De acordo com o Instituto Internacional de Pesquisa para a Paz de Estocolmo, a indústria de armas militares da China é a segunda maior do mundo, atrás apenas dos Estados Unidos. A análise dos balanços financeiros das quatro maiores fabricantes de armas chinesas estima as vendas do setor em US$ 54,1 bilhões, representando cerca de 24% dos gastos militares da China. A capacidade de produção interna da China vem crescendo nos últimos anos, com redução nas importações e aumento nas exportações de armas.

1. Indústria de armas militares da China é a segunda maior do mundo
Nos últimos anos a China conquistou a vice-liderança global na fabricação de
armas militares, ficando atrás dos Estados Unidos - e na frente da Rússia. Pelo menos é
o que indica uma estimativa robusta feita pelo Stockholm International Peace Research
Institute (Sipri), divulgada neste domingo (26).
A indústria de armamentos na China é cercada de mistérios, já que o governo
proíbe as empresas estatais de divulgareminformações referentes a assuntos militares,
alegando questão de segurança nacional. Por esse motivo, a China não aparece no
ranking das 100 maiores fabricantes de armas do mundo, também elaborado pelo Sipri.
Mas recentemente dados financeiros das maiores empresas chinesas do setor
ficaram disponíveis ao público e, embora não sejam totalmente transparentes,
permitiram que o instituto desenvolvesse estimativas razoavelmente confiáveis sobre a
indústria de armas na China.
Balanços das quatro maiores fabricantes de itens militares foram analisados
neste novo estudo e o Sipri chegou à conclusão que as quatro estariam entre as 20
maiores do mundo com vendas de equipamentos militares estimadas em US$ 54,1
bilhões - o suficiente para colocar a China como a segunda maior indústria bélica do
mundo. Um valor que, os pesquisadores admitem, é subestimado, mas que pode
representar até 24% dos gastos militares da China em 2017, que chegaram a US$ 228
bilhões segundo o Sipri - tornando a China o segundo país que mais investe em defesa,
atrás dos EUA.
Esta estimativa confirma o que o mundo já sabe sobre a capacidade militar
chinesa. A cada ano, o país torna-se menos dependente das importações de tecnologia
militar estrangeira e há demanda crescente por armas chinesas no exterior. Entre os
quinquênios 1999-2003 e 2014-2018, as importações chinesas de grandes armas caíram
50% enquanto as exportações aumentaram 208%, o que tornou a China o quinto maior
exportador de grandes armas de guerra do mundo.
Neste quesito, o volume das vendas do país representa 5,2% do mercado global
e poderia ser ainda maior se não fossemlimitadas pelo fato de que muitos países, entre
eles os principais importadores de armas, não fazerem negócios com a China por
questões políticas. Mas recentes melhorias na tecnologia militar chinesa abriram
oportunidades para o crescimento das exportações de armas para novos clientes. Em
2014-2018, a China tornou-se o maior exportador de veículos aéreos de combate não
tripulados (UCAVs), com os estados do Oriente Médio entre os principais receptores.