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PERÍCIAS EM LOCAIS DE INCÊNDIO
Dentre as atividades periciais sem dúvida que a apuração das causas de um incêndio é
tarefa das mais árduas, exigindo um trabalho minucioso e uma observação meticulosa
dos pontos pesquisados.
O local sinistrado possui uma característica diferente dos demais que o perito tem que
vistoriar, visto que as possíveis provas normalmente são consumidas parcial ou
totalmente pelas chamas. Em seguida, o combate ao fogo e o rescaldo pelos bombeiros
ou equipe da brigada de incêndio acabam por transformar totalmente as características
da área sinistrada, restando ao perito um trabalho em condições muito insalubres e a
pesquisa em massas disformes de objetos.
I - Metodologia usual
A apuração das causas de um incêndio é pois, pela própria condição do ambiente, muito
trabalhosa, demanda um espaço de tempo maior para análise, uma boa dose de
perseverança e rigorosa minúcia em cada etapa do processo.
A análise dos fatos deve obedecer a uma metodologia própria, que contempla os
seguintes aspectos :
a) minuciosa vistoria dos local, com o objetivo específico de obter pleno conhecimento
de como o mesmo era constituído, principalmente quanto a revestimentos de pisos, tetos
e paredes, rede elétrica, equipamentos utilizados, forma de operação, estudo dos acessos
e atividades exercidas no momento do sinistro;
b) estudo da marcha de propagação do fogo;
c) identificação das áreas mais carbonizadas;
d) pesquisas junto aos responsáveis e pessoas presentes no momento do fato, com a
finalidade de obter as informações necessárias à apuração das causas.
À partir desse pleno conhecimento, a metodologia mais utilizada é da eliminação ou
exclusão das possibilidades improváveis.
Para isso, um amplo "check-list" deve ser feito, abrangendo todas as possibilidades de
dar causa ao sinistro e, à partir daí, todos os pontos levantados devem ser pesquisados,
sendo abandonados ao longo do trabalho aqueles que vão se apresentando como mais
improváveis.
II - Estudo das Causas Prováveis
Neste método são admitidos, inicialmente, como causas prováveis, todas aquelas
possíveis e suscetíveis de originar o fato em estudo, atuando isoladamente ou em
conjunto, tais como :
* combustão espontânea devido ao acúmulo e forma de acomodação de materiais
diversos, tais como carvão, grãos vegetais, etc.;
* ação de raios solares através de lâminas vítreas;
* queda de raios;
* reações exotérmicas de natureza físico-químicas;
* desprendimento de centelhas advindo de formas externas ao ambiente em estudo, tais
como soldas elétricas, descarga estática, atritos gerados entre metais, etc.. * exposição,
proposital ou acidental, de material inflamável ou combustível a fonte de calor;
* incidência de fogos pirotécnicos;
* transmissão de calor a corpos inflamáveis por equipamento submetido a tensão
elétrica;
* condutores ou conexões em mal contato ou submetidos a carga elétrica excessiva, de
forma a gerar intenso aquecimento;
* ocorrência de curto-circuito elétrico;
* outros aspectos específicos em relação ao fato examinado.
VI - NOÇÕES BÁSICAS SOBRE INCÊNDIOS
1) O Conceito de resistência ao fogo
Cada incêndio representa uma situação única. A evolução da temperatura no tempo
apresenta em cada caso andamento diferente e variável, porque depende de um número
elevado de fatores que se inter-relacionam e são característicos de um determinado
ambiente. Entre estes fatores estão enumerados, a seguir, os principais, possuindo
destaque especial os dois primeiros :
a) quantidade, tipo e distribuição dos materiais combustíveis no interior do recinto
(carga térmica ou carga incêndio);
b) suprimento de ar na unidade de tempo (ventilação);
c) porosidade e forma dos materiais combustíveis;
d) forma do recinto;
e) características térmicas dos materiais constituintes do recinto.
A severidade de um incêndio - seu potencial destrutivo -, determinado pela evolução da
temperatura no decorrer do tempo, condiciona diretamente, nos casos de incêndios reais,
a resistência ao fogo dos elementos de construção.
Incêndios onde temperaturas elevadas são atingidas rapidamente e se mantêm por
períodos mais longos, apresentam um risco maior, pois atacam mais severamente a
construção.
2) A Química do Fogo
Todo incêndio "comum" (aquele que não produz seu próprio suprimento de oxigênio),
ocorre quando uma substância (combustível), na presença do ar (oxigênio), é aquecida,
até chegar a uma temperatura crítica, chamada "temperatura de ignição".
Por muitos anos, o princípio da extinção era baseado no "triângulo do fogo" e na
remoção de qualquer dos seus três lados, que são representativos dos três componentes.
Este princípio não inclui a extinção pela interrupção da reação química em cadeia do
fogo.
A transformação do "triângulo do fogo" numa "pirâmide de fogo" apresenta um
conceito mais realístico da extinção de incêndios.
A pirâmide possui lados ou faces, uma para cada um dos quatro meios de se extinguir
um incêndio.
Devido ao fato de que cada face é diretamente adjacente e ligada às outras três, a
pirâmide representa acuradamente a interdependência que tem entre si os três
componentes e a reação química em cadeia. A eliminação de uma ou mais dessas faces
tornará a pirâmide incompleta, e resultará na extinção do fogo.
Muito comumente são evitados incêndios pela eliminação, ou do combustível ou do
calor (fonte de ignição).
III - Análise e Pesquisas
Separadas as causas mais prováveis, a etapa seguinte exige do perito um trabalho de
intensa observação. Nessa fase é verificada toda a rede elétrica (se existe a possibilidade
de um curto-circuito, inclusive nos equipamentos), com especial atenção para os
quadros de distribuição de circuitos.
As fiações devem ser puxadas das tubulações e rigorosamente examinadas de forma a
ser possível identificar se as partes queimadas constituíam-se em causa ou efeito em
relação ao incêndio. É, pois, um trabalho minucioso, que exige grande dose de paciência
e sobretudo experiência no trato de problemas dessa espécie.
Ainda nessa fase, todos os indícios físicos julgados importantes devem ser mapeados,
emvelopados e etiquetados. A análise em laboratório é procedimento comum, com a
finalidade de pesquisar componentes químicos ou identificar quaisquer materiais
desconhecidos.
Com relação aos equipamentos elétricos, se for o caso, a investigação deve passar pela
desmontagem de suas partes vitais, de forma a eliminar qualquer dúvida em relação a
sua participação.
Finalmente, o estudo deve averiguar qual o grau de participação do elemento humano
para a consecução do sinistro, de forma a identificar se foi acidental, proposital ou
ocorreu de forma inadvertida.
IV - Conclusões e elaboração do laudo
Pela própria complexidade, um incêndio pode ter como causa um único fato ou até
mesmo um conjunto de fatos que se inter-relacionam.
Não há, como em outros trabalhos periciais, a figura de uma determinada "patologia" a
ser examinada. Cada caso é específico, ainda que se apresente, inicialmente, semelhante
a outro estudado.
Uma forma prática recomendável na elaboração de um laudo pericial em local onde
ocorreu incêndio, é a inclusão, ao longo do texto escrito - e não ao final - das fotografias
e análises efetuadas que comprovam os fatos relatados, simplificando o entendimento,
formando uma linha de raciocínio técnico coerente e tornando objetiva a sua conclusão.
Elcio Avelar Maia
Engº Civil e de Segurança do Trabalho,
Perito Judicial, Consultor Pericial e
Diretor-Adjunto Administrativo do IMAPE - 1995/1998
SEGUNDO ARTIGO
PERÍCIAS EM LOCAIS DE INCÊNDIO
Dentre as atividades periciais sem dúvida que a apuração das causas de um incêndio é
tarefa das mais árduas, exigindo um trabalho minucioso e uma observação meticulosa
dos pontos pesquisados.
O local sinistrado possui uma característica diferente dos demais que o perito tem que
vistoriar, visto que as possíveis provas normalmente são consumidas parcial ou
totalmente pelas chamas. Em seguida, o combate ao fogo e o rescaldo pelos bombeiros
ou equipe da brigada de incêndio acabam por transformar totalmente as características
da área sinistrada, restando ao perito um trabalho em condições muito insalubres e a
pesquisa em massas disformes de objetos.
I - Metodologia usual
A apuração das causas de um incêndio é pois, pela própria condição do ambiente, muito
trabalhosa, demanda um espaço de tempo maior para análise, uma boa dose de
perseverança e rigorosa minúcia em cada etapa do processo.
A análise dos fatos deve obedecer a uma metodologia própria, que contempla os
seguintes aspectos :
a) minuciosa vistoria dos local, com o objetivo específico de obter pleno conhecimento
de como o mesmo era constituído, principalmente quanto a revestimentos de pisos, tetos
e paredes, rede elétrica, equipamentos utilizados, forma de operação, estudo dos acessos
e atividades exercidas no momento do sinistro;
b) estudo da marcha de propagação do fogo;
c) identificação das áreas mais carbonizadas;
d) pesquisas junto aos responsáveis e pessoas presentes no momento do fato, com a
finalidade de obter as informações necessárias à apuração das causas.
À partir desse pleno conhecimento, a metodologia mais utilizada é da eliminação ou
exclusão das possibilidades improváveis.
Para isso, um amplo "check-list" deve ser feito, abrangendo todas as possibilidades de
dar causa ao sinistro e, à partir daí, todos os pontos levantados devem ser pesquisados,
sendo abandonados ao longo do trabalho aqueles que vão se apresentando como mais
improváveis.
II - Estudo das Causas Prováveis
Neste método são admitidos, inicialmente, como causas prováveis, todas aquelas
possíveis e suscetíveis de originar o fato em estudo, atuando isoladamente ou em
conjunto, tais como :
* combustão espontânea devido ao acúmulo e forma de acomodação de materiais
diversos, tais como carvão, grãos vegetais, etc.;
* ação de raios solares através de lâminas vítreas;
* queda de raios;
* reações exotérmicas de natureza físico-químicas;
* desprendimento de centelhas advindo de formas externas ao ambiente em estudo, tais
como soldas elétricas, descarga estática, atritos gerados entre metais, etc.. * exposição,
proposital ou acidental, de material inflamável ou combustível a fonte de calor;
* incidência de fogos pirotécnicos;
* transmissão de calor a corpos inflamáveis por equipamento submetido a tensão
elétrica;
* condutores ou conexões em mal contato ou submetidos a carga elétrica excessiva, de
forma a gerar intenso aquecimento;
* ocorrência de curto-circuito elétrico;
* outros aspectos específicos em relação ao fato examinado.
VI - NOÇÕES BÁSICAS SOBRE INCÊNDIOS
1) O Conceito de resistência ao fogo
Cada incêndio representa uma situação única. A evolução da temperatura no tempo
apresenta em cada caso andamento diferente e variável, porque depende de um número
elevado de fatores que se inter-relacionam e são característicos de um determinado
ambiente. Entre estes fatores estão enumerados, a seguir, os principais, possuindo
destaque especial os dois primeiros :
a) quantidade, tipo e distribuição dos materiais combustíveis no interior do recinto
(carga térmica ou carga incêndio);
b) suprimento de ar na unidade de tempo (ventilação);
c) porosidade e forma dos materiais combustíveis;
d) forma do recinto;
e) características térmicas dos materiais constituintes do recinto.
A severidade de um incêndio - seu potencial destrutivo -, determinado pela evolução da
temperatura no decorrer do tempo, condiciona diretamente, nos casos de incêndios reais,
a resistência ao fogo dos elementos de construção.
Incêndios onde temperaturas elevadas são atingidas rapidamente e se mantêm por
períodos mais longos, apresentam um risco maior, pois atacam mais severamente a
construção.
2) A Química do Fogo
Todo incêndio "comum" (aquele que não produz seu próprio suprimento de oxigênio),
ocorre quando uma substância (combustível), na presença do ar (oxigênio), é aquecida,
até chegar a uma temperatura crítica, chamada "temperatura de ignição".
Por muitos anos, o princípio da extinção era baseado no "triângulo do fogo" e na
remoção de qualquer dos seus três lados, que são representativos dos três componentes.
Este princípio não inclui a extinção pela interrupção da reação química em cadeia do
fogo.
A transformação do "triângulo do fogo" numa "pirâmide de fogo" apresenta um
conceito mais realístico da extinção de incêndios.
A pirâmide possui lados ou faces, uma para cada um dos quatro meios de se extinguir
um incêndio.
Devido ao fato de que cada face é diretamente adjacente e ligada às outras três, a
pirâmide representa acuradamente a interdependência que tem entre si os três
componentes e a reação química em cadeia. A eliminação de uma ou mais dessas faces
tornará a pirâmide incompleta, e resultará na extinção do fogo.
Muito comumente são evitados incêndios pela eliminação, ou do combustível ou do
calor (fonte de ignição).
III - Análise e Pesquisas
Separadas as causas mais prováveis, a etapa seguinte exige do perito um trabalho de
intensa observação. Nessa fase é verificada toda a rede elétrica (se existe a possibilidade
de um curto-circuito, inclusive nos equipamentos), com especial atenção para os
quadros de distribuição de circuitos.
As fiações devem ser puxadas das tubulações e rigorosamente examinadas de forma a
ser possível identificar se as partes queimadas constituíam-se em causa ou efeito em
relação ao incêndio. É, pois, um trabalho minucioso, que exige grande dose de paciência
e sobretudo experiência no trato de problemas dessa espécie.
Ainda nessa fase, todos os indícios físicos julgados importantes devem ser mapeados,
emvelopados e etiquetados. A análise em laboratório é procedimento comum, com a
finalidade de pesquisar componentes químicos ou identificar quaisquer materiais
desconhecidos.
Com relação aos equipamentos elétricos, se for o caso, a investigação deve passar pela
desmontagem de suas partes vitais, de forma a eliminar qualquer dúvida em relação a
sua participação.
Finalmente, o estudo deve averiguar qual o grau de participação do elemento humano
para a consecução do sinistro, de forma a identificar se foi acidental, proposital ou
ocorreu de forma inadvertida.
IV - Conclusões e elaboração do laudo
Pela própria complexidade, um incêndio pode ter como causa um único fato ou até
mesmo um conjunto de fatos que se inter-relacionam.
Não há, como em outros trabalhos periciais, a figura de uma determinada "patologia" a
ser examinada. Cada caso é específico, ainda que se apresente, inicialmente, semelhante
a outro estudado.
Uma forma prática recomendável na elaboração de um laudo pericial em local onde
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e análises efetuadas que comprovam os fatos relatados, simplificando o entendimento,
formando uma linha de raciocínio técnico coerente e tornando objetiva a sua conclusão.
Élcio Avelar Maia
Engº Civil e de Segurança do Trabalho,
Perito Judicial, Consultor Pericial e
Diretor-Adjunto Administrativo do IMAPE - 1995/1998

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Perícias em locais de incêndio

  • 1. PERÍCIAS EM LOCAIS DE INCÊNDIO Dentre as atividades periciais sem dúvida que a apuração das causas de um incêndio é tarefa das mais árduas, exigindo um trabalho minucioso e uma observação meticulosa dos pontos pesquisados. O local sinistrado possui uma característica diferente dos demais que o perito tem que vistoriar, visto que as possíveis provas normalmente são consumidas parcial ou totalmente pelas chamas. Em seguida, o combate ao fogo e o rescaldo pelos bombeiros ou equipe da brigada de incêndio acabam por transformar totalmente as características da área sinistrada, restando ao perito um trabalho em condições muito insalubres e a pesquisa em massas disformes de objetos. I - Metodologia usual A apuração das causas de um incêndio é pois, pela própria condição do ambiente, muito trabalhosa, demanda um espaço de tempo maior para análise, uma boa dose de perseverança e rigorosa minúcia em cada etapa do processo. A análise dos fatos deve obedecer a uma metodologia própria, que contempla os seguintes aspectos : a) minuciosa vistoria dos local, com o objetivo específico de obter pleno conhecimento de como o mesmo era constituído, principalmente quanto a revestimentos de pisos, tetos e paredes, rede elétrica, equipamentos utilizados, forma de operação, estudo dos acessos e atividades exercidas no momento do sinistro; b) estudo da marcha de propagação do fogo; c) identificação das áreas mais carbonizadas; d) pesquisas junto aos responsáveis e pessoas presentes no momento do fato, com a finalidade de obter as informações necessárias à apuração das causas. À partir desse pleno conhecimento, a metodologia mais utilizada é da eliminação ou exclusão das possibilidades improváveis. Para isso, um amplo "check-list" deve ser feito, abrangendo todas as possibilidades de dar causa ao sinistro e, à partir daí, todos os pontos levantados devem ser pesquisados, sendo abandonados ao longo do trabalho aqueles que vão se apresentando como mais improváveis. II - Estudo das Causas Prováveis Neste método são admitidos, inicialmente, como causas prováveis, todas aquelas possíveis e suscetíveis de originar o fato em estudo, atuando isoladamente ou em conjunto, tais como : * combustão espontânea devido ao acúmulo e forma de acomodação de materiais diversos, tais como carvão, grãos vegetais, etc.; * ação de raios solares através de lâminas vítreas; * queda de raios;
  • 2. * reações exotérmicas de natureza físico-químicas; * desprendimento de centelhas advindo de formas externas ao ambiente em estudo, tais como soldas elétricas, descarga estática, atritos gerados entre metais, etc.. * exposição, proposital ou acidental, de material inflamável ou combustível a fonte de calor; * incidência de fogos pirotécnicos; * transmissão de calor a corpos inflamáveis por equipamento submetido a tensão elétrica; * condutores ou conexões em mal contato ou submetidos a carga elétrica excessiva, de forma a gerar intenso aquecimento; * ocorrência de curto-circuito elétrico; * outros aspectos específicos em relação ao fato examinado. VI - NOÇÕES BÁSICAS SOBRE INCÊNDIOS 1) O Conceito de resistência ao fogo Cada incêndio representa uma situação única. A evolução da temperatura no tempo apresenta em cada caso andamento diferente e variável, porque depende de um número elevado de fatores que se inter-relacionam e são característicos de um determinado ambiente. Entre estes fatores estão enumerados, a seguir, os principais, possuindo destaque especial os dois primeiros : a) quantidade, tipo e distribuição dos materiais combustíveis no interior do recinto (carga térmica ou carga incêndio); b) suprimento de ar na unidade de tempo (ventilação); c) porosidade e forma dos materiais combustíveis; d) forma do recinto; e) características térmicas dos materiais constituintes do recinto. A severidade de um incêndio - seu potencial destrutivo -, determinado pela evolução da temperatura no decorrer do tempo, condiciona diretamente, nos casos de incêndios reais, a resistência ao fogo dos elementos de construção. Incêndios onde temperaturas elevadas são atingidas rapidamente e se mantêm por períodos mais longos, apresentam um risco maior, pois atacam mais severamente a construção. 2) A Química do Fogo Todo incêndio "comum" (aquele que não produz seu próprio suprimento de oxigênio), ocorre quando uma substância (combustível), na presença do ar (oxigênio), é aquecida, até chegar a uma temperatura crítica, chamada "temperatura de ignição".
  • 3. Por muitos anos, o princípio da extinção era baseado no "triângulo do fogo" e na remoção de qualquer dos seus três lados, que são representativos dos três componentes. Este princípio não inclui a extinção pela interrupção da reação química em cadeia do fogo. A transformação do "triângulo do fogo" numa "pirâmide de fogo" apresenta um conceito mais realístico da extinção de incêndios. A pirâmide possui lados ou faces, uma para cada um dos quatro meios de se extinguir um incêndio. Devido ao fato de que cada face é diretamente adjacente e ligada às outras três, a pirâmide representa acuradamente a interdependência que tem entre si os três componentes e a reação química em cadeia. A eliminação de uma ou mais dessas faces tornará a pirâmide incompleta, e resultará na extinção do fogo. Muito comumente são evitados incêndios pela eliminação, ou do combustível ou do calor (fonte de ignição). III - Análise e Pesquisas Separadas as causas mais prováveis, a etapa seguinte exige do perito um trabalho de intensa observação. Nessa fase é verificada toda a rede elétrica (se existe a possibilidade de um curto-circuito, inclusive nos equipamentos), com especial atenção para os quadros de distribuição de circuitos. As fiações devem ser puxadas das tubulações e rigorosamente examinadas de forma a ser possível identificar se as partes queimadas constituíam-se em causa ou efeito em relação ao incêndio. É, pois, um trabalho minucioso, que exige grande dose de paciência e sobretudo experiência no trato de problemas dessa espécie. Ainda nessa fase, todos os indícios físicos julgados importantes devem ser mapeados, emvelopados e etiquetados. A análise em laboratório é procedimento comum, com a finalidade de pesquisar componentes químicos ou identificar quaisquer materiais desconhecidos. Com relação aos equipamentos elétricos, se for o caso, a investigação deve passar pela desmontagem de suas partes vitais, de forma a eliminar qualquer dúvida em relação a sua participação. Finalmente, o estudo deve averiguar qual o grau de participação do elemento humano para a consecução do sinistro, de forma a identificar se foi acidental, proposital ou ocorreu de forma inadvertida. IV - Conclusões e elaboração do laudo
  • 4. Pela própria complexidade, um incêndio pode ter como causa um único fato ou até mesmo um conjunto de fatos que se inter-relacionam. Não há, como em outros trabalhos periciais, a figura de uma determinada "patologia" a ser examinada. Cada caso é específico, ainda que se apresente, inicialmente, semelhante a outro estudado. Uma forma prática recomendável na elaboração de um laudo pericial em local onde ocorreu incêndio, é a inclusão, ao longo do texto escrito - e não ao final - das fotografias e análises efetuadas que comprovam os fatos relatados, simplificando o entendimento, formando uma linha de raciocínio técnico coerente e tornando objetiva a sua conclusão. Elcio Avelar Maia Engº Civil e de Segurança do Trabalho, Perito Judicial, Consultor Pericial e Diretor-Adjunto Administrativo do IMAPE - 1995/1998
  • 5. SEGUNDO ARTIGO PERÍCIAS EM LOCAIS DE INCÊNDIO Dentre as atividades periciais sem dúvida que a apuração das causas de um incêndio é tarefa das mais árduas, exigindo um trabalho minucioso e uma observação meticulosa dos pontos pesquisados. O local sinistrado possui uma característica diferente dos demais que o perito tem que vistoriar, visto que as possíveis provas normalmente são consumidas parcial ou totalmente pelas chamas. Em seguida, o combate ao fogo e o rescaldo pelos bombeiros ou equipe da brigada de incêndio acabam por transformar totalmente as características da área sinistrada, restando ao perito um trabalho em condições muito insalubres e a pesquisa em massas disformes de objetos. I - Metodologia usual A apuração das causas de um incêndio é pois, pela própria condição do ambiente, muito trabalhosa, demanda um espaço de tempo maior para análise, uma boa dose de perseverança e rigorosa minúcia em cada etapa do processo. A análise dos fatos deve obedecer a uma metodologia própria, que contempla os seguintes aspectos : a) minuciosa vistoria dos local, com o objetivo específico de obter pleno conhecimento de como o mesmo era constituído, principalmente quanto a revestimentos de pisos, tetos e paredes, rede elétrica, equipamentos utilizados, forma de operação, estudo dos acessos e atividades exercidas no momento do sinistro; b) estudo da marcha de propagação do fogo; c) identificação das áreas mais carbonizadas; d) pesquisas junto aos responsáveis e pessoas presentes no momento do fato, com a finalidade de obter as informações necessárias à apuração das causas. À partir desse pleno conhecimento, a metodologia mais utilizada é da eliminação ou exclusão das possibilidades improváveis. Para isso, um amplo "check-list" deve ser feito, abrangendo todas as possibilidades de dar causa ao sinistro e, à partir daí, todos os pontos levantados devem ser pesquisados, sendo abandonados ao longo do trabalho aqueles que vão se apresentando como mais improváveis. II - Estudo das Causas Prováveis Neste método são admitidos, inicialmente, como causas prováveis, todas aquelas possíveis e suscetíveis de originar o fato em estudo, atuando isoladamente ou em conjunto, tais como : * combustão espontânea devido ao acúmulo e forma de acomodação de materiais diversos, tais como carvão, grãos vegetais, etc.; * ação de raios solares através de lâminas vítreas;
  • 6. * queda de raios; * reações exotérmicas de natureza físico-químicas; * desprendimento de centelhas advindo de formas externas ao ambiente em estudo, tais como soldas elétricas, descarga estática, atritos gerados entre metais, etc.. * exposição, proposital ou acidental, de material inflamável ou combustível a fonte de calor; * incidência de fogos pirotécnicos; * transmissão de calor a corpos inflamáveis por equipamento submetido a tensão elétrica; * condutores ou conexões em mal contato ou submetidos a carga elétrica excessiva, de forma a gerar intenso aquecimento; * ocorrência de curto-circuito elétrico; * outros aspectos específicos em relação ao fato examinado. VI - NOÇÕES BÁSICAS SOBRE INCÊNDIOS 1) O Conceito de resistência ao fogo Cada incêndio representa uma situação única. A evolução da temperatura no tempo apresenta em cada caso andamento diferente e variável, porque depende de um número elevado de fatores que se inter-relacionam e são característicos de um determinado ambiente. Entre estes fatores estão enumerados, a seguir, os principais, possuindo destaque especial os dois primeiros : a) quantidade, tipo e distribuição dos materiais combustíveis no interior do recinto (carga térmica ou carga incêndio); b) suprimento de ar na unidade de tempo (ventilação); c) porosidade e forma dos materiais combustíveis; d) forma do recinto; e) características térmicas dos materiais constituintes do recinto. A severidade de um incêndio - seu potencial destrutivo -, determinado pela evolução da temperatura no decorrer do tempo, condiciona diretamente, nos casos de incêndios reais, a resistência ao fogo dos elementos de construção. Incêndios onde temperaturas elevadas são atingidas rapidamente e se mantêm por períodos mais longos, apresentam um risco maior, pois atacam mais severamente a construção. 2) A Química do Fogo Todo incêndio "comum" (aquele que não produz seu próprio suprimento de oxigênio), ocorre quando uma substância (combustível), na presença do ar (oxigênio), é aquecida, até chegar a uma temperatura crítica, chamada "temperatura de ignição". Por muitos anos, o princípio da extinção era baseado no "triângulo do fogo" e na remoção de qualquer dos seus três lados, que são representativos dos três componentes. Este princípio não inclui a extinção pela interrupção da reação química em cadeia do fogo.
  • 7. A transformação do "triângulo do fogo" numa "pirâmide de fogo" apresenta um conceito mais realístico da extinção de incêndios. A pirâmide possui lados ou faces, uma para cada um dos quatro meios de se extinguir um incêndio. Devido ao fato de que cada face é diretamente adjacente e ligada às outras três, a pirâmide representa acuradamente a interdependência que tem entre si os três componentes e a reação química em cadeia. A eliminação de uma ou mais dessas faces tornará a pirâmide incompleta, e resultará na extinção do fogo. Muito comumente são evitados incêndios pela eliminação, ou do combustível ou do calor (fonte de ignição). III - Análise e Pesquisas Separadas as causas mais prováveis, a etapa seguinte exige do perito um trabalho de intensa observação. Nessa fase é verificada toda a rede elétrica (se existe a possibilidade de um curto-circuito, inclusive nos equipamentos), com especial atenção para os quadros de distribuição de circuitos. As fiações devem ser puxadas das tubulações e rigorosamente examinadas de forma a ser possível identificar se as partes queimadas constituíam-se em causa ou efeito em relação ao incêndio. É, pois, um trabalho minucioso, que exige grande dose de paciência e sobretudo experiência no trato de problemas dessa espécie. Ainda nessa fase, todos os indícios físicos julgados importantes devem ser mapeados, emvelopados e etiquetados. A análise em laboratório é procedimento comum, com a finalidade de pesquisar componentes químicos ou identificar quaisquer materiais desconhecidos. Com relação aos equipamentos elétricos, se for o caso, a investigação deve passar pela desmontagem de suas partes vitais, de forma a eliminar qualquer dúvida em relação a sua participação. Finalmente, o estudo deve averiguar qual o grau de participação do elemento humano para a consecução do sinistro, de forma a identificar se foi acidental, proposital ou ocorreu de forma inadvertida. IV - Conclusões e elaboração do laudo Pela própria complexidade, um incêndio pode ter como causa um único fato ou até mesmo um conjunto de fatos que se inter-relacionam. Não há, como em outros trabalhos periciais, a figura de uma determinada "patologia" a ser examinada. Cada caso é específico, ainda que se apresente, inicialmente, semelhante a outro estudado. Uma forma prática recomendável na elaboração de um laudo pericial em local onde ocorreu incêndio, é a inclusão, ao longo do texto escrito - e não ao final - das fotografias
  • 8. e análises efetuadas que comprovam os fatos relatados, simplificando o entendimento, formando uma linha de raciocínio técnico coerente e tornando objetiva a sua conclusão. Élcio Avelar Maia Engº Civil e de Segurança do Trabalho, Perito Judicial, Consultor Pericial e Diretor-Adjunto Administrativo do IMAPE - 1995/1998