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Chico Do alto da Canastra o olho do velho Chico, vê suas lágrimas descerem serenas e límpidas, contornando pedras, árvores, encontrando velhas amigas e num abraço cheio de saudades seguem em procissão, Brasil  a fora. Por onde passam regam plantas e recebem o carinho das  árvores  que num gesto de gratidão, sombreiam  o chão,  para ele passar e elas empurradas pelo vento  acariciam e dançam um balé  milenar e admirável que faz parar  os olhos de um crítico das artes da natureza. Ele não se cansa, seus olhos sempre cheio de lágrimas, vê  as pétalas das flores ao seu lado desfilando, se enche de orgulho, pois ali,  um pouquinho de suas lágrimas fora derramado. Muitos ,dessas lágrimas querem levar  e pelos braços vão puxando e ele quase sem forças, os desejos do homem,  vai. Cedendo. Seus netos tentam consolá-lo e um copo com água a ele vai dando; ele aceita carinhosamente este gesto de amizade,  conversa com Paulo Afonso, namora  com Três  Marias, ,brinca de roda com as outras, dá  tchau e  mostra  sua exuberância à vários ribeirinhos  que ousam desafiá-lo  no peito . E assim o Chico  segue cantando, rodopiando , conquistando montanhas que choram  um amor verdadeiro , mas de seus lábios sai apenas um acalento, que faz adormecer o dia, no céu   prateado com o entardecer, embala este  Iporáindígena que o  oceano ele vai  encontrar. Da Canastra fica saudade, do caminho por onde passou, as lembranças de lugares lindos, sofridos que se agonizam por falta de um carinho molhado e abençoado por um velho que na sua vida trabalha pra levar  saciedade e sobrevivência os sedentos de água. Vai Chico o Atlântico  te espera com tanta ansiedade que  nas curvas do seu caminho, o sal  ele  leva pra fazer a oferta e curar as feridas , pelo homem  provocadas durante sua caminhada.  Durma em paz  neste balanço,  que  ao mundo, te levar ele vai .  Dinomara Silva  22 de abril de 2011

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  • 1. Chico Do alto da Canastra o olho do velho Chico, vê suas lágrimas descerem serenas e límpidas, contornando pedras, árvores, encontrando velhas amigas e num abraço cheio de saudades seguem em procissão, Brasil a fora. Por onde passam regam plantas e recebem o carinho das árvores que num gesto de gratidão, sombreiam o chão, para ele passar e elas empurradas pelo vento acariciam e dançam um balé milenar e admirável que faz parar os olhos de um crítico das artes da natureza. Ele não se cansa, seus olhos sempre cheio de lágrimas, vê as pétalas das flores ao seu lado desfilando, se enche de orgulho, pois ali, um pouquinho de suas lágrimas fora derramado. Muitos ,dessas lágrimas querem levar e pelos braços vão puxando e ele quase sem forças, os desejos do homem, vai. Cedendo. Seus netos tentam consolá-lo e um copo com água a ele vai dando; ele aceita carinhosamente este gesto de amizade, conversa com Paulo Afonso, namora com Três Marias, ,brinca de roda com as outras, dá tchau e mostra sua exuberância à vários ribeirinhos que ousam desafiá-lo no peito . E assim o Chico segue cantando, rodopiando , conquistando montanhas que choram um amor verdadeiro , mas de seus lábios sai apenas um acalento, que faz adormecer o dia, no céu prateado com o entardecer, embala este Iporáindígena que o oceano ele vai encontrar. Da Canastra fica saudade, do caminho por onde passou, as lembranças de lugares lindos, sofridos que se agonizam por falta de um carinho molhado e abençoado por um velho que na sua vida trabalha pra levar saciedade e sobrevivência os sedentos de água. Vai Chico o Atlântico te espera com tanta ansiedade que nas curvas do seu caminho, o sal ele leva pra fazer a oferta e curar as feridas , pelo homem provocadas durante sua caminhada. Durma em paz neste balanço, que ao mundo, te levar ele vai . Dinomara Silva 22 de abril de 2011