Este poema de quatro mãos descreve o excesso de amor do eu lírico, que deu tudo o que tinha mas acabou se sentindo escravizado e enganado. O poeta reflete que teria sido melhor dar e receber amor para viver a vida sem danos.
2. Soneto a quatro mãos
Tudo de amor que existe em mim foi
dado.
Tudo que fala em mim de amor foi dito.
Do nada em mim o amor fez o infinito
Que por muito tornou-me escravizado
3. Soneto a quatro mãos
Tão ó digo de amor fiquei coitado
Tão fácil para amar fiquei proscrito.
Cada voto que fiz ergueu-se em grito
Contra o meu próprio dar demasiado.
4. Soneto a quatro mãos
Tenho dado de amor mais que
coubesse
Nesse meu pobre coração humano
Desse eterno amor meu antes não
desse.
5. Soneto a quatro mãos
Pois se por tanto dar me fiz engano
Melhor fora que desse e recebesse
Para viver da vida o amor sem dano
( Vinícius de Moraes e Paulo Mendes
Campos