O artigo discute o desenvolvimento global da nanotecnologia através de análise de dados de patentes de 41 escritórios de patentes. Os autores identificaram duas trajetórias típicas de desenvolvimento: EUA, Japão e Europa iniciaram cedo, mas seu crescimento diminuiu, enquanto China, Taiwan e Coréia lançaram-se mais tarde, mas com crescimento rápido e estável. A diversidade tecnológica da nanotecnologia é semelhante entre os países líderes e muda rapidamente,
1. RESUMO DE ARTIGO
CITAÇÃO TRANSNACIONAL, DIVERSIDADE TECNOLÓGICA E MUNDO PEQUENO EM
PATENTEAMENTO MUNDIAL DE NANOTECNOLOGIA
Jiancheng Guan & Yuan Shi
O artigo discute como a nanotecnologia, representante da fronteira de alta tecnologia, demonstra um
futuro promissor através de uma variedade de setores industriais. O número de patentes e artigos científicos
relacionados à nanotecnologia cresceu rapidamente ao redor do globo e acredita-se que a comercialização de tal
tecnologia revoluciona a vida cotidiana das pessoas de todo o mundo. Os autores discutem como a o recente
progresso da China neste domínio tem sido digno de destaque e que o número de patentes chinesas no Escritório de
Patentes e Marcas dos Estados Unidos (United States Patent and Trademark Office – USPTO) tem crescido muito nos
últimos anos. O artigo relata que vários estudos tem investigado o patenteamento nesta área e isso forneceu aos
autores uma visão maior do desenvolvimento da nanotecnologia em uma perspectiva regional e inter-regional. Apesar
disso, não há um entendimento claro do desenvolvimento de nanotecnologia em um contexto global.
Para tentar suprir essa deficiência, os autores revisaram o desenvolvimento de patenteamento de
nanotecnologia baseando-se em dados de patente obtidos a partir do bando de dados do Derwent Innovation Index
(DII), uma poderosa ferramenta de pesquisa de patentes que coleta dados em 41 autoridades emissoras de patentes
em todo o mundo. Eles acreditaram que, dessa forma, obteriam um quadro geral do desenvolvimento de
nanotecnologia ao redor do planeta, e não se limitariam a um único banco de dados, o que poderia impedir uma visão
mais ampla desta fronteira tecnológica. Os autores viram a oportunidade de investigar a questão da diversidade
tecnológica em nanotecnologia, já que o DII fornece uma classificação tecnológica unificada e detalhada para
documentos de patente de diferentes escritórios. Os autores usaram tal ferramenta para explorar a evolução das
distintas subáreas tecnológicas, identificar fatores chave e descrever a principal trajetória tecnológica da
nanotecnologia. O artigo relata brevemente como foi o processo de coleta de dados usando tal ferramenta.
Os autores forneceram uma análise básica com dois tipos de informação de patente: autoridade de patente
e classificação tecnológica. Eles descobriram que um pequeno número de países que dominam a tecnologia possui
diversidade tecnológica semelhante em termos de patentes de nanotecnologia. Os autores dimensionaram a
contagem de patentes e discutiram as seis regiões com número de patentes acima de 2000 em dois estágios (1992-
2001 e 2002-2010) e resumiram duas trajetórias típicas de desenvolvimento destas regiões. Uma trajetória é para os
EUA, Japão e Europa, onde suas patentes de nanotecnologia iniciaram cedo e vivenciaram eras de ouro no final dos
anos 90, quando eram dominantes. Mas, no novo milênio, seu crescimento diminuiu. Uma outra trajetória se aplica
para as três economias emergentes da Asia – China, Taiwan e Coréia, que apesar de se lançarem tardiamente na área,
seu crescimento é rápido e estável. Os autores afirmam que o entendimento que eles têm da diversidade tecnológica
da nanotecnologia deve ter ao menos duas indicações. Primeiramente, o foco das aplicações de nanotecnologia muda
muito rápido com o tempo e cada foco ou grande classificação para patentes de nanotecnologia geralmente duram
por apenas alguns anos. Segundo, em um nível macro, a diversidade tecnológica observada dos grandes países nesta
alta tecnologia é geralmente balanceada e sem grande divergência.
Após examinarem registros de patentes quantitativamente, os autores inspecionaram citações de patentes
para desvendarem o modo de fluxo do conhecimento nas mudanças tecnológicas. Eles então brevemente explicam
três modos de citação (citação de patentes internas, citação de patentes externas e citação de patentes internas e
externas) e focam somente nas citações dentro do campo da nanotecnologia. Os autores citam exemplos de citação
de patentes nos EUA, Grã-Bretanha, França, Japão, Coréia, Alemanha e Europa. Os autores também contaram as
citações de patentes da China em todo o conjunto de dados e puderam observar que a performance das patentes
chinesas é incongruente com seu grande estoque mostrando que há ainda muito trabalho a ser feito para que as
patentes chinesas tenham suas qualidades reconhecidas.
O artigo também discute as redes de patentes. Os laços de rede nos documentos de patente são divididos
em conexões não direcionadas (que incluem co-invenção) e direcionadas (que incluem principalmente citações). Os
autores exploraram o possível fenômeno do mundo pequeno em rede de citação de patente. Eles questionaram o
significado de implementar diretamente as medidas de redes não direcionadas e tentativamente rever as medidas no
cenário da rede de citação de patente, ou, de modo geral, rede direcionada acíclica. O trabalho dos autores leva o
modelo do mundo pequeno à condição onde laços são direcionados. Os autores propõem que as diferenças entre os
resultados dos dois modelos também merecem uma maior exploração.