O documento descreve como a produtora de lápis Faber-Castell implementou projetos luminotécnicos em duas de suas fábricas no Brasil para economizar energia e adequar a iluminação às normas de saúde e segurança. A empresa substituiu lâmpadas fluorescentes e de vapor de mercúrio por lâmpadas LED, reduzindo o consumo de energia em 65% em uma fábrica e 78% na outra, além de melhorar o nível de iluminação de acordo com as normas.
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Revista BRASIL ENERGIA Case LEDSTAR projeto luminotécnico para Faber Castell
1. 40 Brasil Energia, nº 451, junho 2018
SOLUÇÕES
Faber-Castell economiza energia e se
por Marcelo Furtado
Em uma fábrica, a iluminação
precisa seguir normas técnicas,
que orientam o nível de claridade
de cada ambiente, visando não só
o conforto visual necessário para
os trabalhadores executarem corre-
tamente suas tarefas, mas também
para garantir a segurança operacio-
nal. É lógico que acidentes muitas
vezes ocorrem, mesmo com todos
os cuidados, mas a empresa preci-
sa se prevenir e evitar até mesmo
multas em alguma visita de fiscais
do Ministério do Trabalho.
Ocorre que, com as luminárias
mais antigas, com lâmpadas fluo-
rescentes ou de vapor de mercúrio,
os projetos de iluminação em um
ambiente fabril, com galpões com
grande área útil e que demandam
muitos pontos de luz, essa tarefa
de se manter dentro das normas –
no caso do Brasil a ABNT NBR ISO
8995 – não é fácil.
Por conta da baixa durabilida-
de dessas lâmpadas, que precisam
de reatores com vida útil muitas ve-
zes curta, há sempre a necessidade
de trocas. Além disso, a tecnologia
convencional fluorescente também
tem perda acentuada do fluxo lumi-
noso ao longo da vida útil. Isso sig-
nifica que, mesmo a empresa ten-
do originalmente feito um projeto
correto, seguindo todas as exigên-
cias da norma ABNT, com o tempo,
muitas vezes sem saber, a ilumina-
ção fica fora dos padrões. Há aí en-
tão primeiro o risco de causar algum
acidente por falta de iluminação, e
segundo, de a empresa ser autuada
em uma fiscalização.
Foi muito por causa desse ce-
nário, aliado a uma preocupação
de economizar energia, que a Fa-
ber-Castell, tradicional produtora
de lápis, resolveu implementar um
projeto luminotécnico em suas du-
O PROBLEMA
Duas unidades da produ-
tora de lápis Faber-Cas-
tell no Brasil, em São Car-
los (SP) e Prata (MG), apresentavam ilumi-
nação deficitária, no aspecto de consumo
de energia e também de qualidade lumi-
notécnica, o que é mais preocupante, vis-
to que há normas de saúde e segurança
operacional a serem obedecidas no am-
biente de trabalho.
A SOLUÇÃO
Já cliente da comercializa-
dora de energia Comerc
no Mercado Livre, a em-
presa resolveu aceitar fechar contrato de
desempenhocomaComercEscopararea-
lizar projeto luminotécnico nas fábricas.
RESULTADOS
A unidade paulista redu-
ziu o consumo em 65% e
a mineira, em 78%, além
de o nível de iluminação ter se adapta-
do às exigências normativas
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adapta à norma de iluminação
as fábricas brasileiras, em São Car-
los (SP) e Prata (MG), no início de
2017. A empreitada foi resultado
de oferta comercial da Comerc Es-
co, que fechou em janeiro de 2017
um contrato de desempenho com a
indústria, que por sinal já era clien-
te da Comerc Comercializadora,
responsável por seus contratos no
mercado livre de energia.
Para executar o projeto, até abril
de 2017, a Comerc Esco, responsá-
vel pelo investimento, subcontra-
tou a especialista Unicoba Energia,
produtora de sistemas LED e con-
sultora de projetos luminotécnicos.
A ideia era fazer a troca de todas
as luminárias fluorescentes e de va-
por de mercúrio por outras de LED
e ainda adaptar áreas nas duas fábri-
cas que estavam com problemas de
adequação à norma de iluminação.
Segundo o gerente executivo
de vendas da Unicoba, Alexandre
Dellai, os projetos
nas duas unidades
envolveram duas
formas de atuação
na área de efici-
ência da ilumina-
ção: a consultoria
luminotécnica e
o simples retrofit,
ou seja, a substi-
tuição de luminá-
rias fluorescentes
por outras mais
eficientes de LED.
No primeiro
caso, de consultoria, a demanda da
empresa foi para se adequar à nor-
ma de iluminação interna, a ABNT
NBR 8995, que determina o nível
de iluminação para os ambientes
de fábrica, pela medida LUX. “Dos
12 locais das duas unidades, qua-
tro precisaram de intervenção no
layout da iluminação”, diz Dellai.
O restante compreendeu apenas
troca das luminárias fluorescentes
tubulares de 40 W e 110 W e de
vapor metálico de 40 W por lumi-
nárias LED High Light de 100 W e
130 W e tubulares LED de 18 W.
Normalmente, isso ocorreu em
áreas mais críticas de processo,
que precisam ser mais bem ilumi-
nadas. “Como a fluorescente tem
vida útil menor e perde seu desem-
penho ao longo do tempo, é difícil
manter o padrão correto exigido
pela norma por muito tempo”, diz.
Com a substituição pela LED, que
tem desempenho melhor e unifor-
me por mais tempo (25 mil horas),
esse problema é solucionado.
No ambiente fabril, as áreas de
inspeção são as que precisam de
maior iluminância, acima de 700
lux, seguidas pela área produtiva,
de 300 lux a 500 lux e da área de
armazenagem e financeira, de 200
lux. Nas áreas que precisaram de
alteração do layout a maior parte
das vezes foi necessário aumentar
a quantidade de luminárias para
melhorar as condições de lumino-
sidade, o que pode ser feito de ma-
neira mais fácil por conta da quali-
dade do LED.
De acordo com o gerente, em
São Carlos, a maior unidade, fo-
ram instaladas 2.457 luminárias
LED (4.097 lâmpadas) e em Prata,
409 luminárias (627 unidades). A
operação foi finalizada em abril de
2017, depois de três meses de tra-
balhos.
Na eficiência energética, por
fim, os ganhos foram claros. A eco-
nomia mensal na tarifa de energia
foi de R$ 66 mil (de R$ 97,1 mil
para R$ 31 mil) em São Carlos e
de R$ 28 mil (de R$ 35 mil para
R$ 7 mil) em Prata, com redução
no consumo de 65% (equivalente
a 181,6 MWh/mês) e 78% (76,2
MWh/mês), respectivamente. Isso
porque o consumo mensal passou
de 284,9 MWh para 103,3 MWh
no primeiro caso e de 96,6 MWh
para 20,4 MWh no segundo. n