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Decorreu no dia 27 de Junho de 2015, em Vila Nova da Barquinha, o I seminário do Montepio Militar,
subordinado ao tema - “Uma oportunidade de Futuro para a Família Militar”.
O encontro, divulgado na comunidade militar, constituiu a primeira abordagem de forma organizada, à
questão de como apoiar/acautelar o futuro dos militares e das suas famílias, contribuindo para garantir a sua
segurança nos domínios social e da saúde.
Os trabalhos iniciaram-se com a intervenção, a título pessoal, do General Artur Neves Pina Monteiro, após
ter o Dr. Fernando Freire, presidente da Câmara Municipal de Vila Nova da Barquinha, dirigido algumas
palavras de boas vindas, de apoio e de estímulo à Comissão instaladora.
Presentes a titulo pessoal, o General José Araújo Pinheiro, o General Carlos Jerónimo, o Vice-Almirante
Antonio Rocha Carrilho e o Coronel Nuno Sanfona Paulino.
Da parte da tarde, Sua Excelência Reverendíssima, D. Manuel Linda, Bispo das Forças Armadas e das Forças
de Segurança, acompanhou o desenvolvimento dos trabalhos.
O programa da parte da manhã, teve como tema “O empreendedorismo Mutualista de Génese Militar”,
moderado pelo General António Martins Barrento.
O primeiro orador, Coronel Nuno Lemos Pires, enquadrou a sua apresentação no tema “Da sociedade de
bandos aos direitos das famílias dos Combatentes”, reflectindo sobre o que é a condição militar, os
fundamentos que a justificam e o significado que envolve, sintetizando: Os militares nunca ficarão sozinhos;
Não podem ser esquecidos; Os seus serão sempre cuidados.
A Dra. Ana Patrícia Martins, orientou a sua reflexão, na constituição dos Montepios (séc. XVIII/XIX) e dos
seus modelos de funcionamento, apresentando o notável caso do Capitão-de-fragata Daniel Augusto da Silva
(1814-1878) e dos “Seus contributos para a viabilidade de planos de pensões dos Montepios de
sobrevivência”. Analisou a constituição dos montepios, apresentando tabelas e tábuas com base em análise
da evolução da população em termos de natalidade e longevidade.
O terceiro orador da manhã, Dr. Pedro Bleck da Silva, descreveu a constituição de montepios e associações
mutualistas e o seu funcionamento e evolução nos séculos XIX e XX. Afirmou que o mutualismo está vivo e a
renascer e evocou a memória de militares fundadores do Montepio Geral. Alertou para a grande
preocupação que as lideranças das Associações Mutualistas devem ter: a sustentabilidade financeira.
Da parte da tarde, decorreu o 2º painel - “Desafios para o século XXI” - moderado pelo Dr. Miguel Pombeiro.
O Dr. Antonio Alves Caetano, enviou uma comunicação lida pelo Coronel Nuno Lemos Pires, onde termina
com a seguinte mensagem: “…O respeito dos ancestrais princípios de correcta governação do instituto
previdenciário a que se vai dar forma jurídica, tem de ser norma intransigente de todos os momentos e de
cada hora. Assim, será plenamente satisfeito o meu voto final de Longa Vida ao Montepio Militar!“
O Prof. Doutor Jordi Estivill da Universidade de Barcelona, com o tema “O Passado, Presente e Futuro do
Mutualismo”, relevou factos interessantísimos, dos quais destacamos um muito sui generis: o do General de
Divisão, Francisco Maria de Sousa Brandão (1818-1892), que publicou em 1857, a obra “Economia Social.
Primeira Parte. O trabalho”, quando nada havia sido publicado em Portugal até então, sobre esta temática.
Finalmente, o Prof. Doutor Rogério Roque Amaro (ISCTE-IUL), com o tema "Entre a crise e o
desinvestimento no Estado Social e o renascimento e a renovação da Economia Social e Solidária -
algumas reflexões sobre os montepios militares“, analisou o desafio económico e uma nova forma de
garantir a sustentabilidade do Montepio Militar, afirmando que o Marketing e a Marca não têm os mesmos
objectivos da economia de mercado e que a “contabilidade” deve ser medida por novos indicadores de
sustentabilidade. Alertou os presentes para a complexidade do mutualismo no século XXI, incentivando a
abordagem de novos modelos de organização e de funcionamento.
Encerrou a sessão, o General Carlos Jerónimo que, a título pessoal, dirigiu algumas palavras aos
participantes.
Pelas 17 horas, os trabalhos foram dados por concluídos, seguindo-se um Porto de Honra.
Este seminário permitiu a abordagem histórica dos montepios, designadamente dos montepios militares,
ficando clara a complexidade da tarefa para a sua constituição.
O mutualismo está vivo! São inúmeras as linhas de força e estratégias que condicionam o levantamento do
Montepio Militar, mas a persistência, dedicação e entrega, visão, participação solidária de todos, seriedade,
clareza de intenções e envolvimento de toda a comunidade militar, na qual se incluem os militares da
Guarda Nacional Republicana, permitirão concretizar esta enorme tarefa solidária, necessária e urgente.
A actuação de todos os membros da Comissão Instaladora, orientar-se-á pela transparência e dedicação,
sem interesses próprios ou de terceiros. Nada nos move que não seja pugnar pela protecção dos militares e
das suas famílias, sem conflitos, em complementaridade e cooperação com as instituições que hoje apoiam
a família militar e fundamentalmente com a Instituição Militar que devotadamente servimos.
O SONHO COMANDA A VIDA (*)
Esta foi a frase com que se brindou o Porto de Honra, no Seminário do Montepio Militar em Vila Nova
da Barquinha (27 de Junho de 2015)
(*) Do poema “A Pedra Filosofal”, de António Gedeão
Mas outros poetas falaram sobre o sonho…
"O homem é do tamanho do seu sonho.“
"Matar o sonho é matarmo-nos. É mutilar a nossa alma.
O sonho é o que temos de realmente nosso,
de impenetravelmente e inexpugnavelmente nosso."
Fernando Pessoa
“Apesar das ruínas e da morte, Onde sempre acabou cada ilusão,
A força dos meus sonhos é tão forte, Que de tudo renasce a exaltação
E nunca as minhas mãos ficam vazias.”
Sophia de Mello Breyner Andresen
Será que o Montepio Militar não passará de um Sonho…
Poderia ter começado assim…
Mas depois do Seminário de 27 de Junho de 2015…
Em especial para os que não estiveram presentes, juntam-se algumas fotos que o nosso estimado
camarada de armas – SMor Serrano Rosa - teve a amabilidade de partilhar connosco.
A Comissão instaladora
Tenente-General Rui Fidalgo
Vice-Almirante José Carlos Lima Bacelar
Major-General José Ferreira Pinto
Major-General José Inácio de Sousa
Major-General Hugo Borges
Coronel Carlos Maia de Loureiro
Tenente-Coronel Luís Pinhão

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Seminário sobre o Futuro da Família Militar

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  • 2. Decorreu no dia 27 de Junho de 2015, em Vila Nova da Barquinha, o I seminário do Montepio Militar, subordinado ao tema - “Uma oportunidade de Futuro para a Família Militar”. O encontro, divulgado na comunidade militar, constituiu a primeira abordagem de forma organizada, à questão de como apoiar/acautelar o futuro dos militares e das suas famílias, contribuindo para garantir a sua segurança nos domínios social e da saúde. Os trabalhos iniciaram-se com a intervenção, a título pessoal, do General Artur Neves Pina Monteiro, após ter o Dr. Fernando Freire, presidente da Câmara Municipal de Vila Nova da Barquinha, dirigido algumas palavras de boas vindas, de apoio e de estímulo à Comissão instaladora. Presentes a titulo pessoal, o General José Araújo Pinheiro, o General Carlos Jerónimo, o Vice-Almirante Antonio Rocha Carrilho e o Coronel Nuno Sanfona Paulino. Da parte da tarde, Sua Excelência Reverendíssima, D. Manuel Linda, Bispo das Forças Armadas e das Forças de Segurança, acompanhou o desenvolvimento dos trabalhos. O programa da parte da manhã, teve como tema “O empreendedorismo Mutualista de Génese Militar”, moderado pelo General António Martins Barrento. O primeiro orador, Coronel Nuno Lemos Pires, enquadrou a sua apresentação no tema “Da sociedade de bandos aos direitos das famílias dos Combatentes”, reflectindo sobre o que é a condição militar, os fundamentos que a justificam e o significado que envolve, sintetizando: Os militares nunca ficarão sozinhos; Não podem ser esquecidos; Os seus serão sempre cuidados. A Dra. Ana Patrícia Martins, orientou a sua reflexão, na constituição dos Montepios (séc. XVIII/XIX) e dos seus modelos de funcionamento, apresentando o notável caso do Capitão-de-fragata Daniel Augusto da Silva (1814-1878) e dos “Seus contributos para a viabilidade de planos de pensões dos Montepios de sobrevivência”. Analisou a constituição dos montepios, apresentando tabelas e tábuas com base em análise da evolução da população em termos de natalidade e longevidade.
  • 3. O terceiro orador da manhã, Dr. Pedro Bleck da Silva, descreveu a constituição de montepios e associações mutualistas e o seu funcionamento e evolução nos séculos XIX e XX. Afirmou que o mutualismo está vivo e a renascer e evocou a memória de militares fundadores do Montepio Geral. Alertou para a grande preocupação que as lideranças das Associações Mutualistas devem ter: a sustentabilidade financeira. Da parte da tarde, decorreu o 2º painel - “Desafios para o século XXI” - moderado pelo Dr. Miguel Pombeiro. O Dr. Antonio Alves Caetano, enviou uma comunicação lida pelo Coronel Nuno Lemos Pires, onde termina com a seguinte mensagem: “…O respeito dos ancestrais princípios de correcta governação do instituto previdenciário a que se vai dar forma jurídica, tem de ser norma intransigente de todos os momentos e de cada hora. Assim, será plenamente satisfeito o meu voto final de Longa Vida ao Montepio Militar!“ O Prof. Doutor Jordi Estivill da Universidade de Barcelona, com o tema “O Passado, Presente e Futuro do Mutualismo”, relevou factos interessantísimos, dos quais destacamos um muito sui generis: o do General de Divisão, Francisco Maria de Sousa Brandão (1818-1892), que publicou em 1857, a obra “Economia Social. Primeira Parte. O trabalho”, quando nada havia sido publicado em Portugal até então, sobre esta temática. Finalmente, o Prof. Doutor Rogério Roque Amaro (ISCTE-IUL), com o tema "Entre a crise e o desinvestimento no Estado Social e o renascimento e a renovação da Economia Social e Solidária - algumas reflexões sobre os montepios militares“, analisou o desafio económico e uma nova forma de garantir a sustentabilidade do Montepio Militar, afirmando que o Marketing e a Marca não têm os mesmos objectivos da economia de mercado e que a “contabilidade” deve ser medida por novos indicadores de sustentabilidade. Alertou os presentes para a complexidade do mutualismo no século XXI, incentivando a abordagem de novos modelos de organização e de funcionamento.
  • 4. Encerrou a sessão, o General Carlos Jerónimo que, a título pessoal, dirigiu algumas palavras aos participantes. Pelas 17 horas, os trabalhos foram dados por concluídos, seguindo-se um Porto de Honra. Este seminário permitiu a abordagem histórica dos montepios, designadamente dos montepios militares, ficando clara a complexidade da tarefa para a sua constituição. O mutualismo está vivo! São inúmeras as linhas de força e estratégias que condicionam o levantamento do Montepio Militar, mas a persistência, dedicação e entrega, visão, participação solidária de todos, seriedade, clareza de intenções e envolvimento de toda a comunidade militar, na qual se incluem os militares da Guarda Nacional Republicana, permitirão concretizar esta enorme tarefa solidária, necessária e urgente. A actuação de todos os membros da Comissão Instaladora, orientar-se-á pela transparência e dedicação, sem interesses próprios ou de terceiros. Nada nos move que não seja pugnar pela protecção dos militares e das suas famílias, sem conflitos, em complementaridade e cooperação com as instituições que hoje apoiam a família militar e fundamentalmente com a Instituição Militar que devotadamente servimos.
  • 5. O SONHO COMANDA A VIDA (*) Esta foi a frase com que se brindou o Porto de Honra, no Seminário do Montepio Militar em Vila Nova da Barquinha (27 de Junho de 2015) (*) Do poema “A Pedra Filosofal”, de António Gedeão Mas outros poetas falaram sobre o sonho… "O homem é do tamanho do seu sonho.“ "Matar o sonho é matarmo-nos. É mutilar a nossa alma. O sonho é o que temos de realmente nosso, de impenetravelmente e inexpugnavelmente nosso." Fernando Pessoa “Apesar das ruínas e da morte, Onde sempre acabou cada ilusão, A força dos meus sonhos é tão forte, Que de tudo renasce a exaltação E nunca as minhas mãos ficam vazias.” Sophia de Mello Breyner Andresen Será que o Montepio Militar não passará de um Sonho… Poderia ter começado assim… Mas depois do Seminário de 27 de Junho de 2015… Em especial para os que não estiveram presentes, juntam-se algumas fotos que o nosso estimado camarada de armas – SMor Serrano Rosa - teve a amabilidade de partilhar connosco.
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  • 33. A Comissão instaladora Tenente-General Rui Fidalgo Vice-Almirante José Carlos Lima Bacelar Major-General José Ferreira Pinto Major-General José Inácio de Sousa Major-General Hugo Borges Coronel Carlos Maia de Loureiro Tenente-Coronel Luís Pinhão