O poema descreve a relação simbiótica entre o homem e a terra, onde o homem trabalha a terra em troca do sustento que ela oferece, porém no final o homem paga a terra com sua morte enquanto a terra continua a dar vida.

1. EU SOU DEVEDOR À TERRA
A TERRA ME ESTÁ DEVENDO
A TERRA ME PAGA EM VIDA
EU PAGO À TERRA EM MORRENDO
A TERRA FAZ-ME À MERCÊ
DE ME OFERTAR O QUE ENCERRA
POR MAIS SUOR QUE LHE DÊ
EU SOU DEVEDOR À TERRA
COMO O RODAR DUM ENGENHO
OU SUBINDO OU DESCENDO
SE LHE DOU TUDO O QUE TENHO
A TERRA ME ESTÁ DEVENDO
COMO A NORA VAI RODANDO
ESTA PERMUTA, ESTA LIDA
A VIDA QUE LHE VOU DOANDO
A TERRA ME PAGA EM VIDA
O TEMPO PASSA A SOMAR
UM SALDO QUE NÃO ENTENDO
SE O TEMPO LHE NÃO PAGAR
EU PAGO À TERRA EM MORRENDO