O documento descreve o processo criativo do artista com suas pinturas. Ele explora dualidades e fragmentação para capturar a efemeridade da vida moderna. Usa diversos materiais e técnicas como tinta, pincéis e borrifadores para criar obras que forçam novas perspectivas e visões do todo. Suas pinturas tentam refletir o caos do mundo atual.
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Fragmentos da Arte Contemporânea
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2. Há algum tempo comecei a entender de que forma essa contemporaneidade toda nos atinge. Estamos em mil pedaços. Muito pouca coisa não é mais banal, praticamente nos psicoadaptamos a qualquer situação. É tudo muito efêmero, tudo é passível de interrupção abrupta, tudo é frangível, tudo muda; nada é definitivo, nada mais importa a não ser o saciar o agora. Os limites não são mais bem definidos O necessário hoje é o exagero. O que vale é a imagem que se tem, aliás as pessoas são imagens! Para mim essa contemporaneidade toda é confusão, não definição, possibilidades e combinações infinitas, simplicidades falsas, complexidade tolas... Lisergia non-sense camuflada de “pós - alguma coisa”. Eu recrio esse caos desenfreado que estamos atolados até o pescoço... mas acreditem, tem horas que acho fabuloso fazer parte disso tudo! Procuro estruturar a imagem através das dualidades: escondendo e mostrando, sujando e limpando, construindo e desconstruindo, colorindo e borrando, criando e estragando, desenhando e rabiscando, recriando e negando. Faço uso da profusão de cores, da confusão de linhas, do borrão inesperado, do caco, do rabisco e da tinta em demasia (que acaba escorrendo pelo trabalho todo) Considero o erro e o acidente uma possibilidade. Uso todas as possibilidades! Fico cansado até. Busco quebrar, fragmentar, pausar, mudar, faço interromper - e no final das contas, pego todos esses fragmentos e transformo tudo numa coisa só. Sendo assim, me utilizo basicamente da tinta manipulada por pincéis, tubos conta-gotas, pano, palha de aço, borrifador e qualquer outro instrumento/material que me atraia sobre os mais variados suportes que podem variar de telas de algodão tradicionais, passando por papel vegetal e vidro até calçadas de concreto. É dessa forma que consigo garantir o que procuro: Algo que faça com que ao entrarem em contato com a minha pintura, forcem a visão para um todo que se apresenta - e nessa hora, quanto maior a pintura melhor... (mas se tudo não passar de um grande equívoco, tudo bem... Talvez combine com o estofado da casa de alguém.)
18. “ sem título” Brasil, 2007 encáustica, tinta acrílica / madeira, 0,98 x 0,28
19. “ Choveram línguas negras” encáustica / madeira, 1,00 x 0,30 Brasil, 2008
20. Nasci em outubro de 80 na Guanabara. Arquiteto formado pela Universidade Santa Úrsula no Rio de Janeiro em 2005. Tive como professores João Grijó, Suzana Queiroga, Manoel Fernandes e Hilton Berredo. Em março de 2002, fora da universidade fui aluno da artista Christina Mathias, com quem absorvi técnicas de desenho no atelier Casa Verde da Miranda em Botafogo. Em outubro do mesmo ano, fui convidado por ela a participar de um curso de pintura. Esse curso, no final das contas, se transformou em um grupo de discussão e estudo sobre o papel da pintura inserido no cenário artístico contemporâneo. A partir daí li uns livros, freqüentei exposição, fiz workshop, naveguei na internet, andei conversando com um pessoal e dei uma viajada. Desde o final de 2007 me integrei ao BRECHA Coletivo, um grupo de artistas que tem em comum um objetivo: Produzir arte em suas mais diversas formas... Hoje minha vida se divide entre Búzios (onde crio) e Rio (onde executo).