1) Falar do tempo é sentir um vazio e silêncio ao perceber o passar constante do tempo e a perda do momento presente.
2) Viver no mundo atual é como estar em um quadro confuso de ideias perdidas e sonhos não realizados.
3) A pessoa se vê marcada pelos efeitos do vício da vida, tendo escolhido viver de forma errada por fé em ilusões, mas agora sente que o tempo está se esgotando.
1. Falar do tempo,
É ser tomado por um silêncio que se mistura à sensação de perder
Não de maneira eventual,
Mas de modo constante.
É neste vazio que corta o peito,
Sonhar em vão com o próximo instante
E no mesmo segundo,
Já lamentar o passado próximo que se tornou ausente.
É ser cobaia neste mundo que se tornou mais que estranho,
Tornou-se um quadro confuso de ideias perdidas,
De promessas não cumpridas,
De massa falida
E sonhos pendentes
É ter nos olhos cansados e no sorriso sumido
As marcas do vício da vida...
Torna-la errada não foi opção
Foi ato de fé.
Uma fé dispersa em ilusão
Falar do tempo...
É de um modo doído
Constatar que o tempo me falta.
Amanhã será um novo dia
E isto hoje simplesmente não mais me anima
Assusta !
Pois assim quis o tempo
Cobrar seu preço pelo tempo perdido,
Pelo descuido
Mas também por ironia
O dia amanhã
Será duro
O ar que respiro
Será pesado e impuro
E o céu ausente de estrelas
2. Neste cenário sombrio.
Serei mais uma vez
A rocha seca que não é capaz de chorar
Serei o escudo pesado e surrado
Das desavenças que tenho com o mundo
Pois se é certo que apanho...
Mais certo ainda é o tanto e o tudo que tenho amado
Pois falar do tempo,
É escrever na areia fina que nada finca e que nada prende
Uma saga anônima
É fazer de tantos erros uma lenda incógnita
Que o estranho mundo come
Mas não entende