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A ELEVAÇÃO DO POVOADO SACO DO RIBEIRO À CATEGORIA DE
                                          MUNICÍPIO (1933)


                                                                              Gabriela Resendes Silva
                                                                        Graduanda em História (UFS)
                                                                                gabriela@getempo.org


           Resumo:
           Este trabalho tem por objetivo analisar o processo que se deu para que o
Povoado Saco do Ribeiro, da cidade de Itabaiana, se tornasse município independente
em 1933. Buscando evidenciar o que corroborou para que o então Interventor Federal
em Sergipe, Augusto Maynard Gomes, chegasse à conclusão de que o povoado tinha
condições políticas e econômicas para torna-se, a partir do Decreto n°188, de 18 de
dezembro de 1933, município independente. Deste modo, a pesquisa tem por finalidade
preservar a história do Município de Ribeirópolis, assim como também a história do
Estado de Sergipe.


           Palavras-chave: Saco do Ribeiro, Emancipação, Ribeirópolis.




           1. Introdução


           É no dia 18 de dezembro de 1933 que o Povoado Saco do Ribeiro, pertencente à
cidade de Itabaiana, adquire sua tão esperada emancipação 1. Mas é claro que esse
procedimento não ocorreu da noite para o dia, de modo que envolveu muitas questões –
seja de caráter político, religioso, econômico e até mesmo de “camaradagem”.
           Foram muitos os empecilhos para que se chegasse a tão aguardada emancipação,
já que nem todos a desejavam, principalmente a parte que representava os interesses da
cidade de Itabaiana, pois como mesmo dissera o juiz municipal, Gervásio de Carvalho
Prata, na Instalação do Distrito de Paz de Saco do Ribeiro em 1927, a autonomia de
Saco do Ribeiro era algo “prematuro e ameaçador do futuro de Itabaiana” 2 - de fato o



1
    Decreto nº 188, de 18 de dezembro de 1933: Diário Oficial, nº 5847, Aracaju, 19/12/1933.
2
    Ata de instalação do Distrito de Paz de Saco do Ribeiro: Diário Oficial, nº 2323, Aracaju, 16/12/1927.
era, pois além de perder em território, Itabaiana perderia também no que se refere a
questões econômicas.
        Mas mesmo com toda a “torcida contra”, foi inevitável a emancipação do
povoado, pois o mesmo a cada ano que se passava vinha adquirindo características
próprias que o separava cada vez mais da cidade de Itabaiana. Era notável o
desenvolvimento do lugar já nas primeiras décadas do século XX, sendo que a criação
da feira foi de certa forma, o ponto de partida para que a autonomia se concretizasse de
fato em 1933, seja por favorecer a aproximação dos moradores, seja por passar a
desenvolver uma economia local.




        2.   Primeiras décadas do século XX: desenvolvimento de Saco do Ribeiro


        É claro que para se chegar à emancipação, o povoado Saco do Ribeiro percorrera
uma longa trajetória, seja econômica, política ou religiosa como foi o caso do povoado
aqui estudado. De modo que é indispensável citar o nome do Padre Vicente Francisco
de Jesus3, no que se refere à criação/desenvolvimento de Saco do Ribeiro.
        O padre Vicente, natural da cidade de Lagarto, foi indicado em 1912 a assumir a
paróquia de Itabaiana, onde passaria a desenvolver missões populares com os
capuchinhos. Em 1914 o pároco organizou a primeira Santa Missão no povoado Saco
do Ribeiro, sendo que neste período, segundo Tatiane Oliveira da Cunha, “o povoado
não passava de um simples lugarejo com habitações modestas e esparsas” (CUNHA,
2006. p. 73-75).
        Desta forma, podemos perceber que as missões – como também a construção da
capela no povoado – tiveram um papel peremptório no desenvolvimento de Saco do
Ribeiro, ao possibilitar a aproximação das pessoas da localidade4. De modo que, como
mesmo dissera o juiz Gervásio de Carvalho Prata, o Padre Vicente fora o grande
“propulsor inicial do Saco do Ribeiro” 5, seja na realização da Santa Missão, como
também na construção da capela e no desenvolvimento da feira local.


3
  Segundo relata Cunha (2006), a formação do Padre Vicente foi influenciada pelas ideias de renovação
do catolicismo.
4
  O Padre Vicente ficou responsável pela freguesia de Santo Antônio e Almas de Itabaiana até 1916, pois
seu “espírito modernizador” atraiu muitos inimigos, dentre eles, o importante Líder Político José de
Sebrão Carvalho, que na época ocupava o posto de delegado de polícia.
5
  Ata de instalação do Distrito de Paz de Saco do Ribeiro: Diário Oficial, nº 2323, Aracaju, 16/12/1937.
2.1 – Empecilhos para a concretização da emancipação


        Se por um lado às contribuições do Padre Vicente, ainda na década de 1910,
favoreceria no processo de desenvolvimento, e posteriormente “independência” do
povoado, as “picuinhas” de caráter político e, de certa forma, econômico, já que nesse
momento não se distinguia muito o público do privado, tenderiam a dificultar tal
processo.
        De modo que a figura do Coronel Sebrão 6 é de total importância para se
compreender todo esse jogo de poder e interesse que esteve presente já nos primeiros
momentos de desenvolvimento de Saco do Ribeiro.
        Ainda na década de 1920, a população do Povoado Saco do Ribeiro já aspirava a
sua autonomia com relação ao município de Itabaiana, porém, o então líder político do
período, era o Coronel Sebrão, que por sua vez, mostrou-se contra a autonomia de Saco
do Ribeiro, pois isso significava, para ele, não só perder território, mas como também
poder, sem falar que Sebrão temia que ocorresse em Saco do Ribeiro o mesmo que
ocorrera com Campo do Brito, que se tornou independente do município de Itabaiana
em 1912.
        Assim, como não era conveniente para o Coronel Sebrão a autonomia de Saco
do Ribeiro, o mesmo fizera o que pôde e o que não pôde para retardar o processo de
desenvolvimento do lugarejo. Uma das suas medidas – que por sinal sempre eram de
caráter violento – foi expulsar, em 1916, o Padre Vicente da paróquia de Santo Antônio
e Almas de Itabaiana. Porém, com as mudanças na estrutura política de Itabaiana, no
decorrer da década de 19207, o Coronel Sebrão passa a não ser a principal autoridade
política da região, fato que contribuiria para a concretização da emancipação política de
Saco do Ribeiro.
        Assim, com declínio de Sebrão, “a ‘nova’ liderança política na pessoa de
Antônio Dultra de Almeida, concede a Saco do Ribeiro o título de Distrito de Paz”




6
  José Sebrão de Carvalho exerceu vários cargos importantes no município de Itabaiana, sendo que já na
década de 1890 era considerado importante liderança política da região.
7
  Ver mais sobre isso em: CUNHA, Tatiane Oliveira da. O “retorno” do Padre Vicente: memória e
poder na criação do Distrito de Paz Saco do Ribeiro (1927). São Cristóvão: Universidade Federal de
Sergipe, 2006.
(CUNHA, 2006, p. 70), o que seria o segundo grande passo para a tão almejada
emancipação 8.
        A partir da criação do Distrito de Paz, em 1927, a população de Saco do Ribeiro
mostrava-se cada vez mais inconformada com essa relação de dependência para com o
município de Itabaiana, e almejava com mais firmeza a emancipação, a qual emanaria
seis anos depois, a partir do Decreto nº 188, de dezembro de 1933.




        3. O Interventor Augusto Maynard Gomes e a esperança da emancipação


        Como foi citado a pouco, a partir da criação do Distrito de Paz de Saco do
Ribeiro, a população passou a questionar, com mais afinco, a dependência para com o
Município de Itabaiana. Sendo que todo esse desejo de independência favoreceu para o
surgimento de uma “liderança política local”, o “Rosendo de Souza Monteiro,
conhecido por ‘Sinhozinho da Batinga’” (SANTOS, 1987, p. 49). Sinhozinho da
Batinga era irmão de Fulgêncio de Souza Monteiro, o qual foi Conselheiro Municipal
de Itabaiana, nos primeiros anos do século XX. Com a morte de seu irmão em 1917,
Sinhozinho da Batinga assume a posição de liderança política e se torna um homem
respeitado na povoação de Saco do Ribeiro.
        Segundo Santos (1987), Sinhozinho da Batinga teve um papel de “fundador do
Município de Ribeirópolis”, pois segundo o autor, foi a partir da visita feita por Augusto
Maynard Gomes9 ao Povoado Saco do Ribeiro, em 1932, que se tornou possível à
independência de Saco do Ribeiro:


                                   “com o advento da Revolução de 1930 e a investidura do
                           Tenente Revolucionário Augusto Maynard Gomes, como Interventor

8
  Vemos a criação do Distrito de Paz de saco do Ribeiro não como a primeira medida para a emancipação,
pois este mérito cabe as primeiras atividades (missões, construção da capela e criação da feira)
desenvolvidas pelo padre Vicente nos anos que esteve a frente da paróquia de Santo Antônio e Almas de
Itabaiana, entre os anos de 1912 a 1916. Sendo que para nós, foram essas atividades desenvolvidas pelo
paróco, que corroborou, de maneira decisiva, para a criação do Distrito de Paz Saco do Ribeiro e, por
consequência, para a emancipação política de Ribeirópolis.
9
  Augusto Maynard Gomes é sem dúvidas um dos nomes mais marcantes da história política de Sergipe.
Maynard se envolveu em inúmeras revoltas (Revolta da Vacina, Revolta Fausto Cardoso, Revolta de 13
de julho). Porém, é na Revolução de 1930, a qual colocara Getúlio Vargas no poder, que Augusto
Maynard Gomes torna-se Interventor Federal em Sergipe. Ver mais em: REIS, Dércio Cardoso. Quem foi
Augusto Maynard Gomes? Disponível em: www.infonet.com.br/educacao/ler.asp?id=135317. Acesso:
16/03/13.
do Estado, novos horizontes surgiram, e Sinhozinho da Batinga não
                              tardou em convidar o Tenente Interventor para uma visita ao Povoado,
                              o que aconteceu em um dia de feira, no ano de 1932, sendo o primeiro
                              mandatário recebido com grande festa, inclusive banquete na casa de
                              Felino Bonfim, filho do político anfitrião. Maynard Gomes ficou
                              bastante impressionado com o desenvolvimento do lugar, mesmo
                              porque foi escolhido um dia adequado, em plena feira, quando se teve
                              oportunidade de mostrar ao Interventor todo o potencial econômico do
                              Povoado Saco do Ribeiro. Ficou então prometido que a autonomia não
                              tardaria" (SANTOS, 1987, p. 49).


           É possível perceber, nos relatos de Santos, que a aproximação de Sinhozinho da
Batinga com o Interventor Federal Augusto Maynard Gomes, foi de valiosa importância
nesse processo final de busca pela emancipação. Talvez seja por isso que o autor coloca,
em sua obra, Sinhozinho da Batinga como “fundador do Município de Ribeirópolis”.




           3.1 – O cumprimento da palavra e a criação do Município de Ribeirópolis
               em 1933


           Segunda, dezoito de dezembro, do ano de mil novecentos e trinta e três, é criado,
a partir do Decreto nº 18810, o Município de Ribeirópolis11, antigo Povoado Saco do
Ribeiro. Assim, como foi pedido, – por Sinhozinho da Batinga, em 1932 – ao
Interventor Federal Augusto Maynard Gomes, o Povoado Saco do Ribeiro deixa de
pertencer ao Município de Itabaiana e passa a se chamar Ribeirópolis:


                                      Art. 1º. Ficam creados o Município e termo Judiciário de
                              Ribeirópolis, constituído pelo Povoado Saco do Ribeiro, que passa à
                              categoria de Vila com aquela denominação (DIÁRIO OFICIAL,
                              Aracaju, 19 de dezembro de 1933, p. 1).


           De fato, o papel de Sinhozinho da Batinga foi importante na decisão do
Interventor Federal. Sinhozinho da Batinga foi muito astuto ao escolher justamente um

10
     Decreto nº 188, de 18 de dezembro de 1933: Diário Oficial, nº 5847, Aracaju, 19/12/1933.
11
     O Decreto data de 18 de dezembro de 1933, porém só foi publicado, no Diário Oficial, um dia depois.
dia de feira, momento de grande movimentação na localidade, sendo que sua esperteza
vai se comprovar na nomeação do Intendente Municipal de Ribeirópolis:


                            “O Interventor Federal no Estado de Sergipe resolve nomear o cidadão
                            Felino Bonfim para exercer o cargo de Intendente do Município de
                            Ribeirópolis, creado pelo Decreto nº 188, de ontem datado” (DIÁRIO
                            OFICIAL, Aracaju, 19 de dezembro de 1933, p. 2).


        Conforme consta na Ata de Instalação do Distrito de Paz do Saco do Ribeiro,
Felino Bonfim, em 1927 era o Juiz de Paz daquele povoado12, o que o possibilitou –
juntamente com Sinhozinho da Batinga – se fortalecer politicamente, para assim
conseguir a emancipação da localidade e se estabelecer como autoridade maior. Felino
Bonfim tomou posse em 1º de janeiro de 1934, conforme previsto no art. 4º, do Decreto
nº 188, de 18 de dezembro de 193313. Bonfim permaneceu no cargo até 9 de abril de
1935, exatamente quando Maynard Gomes 14 estava “entregando” o poder ao novo
Governador eleito, Eronides de Carvalho.




        4. Considerações finais



        De fato, o processo de Emancipação Política do Município de Ribeirópolis,
envolveu muitos nomes, seja político ou religioso. Foram muitos os “pros e contras”
para a emancipação do município.
        No decorrer desse processo de “busca da autonomia”, é evidente a importância
de Rosendo de Souza Monteiro – Sinhozinho da Batinga –, o qual ao convidar Maynard
para visitar o povoado, em um dia de feira, tinha um objetivo: conquistar a emancipação
– e a conseguiu, como prometera o Interventor Federal de Sergipe, o Povoado Saco do
Ribeiro deixa de pertencer a Itabaiana, em 1933, e torna-se o Município de Ribeirópolis.
Porém, percebemos, no decorrer da pesquisa, que foi o trabalho do Padre Vicente que
12
   Ata de instalação do Distrito de Paz de Saco do Ribeiro: Diário Oficial, nº 2323, Aracaju, 16/12/1927.
13
   Diário Oficial, nº 5847, Aracaju, 19/12/1933.
14
   Segundo Reis, “Maynard ficou inconformado com o resultado, a ponto de não transferir o cargo para o
seu sucessor e retirou-se para sua fazenda, no município de Rosário do Catete”. Ver: REIS, Dércio
Cardoso.        Quem         foi       Augusto       Maynard          Gomes?          Disponível       em:
www.infonet.com.br/educacao/ler.asp?id=135317. Acesso: 16/03/13.
“construiu a base” para a emancipação de Saco do Ribeiro. Assim, podemos concluir
que se há alguém que merece o título de “fundador” de Ribeirópolis, esse alguém é o
Padre Vicente e não Rosendo de Souza Monteiro, como afirma parte da historiografia
local.
          Desta forma, podemos dizer que o Padre Vicente foi o grande “propulsor dessa
localidade”. Seu trabalho foi crucial para o desenvolvimento do povoado, e foi a partir
do seu trabalho como “agente romanizador”, que o lugar passou a se desenvolver,
deixando de ser um espaço pouco habitado para se tornar um povoado próspero, que
logo obteria sua autonomia.




Referências Bibliográficas


CUNHA, Tatiane Oliveira da. O “retorno” do Padre Vicente: memória e poder na
criação do Distrito de Paz Saco do Ribeiro (1927). São Cristóvão: Universidade
Federal de Sergipe, 2006.


DANTAS, José Ibarê Costa. História de Sergipe: República (1889-2000). Rio de
Janeiro: Tempo Brasileiro, 2004.


REIS, Dércio Cardoso. Quem foi Augusto Maynard Gomes? Disponível em:
www.infonet.com.br/educacao/ler.asp?id=135317. Acesso: 16/03/13.


SANTOS, José Gilson dos. Saco do Ribeiro (Ribeirópolis). Pedaços de sua História.
Recife: Bompreço, 1987.




Jornais


DIÁRIO OFICIAL. Aracaju, 16 de dezembro de 1927.


DIÁRIO OFICIAL. Aracaju, 19 de dezembro de 1933.

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Artigo a elevação do povoado saco do ribeiro à categoria de município

  • 1. A ELEVAÇÃO DO POVOADO SACO DO RIBEIRO À CATEGORIA DE MUNICÍPIO (1933) Gabriela Resendes Silva Graduanda em História (UFS) gabriela@getempo.org Resumo: Este trabalho tem por objetivo analisar o processo que se deu para que o Povoado Saco do Ribeiro, da cidade de Itabaiana, se tornasse município independente em 1933. Buscando evidenciar o que corroborou para que o então Interventor Federal em Sergipe, Augusto Maynard Gomes, chegasse à conclusão de que o povoado tinha condições políticas e econômicas para torna-se, a partir do Decreto n°188, de 18 de dezembro de 1933, município independente. Deste modo, a pesquisa tem por finalidade preservar a história do Município de Ribeirópolis, assim como também a história do Estado de Sergipe. Palavras-chave: Saco do Ribeiro, Emancipação, Ribeirópolis. 1. Introdução É no dia 18 de dezembro de 1933 que o Povoado Saco do Ribeiro, pertencente à cidade de Itabaiana, adquire sua tão esperada emancipação 1. Mas é claro que esse procedimento não ocorreu da noite para o dia, de modo que envolveu muitas questões – seja de caráter político, religioso, econômico e até mesmo de “camaradagem”. Foram muitos os empecilhos para que se chegasse a tão aguardada emancipação, já que nem todos a desejavam, principalmente a parte que representava os interesses da cidade de Itabaiana, pois como mesmo dissera o juiz municipal, Gervásio de Carvalho Prata, na Instalação do Distrito de Paz de Saco do Ribeiro em 1927, a autonomia de Saco do Ribeiro era algo “prematuro e ameaçador do futuro de Itabaiana” 2 - de fato o 1 Decreto nº 188, de 18 de dezembro de 1933: Diário Oficial, nº 5847, Aracaju, 19/12/1933. 2 Ata de instalação do Distrito de Paz de Saco do Ribeiro: Diário Oficial, nº 2323, Aracaju, 16/12/1927.
  • 2. era, pois além de perder em território, Itabaiana perderia também no que se refere a questões econômicas. Mas mesmo com toda a “torcida contra”, foi inevitável a emancipação do povoado, pois o mesmo a cada ano que se passava vinha adquirindo características próprias que o separava cada vez mais da cidade de Itabaiana. Era notável o desenvolvimento do lugar já nas primeiras décadas do século XX, sendo que a criação da feira foi de certa forma, o ponto de partida para que a autonomia se concretizasse de fato em 1933, seja por favorecer a aproximação dos moradores, seja por passar a desenvolver uma economia local. 2. Primeiras décadas do século XX: desenvolvimento de Saco do Ribeiro É claro que para se chegar à emancipação, o povoado Saco do Ribeiro percorrera uma longa trajetória, seja econômica, política ou religiosa como foi o caso do povoado aqui estudado. De modo que é indispensável citar o nome do Padre Vicente Francisco de Jesus3, no que se refere à criação/desenvolvimento de Saco do Ribeiro. O padre Vicente, natural da cidade de Lagarto, foi indicado em 1912 a assumir a paróquia de Itabaiana, onde passaria a desenvolver missões populares com os capuchinhos. Em 1914 o pároco organizou a primeira Santa Missão no povoado Saco do Ribeiro, sendo que neste período, segundo Tatiane Oliveira da Cunha, “o povoado não passava de um simples lugarejo com habitações modestas e esparsas” (CUNHA, 2006. p. 73-75). Desta forma, podemos perceber que as missões – como também a construção da capela no povoado – tiveram um papel peremptório no desenvolvimento de Saco do Ribeiro, ao possibilitar a aproximação das pessoas da localidade4. De modo que, como mesmo dissera o juiz Gervásio de Carvalho Prata, o Padre Vicente fora o grande “propulsor inicial do Saco do Ribeiro” 5, seja na realização da Santa Missão, como também na construção da capela e no desenvolvimento da feira local. 3 Segundo relata Cunha (2006), a formação do Padre Vicente foi influenciada pelas ideias de renovação do catolicismo. 4 O Padre Vicente ficou responsável pela freguesia de Santo Antônio e Almas de Itabaiana até 1916, pois seu “espírito modernizador” atraiu muitos inimigos, dentre eles, o importante Líder Político José de Sebrão Carvalho, que na época ocupava o posto de delegado de polícia. 5 Ata de instalação do Distrito de Paz de Saco do Ribeiro: Diário Oficial, nº 2323, Aracaju, 16/12/1937.
  • 3. 2.1 – Empecilhos para a concretização da emancipação Se por um lado às contribuições do Padre Vicente, ainda na década de 1910, favoreceria no processo de desenvolvimento, e posteriormente “independência” do povoado, as “picuinhas” de caráter político e, de certa forma, econômico, já que nesse momento não se distinguia muito o público do privado, tenderiam a dificultar tal processo. De modo que a figura do Coronel Sebrão 6 é de total importância para se compreender todo esse jogo de poder e interesse que esteve presente já nos primeiros momentos de desenvolvimento de Saco do Ribeiro. Ainda na década de 1920, a população do Povoado Saco do Ribeiro já aspirava a sua autonomia com relação ao município de Itabaiana, porém, o então líder político do período, era o Coronel Sebrão, que por sua vez, mostrou-se contra a autonomia de Saco do Ribeiro, pois isso significava, para ele, não só perder território, mas como também poder, sem falar que Sebrão temia que ocorresse em Saco do Ribeiro o mesmo que ocorrera com Campo do Brito, que se tornou independente do município de Itabaiana em 1912. Assim, como não era conveniente para o Coronel Sebrão a autonomia de Saco do Ribeiro, o mesmo fizera o que pôde e o que não pôde para retardar o processo de desenvolvimento do lugarejo. Uma das suas medidas – que por sinal sempre eram de caráter violento – foi expulsar, em 1916, o Padre Vicente da paróquia de Santo Antônio e Almas de Itabaiana. Porém, com as mudanças na estrutura política de Itabaiana, no decorrer da década de 19207, o Coronel Sebrão passa a não ser a principal autoridade política da região, fato que contribuiria para a concretização da emancipação política de Saco do Ribeiro. Assim, com declínio de Sebrão, “a ‘nova’ liderança política na pessoa de Antônio Dultra de Almeida, concede a Saco do Ribeiro o título de Distrito de Paz” 6 José Sebrão de Carvalho exerceu vários cargos importantes no município de Itabaiana, sendo que já na década de 1890 era considerado importante liderança política da região. 7 Ver mais sobre isso em: CUNHA, Tatiane Oliveira da. O “retorno” do Padre Vicente: memória e poder na criação do Distrito de Paz Saco do Ribeiro (1927). São Cristóvão: Universidade Federal de Sergipe, 2006.
  • 4. (CUNHA, 2006, p. 70), o que seria o segundo grande passo para a tão almejada emancipação 8. A partir da criação do Distrito de Paz, em 1927, a população de Saco do Ribeiro mostrava-se cada vez mais inconformada com essa relação de dependência para com o município de Itabaiana, e almejava com mais firmeza a emancipação, a qual emanaria seis anos depois, a partir do Decreto nº 188, de dezembro de 1933. 3. O Interventor Augusto Maynard Gomes e a esperança da emancipação Como foi citado a pouco, a partir da criação do Distrito de Paz de Saco do Ribeiro, a população passou a questionar, com mais afinco, a dependência para com o Município de Itabaiana. Sendo que todo esse desejo de independência favoreceu para o surgimento de uma “liderança política local”, o “Rosendo de Souza Monteiro, conhecido por ‘Sinhozinho da Batinga’” (SANTOS, 1987, p. 49). Sinhozinho da Batinga era irmão de Fulgêncio de Souza Monteiro, o qual foi Conselheiro Municipal de Itabaiana, nos primeiros anos do século XX. Com a morte de seu irmão em 1917, Sinhozinho da Batinga assume a posição de liderança política e se torna um homem respeitado na povoação de Saco do Ribeiro. Segundo Santos (1987), Sinhozinho da Batinga teve um papel de “fundador do Município de Ribeirópolis”, pois segundo o autor, foi a partir da visita feita por Augusto Maynard Gomes9 ao Povoado Saco do Ribeiro, em 1932, que se tornou possível à independência de Saco do Ribeiro: “com o advento da Revolução de 1930 e a investidura do Tenente Revolucionário Augusto Maynard Gomes, como Interventor 8 Vemos a criação do Distrito de Paz de saco do Ribeiro não como a primeira medida para a emancipação, pois este mérito cabe as primeiras atividades (missões, construção da capela e criação da feira) desenvolvidas pelo padre Vicente nos anos que esteve a frente da paróquia de Santo Antônio e Almas de Itabaiana, entre os anos de 1912 a 1916. Sendo que para nós, foram essas atividades desenvolvidas pelo paróco, que corroborou, de maneira decisiva, para a criação do Distrito de Paz Saco do Ribeiro e, por consequência, para a emancipação política de Ribeirópolis. 9 Augusto Maynard Gomes é sem dúvidas um dos nomes mais marcantes da história política de Sergipe. Maynard se envolveu em inúmeras revoltas (Revolta da Vacina, Revolta Fausto Cardoso, Revolta de 13 de julho). Porém, é na Revolução de 1930, a qual colocara Getúlio Vargas no poder, que Augusto Maynard Gomes torna-se Interventor Federal em Sergipe. Ver mais em: REIS, Dércio Cardoso. Quem foi Augusto Maynard Gomes? Disponível em: www.infonet.com.br/educacao/ler.asp?id=135317. Acesso: 16/03/13.
  • 5. do Estado, novos horizontes surgiram, e Sinhozinho da Batinga não tardou em convidar o Tenente Interventor para uma visita ao Povoado, o que aconteceu em um dia de feira, no ano de 1932, sendo o primeiro mandatário recebido com grande festa, inclusive banquete na casa de Felino Bonfim, filho do político anfitrião. Maynard Gomes ficou bastante impressionado com o desenvolvimento do lugar, mesmo porque foi escolhido um dia adequado, em plena feira, quando se teve oportunidade de mostrar ao Interventor todo o potencial econômico do Povoado Saco do Ribeiro. Ficou então prometido que a autonomia não tardaria" (SANTOS, 1987, p. 49). É possível perceber, nos relatos de Santos, que a aproximação de Sinhozinho da Batinga com o Interventor Federal Augusto Maynard Gomes, foi de valiosa importância nesse processo final de busca pela emancipação. Talvez seja por isso que o autor coloca, em sua obra, Sinhozinho da Batinga como “fundador do Município de Ribeirópolis”. 3.1 – O cumprimento da palavra e a criação do Município de Ribeirópolis em 1933 Segunda, dezoito de dezembro, do ano de mil novecentos e trinta e três, é criado, a partir do Decreto nº 18810, o Município de Ribeirópolis11, antigo Povoado Saco do Ribeiro. Assim, como foi pedido, – por Sinhozinho da Batinga, em 1932 – ao Interventor Federal Augusto Maynard Gomes, o Povoado Saco do Ribeiro deixa de pertencer ao Município de Itabaiana e passa a se chamar Ribeirópolis: Art. 1º. Ficam creados o Município e termo Judiciário de Ribeirópolis, constituído pelo Povoado Saco do Ribeiro, que passa à categoria de Vila com aquela denominação (DIÁRIO OFICIAL, Aracaju, 19 de dezembro de 1933, p. 1). De fato, o papel de Sinhozinho da Batinga foi importante na decisão do Interventor Federal. Sinhozinho da Batinga foi muito astuto ao escolher justamente um 10 Decreto nº 188, de 18 de dezembro de 1933: Diário Oficial, nº 5847, Aracaju, 19/12/1933. 11 O Decreto data de 18 de dezembro de 1933, porém só foi publicado, no Diário Oficial, um dia depois.
  • 6. dia de feira, momento de grande movimentação na localidade, sendo que sua esperteza vai se comprovar na nomeação do Intendente Municipal de Ribeirópolis: “O Interventor Federal no Estado de Sergipe resolve nomear o cidadão Felino Bonfim para exercer o cargo de Intendente do Município de Ribeirópolis, creado pelo Decreto nº 188, de ontem datado” (DIÁRIO OFICIAL, Aracaju, 19 de dezembro de 1933, p. 2). Conforme consta na Ata de Instalação do Distrito de Paz do Saco do Ribeiro, Felino Bonfim, em 1927 era o Juiz de Paz daquele povoado12, o que o possibilitou – juntamente com Sinhozinho da Batinga – se fortalecer politicamente, para assim conseguir a emancipação da localidade e se estabelecer como autoridade maior. Felino Bonfim tomou posse em 1º de janeiro de 1934, conforme previsto no art. 4º, do Decreto nº 188, de 18 de dezembro de 193313. Bonfim permaneceu no cargo até 9 de abril de 1935, exatamente quando Maynard Gomes 14 estava “entregando” o poder ao novo Governador eleito, Eronides de Carvalho. 4. Considerações finais De fato, o processo de Emancipação Política do Município de Ribeirópolis, envolveu muitos nomes, seja político ou religioso. Foram muitos os “pros e contras” para a emancipação do município. No decorrer desse processo de “busca da autonomia”, é evidente a importância de Rosendo de Souza Monteiro – Sinhozinho da Batinga –, o qual ao convidar Maynard para visitar o povoado, em um dia de feira, tinha um objetivo: conquistar a emancipação – e a conseguiu, como prometera o Interventor Federal de Sergipe, o Povoado Saco do Ribeiro deixa de pertencer a Itabaiana, em 1933, e torna-se o Município de Ribeirópolis. Porém, percebemos, no decorrer da pesquisa, que foi o trabalho do Padre Vicente que 12 Ata de instalação do Distrito de Paz de Saco do Ribeiro: Diário Oficial, nº 2323, Aracaju, 16/12/1927. 13 Diário Oficial, nº 5847, Aracaju, 19/12/1933. 14 Segundo Reis, “Maynard ficou inconformado com o resultado, a ponto de não transferir o cargo para o seu sucessor e retirou-se para sua fazenda, no município de Rosário do Catete”. Ver: REIS, Dércio Cardoso. Quem foi Augusto Maynard Gomes? Disponível em: www.infonet.com.br/educacao/ler.asp?id=135317. Acesso: 16/03/13.
  • 7. “construiu a base” para a emancipação de Saco do Ribeiro. Assim, podemos concluir que se há alguém que merece o título de “fundador” de Ribeirópolis, esse alguém é o Padre Vicente e não Rosendo de Souza Monteiro, como afirma parte da historiografia local. Desta forma, podemos dizer que o Padre Vicente foi o grande “propulsor dessa localidade”. Seu trabalho foi crucial para o desenvolvimento do povoado, e foi a partir do seu trabalho como “agente romanizador”, que o lugar passou a se desenvolver, deixando de ser um espaço pouco habitado para se tornar um povoado próspero, que logo obteria sua autonomia. Referências Bibliográficas CUNHA, Tatiane Oliveira da. O “retorno” do Padre Vicente: memória e poder na criação do Distrito de Paz Saco do Ribeiro (1927). São Cristóvão: Universidade Federal de Sergipe, 2006. DANTAS, José Ibarê Costa. História de Sergipe: República (1889-2000). Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2004. REIS, Dércio Cardoso. Quem foi Augusto Maynard Gomes? Disponível em: www.infonet.com.br/educacao/ler.asp?id=135317. Acesso: 16/03/13. SANTOS, José Gilson dos. Saco do Ribeiro (Ribeirópolis). Pedaços de sua História. Recife: Bompreço, 1987. Jornais DIÁRIO OFICIAL. Aracaju, 16 de dezembro de 1927. DIÁRIO OFICIAL. Aracaju, 19 de dezembro de 1933.