Renata Castello Branco foi uma fotógrafa brasileira especializada em retratos publicitários e documentários. Ela estudou história na USP e aprendeu fotografia com Chico Albuquerque antes de abrir seu próprio estúdio em 1980. Ao longo de sua carreira, Renata se dedicou a retratar pessoas anônimas e produzir projetos sobre comunidades carentes. Ela faleceu em 2015 após descobrir um tumor na cabeça.
2. Biografia
Renata Amazonas Castello Branco (São Paulo, SP,
1955 - 2015). Fotógrafa. Estuda história da Faculdade de
Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de
São Paulo (FFLCH/USP), graduando-se em 1978.
Fotógrafa autodidata, começa a carreira no início da
década de 1970, fazendo um estágio no estúdio de Chico
Albuquerque (1917-2000), entre 1972 e 1973, antes de abrir
seu próprio estúdio em 1980. Integra a equipe fundadora
da Associação Brasileira dos Fotógrafos de Publicidade
(Abrafoto), tendo assumido a direção cultural da
entidade em 1985. A partir de meados da década de 1990,
passa a ministrar workshops e cursos de curta duração na
Oficina Cultural Oswald de Andrade e na Escola Imagem
e Ação, ambas situadas na capital paulista. Na mesma
ocasião, passa a se dedicar também com maior
assiduidade à fotografia de expressão pessoal, nos
campos do retrato, do nu e da fotografia de viagem.
Conquista o Prêmio Abril de Jornalismo em duas
ocasiões, em 1989 e 1990, ambas na categoria de retrato.
3. Foi registrando rostos (anônimos ou não)
que fez sua carreira na publicidade. Com Chico
Albuquerque, aprende a arte da iluminação e
desenvolveu amor pelos retratos.
Renata pegou uma câmera na mão pela
primeira vez ainda adolescente. De lá pra cá,
foram mais de 30 anos recebendo personagens
“públicos e privados” em seu estúdio.
Em 2008 produziu seu primeiro trabalho
autoral sobre comunidades carentes:
“Heliópolis” – favela paulistana onde passaria
oito meses.
Quatro anos mais tarde, foi a vez de
Paraisópolis. Do interior de cem casas, os
registros deram origem a “Paraisópolis – Uma
Cidade Dentro da Outra” e a exposições.
4. “Comunidades da Serra do Mar”
foi uma de suas últimas produções.
Morreu no dia 27/03/2015, cerca
de um mês após ter descoberto um
tumor na cabeça. Deixou o viúvo
Carlos e os filhos Marin e Bárbara.
“Sempre me dediquei a fotografar gente. Gente em
publicidade, empresários, políticos. Gente em
campanhas de interesse público.
Entrar na casa de desconhecidos com a câmera
significa ter permissão para atravessar o umbral que
divide o público do privado. O lar é o espaço mais íntimo
do indivíduo, e penetrar neste lugar é ter acesso à vida, à
alma das pessoas. Como fruto desse desejo da
aproximação e do encantamento que sinto em desvelar a
intimidade dos lares, de mostrar como vive nosso povo,
nasceu este novo projeto “Comunidades da Serra do
Mar.”
5. EXPOSIÇÕES:
Rede (2004 : São Paulo, SP)
início: 20/3/2004 - término: 16/5/2004
Pinacoteca do Estado (São Paulo, SP)
Mulheres Vêem Mulheres (2006 : São Paulo, SP)
início: 1/4/2006 - término: 18/4/2006
Fotonovela: Sociedade/Classes/Fotografia (2013 : São
Paulo, SP)
início: 16/10/2013 - término: 22/12/2013
Itaú Cultural (São Paulo, SP)
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17. 1º Dia_03_07_2013_Cota 400
Meu roteiro forçosamente será visitar em primeiro lugar os
bairros Cota 400 e 95 , pois a cada semana mais famílias são
transferidas. Assim que se mudam, suas casas são postas abaixo para
evitar invasões. Sem dúvida será a parte mais difícil do trabalho, porque
pelo menos por hora, as perdas estão sendo muito mais evidentes do
que os ganhos. Sei que muitas pessoas se adaptaram e gostam da nova
vida lá embaixo em Cubatão. Outras não gostam e estão com muita
dificuldade para pagar as prestações das novas moradias.Por hora o
clima aqui em cima é de medo e desconfiança. Aqui na Cota 400, tudo
foi derrubado, pois a comunidade se encontrava dentro da mata
preservada pelo Parque Estadual. Apenas alguns moradores
permanecem aguardando transferência para os condomínios,
com exceção de seu Carlinhos , Carlos Souza 82 anos, o morador mais
antigo, que não pretende sair e entrou na Justiça contra a remoção.
Projeto - Comunidade da Serra 19.07.2013
18. Passeio pela Cota 200
Comunidade da Serra | Renata Castello Branco
Logo cedo fotografei Milena ao som da Sonata Numero 9 de Beethoven . Mora com a mãe e a
irmã, também musicista, em uma casa de madeira de um único quarto . No “puxadinho” da
frente, a mãe Maria Conceição, tem uma pequena vendinha para o sustento da família.
19. 3º Dia_29_07_2013_Cota 95
João Severino do Santos, conhecido como José Sarney é Pernambucano e mora há 30 anos no local, diz que será o
último a sair. Dá para entender, depois de tomar um café com ele e a esposa na sala de visitas, com a janela dando para
uma frondosa mangueira que há muitos anos ele plantou. Mora com a esposa e 20 passarinhos todos com manilha,
quando se mudar irá para uma casa de dois cômodos, um para o casal e o outro para os passarinhos.