No dia a dia deixamos de perceber vulnerabilidade e, por isso, mesmo potencializamos ameaças. É importante termos conhecimentos a respeito dessas ameaças, que nem sempre estão aparentes.
Good Stuff Happens in 1:1 Meetings: Why you need them and how to do them well
Letter bomb - CARTA-BOMBA
1. LETTER BOMB
INVESTIR EM QUALIFICAÇAO E EQUIPAMENTOS DE SEGURANÇA É A
MELHOR FORMA DE PREVENIR CONTRA DANOS COLATERAIS
PROVOCADOS POR ACIONAMENTO DE ARTEFATOS EXPLOSIVOS
Leonardo Cavalcante
avorray@gmail.com
A carta-bomba que explodiu no escritório do Fundo Monetário
Internacional (FMI), em Paris, ferindo uma funcionária, reacende a questão sobre os
cuidados que se deve ter ao manusear cartas, embrulhos, pacotes, encomendas e coisas
do tipo.
O problema é que, na maioria dos casos envolvendo este tipo de
ocorrência fica evidente a ausência de preparo institucional para lidar com o evento, seja
pela falta de qualificação do pessoal responsável por receber, fazer a triagem e
despachar as encomendas e/ou correspondências dentro da organização ou pela
inexistência de equipamentos específicos que auxiliam no trabalho de detecção de
possíveis ameaças – scanners e detectores – normalmente embarcadas naqueles objetos.
Via de regra, grandes empresas e órgãos públicos possuem setores
responsáveis por realizar o recebimento, a triagem e a distribuição das correspondências
e das encomendas no interior da organização, säo os chamados “Protocolos”. Todavia,
raramente, as pessoas que trabalham nessas atividades de protocolo passam por
treinamentos de qualificação visando detectar possíveis ameaças dissimuladas em
encomendas e/ou correspondências.
Para agravar ainda mais a situação, tais empresas e organizações
públicas, pouco ou nada investem em equipamentos destinados a inspeção dessas
encomendas, expondo seus funcionários ou servidores a toda sorte de danos físicos que
possam advir do acionamento de dispositivos explosivos.
É justamente essa combinação de falta de qualificação dos recursos
humanos e inexistência de investimentos em equipamentos para prévia detecção, que
tem favorecido a concretização exitosa dessas ameaças.
“Conte-me e eu esqueço.
Mostre-me e eu me lembro.
Envolva-me e eu compreendo”
(Confúcio)
2. Por outro lado, é importante acreditar que nem tudo está perdido! Se ao
menos a alta administração – seja nas empresas privadas ou nas instituições públicas –
se sensibilizar e conscientizar de que suas organizações não estão imunes a essas
investidas e, a qualquer momento, podem-se tornar alvos dos perpetradores dessas
ameaças, certamente ajudará a minimizar o grau de exposição a que estão sujeitas, posto
que, o clima organizacional depende muito da postura desses gestores em relação a
implementação da cultura de segurança que se deseja alcançar.
Com efeito, envolver não só as pessoas que lidam diretamente com o
protocolo das correspondências e das encomendas, mas todos os orgânicos da
instituição, em exercícios simulados, palestras que exploram o tema, bem como em
campanhas educativas é o primeiro passo para a mitigação do problema.
Dentro desse contexto, também é necessário desenvolver e testar o
“Plano de Emergência / Contingência” contra a ameaça de bomba ou artefatos suspeitos
– comumente chamados “Plano anti-bomba” – que nada mais é do que a descrição
encadeada das ações a serem adotadas em caso de detecção real ou suspeita desse tipo
de ameaça.
Nessas ocasiões, saber aplicar técnicas de inspeção visual em envelopes,
caixas, embrulhos, etc., é fundamental antes do manuseio, sobretudo, quando não se
dispõe de scarners para a varredura e detecção. Ao mesmo tempo, lembrar que a
aplicação de algumas medidas simples pode evitar o acionamento mecânico de
dispositivos disparadores do artefato explosivo.
Tais medidas a serem consideradas, podem ser:
I – Não movimentar ou deslocar objetos suspeitos (caixas, embrulhos,
pacotes, mochilas, etc.);
II – Não sacudir tais objetos;
III – Não leva-los ao ouvido a fim de detectar sons ou ruídos estranhos;
IV – Não permitir a aglomeração de curiosos ao redor desses objetos;
V – Suspeitar de erros existentes nas etiquetas ou inscrições de
endereçamento – tanto do remetente quanto do destinatário; e
VI – Atentar para o excesso de cola em embrulhos ou pacotes contendo a
inscrição “frágil”.
Por fim, ressalta-se que, diante de qualquer suspeita, os órgãos de
segurança pública deverão ser acionados imediatamente.