DWP leaders v2.pptx
Minsait - Digital WorkPlace Modern_Acelerador DWP leaders v2.pptxMinsait - Digital WorkPlace Modern_Acelerador DWP leaders v2.pptx
Minsait - Digital WorkPlace Modern_Acelerador DWP leaders v2.pptx
LuisHervsMata
 
Quadrature amplitude modulation qam transmitter
Quadrature amplitude modulation qam transmitterQuadrature amplitude modulation qam transmitter
Quadrature amplitude modulation qam transmitter
Asaad Drake
 
Transmission impairments
Transmission impairmentsTransmission impairments
Transmission impairments
avocado1111
 

Mais procurados (20)

Pcm
PcmPcm
Pcm
 
Demodulation of am envelope detector
Demodulation of am envelope detectorDemodulation of am envelope detector
Demodulation of am envelope detector
 
Lista de Trabalho Radiestesia
Lista de Trabalho RadiestesiaLista de Trabalho Radiestesia
Lista de Trabalho Radiestesia
 
Digital carrier modulation
Digital carrier modulationDigital carrier modulation
Digital carrier modulation
 
Radio propagation 101
Radio propagation 101Radio propagation 101
Radio propagation 101
 
Oscillator Circuit using Multisim Software
Oscillator Circuit using Multisim SoftwareOscillator Circuit using Multisim Software
Oscillator Circuit using Multisim Software
 
Minsait - Digital WorkPlace Modern_Acelerador DWP leaders v2.pptx
Minsait - Digital WorkPlace Modern_Acelerador DWP leaders v2.pptxMinsait - Digital WorkPlace Modern_Acelerador DWP leaders v2.pptx
Minsait - Digital WorkPlace Modern_Acelerador DWP leaders v2.pptx
 
Carlos Rebouças Jr - Seichim-SKHM Reiki
Carlos Rebouças Jr - Seichim-SKHM ReikiCarlos Rebouças Jr - Seichim-SKHM Reiki
Carlos Rebouças Jr - Seichim-SKHM Reiki
 
Apostila radiestesia
Apostila radiestesiaApostila radiestesia
Apostila radiestesia
 
Beginners guide to Crystals and Crystal Healing
Beginners guide to Crystals and Crystal HealingBeginners guide to Crystals and Crystal Healing
Beginners guide to Crystals and Crystal Healing
 
Quadrature amplitude modulation qam transmitter
Quadrature amplitude modulation qam transmitterQuadrature amplitude modulation qam transmitter
Quadrature amplitude modulation qam transmitter
 
Business Plan
Business PlanBusiness Plan
Business Plan
 
Statistical signal processing(1)
Statistical signal processing(1)Statistical signal processing(1)
Statistical signal processing(1)
 
Adaptive filters
Adaptive filtersAdaptive filters
Adaptive filters
 
Transmission impairments
Transmission impairmentsTransmission impairments
Transmission impairments
 
Ch5
Ch5Ch5
Ch5
 
Narrow band frequency modulation nbfm
Narrow band frequency modulation nbfmNarrow band frequency modulation nbfm
Narrow band frequency modulation nbfm
 
Class 12 Concept of pulse modulation
Class 12 Concept of pulse modulationClass 12 Concept of pulse modulation
Class 12 Concept of pulse modulation
 
Cura quântica avançada apostila - apostila - 004
Cura quântica avançada   apostila - apostila - 004Cura quântica avançada   apostila - apostila - 004
Cura quântica avançada apostila - apostila - 004
 
lecture2.ppt
lecture2.pptlecture2.ppt
lecture2.ppt
 

Semelhante a Yvon lavalou radiestesia

A clarividência (livro integral)
A clarividência (livro integral)A clarividência (livro integral)
A clarividência (livro integral)
EWALDO DE SOUZA
 
Albert de rochas a levitação
Albert de rochas   a levitaçãoAlbert de rochas   a levitação
Albert de rochas a levitação
EWALDO DE SOUZA
 
AGRISSÊNIOR NOTÍCIAS - Nº 547 an 27 outubro_2015.ok (1)
AGRISSÊNIOR NOTÍCIAS - Nº 547 an 27 outubro_2015.ok (1)AGRISSÊNIOR NOTÍCIAS - Nº 547 an 27 outubro_2015.ok (1)
AGRISSÊNIOR NOTÍCIAS - Nº 547 an 27 outubro_2015.ok (1)
Roberto Rabat Chame
 
Anne e daniel_meurois_-_o_caminho_dos_essênios
Anne e daniel_meurois_-_o_caminho_dos_essêniosAnne e daniel_meurois_-_o_caminho_dos_essênios
Anne e daniel_meurois_-_o_caminho_dos_essênios
havatar
 

Semelhante a Yvon lavalou radiestesia (20)

A clarividência (livro integral)
A clarividência (livro integral)A clarividência (livro integral)
A clarividência (livro integral)
 
O que é a clarividência
O que é a clarividênciaO que é a clarividência
O que é a clarividência
 
O escafandro-e-a-borboleta-jean-dominique-bauby
O escafandro-e-a-borboleta-jean-dominique-baubyO escafandro-e-a-borboleta-jean-dominique-bauby
O escafandro-e-a-borboleta-jean-dominique-bauby
 
Apostila radiestesia
Apostila radiestesiaApostila radiestesia
Apostila radiestesia
 
_ MANIFESTAÇÕES FÍSICAS ESPONTÂNEAS II.pptx
_   MANIFESTAÇÕES FÍSICAS ESPONTÂNEAS II.pptx_   MANIFESTAÇÕES FÍSICAS ESPONTÂNEAS II.pptx
_ MANIFESTAÇÕES FÍSICAS ESPONTÂNEAS II.pptx
 
Albert de rochas a levitação
Albert de rochas   a levitaçãoAlbert de rochas   a levitação
Albert de rochas a levitação
 
Estudo do livro Roteiro lição 3
Estudo do livro Roteiro lição 3Estudo do livro Roteiro lição 3
Estudo do livro Roteiro lição 3
 
Radiestesia - conhecendo o invisível.pdf
Radiestesia - conhecendo o invisível.pdfRadiestesia - conhecendo o invisível.pdf
Radiestesia - conhecendo o invisível.pdf
 
Estudo do livro Roteiro lição 34
Estudo do livro Roteiro lição 34Estudo do livro Roteiro lição 34
Estudo do livro Roteiro lição 34
 
A teia-do-destino-como-se-tece-e-destece-max-heindel
A teia-do-destino-como-se-tece-e-destece-max-heindelA teia-do-destino-como-se-tece-e-destece-max-heindel
A teia-do-destino-como-se-tece-e-destece-max-heindel
 
AGRISSÊNIOR NOTÍCIAS - Nº 547 an 27 outubro_2015.ok (1)
AGRISSÊNIOR NOTÍCIAS - Nº 547 an 27 outubro_2015.ok (1)AGRISSÊNIOR NOTÍCIAS - Nº 547 an 27 outubro_2015.ok (1)
AGRISSÊNIOR NOTÍCIAS - Nº 547 an 27 outubro_2015.ok (1)
 
Nocoes basicas de_antroposofia
Nocoes basicas de_antroposofiaNocoes basicas de_antroposofia
Nocoes basicas de_antroposofia
 
Revista espirita 1858
Revista espirita 1858Revista espirita 1858
Revista espirita 1858
 
47770341 apostilaradiestesia
47770341 apostilaradiestesia47770341 apostilaradiestesia
47770341 apostilaradiestesia
 
Anne e daniel_meurois_-_o_caminho_dos_essênios
Anne e daniel_meurois_-_o_caminho_dos_essêniosAnne e daniel_meurois_-_o_caminho_dos_essênios
Anne e daniel_meurois_-_o_caminho_dos_essênios
 
Tecnica da mediunidade
Tecnica da mediunidadeTecnica da mediunidade
Tecnica da mediunidade
 
Tecnica da-mediunidade-1
Tecnica da-mediunidade-1Tecnica da-mediunidade-1
Tecnica da-mediunidade-1
 
A busca pela inspiração depende da motivação
A busca pela inspiração depende da motivaçãoA busca pela inspiração depende da motivação
A busca pela inspiração depende da motivação
 
Técnica da mediunidade (carlos torres pastorino)
Técnica da mediunidade (carlos torres pastorino)Técnica da mediunidade (carlos torres pastorino)
Técnica da mediunidade (carlos torres pastorino)
 
Tecnica da-mediunidade-1
Tecnica da-mediunidade-1Tecnica da-mediunidade-1
Tecnica da-mediunidade-1
 

Mais de Instituto de Psicobiofísica Rama Schain

( Apometria) amag ramgis - oracao inicial para pedir protecao trabalho de a...
( Apometria)   amag ramgis - oracao inicial para pedir protecao trabalho de a...( Apometria)   amag ramgis - oracao inicial para pedir protecao trabalho de a...
( Apometria) amag ramgis - oracao inicial para pedir protecao trabalho de a...
Instituto de Psicobiofísica Rama Schain
 
( Apometria) amag ramgis - oracao inicial para pedir protecao trabalho de a...
( Apometria)   amag ramgis - oracao inicial para pedir protecao trabalho de a...( Apometria)   amag ramgis - oracao inicial para pedir protecao trabalho de a...
( Apometria) amag ramgis - oracao inicial para pedir protecao trabalho de a...
Instituto de Psicobiofísica Rama Schain
 

Mais de Instituto de Psicobiofísica Rama Schain (20)

( Espiritismo) # - influencia do meio
( Espiritismo)   # - influencia do meio( Espiritismo)   # - influencia do meio
( Espiritismo) # - influencia do meio
 
( Espiritismo) # - estudando a mediunidade
( Espiritismo)   # - estudando a mediunidade( Espiritismo)   # - estudando a mediunidade
( Espiritismo) # - estudando a mediunidade
 
( Espiritismo) # - ectoplasma mediunidade de efeitos fisicos
( Espiritismo)   # - ectoplasma mediunidade de efeitos fisicos( Espiritismo)   # - ectoplasma mediunidade de efeitos fisicos
( Espiritismo) # - ectoplasma mediunidade de efeitos fisicos
 
( Apometria) apometria em casa
( Apometria)   apometria em casa( Apometria)   apometria em casa
( Apometria) apometria em casa
 
( Apometria) apometria em casa(1)
( Apometria)   apometria em casa(1)( Apometria)   apometria em casa(1)
( Apometria) apometria em casa(1)
 
( Apometria) apometria e a cura quantica 2
( Apometria)   apometria e a cura quantica 2( Apometria)   apometria e a cura quantica 2
( Apometria) apometria e a cura quantica 2
 
( Apometria) apometria e a cura quantica 2(2)
( Apometria)   apometria e a cura quantica 2(2)( Apometria)   apometria e a cura quantica 2(2)
( Apometria) apometria e a cura quantica 2(2)
 
( Apometria) apometria e a cura quantica 2(1)
( Apometria)   apometria e a cura quantica 2(1)( Apometria)   apometria e a cura quantica 2(1)
( Apometria) apometria e a cura quantica 2(1)
 
( Apometria) amag ramgis - oracao inicial para pedir protecao trabalho de a...
( Apometria)   amag ramgis - oracao inicial para pedir protecao trabalho de a...( Apometria)   amag ramgis - oracao inicial para pedir protecao trabalho de a...
( Apometria) amag ramgis - oracao inicial para pedir protecao trabalho de a...
 
( Apometria) amag ramgis - oracao inicial para pedir protecao trabalho de a...
( Apometria)   amag ramgis - oracao inicial para pedir protecao trabalho de a...( Apometria)   amag ramgis - oracao inicial para pedir protecao trabalho de a...
( Apometria) amag ramgis - oracao inicial para pedir protecao trabalho de a...
 
( Apometria) a importancia da reforma intima no tratamento de apometria
( Apometria)   a importancia da reforma intima no tratamento de apometria( Apometria)   a importancia da reforma intima no tratamento de apometria
( Apometria) a importancia da reforma intima no tratamento de apometria
 
( Apometria) alexandre d c lima - apometria cosmica # nivel basico
( Apometria)   alexandre d c lima - apometria cosmica # nivel basico( Apometria)   alexandre d c lima - apometria cosmica # nivel basico
( Apometria) alexandre d c lima - apometria cosmica # nivel basico
 
50209564 20090319-apost-taiji
50209564 20090319-apost-taiji50209564 20090319-apost-taiji
50209564 20090319-apost-taiji
 
49579762 apostila-mod-3
49579762 apostila-mod-349579762 apostila-mod-3
49579762 apostila-mod-3
 
47930901 37060761-apostila-auriculo-francesa
47930901 37060761-apostila-auriculo-francesa47930901 37060761-apostila-auriculo-francesa
47930901 37060761-apostila-auriculo-francesa
 
47477314 budo-1
47477314 budo-147477314 budo-1
47477314 budo-1
 
46879180 revista-homo-optimus-nu-07
46879180 revista-homo-optimus-nu-0746879180 revista-homo-optimus-nu-07
46879180 revista-homo-optimus-nu-07
 
46265526 6985232-fundamentos-da-medicina-tradicional-chinesa
46265526 6985232-fundamentos-da-medicina-tradicional-chinesa46265526 6985232-fundamentos-da-medicina-tradicional-chinesa
46265526 6985232-fundamentos-da-medicina-tradicional-chinesa
 
44970137 ana vitoriavieiramonteiro-xamanismoarteextase
44970137 ana vitoriavieiramonteiro-xamanismoarteextase44970137 ana vitoriavieiramonteiro-xamanismoarteextase
44970137 ana vitoriavieiramonteiro-xamanismoarteextase
 
44938076 moxa
44938076 moxa44938076 moxa
44938076 moxa
 

Yvon lavalou radiestesia

  • 1. RADIESTESIA Yvon Lavalou Tradução de IRENE CUBRIC 3a EDIÇÃO Nova ^ era CIP-Brasil. Catalogação-na-fonte Sindicato Nacional dos Editores de Livros, RJ Lavalou, Yvon L426r Radiestesia / Yvon Lavalou, tradução de Irene 3a ed. Cubric. - 3a ed. - Rio de Janeiro: Record, 1996. (Nova Era) Tradução de: La radiesthèsie ISBN 85-01-03707-9 l. Radiestesia. 2. Pêndulo. I. Titulo. CDD- 133.323 93-1246 CDU-133.531,5 Título original francês LA RADIESTHÈSIE Copyright © 1989 by Éditions du Rocher Capa: Dan Palatinik ^°^ OWKISt0- EDITORA AFILIADA Direitos exclusivos de publicação em língua portuguesa para o Brasil adquiridos pela DISTRIBUIDORA RECORD DE SERVIÇOS DE IMPRENSA S.A. Rua Argentina 171 - 20921-380 Rio de Janeiro, RJ - Tel.: 585-2000 que se reserva a propriedade literária desta tradução Impresso no Brasil ISBN 85-01-03707-9 PEDIDOS PELO REEMBOLSO POSTAL Caixa Postal 23.052 - Rio de Janeiro, RJ - 20922-970 A GUILLAUME, é claro; A ÉMILE (SHANGUY), é óbvio; e a Michel BARTHÈS, é certo, sem os quais este livro nunca teria tido a oportunidade de ser o que desejo que ele seja. E a todos aqueles — deste mundo e do outro — que me estimularam e ajudaram a escrever essas páginas. Meu desejo é que elas sejam úteis a quem possa lê-las. SUMÁRIO Capítulo I. Para que serve a radiestesia ........ 11 Capítulo II. Guíllaume... "Está dando certo!" .................................................. 17 Capítulo III. Como se tornar radiestesista ....... 33 Capítulo IV. O pêndulo ....................... ........ 45 Capítulo V. Como utilizar o pêndulo .............. 57 Capítulo VI. O engano ................................. 75 Capítulo VII. A radiestesia médica ................. 81 Capítulo VIII. Medir e contar com o pêndulo.... 97 Capítulo IX. A radiestesia e os jogos chamados "de azar" .............................................. 101 Capítulo X. As diversas proteções .................. Ill Capítulo XI. Defender-se da melhor forma possível ................................................. 127
  • 2. Capítulo XII. Tratar e conservar o corpo e a alma ..................................................... 135 LI RADIESTESIA l CAPITULO I PARA QUE SERVE A RADIESTESIA Ao contrário da máquina mais aperfeiçoada, o cérebro humano tem possibilidades absolutamente ilimitadas. Por diversas razões, ape- nas uma de suas partes, bem pequena, funciona permanentemente. Na verdade, não há nenhum exagero em se afirmar que nosso cére- bro está dormindo. A maioria das células que o compõem perma- necem adormecidas e são vegetativas. No entanto, estão à espera de um estímulo para serem conectadas e assumirem uma vida ativa. Encontram-se à nossa disposição. É preciso, porém, solicitá-las, o que esquecemos de fazer na vida diária, sempre muito preocupados com assuntos que nem merecem ocupar tanto lugar em nosso pen- samento. É evidente que, na maior parte do tempo, administramos pessimamente nosso pensamento, esbarrando em árvores que dissi- mulam uma floresta pronta a nos receber e a nos oferecer todas suas riquezas... Entre os inúmeros talentos escondidos com os quais fomos do- tados, a radiestesia encontra-se em nós, como uma semente espe- rando para ser plantada, germinar e dar o fruto para o qual foi concebida. Nascemos radiestesistas em potencial. Podemos compa- rar esta capacidade, que possuímos, àquela que nos permite apren- der a dirigir quando quisermos. Será que há, entre nós, pessoas incapazes de manobrar um carro? Todos que têm a oportunidade de aprender a dirigir tornam-se rapidamente bons motoristas. É claro que uns são melhores do que outros, não há nada de anormal nisso. Na pior das hipóteses, as pessoas menos bem-dotadas devem repe- tir várias vezes a prova; no entanto, com tempo e paciência necessá- rios, cada um de nós é perfeitamente capaz de dirigir, e até mesmo fazê-lo com perfeição. E aquele que parecia pouco dotado, mas que se viu obrigado pela profissão a enfrentar a estrada, acaba se tor- nando, na maioria dos casos, melhor motorista do que o superdo- tado, que só sai de carro para passear aos domingos. 11 É exatamente o que acontece em relação à radiestesia; e a comparação não termina aí: um motorista que acabou de tirar a carteira de habilitação nunca pensaria em pegar o carro, de um dia para o outro, e sair a 250 quilómetros por hora, mesmo que o automóvel aguentasse essa velocidade. Um iniciante não deve exigir do seu pêndulo desempenhos que só podem ser assumidos por pessoas com muita prática. Os "acidentes" podem ser muito graves para que alguém perfeitamente equilibrado queira correr o risco. Apesar de tudo, quantos radiestesistas amadores, e ou- tros — o que é pior ainda — profissionais, totalmente incapazes de encontrar água no mar, enganam os clientes por simples falta de modéstia... Apresentam aos pêndulos perguntas essenciais, ca- pitais para sua própria vida (e a dos outros também...), conside- rando as respostas infalíveis! Assim como a radiestesia é capaz de nos tirar da pior situação, quando utilizada com bom senso e método adequado, também o pêndulo pode levar-nos a cometer atos irreparáveis quando mal empregado. Antes de redigir este livro, quis verificar que a arte radiestésica era acessível a todos. Foi com esse objetivo que mul- tipliquei as experiências. Familiarizei-me com várias manifesta- ções esotéricas, a fim de iniciar à radiestesia o maior número de pessoas, as quais, até então, nunca haviam tido o menor contato com um pêndulo. De reunião em reunião, foram mais de 1.000
  • 3. neófitos iniciados, dentre os quais encontram-se hoje radiestesistas excepcionais. Apesar de me sentir gratificado com esses resultados — que se devem à seriedade e ao trabalho desses profissionais —, fico particularmente orgulhoso com o fato de nunca ter experi- mentado qualquer fracasso. Todas as pessoas que me procuraram sabiam como utilizar um pêndulo. Oh, claro! Seria exagero da minha parte afirmar que foi suficiente meia hora para transformar todos em artistas renomados. Tinham de estudar, e muito. No entanto, ao primeiro contato com o pêndulo, essas pessoas eram capazes de executar com êxito exercícios relativamente complexos, dando prova de que estavam preparadas para interpretar e, mais tarde, utilizar as vibrações. Há casos, inclusive, em que a eficá- cia de um bom pêndulo, adequadamente empregado, pôde ser re- velada de imediato; temos o exemplo de certa senhora, moradora nos arredores de Fréjus, que encontrou seu cachorro fujão, sem ligar para os olhares irónicos do marido... No momento oportuno, relatarei esse caso que não tem nada de extraordinário, embora seja muito significativo por inúmeras razões. 12 O que é a radiestesia? Se procurarmos em um dicionário clássico, ficaremos sabendo que esta palavra vem do latim radius, raio, e do grego aesthesis, sensação-faculdade ou arte de perceber radiações emitidas por dife- rentes corpos. Quanto a mim, qualificarei a radiestesia de "arte das vibra- ções", estabelecendo uma analogia com a música, habitualmente chamada de "arte dos sons". Para completar essa definição, acres- centarei que ela é "a arte de interpretar as vibrações, decodificar as energias e seus movimentos". Todo corpo, toda substância são vibrações, que diferem de acor- do com o objeto, com suas formas e a matéria que o compõe. As vibrações do corpo humano são perfeitamente conhecidas, assim co- mo sua frequência. O físico Turenne determinou que esta frequên- cia correspondia exatamente a oito metros. Quanto ao professor Hubert Rohsacher, diretor do Instituto de Psicologia da Universi- dade de Viena (Áustria), chegou à conclusão de que o conjunto do nosso corpo efetua em média dez vibrações por segundo. Sentir as vibrações Não é preciso ser radiestesista para sentir as vibrações que ema- nam do corpo humano. A situação muda de aspecto quando se tra- ta de um objeto, seja ele qual for. Como já afirmei anteriormente, estes objetos têm vibrações próprias. Como prova disso, passo a re- latar um fato que aconteceu em maio de 1986, em Draguignan, on- de eu me encontrava com meu amigo Shanguy, a respeito de quem farei inúmeras referências ao longo deste livro, por várias razões... Eu tinha comprado, obedecendo a todas as formalidades legais, uma máquina fotográfica numa loja situada no centro da cidade, w lecebendo do vendedor nota fiscal e certificado de garantia corre- tíssimos. Ao mostrar minha aquisição a Shanguy, ele segurou a má- quina e recuou imediatamente, afirmando-me tratar-se de um objeto 'roubado. Como terei a oportunidade de relatar o fato com maiores detalhes em outro trecho do livro, só quero mostrar o quanto ele é eloquente. A percepção extra-sensível de Shanguy tinha permitido constatar que aquela máquina fotográfica possuía as vibrações de um objeto roubado, apenas uma hora depois de eu tê-la adquirido... Aos que ainda duvidarem de que os objetos inanimados pos- suem alma, parece-me que essa história traz uma resposta flagrante e indiscutível. 13 É óbvio que, antes de chegar a resultado tão espetacular, Shan- guy passou anos a fio com o pêndulo na mão. Se, atualmente, ele se sente capaz de dispensá-lo, na maioria das circunstâncias, foi gra-
  • 4. ças a um trabalho diário que aguçou seus sentidos. Suas percepções justificam-se por se tratar de uma pessoa evidentemente predispos- ta, cujas faculdades foram aumentadas por uma experiência que ele soube procurar no lugar certo. E assim, alcançou um grau bastante elevado no campo do conhecimento. Graças a muito trabalho e exer- cícios, ele soube despertar uma parte do seu cérebro que se manti- vera vegetando até então, e enfrentar a vida com uma visão capaz de protegê-lo de inúmeros problemas. No entanto, como podere- mos ver em seguida, sua função na terra vai muito além. Seu saber e suas faculdades prestam, às pessoas que o cercam e àquelas que seguem seus ensinamentos, favores incalculáveis. Quanta gente foi bater à sua porta, pedindo auxílio, e hoje deve a este homem felici- dade, êxito e saúde. Embora seu elevadíssimo nível de poderes seja realmente excepcional — é impossível negá-lo —, Shanguy detesta que falem dele como de um "dotado". Tal excesso de humildade explica-se pelo fato de que nosso amigo transforma, literalmente, um certo número de discípulos ignorantes no assunto em iniciados capazes de realizar verdadeiras façanhas. Desta forma, para ele, não existe nenhum tipo de magia nessa transformação, nessa transmu- tação. Nenhum artifício, nenhum dom. Basta seguir o guia (con- tanto que este tenha talento) e estudar. Nossa vasta experiência com radiestesia nos leva a crer que Shanguy está coberto de razão. Al- guns dos meus alunos, mais estudiosos e com uma disponibilidade de tempo maior do que a minha para exercerem sua arte, frequente- mente ultrapassaram o professor. O que me causa o maior orgulho. O famoso "dom", chamado por certas pessoas de "fluido", costuma prestar péssimos serviços aos que se julgam seus beneficiá- rios. Não foi Georges Brassens quem escreveu: "Sem técnica, o dom não passa de uma sórdida mania"? Pois é exatamente essa técnica que me proponho a divulgar e ensinar. Quando resolvi redigir este livro, foi com um objetivo bem claro: que o pêndulo possa ajudar as pessoas a viverem! Que ele faça com que todas as ciladas arma- das pela vida no caminho de cada um de nós possam ser evitadas. E quando, por falta de atenção, cairmos numa armadilha, o pêndu- lo deve ajudar-nos a sair daquela situação. De fato, as aplicações da radiestesia são ilimitadas, e quando as pessoas querem saber para que serve esta arte — é a pergunta que me fazem com frequência —, sinto-me bastante constrangido... Ainda não encontrei um só campo onde a radiestesia não atuasse de forma útil. Por isso, prefiro responder com outra pergunta, à 14 qual posso trazer uma resposta: "Qual é o seu problema?" Costu- mo encontrar a solução adequada para cada caso, sejam quais fo- rem os dados fornecidos. Um dom para fazer o quê? É claro que a radiestesia permite encontrar água. As pessoas que pensam ser esta sua única função têm, a respeito das suas pró- prias faculdades, uma opinião muito limitada. Verdadeira abertura sobre o mundo visível, e sobre o outro, muito real, invisível, a arte radiestésica transforma, rápida e radicalmente, os seus adeptos, pa- ra os quais ela traz uma base ao mesmo tempo diferente e mais está- vel. Quanto mais o radiestesista avançar em sua busca, maiores serão seus progressos na vida, que ele passará a enxergar com outros olhos. Certas evidências, que permaneciam ocultas até então, revelam-se muito claras. Mas é bom não se entusiasmar em demasia. Muitos radiestesistas deixam-se levar pelo sucesso. Em vez de fazer com que eles dominem o seu próprio destino, o pêndulo acaba criando cer- tas miragens, cuja procura pode ser vã e dispendiosa. Antes de mais nada, o radiestesista deve permanecer uma pessoa equilibra- da. Se, graças às suas qualidades, ele conseguir alcançar esferas ma- ravilhosas, fronteiras de um mundo desconhecido onde poderá penetrar se souber manter-se nos limites racionais, o radiestesista deverá ficar permanentemente atento. O pêndulo é feito para ser- vir. Não deve nunca prejudicar... nem se tornar uma dependência.
  • 5. Se insisto nisso com tamanha veemência, é porque já encontrei tantos loucos utilizando-se do pêndulo sem um bom treinamento, que morro de medo com a simples ideia de que seus conselhos pos- sam trazer terríveis consequências. A radiestesia pode e deve ser uti- lizada com confiança, mas trata-se de uma arte que não aceita a menor fantasia ou improvisação. Deve ser praticada a partir de um método muito seguro. Ela é, antes de mais nada, um estado de espí- rito, e, assim como existem péssimos motoristas cuja carteira de ha- bilitação devia ser cassada, há inúmeros radiestesistas que deviam ser privados do pêndulo por má conduta profissional. Alguns deles, desanimados pelo grande número de fracassos em suas experiências radiestésicas, acabaram largando o pêndulo e che- garam a experimentar um certo ódio em relação a ele. Esta não é a solução. Meu conselho é que voltem a trabalhar com o instrumen- to, trocando talvez por outro que lhes pareça mais confiável. Não pretendo ser dono da verdade. Há várias maneiras de pro- ceder em radiestesia. Se estou convicto de que a minha tem seus mé- 15 ritos, é porque ela me traz — e a todos que a praticam — satisfa- ções permanentes e que podem ser verificadas; não encontrei isso — assim como nenhuma das pessoas consultadas — com qualquer outro tipo de método. Meu método é fruto de uma pesquisa pessoal e constante e de um trabalho coletivo efetuado com radiestesistas, que me impres- sionaram com seu talento e sua competência. Multiplicamos juntos as experiências. Juntos cometemos vários erros, procurando sem- pre as causas dos nossos fracassos e, principalmente, os meios de evitá-los. Juntos aprendemos a ser modestos, o que deve ser a pri- meira qualidade do radiestesista digno desse nome. Aceitamos o de- safio de questionar nosso tipo de trabalho, começar do zero, desconfiar de tudo que nos parecia certo. Resumindo, resolvemos recuar para podermos avançar na ponta dos pés, como se estivésse- mos pisando em ovos. Assim, à medida que progredíamos, muito lentamente, constatamos que quebrávamos cada vez menos ovos... É o que desejo a todos vocês, do fundo do coração. Apenas como lembrete, quero dizer também que, neste livro, tratei unicamente da utilização do pêndulo. Propositadamente, dei- xei de lado as varas (de aveleira ou outras), cujo uso tem-se revela- do bem mais delicado e, na minha opinião, menos prático. 16 CAPITULO II GUILLAUME... "ESTÁ DANDO CERTO!" Cada um de nós nasce radiestesista em potencial: trata-se de uma evidência para todos. Porém, como todas as artes, e a radiestesia é arte antes de ser ciência, ela possui regras. Aquele que não as res- peita encontra-se na mesma situação que um escritor que desconhe- ce a gramática e a sintaxe. Ou que um músico, compondo sinfonias (infelizmente, já são tantos!...) sem nunca ter estudado nem solfejo nem harmonia. É possível imaginar um motorista dirigindo sem co- nhecer o código da estrada? Depois de assimilar as regras elementa- res que regem a arte radiestésica, convém continuar praticando um certo número de exercícios destinados a proporcionar as melhores condições, ou então colocar-se em situações ideais de trabalho. Não é vergonha repetir os exercícios todos os dias. Os melhores instru- mentistas costumam começar o dia com escalas, arpejos e estudos para "desenferrujar" os dedos. Antes de iniciar seu trabalho, Vic- tor Hugo tinha o hábito de escrever 300 versos sem parar antes de tomar o café da manhã; em seguida, ao se sentir em plena forma, dirigia-se então para o gabinete de trabalho! Se as escalas são um tanto ou quanto enfadonhas para o músico, a situação é muito di- ferente para o radiestesista. Os testes indispensáveis à sua boa for- mação e ao seu preparo possuem um aspecto divertido e excitante, em nada rebarbativo, muito pelo contrário. Desde o início, eles se
  • 6. transformam num jogo apaixonante, e passam a ser uma espécie de droga sem a qual não se pode passar. É bom repetir que certas pes- soas precisam de mais exercícios do que outras, conforme seu tem- peramento e sua aplicação. Mas o mais importante é que todo mundo se encontre, no final das contas, na mesma linha de chegada! Para conseguir interpretar o mesmo trecho, alguns músicos te- rão que repeti-lo três horas por dia, durante um mês. Para outros, uma semana, com uma hora diária de trabalho, será mais do que suficiente; no entanto, não são, necessariamente, os últimos que ofe- 17 recerão a melhor interpretação daquele famoso trecho. Os mais "do- tados" têm uma certa tendência a fazer pouco caso do trabalho mil vezes repetido, e, às vezes, acabam traídos pela vaidade. Antes de desmitificar a radiestesia e explicar como alguém, que já foi bem mais incrédulo do que eu, tornou-se seu maior adepto, parece-me indispensável falar do nosso encontro. Certa noite, ao voltar de uma reportagem pelas estradas da Bre- tanha, encontrei, perto de um carro capotado, dois rapazes bastan- te machucados. Ambos estavam com o rosto ensanguentado. A orelha direita de um deles, caída sobre o ombro, mantinha-se presa à cabeça graças a dois minúsculos nervos muito finos e frágeis. Na verdade, os dois rapazes estavam num estado lamentável e precisa- vam ser transportados com urgência para o hospital. Ofereci-me ime- diatamente para levá-los. — Hospital? Nem pensar — respondeu o que só tinha uma ore- lha, encontrando uma série de argumentos para se defender, com os quais, agora, estou de pleno acordo. Vendo a minha cara — eu devia parecer espantadíssimo —, ele me explicou que conhecia um camponês que morava cerca de 15 quilómetros dali que costuma- va fazer milagres com seu pêndulo. Tratava-se de uma espécie de eremita, e o rapaz me implorou para que eu os levasse até lá. Acei- tei muito a contragosto, convicto da inutilidade de minha conduta. Diante do aspecto lamentável daqueles dois rapazes, que pareciam ter saído de uma trincheira da guerra de 1914, diante daquela ore- lha presa apenas por um fio, minha vontade era levá-los ao hospital. Foi assim que encontrei Guiliaume. Atualmente, não tenho a menor dúvida de que esse encontro (ou reencontro, sabe-se lá?) fo- ra programado há muito tempo. — Ah! Era você! — disse ele com toda simplicidade ao rapaz de orelha dilacerada. — Levantei-me ainda há pouco, quando per- cebi que alguém estava chegando, mas não sabia que era você. A profissão de jornalista ensinou-me a aceitar os fatos com natura- lidade e sem grande surpresa. No entanto, naquela época, com 25 anos a menos do que agora, confesso que não levei aquela história muito a sé- rio. Como explicar que um camponês, completamente isolado no inte- rior da Bretanha, tenha dito ao rapaz que chegou de repente à casa dele por volta das três horas da manhã: "Eu estava esperando por você"? Como Guiliaume agiu dessa maneira outras vezes, deixei de fi- car surpreso com sua faculdade de saber com antecedência que uma visita está chegando. Além do mais, ele se tornou meu amigo e a telepatia funciona maravilhosamente bem entre nós. 18 O dono da casa mandou que nos sentássemos nos bancos ao redor da grande mesa da fazenda e tirou do bolso um estranho ara- me todo retorcido e amarrado com um cordão à chave da casa. Em seguida, segurando a mão do rapaz que parecia mais machucado, começou a fazer girar o tal arame. Ao perceber meu olhar de espan- to, ele achou necessário explicar-me que se tratava de um pêndulo. Depois, apanhou num velho armário um imenso dicionário muito velho que tinha a particularidade de possuir lindas ilustrações ana- tómicas muito bem-feitas e coloridas. Ele pediu o relógio do rapaz e o guardou na mão esquerda. Enquanto o dedo indicador dessa mão deslizava sobre as ilustrações de anatomia, ele fazia girar com a mão
  • 7. direita o estranho arame. Aquela cena — em todo seu contexto — parecia bastante esquisita, tendo em vista o lugar, a hora e uma es- pécie de reza, murmurada por Guiliaume, que acompanhava a ceri- mónia. Essas palavras sussurradas perturbavam o silêncio da noite e mantinham o suspense no qual se encontrava mergulhado nosso quarteto. Após alguns minutos intermináveis, o veredicto soou bru- talmente. — Você está com três costelas quebradas, mas não é grave. No entanto, precisa falar com M. para costurar sua orelha. M. era o médico da região. Sua fama era excelente, embora al- gumas pessoas o censurassem por beber demais, o que não o impe- dia de ter sempre um diagnóstico muito seguro e correio. O segundo ferido, o motorista do carro capotado, só apresentava, na opinião de Guiliaume, alguns arranhões e contusões benignas. Se eu afirmar que, de saída, aquele pêndulo me convenceu, es- taria mentindo. Sentia-me profundamente intrigado, mas permane- cia célico. Entretanto, estava pronto a aceitar as faculdades de bruxo daquele estranho camponês bretão. Os bruxos existem nas tribos afri- canas e são capazes de realizar prodígios. Por que, então, as aldeias da França não teriam seus gurus? Para ter certeza, levei os rapazes à casa de M., que tirou radiografias dos dois. Foi quando me con- venci plenamente. De fato, o doutor M. confirmou, com menos detalhes, o diagnóstico de Guiliaume. E sua confirmação foi extre- mamente exata, pois ele enumerou, graças às radiografias, as coste- las quebradas do rapaz mais machucado na ordem formulada pelo radiestesista. Mágico, não? Esse foi meu primeiro encontro com a radiestesia. Depois, houve vários outros casos, pois Guiliaume acabou se tornando para mim um verdadeiro amigo e um guia com quem nunca deixei de multi- plicar os contatos. Graças à sua arte de viver, ele me ensinou as vir- 19 tudes do silêncio e da aparente ociosidade. Cada vez que posso, vou visitá-lo, e cada uma dessas visitas costuma prolongar-se excessiva- mente. É inútil avisá-lo de minha chegada. Aliás, Guiliaume não tem e nunca terá telefone. O que mantém o contato entre nós não traz um centavo de lucro à Companhia Telefónica. Quando resolvo visitá- lo, basta que eu pense nele durante alguns segundos e, imediatamen- te, se estiver na hora do almoço, Guiliaume põe meu prato na mesa. Na primeira vez, fiquei muito intrigado ao perceber que havia dois pratos na mesa; quando lhe perguntei se estava esperando al- guém para o almoço, deu-me uma resposta que me deixou sem graça. — Você, claro. Não me telefonou, dizendo que vinha comer comigo? Aliás, como eu já sabia que você traria uma boa garrafa de vinho, não peguei nada na adega... De fato, eu parara na aldeia vizinha para comprar um litro de vinho tinto que tinha deixado no carro e fui apanhá-lo imediata- mente. Guiliaume vive sozinho. Não é que não goste de mulheres, muito pelo contrário, mas ele guarda, em relação ao sexo feminino, uma velha decepção amorosa sobre a qual sei muito pouco. Assim, embora deva ter, regularmente, encontros amorosos na casa de cer- tas cortesãs, ele me explicou que fazia absoluta questão da sua soli- dão. E que estava longe o dia em que uma mulher viesse instalar-se em sua casa. — Até que muitas tentaram — contou-me ele. — Mas prefiro que cada um fique em sua casa... Egoísmo ou sabedoria? Conhecendo Guiliaume como conheço hoje, posso afirmar, sem qualquer hesitação, que se trata da segun- da opção. A sua casa é exatamente a de um solteirão, que resolveu o problema da faxina: deixou de fazê-la, ou só a faz em raras oca- siões... A sala vive em desordem permanente, o que, em minha opi- nião, não lhe dá um aspecto de sujeira. Até a poeira parece limpa... O que mais surpreende, quando se penetra em seu covil, é o lugar ocupado por uma impressionante coleção de jornal Ouest-France,
  • 8. cujos números se acumulam há vários anos, num caos total, entu- lhando boa parte do cómodo. Vocês podem imaginar a cara de uma certa condessa, autêntica, a qual, seguindo minhas recomendações, saiu do seu hotel particular, em Neuilly, em seu lindo carro Bentiey dirigido por um chofer de uniforme, para ir consultar meu amigo. Essa senhora sofria há anos de um eczema extremamente incómo- do, a tal ponto que ela só conseguia usar vestidos de tecido muito 20 leve (e olhe lá!), apesar das tentativas dos maiores especialistas do mundo já consultados. Com uma única sessão de magnetismo, Guil- laume conseguiu curá-la e, pelo que pude saber, a condessa tem pas- sado muito bem. Ela venceu o temor da primeira e péssima impressão da casa do meu amigo, e costuma visitá-lo uma vez por ano para "bater papo". Contam que o primeiro contato foi particularmente épico: a senhora caiu desfalecida nos braços do chofer que está sem- pre a seu lado, ao ver aquele "mercado persa" de estilo bretão. O pior aconteceu (isso me foi contado pelo próprio Guiliaume) quan- do ele pediu a ela que deitasse no sofá, para poder tocar seu corpo, em alguns pontos específicos, com suas mãos gordas e cobertas de calosidades... De volta à casa de alto luxo, a condessa telefonou pa- ra me comunicar sua indignação, acusando-me por ter-lhe faltado com o respeito (Guiliaume não, mas eu sim!...). Menos de uma se- mana mais tarde, ligou de novo, dizendo: — Não tenho mais nada! Está me ouvindo? Não tenho mais nada! Nada! Aquele eczema desapareceu por completo! Desde então, uma vez por ano, ela e o camponês radiestesista costumam brindar com uma taça de champanha... Ele prefere vi- nho tinto, mas não se importa. É preciso observar que, frequente- mente, radiestesia e magnetismo andam juntos. Além de ser um especialista do pêndulo, Guiliaume também é um excelente curan- deiro. Vem gente de toda parte para ser atendida por ele. "Quebra- galho" — termo usado por ele — de graça, Guiliaume é uma dessas pessoas que nasceram para ajudar o próximo, o que dá um brilho suplementar à sua auréola. Voltaremos a falar no assunto. Quanto ao seu talento com o pêndulo, prestou-me favores enormes durante anos. Especialmente no outono de 1976. Em busca de Gauloises II e de Manureva Como repórter do jornal Matin de Paris, eu acompanhava a corrida de barco a vela ao redor do mundo. Cerca de 20 barcos par- ticipavam daquela grande regata oceânica, de Portsmouth a Ports- mouth, passando por Cabo, Auckland e Rio de Janeiro, que eram as três escalas. Pouco depois da partida da África do Sul, o Gauloi- ses II, pilotado com galhardia por Éric Loiseau, ex-aluno de Tabarly, sofreu um acidente. Esse Gauloises //era, aliás, o antigo Pen Duick III, com o qual o mais famoso marinheiro da França e da Bretanha já ganhara várias provas. Com esse barco, Alain Colas fora inicia- 21 do na navegação, assim como Kersauson e muitos outros. Tendo percorrido um número impressionante de milhas sobre todos os ma- res, ele sofrera um grande desgaste. Ao deixar o Cabo, perdeu o leme e teve de tomar a direção de Port Elizabeth, para conseguir outro, fabricado às pressas na França e mandado de avião. Todos os marinheiros são um tanto ou quanto supersticiosos e aquele incidente foi interpretado como um mau presságio. De fa- to, alguns dias mais tarde, quando o Gauloises //voltara a navegar, correndo atrás dos outros concorrentes muito mais adiantados do que ele, a voz de Éric Loiseau calou-se no rádio. O antigo Pen Duick ficara mudo. Estávamos acostumados a ouvir o seu piloto, forne- cendo relatórios diários da vida a bordo. Graças à estação de Saint- Lys, situada na região de Landes, é possível entrar facilmente em contato com qualquer mar do globo terrestre. Aquele silêncio era profundamente anormal e preocupante. As balizas Argos, que hoje permitem encontrar a posição do menor barco a vela, ainda não es-
  • 9. tavam em funcionamento. Assim, à medida que os dias passavam, começou-se a imaginar o pior. O péssimo estado da embarcação fa- zia com que se pensasse numa avaria fatal. Além do mais, para nós, habitantes do hemisfério norte, as rotas do Sul têm má fama. Não se costuma falar do "40° dia rugidor", do "50° uivante" e do "60° vociferante"? E o fato de andar passeando por aquelas latitudes com um veleiro bastante gasto revelava uma certa temeridade, qualida- de pouco apreciada por Netuno... Oito dias depois daquele silêncio insuportável, resolvi falar com Guiiïaume, para saber a sua opinião sobre o caso. Eu sabia que, para trabalhar com o máximo de chances de êxito, um radiestesista precisa de "material"; por isso mesmo, peguei a estrada em direção à Bretanha, levando comigo uma série de fotografias, várias do Gau- loises II, de cada membro da tripulação, mapas marítimos chama- dos de "itinerários" e outro, mais detalhado, do mar da Tasmânia (ao sul da Austrália). Com o retraio do Gauloises //na mão esquer- da e o pêndulo na direita, Guiiïaume anunciou formalmente: — Não há problema nenhum. O barco está navegando normal- mente. — Em seguida, "auscultando" lentamente cada membro da tripulação, afirmou com segurança: — Está tudo em ordem a bordo! Quando lhe perguntei por que estávamos sem notícias, ele res- pondeu, segurando novamente a foto do barco: — O rádio deles está enguiçado. 22 Sobre a mesa entulhada com a coleção de jornais de Guiiïau- me, abri todos os mapas que trouxera e cheguei a lhe pedir para si- tuar o Gauloises II. Com o dedo indicador da mão esquerda apontando para os mapas e segurando com força todas as fotos, ele começou a percorrer o caminho teórico que levava de Port Eli- zabeth a Auckland. O pêndulo apresentava um balanço neutro, tendo sido levemente impulsionado. Enquanto seu dedo investigava o mapa, o pêndulo continuava oscilando. Após alguns segundos, este iniciou um giro* leve no sen- tido dos ponteiros do relógio, giro que foi aumentando até chegar ao desenho de um círculo cada vez mais perfeito. Em seguida, o mo- vimento circular rompeu-se de repente. Com um lápis, o camponês fez um risco vertical no lugar exato onde a ruptura flagrante ocor- rera. Ele começou então a pesquisar ao longo daquele risco, onde fez mais um traço horizontal. Estávamos em pleno mar da Tasmâ- nia, e, de fato, levando em conta a velocidade do barco, tratava-se de uma posição muito viável. Com o mapa detalhado do Sul da Aus- trália, ele recomeçou a operação precedente e desenhou uma nova cruz. O fato não me surpreendeu: as duas cruzes designavam exata- mente as mesmas coordenadas. Mais tarde, tive a oportunidade de comparar o lugar marcado no mapa com o que se encontrava no livro de bordo do Gauloises II. Na data — e quase na hora — em que Guülaume situava a embarcação de Éric Loiseau na imensidão marítima dos antípodas, o ponto efetuado pelo piloto confirmava que o "camponês-radiestesista", como chamei Guiliaume em inú- meros artigos a ele dedicados, acertara em cheio. Um espanto, não? Espanto não é, na verdade, a palavra mais adequada para esse caso. De volta a Paris, redigi no jornal Lê Matin um pequeno arti- go a respeito daquela corrida de barco em redor do mundo, tam- bém chamada de Withbread, por causa do seu patrocinador. Lembro-me do final da reportagem, onde escrevia o seguinte: "Quanto ao Gauloises II, encontra-se atualmente em 'tal* lugar (seguiam-se a latitude e a longitude). Tudo vai muito bem a bordo, mas o rádio está enguiçado, o que impede Éric Loiseau de mandar notícias." Entre os leitores do jornal, principalmente entre os amigos e nas famílias dos membros da tripulação, a segurança das minhas afirmações foi recebida com muita desconfiança... Como sabia que *No texto original, encontra-se o termo giration, que provém de um velho verbo
  • 10. fran- cês, o qual desapareceu dos dicionários: girer, que significa girar. Modernamente, permaneceu em francês a palavra girouette, que se traduz em português por cata- vento. (N. da T.) 23 qualquer explicação de minha parte, sobre as razões que me leva- ram a divulgar aquelas afirmações com tanta certeza, seria interpre- tada como se estivesse completamente louco, pedi à telefonista do jornal para responder, a quem quisesse falar comigo, que eu me en- contrava "a trabalho, numa reportagem". Por ocasião da primeira Rota do Rum, em 1973, o silêncio de Alain Colas tornou-se motivo de grande preocupação. Voltei à casa de Guiiïaume, levando fotos do navegador e da sua embarcação Ma- nureva, e também mapas do Atlântico. Mais uma vez, o radiestesis- ta foi radical. Anunciou-me a morte de Alain, enquanto a base de Lann-Bihoué continuava as buscas. O pêndulo indicava o lugar exato onde Manureva afundara, assim como a data e a hora. Quanto ao navegador, Guiiïaume viu-o com os pulmões cheios de água, o que nos fazia supor que ele tivesse se afogado, embora fosse um dos me- lhores concorrentes da prova, talvez até o líder. Tratava-se, mais uma vez, de uma velha embarcação de Tabarly, muito gasta de tan- to navegar. Nunca desejei saber maiores detalhes sobre o desapare- cimento de Alain Colas; no entanto, certos colegas meus, que publicaram as piores barbaridades, ficaram desacreditados para sem- pre. Pessoalmente, nunca quis escrever nada a respeito daquele de- saparecimento, desejando do fundo do coração que o radiestesista tivesse cometido um engano. O acaso e o primeiro pêndulo Por muito tempo, considerei Guiiïaume uma espécie de guru com poderes excepcionais. Com o passar dos anos, à medida que eu avançava no caminho do conhecimento, ele se esforçou para mu- dar minha opinião, estimulando-me sempre a continuar progredin- do. Oh! Não falou muito. Quando entendi como funcionava o pêndulo, ele não me explicou absolutamente nada. Ficava me "vi- giando", reservando-se o direito de intervir ao me ver cometer um erro. Quantas besteiras fazemos quando iniciamos a prática da ra- diestesia... Pois, um belo dia, o "acaso"... Eu tinha acabado de mon- tar um pequeno motor elétrico que utilizava numa maquete de barco. Ao desmontá-lo para trocar os fusíveis, eu devia ter cometido al- gum engano ao juntar todas as peças; de fato, um dos parafusos não se encaixava de maneira nenhuma. Para dar um jeito, e passar o tempo, amarrei o parafuso com um pedaço de linha. "Por acaso", segurando a linha entre o polegar e o indicador da mão direita, comecei a pensar em Guiiïaume! Nem sei por quê! 24 Certamente por uma associação de ideias. Eu vira no dicionário um pêndulo de madeira trabalhada, sendo segurado assim como eu es- tava fazendo com a linha do parafuso. Em pensamento, porém in- voluntariamente, transportei-me para a fazenda do camponês bretão. Fazia muito tempo que não nos víamos e eu queria saber como ele estava passando. Não tinha motivo para me preocupar com ele: é óbvio que Guiliaume tem uma saúde de ferro. Já o conheço há 25 anos e nunca percebi uma única ruga em seu rosto. Aliás, nem sei sua idade. Para mim, trata-se de um homem sem idade. Enquanto eu ficava olhando o tal parafuso, este começou a girar. Sem motivo aparente. Minha atenção concentrou-se nesse movimento intempes- tivo e deixei de pensar em Guiliaume; o parafuso parou de girar. Movido talvez por um reflexo inconsciente, voltei a pensar em meu amigo camponês... e o parafuso recomeçou sua dança... Verifiquei se minha mão permanecia realmente imóvel e apoiei o cotovelo na mesa. O parafuso continuou girando... Naquele momento, não en-
  • 11. tendi o que estava acontecendo. No entanto, ocorria algo que ultra- passava meu entendimento. Assim que eu parava de pensar em Guiliaume, o parafuso deixava de girar. E ele recomeçava, bastan- do para isso que eu visse Guiliaume em pensamento, com sua boina inseparável... Instintivamente (sou incapaz de explicar o fato, a menos que "alguém" tenha me guiado naquele momento), comecei a me fazer várias perguntas, sobre qualquer tipo de assunto. Mal acreditei no que vi: conforme as perguntas, o parafuso girava no sentido dos pon- teiros do relógio, ou em sentido contrário... Era sexta-feira à tarde. Inúmeros parisienses deviam estar se preparando para viajar no fim de semana. Resolvi sair logo e em poucos instantes encontrava-me na estrada federal 12 (a auto-estrada ainda não existia), com a in- tenção de ter uma conversa séria com Guiliaume. Embora não le- | vasse nenhuma muda de roupa, apesar de minha excitação, fiz questão de não esquecer o pedaço de linha e o parafuso... l — Ah! Então você entendeu? — perguntou Guiliaume, quan- 1 do lhe contei minhas constatações. | Tive de confessar que não tinha entendido nada e que era este l O motivo da minha ida até sua casa. E, principalmente, eu contava j com ele para começar minha iniciação à radiestesia, pois, obviamen- te, existia um "truque" qualquer. Meu amigo reconheceu que sim, l lem que conseguisse explicá-lo. Ele me contou então seu início nes- |«aarte. Não fora com um pêndulo, mas com uma vara de aveleira. |Üm velho bruxo ensinara-lhe, quando Guiliaume não passava de um 25 adolescente, a técnica para encontrar água, fazer jorrar fontes e ca- var poços. E foi um velho padre bretão, quase na mesma época, que o exercitou a utilizar o pêndulo. Seu primeiro pêndulo foi es- culpido num galho de buxo. Mais tarde, ele procurou livros sobre o assunto, tentando desmontar o mecanismo da radiestesia, pois nun- ca ficara satisfeito com as explicações encontradas. Abro aqui um parêntese. Também procurei a explicação em di- ferentes publicações. Devo ter chegado perto, mas continuo insatis- feito. Nada do que pude ler me trouxe um esclarecimento plenamente convincente. Não quero afirmar que a explicação que pretendo dar nas páginas seguintes seja exata; no entanto, frente às aberrações que tive oportunidade de ler, nada do que eu disser será pior ou pre- judicial. Faço referência apenas aos livros escritos na França, por radiestesistas franceses, pois não tive o prazer de ter contato com os trabalhos publicados no exterior, a respeito dos quais ignoro ab- solutamente tudo. Voltemos ao fim de semana que passei com Guiliaume. Foi um dos mais enriquecedores de minha existência. Embora não tenha saí- do de lá como radiestesista formado, os poucos exercícios que fize- mos juntos permitiram que eu percebesse o quanto as possibilidades dessa arte pareciam ilimitadas. Em primeiro lugar, ganhamos nas corridas de cavalo. Durante uma hora, no sábado à noite, começa- mos a estudar as chances dos 23 cavalos participantes da corrida em Auteuil. Turfista modesto, pois só joga com pouco dinheiro e suas apostas nunca são importantes, Guiliaume é, com certeza, uma das pessoas que mais oneram o orçamento dos hipódromos parisienses. Levando em conta as modestas quantias que ele investe e as outras, frequentemente bem polpudas, que consegue ganhar, é obvio que, para nosso camponês, torna-se muito mais viável apostar em cava- tí Io do que plantar batatas... A dona do bar que ele costuma freqüen- I tar, perto do hipódromo, contou-me a seguinte história a seu ;| respeito. Por motivos que só se justificam pelo grande magnetismo [Ç de Guiliaume, os animais gostam muito dele. Aliás, nos arredores da sua fazenda, o veterinário não tem muito trabalho. Os campo- neses vizinhos de Guiliaume costumam chamá-lo em primeiro lu- gar, e só recorrem ao médico (tanto para os animais quanto para as pessoas...) quando nosso amigo afirma ser necessário.
  • 12. Naquele bar, reinava um pastor alemão de temperamento mui- to instável. Quando Guiliaume chegava, aos domingos, para apos- tar na corrida e tomar aperitivo com os amigos, o tal cachorro fazia-lhe festa, sentando-se a seu lado, sacudindo o rabo, puxando sua calça com a pata para pedir carinho. No entanto, na terça-feira seguinte, quando o feliz ganhador ia receber o seu dinheiro, o mes- 26 mo cão o recebia rosnando... Fomos receber o dinheiro ganho na corrida, depois daquele dia em que fiquei completamente a sós com Guiliaume. O prazer que experimentei então foi intenso. Embora a quantia fosse considerável, minha imensa alegria tinha outro mo- tivo... Tínhamos conseguido saber quais os cavalos ganhadores, nos- sas pesquisas nos provocaram uma grande excitação, diálogos animadíssimos cada vez que analisávamos a chance de um dos ca- valos, com a ajuda de um metro de madeira, o qual, junto com o desenho da coluna vertebral humana, representa os únicos acessó- rios geralmente utilizados por Guiliaume. O que aconteceu naquela fazenda isolada em pleno campo, cer- cada de bosques, fez com que eu mergulhasse nos mistérios da ra- diestesia, a qual, até então, não passava de um mundo totalmente desconhecido. E as descobertas que fiz deixaram-me prever um fu- turo repleto de promessas nesse campo. Tive tal convicção de ime- diato, sabendo que, para chegar ao nível do meu amigo ou quase, havia imensos progressos à minha espera. Para me mostrar o caminho certo, Guiliaume inventou mil ar- madilhas, nas quais caí ingenuamente. Enquanto fazíamos pergun- tas idênticas aos nossos pêndulos, o meu respondia frequentemente de modo contrário ao de Guiliaume. Imaginei que talvez fosse por- que meu instrumento pessoal era muito improvisado. Hoje, sei que esta não era a razão principal dos meus fracassos. Os erros cometi- dos deviam-se à minha própria pessoa. Ao voltar a Paris, depois dessa estada que desvendara para mim um mundo maravilhoso, re- solvi trabalhar com muita garra. Trabalhar meu pêndulo! Eu fora fisgado, como um peixe. Como não tenho pretensão de abordar aqui as regras científi- cas que geram a radiestesia, vou tentar, apesar de tudo, encontrar uma explicação para sua realidade. Os três mundos (mineral, vege- tal e animal) não passam de vibrações no imenso campo eletromag- nético onde reina o Norte. Graças ao cérebro, o corpo é um magnífico emissor-receptor dessas vibrações. O pêndulo é a antena da qual precisamos (às vezes) para traduzir claramente as mensa- gens transmitidas permanentemente pêlos corpos de onde emanam tais vibrações. A maior parte das pessoas capta essas mensagens em seu sub- consciente, mas sente-se incapaz de decodificá-las. Certos radieste- sistas, mais bem-dotados ou melhor treinados do que outros, são suscetíveis de responder com eficácia a perguntas complicadas sem precisar recorrer ao pêndulo. Estes radiestesistas não terão a menor hesitação se lhes for apresentada a foto de uma pessoa falecida: vão 27 entender imediatamente que essa pessoa deixou de "vibrar". Inú- meras vezes, eu mesmo fiz esse teste com profissionais que afirma- vam não precisarem de pêndulo, qualificando-o ironicamente de "prótese". O resultado, na maior parte das situações, não se reve- lou favorável. No entanto, reconheço a existência de "casos" mui- to mais ligados à vidência do que à radiestesia. Na Segunda Guerra Mundial, o estado-maior das forças aliadas em Londres utilizou-se durante três anos dos serviços de um radiestesista, que tinha como missão encontrar os submarinos alemães espalhados na entrada da Mancha e, sobretudo, no Atlântico. Esses terríveis U-BOOT pro- vocavam perdas e estragos consideráveis para os comboios que abas- teciam a Inglaterra, tanto com alimentos quanto com material de
  • 13. guerra. Esse radiestesista, de cujo nome não me lembro mais, rara- mente usava o pêndulo, exceto para completar seu trabalho e obter maiores detalhes. Bastava-lhe passar a mão direita sobre os mapas marítimos para começar a sentir formigamentos no local exato on- de se encontravam os submarinos à espera de uma presa. Ele conse- guiu poupar inúmeras vidas e foi um dos artesãos — dos mais importantes — da derrota do Eixo. Deve-se a este homem a locali- zação do encouraçado Bismarck, o qual acabou sendo afundado após uma longa batalha naval que se tornou célebre. É melhor, porém, voltarmos à realidade: aquele homem era um caso excepcional e tra- balhava em equipe. Há muitas pessoas capazes de tais façanhas, mas seria muita presunção da nossa parte aspirar a esse tipo de êxito. Entre os ini- ciados por mim à radiestesia (mais de 1.000 pessoas), houve apenas um que me pareceu digno de tal pretensão. Ele próprio desconhecia o fato, assim como a maioria de nós ignora as suas capacidades. Trata-se de Maurice, de quem falarei mais adiante. E agora vamos iniciar nosso trabalho. Vocês verão logo que ele j não passa de um jogo, uma brincadeira da qual acharão muita gra- ça quando perceberem que "dá certo". Façam como eu: arranjem um pêndulo. Aconselho a não comprarem nada em loja especializa- da, vão entender por que mais tarde. Assim como eu, usem a porca de um parafuso pendurada num pedaço de linha (de preferência de algodão, seda ou lã), ou um botão (se encontrarem um de madei- ra...) ou qualquer coisa bastante pesada e leve ao mesmo tempo pa- ra poder "girar" à vontade. O peso do objeto escolhido não deve ser um obstáculo para sua movimentação. Por outro lado, ele tam- bém não pode ser muito leve para que esses movimentos não fiquem desordenados e impossíveis de ser interpretados. Pronto? Peguem duas moedas idênticas (duas moedas de um franco, de 20 centavos...) emitidas em anos diferentes. Se preferirem, podem 28 substituí-las por duas cartas do mesmo baralho, uma de paus e ou- tra de copas, por exemplo. Para as moedas, vamos supor que uma seja de 1977 e a outra, de 1981. Escrevam em um pedaço de papel que ficará a seu lado o número 1977: é a moeda que deverão procurar. Para as cartas, o procedimento é o mesmo: tentem, por exemplo, encontrar a carta de paus. Se possuírem outro baralho, peguem a carta idêntica à que estão procurando e coloquem-na virada para cima, enquanto as duas outras deverão permanecer viradas para baixo. Essas precauções dei- xarão de ser úteis em pouco tempo, mas podem ajudar bastante os principiantes. De fato, constatei que estes se sentiam mais seguros em sua pesquisa quando podiam olhar para os números ou as figu- ras que desejavam encontrar. Para continuar a experiência, existem dois métodos. O primei- ro, que geralmente funciona melhor, consiste em pegar com a mão esquerda a primeira moeda, enquanto se segura entre o polegar e o indicador da mão direita a linha do pêndulo, entre aponta do po- legar e a ponta do indicador (insisto neste detalhe). Essa maneira de aluar é válida para os destros. Os canhotos devem segurar o pên- dulo com a mão esquerda.* Coloca-se o pêndulo acima da folha de papel onde está escrito 1977 ou acima da carta de paus, e, em segui- da, levemente, impulsione-o para a frente. Espera-se... durante um tempo mais ou menos longo, que depende das suas predisposições, ou da sua disposição naquele momento. Certas pessoas, que iniciam a experiência achando que nada vai acontecer, ou que, inconscientemente, já partiram deste princípio, deverão esperar bastante. Chegarão, no entanto, ao mesmo resulta- do: o pêndulo deve começar a girar, num sentido ou no outro. Ou, pelo menos, seu balanço inicial deve mudar de orientação. Antes de explicar a interpretação de tais variações, cada um de vocês deve constatar que "está funcionando"!
  • 14. Se algumas pessoas tiverem dificuldades para chegar a um re- sultado, só posso recomendar que recomecem a experiência até ob- ter pleno êxito. Se o pêndulo demonstrar uma certa má vontade em reagir, se ele interromper o balanço e voltar à inércia inicial, não se deve hesitar em lhe dar um novo impulso para a frente. Em cer- *Encontrei vários canhotos contrariados e com problemas. Ainda existem escolas onde os canhotos são obrigados a escrever com a mão direita. O que significa ir contra a natureza. Com o tempo, essas crianças tornam-se mais ou menos ambidestras. No entanto, não se deve pensar que tais crianças sejam realmente destras, embora te- nham aprendido a usar a mão direita. Aconselho esse tipo de pessoas a segurar o pêndulo com a mão esquerda. Também pude observar melhores resultados com pes- soas utilizando a mão direita... Sendo assim... 29 tos casos, já houve necessidade de impulsioná-lo cinco, seis, sete ve- zes. Muito raramente, dez vezes. Observação importante: para con- tar com maiores possibilidades de sucesso, convém ficar com os dois pés no chão, em pé ou sentado. De início, não é fundamental encontrar a moeda ou a carta es- colhidas. Isso acontecerá mais tarde; porém, como em qualquer dis- ciplina, convém começar do princípio e não queimar etapas. Neste caso, antes de continuar, basta obter uma reação do pêndulo, seja qual for. Se não conseguirem no primeiro dia, por favor, não desa- nimem. Depois de constatar que o pêndulo se movimenta natural- mente num certo sentido (escrevo "naturalmente", pois acho que. nesse assunto, não passa pela cabeça de ninguém trapacear), é pre- ciso interpretar as informações transmitidas. Ou seja, saber de que maneira o pêndulo nos faz entender que ele está apontando para a moeda de 1977 ou para a carta de paus. Veremos esse assunto no próximo capítulo. Quanto a Maurice, que mencionei há pouco, preciso contar co- mo as coisas se passaram com ele. Engenheiro eletrônico, ao mes- mo tempo curioso e estimulado por meus vários êxitos com a radiestesia (ele pediu em certas ocasiões que eu desse informações em circuitos informáticos de extrema complexidade), Maurice quis que eu lhe construísse um pêndulo. Aceitei com o maior prazer, pois estava impaciente para vê-lo atuar. Ao lhe entregar "seu" pêndulo, expliquei como ele devia proceder para encontrar a moeda escolhi- da entre duas, três, cinco, dez e até mesmo 20 moedas, se quisesse. Ele voltou para casa às pressas, louco de vontade para iniciar as ex- periências como radiestesista. Pouco depois, telefonou-me. — Não estou entendendo. Consegui 25 moedas diferentes no bar. Que dificuldade! Só tinha uma de 1977. Pois acredite se qui- ser: consigo encontrá-la sem pêndulo, todas as vezes. Por mais que eu as misture, ela me parece maior que as outras... Acontece o mesmo com qualquer outra que eu resolva procurar, de ano di- ferente... Era a primeira vez que eu me deparava com esse tipo de pro- blema. Para me certificar dos fatos, aceitei o convite que Maurice me fez para jantar em sua casa; ele parecia tão intrigado quanto eu com sua descoberta. Apesar da distância, pois moramos em bairros bem afastados um do outro, não demorei muito para chegar. Eu levava no bolso dois baralhos novos, com a embalagem original. En- quanto tomávamos o aperitivo, abri o primeiro maço, embaralhei as cartas e pedi que ele encontrasse o ás de paus. Sem a menor hesi- 30 tacão, virou uma carta... Era o ás de paus! Repetimos a experiência dez vezes e ele só cometeu dois erros, devidos certamente a falta de concentração: ele virou o oito de espadas em vez do oito de paus, e o sete de ouros em vez do sete de copas.
  • 15. O resultado com o monte de moedas de um franco foi ainda mais convincente. Depois de esvaziar meu porta-níqueis na mesa, acrescentei quatro moedas às outras 25 que ele já possuía. Havia diante de nós duas moedas de 1974 e três de 1977. Maurice pensou um pouco, e logo em seguida pegou as duas de 1974 e as três de 1977... Quanto ao pêndulo, permanecia no bolso de Maurice, que nem tivera tempo de pegá-lo. Com o tempo, é bom saber que ele encon- trou uma utilização muito racional para o instrumento em sua pro- fissão; ele é o primeiro a reconhecer que, atualmente, não conseguiria passar sem ele. Podem ficar tranquilos: não conheço nenhum outro "caso" como o de Maurice, que se tornou, obviamente, o rei da Loteria Esportiva. Ele possui um faro extraordinário para encon- trar os bilhetes premiados, o que lhe assegura uma boa renda todo mês... 31 CAPITULO III COMO SE TORNAR RADIESTESISTA? Deve haver várias maneiras de se tornar radiestesista, várias esco- las. Sinto-me autorizado a lhes propor a que experimentei o maior número de vezes e com imenso êxito. Além do mais, todos poderão constatar que meu método é bastante divertido e fácil. Se observa- rem que o pêndulo insiste em não querer se manifestar, apesar de vários impulsos, não o culpem e tentem esse novo teste. Coloquem o pêndulo bem acima do centro do sinal mais (+) em cima da página. Ou, se ficarem com medo de estragar a enca- dernação do livro, copiem o sinal numa folha de papel em branco, de bom tamanho, com um marcador preto. Acrescentem, como no modelo, as inscrições sim, mais e positivo. Dêem ao pêndulo um bom impulso para a frente. Mesmo se "funcionar", principalmen- te se "não funcionar", fixem o pêndulo (mais tarde, isso deverá ser evitado; explicarei por quê) e façam o seguinte: — Diga "sim"! Faço questão de repetir que, se não estiverem convencidos do resultado, devem recomeçar a experiência quantas vezes for neces- sário para dar a partida. Ao se sentirem frustrados com uma série de fracassos num dia, deixem tudo de lado e recomecem no dia se- guinte. Garanto que vão conseguir. É exatamente como com uma partitura: algumas pessoas necessitam de oito dias para decorá-la, outras, de um mês. Não se sintam envergonhados de conversar em voz alta com o pêndulo (sem perder a calma, apesar de tudo). Às vezes, toma-se indispensável para uma boa concentração. Assim que obtiverem uma rotação, observem em que sentido ela se dá. No sen- tido dos ponteiros do relógio ou no sentido contrário! Isso é muito importante. De fato, não existem regras. Ouvi falar inúmeras vezes de um tipo de "acordo" feito entre o radiestesista e seu pêndulo. 33 Certas pessoas afirmam que se escolhe o sentido de rotação; quan- do o pêndulo gira no sentido dos ponteiros, significa sim, e no sen- tido oposto, não. É verdade, mas a regra tem tantas exceções que é melhor não confiar nessa afirmação. Se existe um acordo com o pêndulo, parte dele, é claro! E isso é muito importante. Posso con- tar minha experiência pessoal. Sou destro, sem grandes anormali- dades, e todos os meus pêndulos giram no sentido dos ponteiros do relógio para dizer sim. Todos? Mentira! Já percebi, há muito tem- po, o quanto era importante construir os próprios pêndulos. Volta- rei ao assunto no próximo capítulo e aconselho as pessoas a fazerem o mesmo. Consciente da importância da Lua em nossa vida diária, observei que os pêndulos feitos por mim durante uma noite de Lua nova giravam no sentido oposto ao dos outros. Entregues a outros
  • 16. radiestesistas, eles continuavam girando assim, apesar de qualquer lógica... Vocês nem podem imaginar quantas apostas ganhei com tais pêndulos... 34 SIM + MAIS POSITIVO r ^ Ao conseguirem a resposta sim do pêndulo, poderão considerar-1 » se com um pé na terra prometida da radiestesia. O resto virá sem' problemas. Como seu pêndulo diz "Não"? Depois de obter a resposta positiva, podem pedir ao pêndulo para dizer não. Em outra folha de papel do mesmo tamanho que a primeira, escrevam o sinal menos (-), com as palavras negativo e não. Coloquem o pêndulo bem em cima e peçam a resposta não. A rotação vai se dar no sentido inverso. Se isso não acontecer, se o pêndulo insitir em girar no mesmo sentido, não se assustem, será preciso apenas um pequeno ajuste. Se já conseguiram o sim, não tem por que não conseguir o NÃO. Certas pessoas obtêm mais facilmente o positivo do que o negativo. Para outras, é exata- mente o contrário. Não se preocupem: tudo acabará dando certo. Se for o caso, se continuarem sentindo dificuldades, recome- cem o primeiro teste e tentem encontrar a moeda, ou a carta, esco- lhida entre duas. Para isso, existem dois métodos: impulsionar o pên- dulo sucessivamente acima das duas moedas, ou então segurá-las, uma após a outra, na mão esquerda, e perguntar ao pêndulo: — Esta é a moeda de 1977? Em vez de: — Esta é a moeda de 1977 ou a de 1981? Como o pêndulo só pode responder sim ou não, ele seria in-1 capaz de resolver o problema! 36 NÃO MENOS NEGATIVO A maneira de formular a pergunta ao pêndulo é fundamental. Quando os radiestesistas iniciantes (e até mesmo os de maior experiên- cia) obtêm respostas erradas, muitas vezes formularam mal as perguntas. Uma vez dada a resposta, verifiquem-na antes de virar a moe- da. E vejam se o pêndulo mentiu. Mentiu? Não se sintam frustra- dos. É muito comum acontecer isso nas primeiras vezes. O essencial é conseguir obter uma resposta positiva e outra negativa. Logo vi- rão as respostas correias, numa percentagem cada vez maior, à me- dida que continuarem trabalhando. Trabalhando muito. Os artistas costumam contar que seu talento não se manifesta sempre com a mesma intensidade. Jacques Brel confessou que, em cer- tos dias, não tinha a menor vontade de cantar. E que certas canções (especificamente Lês Flamandes) tornavam-se insuportáveis. Mas ele possuía tal disciplina, tal classe e uma presença no palco tão forte, que nada disso transparecia. Para o público, pelo menos. Cada um de nós tem dias e períodos de péssimo desempenho. Por essa razão, ninguém deve se preocupar com o fracasso das primeiras tentativas. Com tem- po, paciência e trabalho, acaba-se superando os problemas. Seja qual for o resultado obtido até agora, aconselho a passa- rem para outro exercício que deve facilitar os trabalhos. Não faz
  • 17. mal repetir que os primeiros resultados não importam. O essencial é chegar a algum tipo de resposta, boa ou ruim. Com a experiência, vocês vão melhorar; e se seguirem meus conselhos, logo se tornarão excelentes radiestesistas. Um exercício simples para começar Pegar uma folha de papel, de tamanho médio, e cortá-la ao meio. Em cada parte, escrever uma palavra. Qualquer uma. Por exemplo "felicidade". Escrever a palavra duas vezes com a mesma caneta, de preferência de cor preta no papel branco. Pegar um livro e colocar entre duas páginas um dos dois pedaços de papel. Diga- mos entre as páginas 148 e 149. Escrever estes dois números em outra folha de papel. Depois, com a outra mão, a que não estiver segurando o pêndulo, pegar o outro pedaço de papel com a palavra "felicidade". É bom "apalpá- lo" com os dedos, cuidadosamente, para se deixar penetrar pelas vibrações. Em seguida, perguntar ao pêndulo colocado em cima dos números 148 e 149: — A palavra "felicidade" encontra-se entre as páginas 148 e 149? Com um pouco de aplicação e concentração, deve-se obter uma res- posta do pêndulo. Essa resposta terá de ser positiva em curto prazo, con- 38 fumando assim qual o sentido de rotação do seu pêndulo para dizer sim. Obtido esse resultado, recomeçar a experiência, colocar de no- vo o papel no livro, ao acaso, sem verificar o número das páginas. Se for necessário, fechar os olhos para não ter vontade de olhar. Agora, é preciso tentar encontrar a página certa. O método é sim- ples, mas o resultado não é tão fácil de se conseguir, pelo menos nu- ma primeira etapa. É mais importante obter um resultado do que encontrar a resposta. Não estou preocupado: vocês vão conseguir, cedo ou tarde! Como a maioria dos livros tem, em geral, entre 200 e 300 páginas (não é aconselhável trabalhar com um dicionário...), dividir mentalmente esse total em três centenas, escrevendo-as numa folha de papel, como mostra a ilustração a seguir. Fazer um círculo ao redor de cada centena. Trata-se do meu famoso método das "bolas", que aconselho a todos. Ele apresenta a vantagem de ajudar o radiestesista a focalizar inconscientemente a atenção sobre o objeto da sua pesquisa. Como em todos os livros o número par encontra-se na página do lado esquerdo e o número ímpar, na página do lado direito, é melhor fazer três bolas marcadas de l a 101, de 102 a 201 e de 202 jB,301. Escrever a palavra "felicidade" numa bola, à direita da fo- lha e ligada às outras três, como está no desenho. 39 A cor representa um elemento de perturbação em radiestesia; por essa razão, em todas as experiências, é preferível escrever sem- pre em papel branco com caneta preta. Em seguida, segurar com a mão livre a palavra "felicidade". Colocar o livro sob o pêndulo. Depois, com a palavra "felicidade" na mão esquerda, tocar sucessivamente cada bola com o dedo indi- cador dessa mesma mão, fazendo sempre as perguntas correspon- dentes: — A palavra "felicidade" está entre as páginas l e 101 ? — A palavra "felicidade" está entre as páginas 102 e 201? — A palavra "felicidade" está entre as páginas 202 e 301? Se o pêndulo fornecer a resposta correia, pode-se continuar o exercício; em caso contrário, é melhor recomeçar em outra ocasião. Não há pressa. Esse exercício tem várias utilidades. Em primeiro lu- gar, permite familiarizar-se com o pêndulo. Depois, ele faz com que se conheça o método das bolas, cujas vantagens são inúmeras. Fi- nalmente, trabalhando dessa maneira, aprende-se a contar com o pêndulo. Trata-se de uma verdadeira ginástica com muitos benefí- cios. Embora seja uma arte, a radiestesia permite atingir uma preci-
  • 18. são científica surpreendente e alcançar resultados notáveis em todos os terrenos, quando perfeitamente dominada. Maurice, a respeito de quem falei há pouco, utiliza tanto o pêndulo quanto o computa- dor. Quanto a mim, se me emprestar por uns segundos seu talão de cheques, posso dizer rapidamente de quanto a pessoa dispõe em sua conta. Não tem nada a ver com milagre, nada mesmo! Todos os meus alunos conseguem... Voltemos então ao exercício. Obtiveram uma resposta positiva na segunda centena? É preciso decompor essa centena, primeiro em duas partes: das páginas 102 a 151; depois, 152 a 201. A resposta foi positiva em relação ao segundo grupo de números? Nesse caso, é preciso decompor as centenas em dezenas. De 152 a 161, de 162 a 171, de 172 a 181, de 182 a 191 e de 192 a 201. Trabalha-se exata- mente da mesma forma com uma resposta positiva em relação ao primeiro grupo de números: de 102 a 111 etc. É preciso encontrar a dezena correia, que corresponda à que se está procurando. Depois, decompor essa dezena em unidades. Por exemplo, de 172-173 a 180-181. Continuar fazendo círculos ao re- dor dos números. Ligar SEMPRE os círculos com as respostas afir- mativas. No entanto, deve-se tomar cuidado para que as bolas não encostem uma na outra. Isso poderia provocar uma certa "resso- nância" entre duas bolas e um resultado errado. 40 Em resumo, agindo dessa maneira, por eliminação, deve-se en- contrar rapidamente a página onde a folha de papel foi colocada. O mais importante não é conseguir de imediato um resultado per- feito. Se acontecer, ótimo: este exercício é difícil para um iniciante. O essencial é desencadear em cada pessoa uma função que, até aquele momento, estava adormecida num canto do cérebro. Se for possí- vel refazer esse exercício regularmente, o radiestesista obterá do pên- dulo respostas cada vez mais confiáveis. Paralelamente, é bom continuar, todos os dias se possível, o exercício com as moedas (pegar cinco moedas, com uma delas emi- tida em data diferente das demais ou com as cartas. Para este últi- mo, é interessante utilizar um baralho novo, que nunca tenha sido (e nem será) usado. Assim, ele será "tocado" apenas pelo radieste- sista e não poderá ser parasitado por nenhuma vibração diferente. Entenderão mais tarde o quanto isso é importante. Para verificar em que nível a pessoa está, é bom agir da seguin- te maneira: embaralhar bem as cartas. Colocar o baralho em um monte apenas sobre a mesa, com as figuras viradas para baixo. Pe- gar cada carta, uma após a outra. Apalpá-la cuidadosamente e fa- zer a seguinte pergunta: — Esta carta é preta? O pêndulo respondeu não? É preciso verificar. Se a carta for ver- melha, de fato, pode-se fazer um montinho num canto da mesa com to- das as cartas "boas". Se houve erro, faz-se um monte com as cartas erra- 41 das. Depois de agir assim com todas elas, contabilizar o resultado e anotá-lo. Por exemplo: Quinta-feira, dia 14:18 B, 14 E (boas e erradas). É muito natural, no início, acertar, em média, apenas a meta- de. Rapidamente — se o exercício for repetido com regularidade —, os resultados correios passarão de 60% a 70%. Um belo dia, só ha- verá um erro em cada dez experiências, o que representa um exce- lente desempenho e dá ao iniciante uma boa dose de confiança. Brincar de batalha naval para treinar Se tiverem a sorte de poder brincar de batalha naval com outra pessoa, é bom fazê-lo. Trata-se de um exercício divertido. Além do mais, representa uma excelente ginástica e faz com que a pessoa se acostume com a técnica da pesquisa com planos, muitas vezes indi- cada aos radiestesistas.
  • 19. Pede-se ao adversário para desenhar uma grade virgem e faz-se ou- tra para si. Num pedacinho de papel, pede-se também para ele traçar uma cruz do mesmo tamanho que as que serão utilizadas em sua pró- pria grade. É importante que tudo seja feito com a mesma caneta (sem- pre preta, como eu já disse). No início, é melhor começar com grades pequenas. Em seguida, coloque cruzes na sua própria grade e comece a pesquisa. Com a cruzinha do adversário na mão esquerda, passe o dedo indicador dessa mão em cada coluna, perguntando, por exemplo: A B C D E F G Zona de "ressonância" 42 — Tem uma cruz na coluna A? Repete-se a pergunta para as colunas B e C... Faz-se um círculo ao redor das letras em relação às quais a resposta for positiva. Depois, repete-se a operação com as colunas numeradas. Logo, será possível localizar a posição das cruzes do adversário com maior precisão. No entanto, o problema da "ressonância", de que já falei e que é muito comum em radiestesia, poderá atrapalhar bastante. As casas vizinhas às que estão marcadas com uma cruz podem provocar uma espécie de "eco", e uma reação positiva do pêndulo. Esse tipo de incidente di- minui à medida que a pessoa progride, desaparecendo por completo com a repetição dos exercícios. Basta trabalhar, trabalhar muito. En- tretanto, é preciso reconhecer que esse trabalho não é nada rebarbati- vo. Pessoalmente, estou acostumado a ir dormir de madrugada e já passei horas (gastando verdadeiras fortunas!) brincando de batalha naval durante a noite, por telefone, com alunos que se encontravam a centenas de quilómetros da minha casa. Se não se encontrar um parceiro disponível, nada impede que se façam com antecedência várias grades, colocando-as em envelo- pes diferentes, podendo utilizá-las quando quiser. Para jogar, acon- selho segurar com a mão esquerda o envelope que contém a grade, "auscultando-a" e deixando o dedo indicador dessa mão deslizar sobre a grade virgem.* Para as cartas, ou as moedas, assim como para a batalha naval, é bom escolher uma hora em que a pessoa se sentir bastante descontraída para trabalhar. Os resultados serão melhores se a cabeça não estiver cheia de problemas. Se o radiestesista se sentir irritado, deve deixar o trabalho para mais tarde, evitando uma decepção. Se os resultados não forem muito regulares, ninguém deve se assustar, lembrando-se de que o desempenho e a performance variam todos os dias. Os videntes, magnetizadores e cartomantes, se fossem hones- tos, deveriam fechar as portas de vez em quando, "por motivo de mau desempenho". Entretanto, são raras as pessoas que têm a fran- queza de confessar: — Volte amanhã. Hoje não é um bom dia para mim! Infelizmente!... ^Quando a pessoa já for campeã de batalha naval, poderá complicar o jogo au- mentando a grade, fazendo navios de várias casas que serão chamados de cru- zadores, porta-a viões, submarinos etc. Com isso, os sentidos se tornarão bem mais aguçados. 43 CAPITULO IV O PÊNDULO Existe uma multiplicidade de pêndulos, de formas e materiais dife- 'rentes. Quero deixar bem claro que, geralmente, os pêndulos encon-
  • 20. trados à venda me decepcionaram. Depois de experimentar vários ^tipos, resolvi fabricar meus pêndulos e aconselho que façam o lesmo. De fato, os pêndulos que se encontram à venda são, pratica- nte todos, feitos por máquinas e não possuem personalidade. Se- a de cristal, metálicos, de madeira ou barro, permanecem ïnimos e limitados, apesar da forma. O caso é diferente com os lê são fabricados a mão, artesanalmente. Testados com uma re- , graduada, estes obtêm notas de sensibilidade muito superiores i que saem da fábrica. ' pêndulos do comércio A seguir, vou indicar os principais pêndulos que podem ser fa- nente adquiridos. pêndulo do abade Mermet Trata-se de um dos mais conhecidos. Possui a vantagem de pó- T, em geral, receber uma testemunha. l pêndulos de cristal de vidro ou de rocha São esféricos, tubulares ou com arestas bem marcadas. Os de lartzo puro (muito caros e difíceis de serem encontrados) são muito os em radiestesia médica, pois suas vibrações estão particularmente (acordo com as do corpo humano. Os de vidro não devem ser com- ios de modo algum. 45 O pêndulo de cone fictício, graduado, de madeira Seu uso é bastante delicado; no entanto, os radiestesistas médi- cos apreciam esse tipo de pêndulo, particularmente no que diz res- peito às cores. O pêndulo com mercúrio O pêndulo de barro ou de madeira de pau-santo Particularmente útil na busca de metais, ele é muito sensível, e sua utilização, limitada. Um iniciante nunca deverá usá-lo. De fa- to, trata-se de um pêndulo mágico, com a particularidade de carre- gar o local onde ele gira do lado positivo, e descarregá-lo no caso contrário. Esse pêndulo pode ser utilizado com fotografias, mas corre-se um risco muito grande de fazer mal à pessoa que necessita de ajuda; por isso, apenas os iniciados deverão trabalhar com ele. Conta-se que os habitantes do antigo Egito utilizavam-no como ins- trumento de navegação. Funciona perfeitamente sobre a água e cos- tuma responder quando lhe pedem para indicar a direção da pirâmide de Queops. O pêndulo universal de Chaumery e de Bélizal Este tipo também só deve ser utilizado por radiestesistas bem- treinados. Ele é esférico e possui um equador magnético Este-Oeste, e um meridiano elétrico Norte-Sul. Seu desempenho é excelente, mas trata-se de um aparelho delicadíssimo, extremamente útil no estudo das cores e das suas vibrações. O pêndulo de Turenne, de madeira Trata-se de um excelente aparelho. Outros pêndulos Existem ainda outros tipos de pêndulos, de madeira ou me- tálicos, como, por exemplo, o pêndulo cilíndrico bispires, que dá excelentes resultados. Mas há muito o que se inventar nesse cam- po. O professor Ravatin, da Universidade de Amiens, trabalha com pêndulos cilíndricos de madeira sobre os quais adaptou letras he- braicas. Esses pêndulos especializados prestam excelentes servi- ços, mas só podem ser utilizados em casos específicos. A partir desses trabalhos, baseados nas conclusões de G. J. Bardei, Chau- mery, Bélizal e Jean de La Foye, também fabriquei pêndulos he- braicos, utilizando a forma microvibratória que costumo reco- mendar. Sem revelar minhas descobertas (não se trata de guar- dar segredo, pois minha doutrina e meus hábitos de trabalho não 46 são esses, mas apenas de falta de espaço), explicarei mais adiante
  • 21. como se utiliza o alfabeto hebraico na concepção de certos pên- dulos. Entre os nomes mais conhecidos em radiestesia, para citar ape- nas as pessoas que ajudam essa arte evoluir até alcançar caráter cien- tífico, além dos que já foram citados, convém não esquecer os no- mes dos Srs. Turenne, Morei, Enel, R. de Lafforest e o professor Yves Roccard, que são os principais. Apesar da Igreja, que nunca aceitou os radiestesistas que utilizam o pêndulo, algum religiosos alcançaram fama excelente com suas descobertas. Ao nome do pa- dre Mermet — pesquisador de nascentes incomparável, a quem se deve o pêndulo com seu nome —, temos que acrescentar os padres Moreux, de Valemont e Jean Jurion. Entretanto, é com tristeza que constatamos até que ponto a França vê com maus olhos a radieste- sia e a parapsicologia, embora inúmeros pesquisadores de alto ní- vel, reconhecidos no mundo inteiro, sejam franceses. Por outro lado, novas estruturas, destinadas a fazer progredir o que chamaremos de conhecimento, surgem em toda parte, notadamente no Canadá e nos Estados Unidos, onde diversas universidades (a NASA tam- bém) recorrem regularmente a parapsicólogos de toda espécie. No Brasil, a radiestesia é uma disciplina ensinada na escola. O Instituto de Geologia de Moscou utiliza, permanentemente, equipes de geó- logos, geofísicos e fisiólogos, especializados em radiestesia. Antes de serem contratados e se tornarem funcionários, eles são testados quanto às suas capacidades radiestésicas. Na França, a situação é | completamente diferente. Não existe nenhuma estrutura oficial li- |gada à parapsicologia. Encontram-se grupos de pesquisadores, tra- | balhando sozinhos, sem verbas ou qualquer outro tipo de ajuda. Em ;Toulouse, que é a cidade onde as coisas mais "acontecem" nesse |campo, depois de Paris, existe um grupo de estudos de parapsi- |COlogia na faculdade do Mirail. Deve-se à iniciativa particular de professor de matemática, cujas ideias antiesotéricas e exoté- s me fazem duvidar da utilidade de tais estudos. Como meu 3 tem como único objetivo trazer para a radiestesia pessoas l-intencionadas, não pretendo entrar numa polémica, a qual, rando em conta o clima atual, só provocaria resultados esté- i. Sem perder a esperança, conto com a era de Aquário, na li estamos entrando, para que, no futuro, essa situação possa iluír. 47 Fabricar seu próprio pêndulo A respeito do pêndulo propriamente dito, aconselho, since- ramente, cada pessoa a fabricar o seu. Como o objetivo do pên- dulo é prestar serviços e não servir de enfeite, como uma jóia por exemplo, é inútil gastar dinheiro à toa com esse tipo de instru- mento. Com uma simples bola de buxo Se a pessoa não gostar desse pequeno trabalho manual que ser- ve de passatempo, pode comprar uma bolinha de peteca de buxo, no centro da qual deve atarraxar um preguinho, o mais reto possí- vel. Obtém-se assim um excelente pêndulo, cujo desempenho será tão espetacular quanto o de outros, que devem custar dez ou 20 ve- zes mais. Quanto a mim, após inúmeras experiências mais ou menos con- vincentes, acabei optando pela forma microvibratória, de cobre e madeira, ou só de cobre, quando quero utilizá-lo como pêndulo de testemunha.* Para melhorar ainda mais seu desempenho, utilizo, sempre que possível, fio de cobre onde passa uma corrente. De fa- to, observei que, com isso, sua sensibilidade aumentava. Tão importante, talvez mais até, quanto os materiais que o com- põem, a forma do pêndulo é primordial. É dela que dependem suas qualidades. Amplamente utilizado em suas pesquisas por Chaumery e Bélizal, o pêndulo microvibratório é, na verdade, um amplifica-
  • 22. dor das mais ínfimas vibrações, que ele consegue captar com facili- *Fabriquei também um pêndulo que me satisfaz inteiramente, juntando as qualida- des do cristal e as do cobre. Em um cone de cobre ao qual dou a forma microvibra- tória, introduzo uma bola de cristal de rocha de pureza excepcional. Esse pêndulo tornou-se o instrumento de vários curandeiros que utilizam, em sua terapia, as qua- lidades incomparáveis do cristal de quartzo. 48 dade, traduzindo-as com clareza raramente encontrada em outros instrumentos. Além do mais, sua sensibilidade faz com que ele dê uma resposta correia e muito rápida. Se tiverem a sorte de possuir um pêndulo desse, ou se conseguirem fabricá-lo, é bom fazer o tes- te do relógio digital. Como veremos mais adiante, usamos frequen- temente — por má informação — objetos de toda espécie, os quais, em vez de nos trazer energia, ou de serem neutros, "vampirizam" a que se encontra dentro de nós, chegando às vezes a devorá-la. Ora, como a própria vida já se encarrega de tirar todos nossos recursos naturais, é melhor, na medida do possível, evitarmos as oportuni- dades que só agravariam os problemas. O modernismo e os progressos da ciência melhoraram bas- tante nossas condições de vida, mas a face oculta da moeda nos reserva, às vezes, péssimas surpresas. É o que acontece com o re- lógio digital. Muito preciso, ele representa uma das ilustrações mais flagrantes de nossa época. Seria perfeito... se não pagássemos um preço muito alto por sua pontualidade. As batidas do quar- tzo são, de fato, nocivas ao nosso organismo. Quando colocado cm cima de um relógio digital, o pêndulo microvibratório assu- me imediatamente uma rotação negativa muito elucidativa quanto à nocividade desse relógio. Além do mais, nós o usamos num lugar sensível do nosso organismo, o pulso, verdadeira encruzilhada de nossas energias... Enquanto os pêndulos, de modo geral, não costumam rea- gir às más vibrações desse tipo de relógio — alguns permanecem completamente imóveis —, o microvibratório continua se mani- festando, até mesmo se o objeto estiver recoberto por uma folha de jornal. É bom assinalarmos, aliás, que o jornal é um dos mé- todos mais seguros de neutralizar os objetos negativos. Utilizado cm várias camadas (o que se torna fácil de determinar com um pêndulo microvibratório), ele acaba com quase todos os obstá- culos. Um pêndulo microvibratório Apesar de ter fabricado instrumentos de tamanhos diferentes, os que faço regularmente para meus amigos ou alunos têm, todos dês — exceto alguns, por motivos especiais — uma altura de três centímetros e meio ou de quatro centímetros e meio. Para fabricá-lo, é preciso possuir um pequeno eixo bem fi- no de madeira. Um galho bem reto apanhado no campo pode ser- vir, com a condição de ser inflexível. O ideal é encontrar um pe- queno galho de buxo. Tirar a casca e apontá-lo numa das extre- midades como se fosse um lápis, com a ponta bem fina. Cortá-lo 49 com três centímetros e meio ou quatro e meio, dependendo do número de espirais de cobre (sete ou nove) que se pretende co- locar. Depois, pegar o fio de cobre, que deve ser grosso o bastan- te para não perder a rigidez, porém muito fino para ser molda- do sem qualquer dificuldade. De fato, sua secção só tem impor- tância relativa. Atua apenas sobre o peso do pêndulo. Alguns ra- diestesistas preferem pêndulos mais leves; outros se sentem melhor com pêndulos relativamente pesados. Pessoalmente, isso não tem
  • 23. muita importância. Por outro lado, convém calcular o compri- mento do fio de cobre, para poder efetuar o número de espirais desejado. Digamos que, para um fio de quatro milímetros qua- drados de secção, será necessário um comprimento de 65 centí- metros para um pêndulo com nove espirais. Com um fio de dois milímetros e meio de secção, 50 centímetros de comprimento serão suficientes. Quando este fio estiver encapado, é bom não esquecer de desencapá-lo. Para a regularidade das espirais, a beleza e a harmo- nia do pêndulo, convém, desde o início, fazer com que o fio esteja perfeitamente retilíneo. Não deve haver nenhuma "saliência" em todo o seu comprimento. Se isso acontecer, corre-se o risco de vol- tar a encontrar tal saliência durante toda a experiência; além do mais, seria um obstáculo para a perfeição do pêndulo, na hora do equi- líbrio. Quando o fio estiver pronto, pegar as duas únicas ferramentas necessárias: uma pequena pinça de pontas arredondadas e outra achatada. Com a primeira, retorcer uma das extremidades do fio para se obter um círculo. É importante, para o que vem depois, que esse círculo tenha um diâmetro interno de cinco a seis milímetros. Para que tal círculo seja absolutamente bem-acabado, assim que se começa a torcer o fio para lhe dar forma, convém cortar dois ou três milímetros da extremidade para conseguir uma forma circular perfeita. O resto não apresenta a menor dificuldade, mas deve-se traba- lhar com atenção para obter um pêndulo sem defeito. Primeiramente, tomar muito cuidado com a maneira de enrolar o fio com a ajuda da pinça achatada. Esse trabalho deve ser feito numa superfície li- sa. É o único modo de se conseguir um cone regular. Cada volta do fio precisa ser efetuada com minúcia e firmeza, e, no final, deve- se obter um caracol perfeito. À medida que o fio vai sendo dobra- do, cada volta deve permanecer em contato permanente com a pre- cedente, mas nenhuma pode se enroscar na outra. Contar as voltas para poder parar quando se deseja um pêndulo de sete ou nove es- 50 —ais. Após alcançar o número de espirais desejado, deixar mais iço centímetros para o laço que vai fixar a extremidade superior »eixo e o fio. O laço não pode ultrapassar esse tamanho para não rapalhar mais tarde. Quando o caracol estiver pronto, pegar a outra extremidade com pinça de pontas arredondadas. Fazer um primeiro anel e amarrar fio. Depois, fazer um outro círculo com o mesmo diâmetro do 10 do de madeira. Trazer a extremidade superior do pêndulo, com do cuidado, até o centro do caracol. Em seguida, afastar as espi- is, com a ajuda de uma faca, por exemplo. É necessário agir com ^rema delicadeza para que haja sempre o mesmo espaço entre as ' 'ais: esse afastamento deve ter de quatro a cinco milímetros, o dá um cone da altura do eixo que se insere agora no conjunto. rtar o laço superior para manter bem firme o eixo do pêndulo, r um nó na extremidade do fio, deixando-se o tamanho que qui- entre dez e 30 centímetros. A grande maioria dos pêndulos é vendida com uma corren- 2mbora esse acessório produza um efeito bastante marcante, —rrente deve ser abolida. Seja de madeira ou metálico, o pên- > precisa ser completamente isolado do operador. Isso é fun- lental. Eu mesmo já testei e mandei testar pêndulos munidos uma corrente, e os mesmos pêndulos munidos de um simples | A diferença entre eles é tão sensível que seria uma pena es- i ir as qualidades de um pêndulo acrescentando uma corrente, t i ela de ouro. O fio poderia fazer girar o pêndulo em volta |H mesmo sem qualquer coerência. Se for possível utilizar um iem torsão, é o mais aconselhável. Se não, molhar esse fio e o pêndulo dependurado por algumas horas. A torsão desa-
  • 24. ;rá. Existe um problema importante que ainda não foi abordado Í: trata-se do sentido segundo o qual as espirais devem ser orien- IS« de baixo para cima do cone. Podemos dizer que não há uma H estrita, assim como para o número de espirais do pêndulo. Meu lulo particular "sobe" no sentido dos ponteiros do relógio, quan- olha para ele da ponta. Observei que essa maneira de construí-lo (roçava maior vibração comigo. Mas observei igualmente que tal toão era válido para todos os meus alunos. Por isso mesmo, ca- —|essoa deve ter a possibilidade de encontrar o pêndulo que me- H|lhe convém. lOcorre o mesmo no que diz respeito ao número de espirais. Uma antiga opõe vários radiestesistas quanto a este problema; ! um grupo que se considera dono da verdade e acha que to- 51 dos devem obedecer à regra. Creio que esse tipo de "guerrinha" é tão inútil quanto a discussão sobre o sexo dos anjos. Testei 18 pêndulos microvibratórios fabricados ao mesmo tempo (no mes- mo dia, ou seja, no mesmo período lunar). Esses pêndulos tinham sido "girados" ou no sentido dos ponteiros do relógio, ou no sen- tido contrário, e possuíam entre três e 11 espirais. Os testes fo- ram feitos com alunos que ainda não tinham uma vasta experiên- cia no campo da radiestesia, e também com magnetizadores que manipulavam o pêndulo muito antes de eu nascer, assim como com Guiliaume, a respeito de quem já falei bastante. E chega- mos à conclusão de que não existe um número ideal de espirais num pêndulo! Trata-se de uma constatação que se tornou óbvia depois de mandar testar todos os pêndulos, um após o outro, e medir com a régua qual o mais adequado para cada pessoa, ou se- ja, com que tipo de pêndulo a pessoa se entendia melhor. É ver- dade que o pêndulo com nove espirais é o mais aceito, porém, algumas pessoas não conseguem com ele a metade dos resulta- dos obtidos com outro modelo, em melhor harmonia com suas vi- brações. O pêndulo hebraico As pessoas que conhecem os trabalhos de G. J. Bardei e do pró-, fessor Ravatin, ou que leram Ondes de Vie, Ondes de Mort* (On- das de Vida, Ondas de Morte), de Jean de La Foye, já sabem que o alfabeto hebraico oferece inúmeras utilidades no campo da pes- quisa esotérica. Para falar a verdade, a energia que emana dos caracteres he- braicos é tão intensa que nos sentimos capazes de façanhas "extraor- dinárias", se conseguirmos captá-la e utilizá-la. Felizmente, o problema é bastante complexo e não está ao alcance de qualquer pessoa. Acho que esse alfabeto, que não tem relação com o que uti- lizamos em nossa civilização, está tão bem protegido que seus se- gredos mais íntimos nunca serão revelados. Entretanto, certas pessoas, perfazendo um grupo limitadíssimo, conseguiram extrair a sua "essência". Um dos maiores especialistas no assunto — cer- tamente o melhor que existe na França — é Yves-Albert Dauge, pro- fessor de civilizações antigas na Universidade de Perpignan, e autor do livro L 'Esoterismo pour quoi Faire?** (O Esoterismo Para Fa- *Robert Laffont, Editora. **Dervy Livres, Editora. 52 o Quê?). Trata-se do único cientista que conheço nesse campo. )u usando propositadamente a palavra "cientista" porque tive )ortunidade de perceber até que ponto ele domina o assunto. Essa stão, aliás, é extremamente árdua e faltam referências, tudo pre- [ ser redescoberto, ou antes, descoberto. A civilização hebraica Spoca de Jesus Cristo não tem mais nada a ver com o que era passado. Perdeu sua alma e, se ainda falta muito para ela desa-
  • 25. ecer, está sempre sofrendo ataques tão violentos que ficamos es- tados com sua sobrevivência. Como creio que é preciso procurarmos as razões do que somos Ç em nossas vidas anteriores, gostaria imensamente que Y. A. |ige me contasse o que sabe a respeito das suas últimas vidas. Pa- (Ossuir seu saber e falar tão bem a respeito da Bíblia, que lê fluen- |ente no original, em hebraico e grego, é muito provável que ele |a participado, de alguma maneira, dos acontecimentos que mar- |m nosso mundo. Certo dia, enquanto eu me dedicava a pesqui- ^ sobre a energia dos caracteres hebraicos e suas possíveis cações, ouvi Dauge falando no rádio a respeito da Energia. De l maneira tão simples e lógica que resolvi contatá-lo. Interessa- ^m meus trabalhos, ele me convidou a sua casa. Passamos jun- doras inesquecíveis e extremamente proveitosas para mim, e estou Ode que têm de se repetir... se o tempo, que não pára, nos der ^oportunidade. Todas as pessoas que participam do seu centro Itudos, por toda a França, principalmente em Paris e no sul do |loire, vão entender minha linguagem. Soltarei a falar sobre esse poço de ciência, representado pelo (homem, em minha opinião, que alcançou o conhecimento uti- ào de saída a grande linha reta... O que quero dizer é que ele a hesitou. Ninguém lhe ditou o seu saber, a não ser uma força a; ele trabalhou muito, procurou por mais de 25 anos e um dia, ^mente, sentiu-se digno de seguir seu caminho e pregar sua ciên- |É o que ele faz atualmente, para felicidade de todos nós. |A respeito das letras hebraicas e dos pêndulos, não quero en- lum terreno tão complicado que poderá, em outra oportunida- er tema de uma obra mais especializada. Direi apenas que, ao r Y. A. Dauge explicar a palavra amém e dar a sua tradução, l ideia de fabricar um pêndulo com essa inscrição em hebraico. em vista o modo segundo o qual o utilizo, este pêndulo é, um, o mais prestativo; só recorro a esse instrumento em últi- tância e quando não existe outro recurso. Já vão entender por IPreciso confessar que acredito em Deus. Não posso sentir-me tioso desse sentimento, o que seria ridículo. Afirmo simples- ique acredito, muito obrigado, meu Deus! Além do mais, se 53 já passei, como todo mundo, por momentos de dúvida que eram apenas a consequência de provas difíceis, não poderia deixar de acre- ditar em Deus. Por um lado, à medida que vou progredindo nas pes- quisas, percebo que minhas descobertas, até mesmo as mais modestas, aproximam-me cada vez mais do Criador. Por outro la- do, se eu ficasse famoso ao afirmar que o ateísmo é a solução, não teria mais nenhum amigo. Não conheço um único radiestesista, um único magnetizador, mágico, vidente etc. que não acredite em Deus. Não posso dizer que eles não existam: apenas nunca encontrei, de nenhuma raça ou religião. Não pretendo dizer que tenho visões (refiro-me àquelas pessoas para quem a Virgem se "manifesta"); proclamo apenas, em alto e bom som, que Deus existe e que eu O encontro quando preciso dE- le. Por essa razão, reconheço a realidade do outro, da besta, cujos representantes especiais encontramos permanentemente. O proble- ma não é esse. A respeito da palavra amém, faço questão de trans- mitir aos meus leitores o que diz Y. A. Dauge, mostrando que se escreve f 6^ em hebraico. A tradução literal dessas três letras é a seguinte: Que deus venha em meu coração! Não tem nada a ver com o "assim seja" proclamado pêlos ecle- siásticos há séculos! Além do mais — sempre na opinião de Y. A. Dauge —, dizia-se Amém (e deve-se dizer) não apenas no fim de uma reza, como também no início. De certa forma, trata-se da cha- ve que permite abrir a porta que nos separa do Criador. Por isso tive a ideia de escrever amém em hebraico sobre um dos meus pên- dulos. Como o "acaso" sabe o que faz, tive o privilégio de encon-
  • 26. trar em meu caminho o monge Herry — já falecido — a respeito de quem falarei mais adiante, ao abordar o tema dos óleos chama- dos "essenciais". O monge Herry tinha uma maneira especial de uti- lizar o pêndulo. Ao segurá-lo, recitava uma reza muito simples com as seguintes palavras: "É em nome do pai de todo amor, É em nome do filho de todo amor. É em nome do espírito de todo amor QUE ESTOU AGINDO." Fazia muito tempo que eu recitava essa mesma reza, a qual fi- zera com que evitasse as armadilhas da "trapaça", tão frequentes em radiestesia. Essa reza, associada ao uso do meu pêndulo marca- do com a inscrição íüa, nunca me decepcionou. Tendo em vista a finalidade deste livro, que é de ajudar as pes- soas que se sentem atraídas pela radiestesia, fornecendo-lhes armas 54 a o adversário, aconselho o leitor a fabricar esse tipo de pên- para o qual não conheço concorrente. Levando em conta o ca- espiritual da inscrição, só se deve utilizar esse pêndulo quando ïr realmente necessidade. Mgumas pessoas utilizam uma aliança amarrada a um fio de cabelo ou a uma (orno pêndulo. Isso não deve ser feito. Por ter sido benta com um objetivo tcciso, a aliança não deve ser utilizada como pêndulo em caso algum. Depen- das perguntas feitas, ela poderá responder qualquer coisa. Eu mesmo tive a thidade de verificar o fato. 55 CAPITULO V COMO UTILIZAR O PÊNDULO > já vimos, a primeira coisa a fazer é determinar em que senti- t pêndulo responde positiva e negativamente. Esses dois senti- irecisam ser opostos, obrigatoriamente, e de forma muito clara. entanto, em certos casos, o pêndulo se recusa a dizer não, |ndo-se a demonstrar sua desaprovação ao se balançar de ma- | neutra. Se isso acontecer, o radiestesista terá de aceitar, pelo no momento, esse tipo de resposta. Esse pequeno defeito, ide levar à maior confusão, deve desaparecer com a repetição ercícios. É importante efetuar diariamente, de cinco a dez mi- para quem dispuser de pouco tempo, exercícios indispensá- Para se manter a forma e progredir. É bom não esquecer que pores virtuoses começam o dia com uma série de escalas. irando os resultados obtidos com esses exercícios forem cor- f pode-se passar ao trabalho propriamente dito, começando-se ar o pêndulo de maneira útil. Não se deve fazer como o jo- rtorista que sai a toda velocidade. É preciso iniciar lentamente, quando a pessoa se sente muito segura. ? fato, algumas pessoas conseguem mais facilmente do que (um desempenho surpreendente; no entanto, devemos descon- nanentemente das respostas obtidas. Nunca se deve esque- ;o do erro, que representa um perigo constante. A primeira ) para evitá-lo é trabalhar, de posse de todos os meios e em ideal. mto a mim, prefiro trabalhar de manhã, depois do banho fé. Após uma noite bem-dormida, a mente sente-se livre, ale- os ainda não teve tempo de ser agredida pelas preocupações l diária. Além do mais, está "vazia", ou seja, o cansaço ain- i conseguiu poluí-la. O fato de se ter a mente vazia é impor- ra todo trabalho delicado em radiestesia. Esse é o estado )tivo. 57
  • 27. Segurar o pêndulo, o de tipo vibratório, entre o indicador e o po- legar. E não desse modo. 58 De manhã, a primeira coisa que faço não é ligar o rádio para ou- s notícias, nem ler o jornal durante o café. Também não ligo a isão, como costuma acontecer cada vez mais nas casas. Com is- 8 pessoas que conversavam pouco entre si, à mesa, na hora do al- o ou do jantar, por causa do noticiário na televisão, também não «crsam de manhã... Não é o meu caso. Como moro sozinho gran- arte do ano, de manhã falo comigo mesmo, com toda calma. É Iço momento em que me encontro realmente a sós comigo e não E mão dessa oportunidade. Entretanto, costumo convidar Bach ou fart para meu despertar, do qual trato com o maior cuidado. |Em seguida, pego uma carta de baralho em meu escritório, ao e tento determinar sua identidade. É o meu modo de treinar e r a forma. Só deixo passar um único erro. Quando não descubro acarta, pego outra. Se não conseguir achar a resposta correia, o pêndulo de lado e não toco mais nele o dia inteiro. É melhor r por um dia melhor! Por isso, fico preocupado ao ver radieste- ïrofissionais utilizando o pêndulo sem parar, todos os dias úteis, |umã à noite. Não sei como fazem para não cometer erros e mere- l preços altos que costumam cobrar. Aliás, a esse respeito, já te- neu modo de pensar; de fato, em várias oportunidades pude ve- ir o quanto certos profissionais ficavam atrapalhados. Fiz isso incadeira, mas também para saber a verdade. l^ara utilizar o pêndulo com o máximo de chances de êxito, é i |)mental sentir-se perfeitamente bem, quanto ao corpo e à mente, ' |8se de todas as energias. Quem pode jurar que tal situação ideal || )ete sempre? Algumas pessoas preferem trabalhar à noite, o j ! perfeitamente possível. Eu mesmo já trabalhei assim. Mas é (o estar descansado. Nesse caso, é melhor verificar os resultá- la manhã seguinte. Acontece cada surpresa... '0-sugestâo . primeira desconfiança, em relação ao pêndulo, é a auto- 1o (ou sugestão). Ela representa a causa da maioria dos erros. mm. evitar sua influência. Para combatê-la, a primeira regra con- —empreque possível, em não olhar para o pêndulo. Por isso, in- 1 o sistema das "bolas". De fato. coloco nelas as palavras Rantes que orientam minha pesquisa. Enquanto meu dedo in- >r esquerdo fica apalpando o conteúdo da bola, para captar to- ^ibrações, seguro o pêndulo com a mão direita, fora do alcance olhar. Ao perceber que o pêndulo iniciou seu movimento de , "surpreendo" o sentido segundo o qual ele se efetua. 59