SlideShare uma empresa Scribd logo
VOLUME PARÁVOLUME SANTA CATARINA
VOLUME PARÁVOLUME SANTA CATARINA
PRESIDENTE DA REPÚBLICA
Excelentíssima Senhora Dilma Vana Rousseff
MINISTRO DA INTEGRAÇÃO NACIONAL
Excelentíssimo Senhor Fernando Bezerra de Souza Coelho
SECRETÁRIO NACIONAL DE DEFESA CIVIL
Excelentíssimo Senhor Humberto de Azevedo Viana Filho
DIRETOR DO DEPARTAMENTO DE
MINIMIZAÇÃO DE DESASTRES
Excelentíssimo Senhor Rafael Schadeck
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA
Magnífico Reitor da Universidade Federal de Santa Catarina
Professor Álvaro Toubes Prata, Dr.
Diretor do Centro Tecnológico da Universidade Federal
de Santa Catarina
Professor Edson da Rosa, Dr.
CENTRO UNIVERSITÁRIO DE ESTUDOS E
PESQUISAS SOBRE DESASTRES
Diretor Geral
Professor Antônio Edésio Jungles, Dr.
Diretor Técnico e de Ensino
Professor Marcos Baptista Lopez Dalmau, Dr.
Diretor de Articulação Institucional
Professor Irapuan Paulino Leite, Msc.
FUNDAÇÃO DE AMPARO À PESQUISA E EXTENSÃO
UNIVERSITÁRIA
Superintendente Geral
Professor Pedro da Costa Araújo, Dr.
Esta obra é distribuída por meio da Licença Creative Commons 3.0
Atribuição/Uso Não-Comercial/Vedada a Criação de Obras Derivadas / 3.0 / Brasil.
Catalogação na publicação por Graziela Bonin – CRB14/1191.
Universidade Federal de Santa Catarina. Centro Universitário de Estudos e
Pesquisas sobre Desastres.
Atlas brasileiro de desastres naturais 1991 a 2010: volume Santa Catarina
/ Centro Universitário de Estudos e Pesquisas sobre Desastres. Florianópolis:
CEPED UFSC, 2011.
89 p. : il. color. ; 30 cm.
Volume Santa Catarina.
ISBN 978-85-64695-26-9
1. Desastres naturais. 2. Estado de Santa Catarina - atlas. I. Universidade
Federal de Santa Catarina. II. Centro Universitário de Estudos e Pesquisas
sobre Desastres. III. Secretaria Nacional de Defesa Civil. IV. Título.
CDU 912(816.4)
A construção de uma nova realidade para a Defesa Civil no Brasil,
principalmente no que se refere à política de redução de riscos, requer
conhecer os fenômenos e os desastres que nosso território está sujeito. Para
nos prepararmos, precisamos saber os perigos que enfrentamos.
O levantamento de informações e a caracterização do cenário nacional de
desastres é uma necessidade antiga, compartilhada por todos que trabalham
com Defesa Civil. A concretização do referido levantamento contou com a
participação de todos os estados e da academia. A cada dia fica mais evidente
que a colaboração entre os atores envolvidos (Distrito Federal, estados e
municípios) é essencial para o alcance de objetivos comuns.
A ampla pesquisa realizada e materializada pela publicação deste Atlas teve
como objetivo corrigir essa falta de informações. O conhecimento gerado
poderá beneficiar os interessados no assunto, a partir dos mais diversos
propósitos, e estará em constante desenvolvimento e melhoria.
Finalmente, deixo aqui expresso meu sincero agradecimento a todos aqueles
que de alguma forma contribuíram para a construção deste trabalho que
a Secretaria Nacional de Defesa Civil, em cooperação com a Universidade
Federal de Santa Catarina, apresenta para a sociedade brasileira.
	
Secretário Humberto Viana
Secretário da Secretaria Nacional de Defesa Civil
Nas últimas décadas os Desastres Naturais constituem um tema cada vez mais presente no cotidiano das
populações. Há um aumento considerável não só na frequência e intensidade, mas também nos impactos
gerados, com danos e prejuízos cada vez mais intensos.
O Atlas Brasileiro de Desastres Naturais é um produto de pesquisa resultado do acordo de cooperação
entre a Secretaria Nacional de Defesa Civil e o Centro Universitário de Estudos e Pesquisas sobre Desastres
da Universidade Federal de Santa Catarina.
A pesquisa teve por objetivo compilar e disponibilizar informações sobre os registros de desastres
ocorridos em todo o território nacional nos últimos 20 anos (1991 a 2010), por meio da publicação de 26
Volumes Estaduais e um Volume Brasil.
O levantamento dos registros históricos, derivando na elaboração dos mapas temáticos e na produção do
Atlas, é relevante na medida em que viabiliza construir um panorama geral das ocorrências e recorrências de
desastres no país e suas especificidades por Estado. Possibilita, assim, subsidiar o planejamento adequado
em gestão de risco e redução de desastres, a partir da análise ampliada abrangendo o território nacional,
dos padrões de frequência observados, dos períodos de maior ocorrência, das relações destes eventos com
outros fenômenos globais e da análise sobre os processos relacionados aos desastres no país.
O Brasil não possuía, até o momento, bancos de dados sistematizados e integrados sobre as ocorrências de
desastres e, portanto, não disponibilizava aos profissionais e aos pesquisadores informações processadas
acerca destes eventos, em séries históricas.
Este Atlas é o primeiro trabalho em âmbito nacional realizado com a participação de 14 pesquisadores
para recolher dados oficiais nos 26 Estados e no Distrito Federal do Brasil e envolveu um total de 53
pessoas para a sua produção. As informações apresentadas foram retiradas de documentos oficiais nos
órgãos estaduais de Defesa Civil, Ministério da Integração Nacional, Secretaria Nacional de Defesa Civil,
Arquivo Nacional e Imprensa Nacional.
A proposta de desenvolver um trabalho desta amplitude mostra a necessidade premente de informações
que ofereçam suporte às ações de proteção civil. O foco do trabalho consiste na caracterização dos vários
desastres enfrentados pelo país nas duas últimas décadas.
Este volume apresenta os mapas temáticos de ocorrências de desastres naturais do Estado de Santa
Catarina, referente a 3.903 documentos compulsados, que mostram, anualmente, os riscos relacionados a
inundações bruscas, estiagens e secas, vendavais e outros eventos naturais adversos.
Nele, o leitor encontrará informações relativas aos totais de registros dos desastres naturais recorrentes
no Estado, espacializados nos mapas temáticos dos eventos adversos, que, juntamente com a análise de
infográficos com registros anuais, gráficos de danos humanos, frequências mensais das ocorrências e de
médias de precipitação, permitem uma visão global dos desastres em Santa Catarina, de forma a subsidiar
o planejamento e a gestão das ações de minimização no Estado.
Prof. Antônio Edésio Jungles, Dr.
Coordenador Geral CEPED UFSC
APRESENTAÇÃO
EXECUÇÃO DO ATLAS BRASILEIRO DE DESASTRES NATURAIS
CENTRO UNIVERSITÁRIO DE ESTUDOS E PESQUISAS SOBRE DESASTRES
Geoprocessamento
Professor Carlos Antonio Oliveira Vieira, Dr.
Renato Zetehaku Araujo
Revisão bibliográfica e ortográfica
Graziela Bonin
Pedro Paulo de Souza
Revisão do conteúdo
Gerly Mattos Sánchez
Mari Angela Machado
Michely Marcia Martins
Sarah Marcela Chinchilla Cartagena
Equipe de campo, coleta e tratamento de dados
Carolinna Vieira de Cisne
Daniel Lopes Gonçalves
Daniela Prá S. de Souza
Drielly Rosa Nau
Bruno Neves Meira
Érica Zen
Fabiane Andressa Tasca
Fernanda Claas Ronchi
Filipi Assunção Curcio
Gabriel Muniz
Gerly Mattos Sánchez
Karen Barbosa Amarante
Larissa Dalpaz de Azevedo
Larissa Mazzoli
Laura Cecilia Müller
Lorran Adão Cesarino da Rosa
Lucas Soares Mondadori
Lucas Zanotelli dos Santos
Michely Marcia Martins
Monique Nunes de Freitas
Nathalie Vieira Foz
Patricia Carvalho do Prado Nogueira
Coordenação do projeto
Professor Antônio Edésio Jungles, Dr.
Supervisão do projeto
Professor Rafael Schadeck, Ms. - Geral
Jairo Ernesto Bastos Krüger - Adjunto
Equipe de elaboração do atlas
Bruna Alinne Clasen
Daniela Prá S. de Souza
Diane Guzi
Drielly Rosa Nau
Evandro Ribeiro
Frederico de Moraes Rudorff
Gerly Mattos Sánchez
Lucas dos Santos
Mari Angela Machado
Michely Marcia Martins
Patricia de Castilhos
Regiane Mara Sbroglia
Rita de Cassia Dutra
Sarah Marcela Chinchilla Cartagena
Projeto Gráfico
Alex-Sandro de Souza
Douglas Araújo Vieira
Eduardo Manuel de Souza
Marcelo Bezzi Mancio
Diagramação
Alex-Sandro de Souza
Annye Cristiny Tessaro (Lagoa Editora)
Douglas Araújo Vieira
Eduardo Manuel de Souza
José Antônio Pires Neto
Marcelo Bezzi Mancio
Priscila Stahlschmidt Moura
Renato Zetehaku Araujo
Thiago Hülse Carpes
Thiago Linhares Bilck
Vinícius Neto Trucco
Vlade Dalbosco
Equipe de apoio
Eliane Alves Barreto
Juliana Frandalozo Alves dos Santos
Lucas Martins
Paulo Roberto dos Santos
Valter Almerindo dos Santos
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Esquema do registro de desastres---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 13
Figura 2 - Hierarquização de Documentos------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 13
Figura 3 - Codificação dos documentos oficiais digitalizados----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 14
Figura 4 - Cânion do Itambezinho---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 19
Figura 5 - Efeitos da estiagem em Santa Catarina----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 29
Figura 6 - Cursos d’água com baixa vazão pelo déficit hídrico---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 29
Figura 7 – Enxurrada em 2008 no Estado de Santa Catarina------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------ 35
Figura 8 – Ponte destruída pela forte inundação brusca---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 37
Figura 9 – Danos ocasionados pelas enxurradas e alagamentos-------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 37
Figura 10 - Inundação gradual em Sombrio, Estado de Santa Catarina------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 43
Figura 11 - Área inundada em Santa Catarina--------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 43
Figura 12 - Consequências de fortes vendavais em Santa Catarina----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 49
Figura 13 - Quedas de árvores provocadas pelos ventos intensos------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------ 49
Figura 14 - Furacão Catarina---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 51
Figura 15 - Pedras de granizo precipitadas em Santa Catarina---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 55
Figura 16 – Efeitos da passagem de tornado em Santa Catarina-------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 65
Figura 17 - Queda de matacão rochoso, Santa Catarina---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 67
Figura 18 - Deslizamento de terra no Morro dos Cavalos, Santa Catarina---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 69
Figura 19 - Erosão fluvial com o desbarrancamento da margem do rio------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------ 71
Figura 20 - Efeitos da erosão marinha na praia da Armação do Pântano do Sul, Santa Catarina --------------------------------------------------------------------------------------------------------- 73
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1 - Médias pluviométricas em 1991 com base nos dados das Estações Pluviométricas da Agência Nacional de Águas (ANA), no Estado de Santa Catarina--------------------------------- 30
Gráfico 2 - Médias pluviométricas em 2006 com base nos dados das Estações Pluviométricas de Agência Nacional de Águas (ANA), no Estado de Santa Catarina--------------------------------- 30
Gráfico 3 - Frequência mensal de estiagem e seca, no Estado de Santa Catarina, período de 1991 a 2010----------------------------------------------------------------------------------------------- 31
Gráfico 4 - Danos humanos ocasionados por estiagem e seca, no Estado de Santa Catarina, período de 1991 a 2010---------------------------------------------------------------------------------- 31
Gráfico 5 - Médias pluviométricas do período de 1991 a 2010, com base nos dados das Estações Pluviométricas da Agência Nacional de Águas (ANA), no Estado de Santa Catarina------------ 35
Gráfico 6 - Frequência mensal de inundação brusca, no Estado de Santa Catarina, período de 1991 a 2010--------------------------------------------------------------------------------------------- 37
Gráfico 7 - Médias pluviométricas em 2010, com base nos dados das Estações Pluviométricas da Agência Nacional de Águas (ANA), no Estado de Santa Catarina--------------------------------- 38
Gráfico 8 - Danos humanos ocasionados por inundação brusca, no Estado de Santa Catarina, período de 1991 a 2010-------------------------------------------------------------------------------- 38
Gráfico 9 - Médias pluviométricas em 2001, com base nos dados das Estações Pluviométricas da Agência Nacional de Águas (ANA), no Estado de Santa Catarina--------------------------------- 45
Gráfico 10 - Frequência mensal de inundação gradual, no Estado de Santa Catarina, período de 1991 a 2010------------------------------------------------------------------------------------------ 45
Gráfico 11 - Danos humanos ocasionados por inundações graduais em Santa Catarina, entre os anos de 1991-2010---------------------------------------------------------------------------------- 45
Gráfico 12 - Frequência mensal de vendaval e/ou ciclone no Estado de Santa Catarina, período de 1991 a 2010--------------------------------------------------------------------------------------- 49
Gráfico 13 - Danos humanos ocasionados por vendaval e/ou ciclone no Estado de Santa Catarina, período de 1991 a 2010-------------------------------------------------------------------------- 51
Gráfico 14 - Frequência mensal de granizo, no Estado de Santa Catarina, período de 1991 a 2010------------------------------------------------------------------------------------------------------ 55
Gráfico 15 - Danos humanos ocasionados por granizo, no Estado de Santa Catarina, período de 1991 a 2010------------------------------------------------------------------------------------------ 57
Gráfico 16 - Frequência mensal de geadas no Estado de Santa Catarina, período de 1991 a 2010------------------------------------------------------------------------------------------------------- 61
Gráfico 17 - Danos humanos ocasionados por geadas, no Estado de Santa Catarina, período de 1991 a 2010------------------------------------------------------------------------------------------ 63
Gráfico 18 - Frequência mensal de tornados no Estado de Santa Catarina, no período de 1991 a 2010-------------------------------------------------------------------------------------------------- 65
Gráfico 19 - Danos humanos ocasionados por tonado, no Estado de Santa Catarina, período de 1991 a 2010------------------------------------------------------------------------------------------ 65
Gráfico 20 - Frequência mensal de movimentos de massa no Estado de Santa Catarina, período de 1991 a 2010--------------------------------------------------------------------------------------- 69
Gráfico 21 - Danos humanos ocasionados por movimentos de massa em Santa Catarina no período de 1991 a 2010---------------------------------------------------------------------------------- 69
Gráfico 22 - Frequência mensal de erosão fluvial no Estado de Santa Catarina, período de 1991 a 2010------------------------------------------------------------------------------------------------- 71
Gráfico 23 - Danos humanos ocasionados por erosão fluvial, no Estado de Santa Catarina,período de 1991 a 2010------------------------------------------------------------------------------------ 73
Gráfico 24 - Frequência mensal de erosão marinha no Estado de Santa Catarina, período de 1991 a 2010---------------------------------------------------------------------------------------------- 74
Gráfico 25 - Danos humanos ocasionados por erosão marinha, no Estado de Santa Catarina, período de 1991 a 2010--------------------------------------------------------------------------------- 74
Gráfico 26 - Frequência mensal de incêndios, no Estado Santa Catarina, período de 1991 a 2010-------------------------------------------------------------------------------------------------------- 75
Gráfico 27 - Danos humanos ocasionados por incêndio, no Estado de Santa Catarina, período de 1991 a 2010---------------------------------------------------------------------------------------- 76
Gráfico 28 - Percentual dos desastres naturais mais recorrentes no Estado de Santa Catarina, no período de 1991 a 2010----------------------------------------------------------------------------- 81
Gráfico 29 - Frequência mensal dos desastres mais recorrentes em Santa Catarina, período de 1991 a 2010-------------------------------------------------------------------------------------------- 81
Gráfico 30 - Municípios mais atingidos de Santa Catarina, classificados pelo total de registros, no período de 1991 a 2010--------------------------------------------------------------------------- 82
Gráfico 31 - Total de danos humanos em Santa Catarina, no período de 1991 a 2010-------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 83
Gráfico 32 - Comparativo de registros de ocorrência de desastres entre as décadas de 1990 e 2000---------------------------------------------------------------------------------------------------- 89
Gráfico 33 - Total de registros coletados entre 1991 e 2010------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------ 89
LISTA DE INFOGRÁFICOS
Infográfico 1 – Municípios atingidos por estiagens e secas em Santa Catarina, período de 1991 a 2010------------------------------------------------------------------------------------------------ 32
Infográfico 2 – Municípios atingidos por inundações bruscas no Estado de Santa Catarina, período de 1991 a 2010----------------------------------------------------------------------------------- 39
Infográfico 3 – Municípios atingidos por inundação gradual no Estado de Santa Catarina, período de 1991 a 2010------------------------------------------------------------------------------------ 46
Infográfico 4 – Municípios atingidos por vendavais e/ou ciclones em Santa Catarina, no período de 1991 a 2010-------------------------------------------------------------------------------------- 52
Infográfico 5 – Municípios atingidos por granizos no Estado de Santa Catarina, período de 1991 a 2010----------------------------------------------------------------------------------------------- 58
Infográfico 6 – Municípios atingidos por geadas no Estado de Santa Catarina, período de 1991 a 2010------------------------------------------------------------------------------------------------- 63
Infográfico 7 – Municípios atingidos por tornados no Estado de Santa Catarina, no período de 1991 a 2010------------------------------------------------------------------------------------------- 66
Infográfico 8 – Municípios atingidos por movimentos de massa em Santa Catarina, período de 1991 a 2010------------------------------------------------------------------------------------------- 70
Infográfico 9 – Municípios atingidos por erosão fluvial no Estado de Santa Catarina, período de 1991 a 2010------------------------------------------------------------------------------------------ 71
Infográfico 10 – Municípios atingidos por erosão marinha, no Estado de Santa Catarina, período 1991 a 2010----------------------------------------------------------------------------------------- 74
Infográfico 11 – Municípios atingidos por incêndio no Estado de Santa Catarina, período de 1991 a 2010---------------------------------------------------------------------------------------------- 76
LISTA DE MAPAS
Mapa 1 - Político do Estado de Santa Catarina-------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 18
Mapa 2 - Desastres naturais causados por estiagem e seca em Santa Catarina no período de 1991 a 2010---------------------------------------------------------------------------------------------- 28
Mapa 3 - Desastres naturais causados por inundações bruscas em Santa Catarina no período de 1991 a 2010------------------------------------------------------------------------------------------ 36
Mapa 4 - Desastres naturais causados por inundações graduais em Santa Catarina no período de 1991 a 2010---------------------------------------------------------------------------------------- 44
Mapa 5 - Desastres naturais causados por vendaval e/ou ciclone em Santa Catarina, no período de 1991 a 2010--------------------------------------------------------------------------------------- 50
Mapa 6 - Desastres naturais causados por granizos em Santa Catarina no período de 1991 a 2010------------------------------------------------------------------------------------------------------ 56
Mapa 7 - Desastres naturais causados por geada em Santa Catarina no período de 1991 a 2010-------------------------------------------------------------------------------------------------------- 62
Mapa 8 - Desastres naturais causados por tornado em Santa Catarina no período de 1991 a 2010------------------------------------------------------------------------------------------------------ 64
Mapa 9 - Desastres naturais causados por movimentos de massa em Santa Catarina no período de 1991 a 2010-------------------------------------------------------------------------------------- 68
Mapa 10 - Desastres naturais causados por erosão fluvial, erosão marinha e incêndio em Santa Catarina, no período de 1991 a 2010---------------------------------------------------------------- 72
Mapa 11 - Total de Registros de desastres naturais por município de Santa Catarina, no período de 1991 a 2010-------------------------------------------------------------------------------------- 80
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Classificação dos desastres naturais quanto à origem------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 14
Tabela 2 - População, taxa de crescimento, densidade demográfica e taxa de urbanização, segundo as Grandes Regiões do Brasil – 2000/2010----------------------------------------------------- 21
Tabela 3 - População, taxa de crescimento e taxa de população urbana e rural, segundo a Região Sule Unidades da Federação – 2000/2010-------------------------------------------------------- 22
Tabela 4 - Produto Interno Bruto per Capita, segundo a Região Sul e Unidades da Federação – 2004/2008--------------------------------------------------------------------------------------------- 22
Tabela 5 - Déficit Habitacional Urbano em Relação aos DomicíliosParticulares Permanentes, Segundo Brasil, Região Sul e Unidades da Federação - 2008------------------------------------------ 23
Tabela 6 - Distribuição percentual do Déficit Habitacional Urbano por Faixas de Renda Média Familiar Mensal, Segundo Região Sul e Unidades da Federação- FJP/2008------------------------- 23
Tabela 7 - Pessoas de 25 anos ou mais de idade, total e respectiva distribuição percentual, por grupos de anos de estudo-Brasil, Região Sul e Estado de Santa Catarina – 2009------------------ 23
Tabela 8 - Taxas de fecundidade total, bruta de natalidade, bruta de mortalidade, de mortalidade infantil e esperança de vida ao nascer, por sexo - Brasil, Região Sul e Unidades da Federação – 2009-- 23
Tabela 9 – Registros de desastres naturais por evento, nos municípios de Santa Catarina, no período de 1991 a 2010------------------------------------------------------------------------------------------ 84
SUMÁRIO
17
27
29
35
43
49
55
INTRODUÇÃO
O ESTADO DE SANTA CATARINA
DESASTRES NATURAIS EM SANTA CATARINA DE 1991 A 2010
GRANIZO
ESTIAGEM E SECA
INUNDAÇÃO BRUSCA
INUNDAÇÃO GRADUAL
VENDAVAL E/OU CICLONE
TORNADO 65
61GEADA
DIAGNÓSTICO DOS DESASTRES NATURAIS NO ESTADO DE SANTA CATARINA
CONSIDERAÇÕES FINAIS
79
89
13
MOVIMENTOS DE MASSA 67
EROSÃO FLUVIAL, EROSÃO MARINHA E INCÊNDIO FLORESTAL 71
Fonte: Secretaria de Turismo de Santa Catarina
13
Atlas Brasileiro de Desastres Naturais | 1991 a 2010 | Volume Santa Catarina
INTRODUÇÃO
INTRODUÇÃO
No Brasil, as informações oficiais sobre um desastre
podem ocorrer pela emissão de dois documentos distintos, não
obrigatoriamente dependentes: o Formulário de Notificação
Preliminar de Desastre (NOPRED) e/ou o Formulário de Avaliação
de Danos (AVADAN). Quando um município encontra-se em
situação de emergência ou calamidade pública, um representante
da Defesa Civil do município preenche o documento e o envia
simultaneamente para a Coordenadoria Estadual de Defesa Civil
e para a Secretaria Nacional de Defesa Civil.
Após a emissão de um dos dois documentos, ocorre a
oficialização da ocorrência do desastre por meio de um Decreto
Municipal exarado pelo Prefeito. Quando não é possível preencher
um dos dois documentos, o Prefeito Municipal pode oficializar a
ocorrência de um desastre diretamente pela emissão do Decreto.
Em seguida, ocorre a homologação do Decreto pela
divulgação de uma Portaria no Diário Oficial da União, emitida
pelo Secretário Nacional de Defesa Civil ou Ministro da Integração
Nacional, como forma de tornar pública e reconhecida uma
situação de emergência ou um estado de calamidade pública. A
Figura 1 ilustra o processo de informações para a oficialização de
um registro de um desastre.
Figura 1 - Esquema do registro de desastres
O Relatório de Danos foi um documento para registro
oficial utilizado pela Defesa Civil até meados de 1990, sendo
substituído, posteriormente, pelo AVADAN. Os documentos
são armazenados em meio físico, de responsabilidade das
Coordenadorias Estaduais de Defesa Civil.
A relevância da pesquisa refere-se à importância que
deve ser dada ao ato de registrar e armazenar, de forma precisa,
integrada e sistemática, os eventos adversos ocorridos no país.
Até o momento da pesquisa, não foram evidenciados bancos de
dados ou informações sistematizadas sobre o contexto brasileiro
de ocorrências e controle de desastres no Brasil.
Assim, a pesquisa justifica-se pela construção pioneira
do resgate histórico e ressalta a importância dos registros pelos
órgãos federais, distrital, estaduais e municipais de Defesa Civil,
para que estudos abrangentes e discussões sobre as causas e
intensidade dos desastres possam contribuir para a construção
de uma cultura de proteção civil.
Levantamento de Dados
Entre outubro de 2010 a maio de 2011, pesquisadores
do CEPED UFSC visitaram as 26 capitais brasileiras para obter os
documentos oficiais de registros de desastres disponibilizados
pelas Coordenadorias Estaduais de Defesa Civil. Os
pesquisadores também foram à Secretaria Nacional de Defesa
Civil para coletar os registros arquivados. Primeiramente, todas
as Coordenadorias Estaduais receberam um ofício da Secretaria
Nacional de Defesa Civil comunicando o início da pesquisa e
solicitando a cooperação no levantamento dos dados.
Como na maioria dos Estados os registros são realizados
em meio físico e arquivados, os pesquisadores utilizaram como
equipamento de apoio um scanner portátil para transformar em
meiodigitalosdocumentosdisponibilizados.Foramdigitalizados
os documentos datados entre 1991 e 2010, possibilitando o
resgate histórico dos últimos 20 anos de registros de desastres
no Brasil. Os documentos oficiais encontrados consistem em
relatório de danos, AVADANs, NOPREDs, decretos e portarias.
Como forma de minimizar as lacunas de informações,
foram coletados documentos em arquivos e banco de dados
do Ministério da Integração Nacional e Secretaria Nacional de
Defesa Civil, por meio de consulta de palavras-chave “desastre”,
“situação de emergência” e “calamidade”.
Tratamento dos Dados
Para compor a base de dados do Atlas Brasileiro de Desastres
Naturais e a fim de evitar a duplicidade de registros, os documentos
foram selecionados de acordo com a escala de prioridade da Figura 2.
Figura 2 – Hierarquização de Documentos
Fonte: Própria pesquisa, 2011.
Fonte: Própria pesquisa, 2011.
Os documentos selecionados foram nomeados com
base em um código formado por 5 campos (Figura 3), que
permitem a identificação da:
1 – Unidade Federativa
2 – Tipo do documento:
A – AVADAN
N – NOPRED
R – Relatório de danos
P – Portaria
D – Decreto municipal ou estadual
O – Outros documentos (tabelas, ofícios, etc.)
3 – Código do município estabelecido pelo IBGE
4 – Codificação de desastres, ameaças e riscos (CODAR)
5 – Data de ocorrência do desastre (ano/mês/dia).
Quando não possível identificar refere-se a data de homologação
do decreto ou elaboração do relatório.
15
Atlas Brasileiro de Desastres Naturais | 1991 a 2010 | Volume Santa Catarina
INTRODUÇÃO
Produção de Mapas Temáticos
Com o objetivo de possibilitar a análise dos dados,
foram desenvolvidos mapas temáticos para espacializar e
representar a ocorrência dos eventos. Utilizou-se a base de
dados georreferenciada do Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE, 2005), como referência para a produção dos
mapas. Assim, os mapas que compõem a análise dos dados por
Estado, são:
• Mapa Político do Estado;
• Mapas temáticos para cada tipo de desastre;
• Mapa temático com o total de registros no Estado.
Análise dos Dados
A partir dos dados coletados para cada Estado, foram
desenvolvidos mapas, gráficos e tabelas que possibilitaram
construir um panorama espaço-temporal sobre a ocorrência de
desastres. Quando encontradas fontes teóricas que permitissem
caracterizar os aspectos geográficos do Estado, como clima,
vegetação e relevo, as análises puderam ser complementadas.
Os aspectos socioeconômicos do Estado também compuseram
uma fonte de informações sobre as características locais.
A análise consiste na breve caracterização dos aspectos
geográficos do Estado, avaliação dos registros de desastres e
avaliação dos danos humanos relativos às ocorrências, com a
utilização de mapas e gráficos para elucidar a informação. Assim,
as informações do Atlas são apresentadas em três capítulos:
Capítulo 1 – Apresentação do Estado, mapa político,
aspectos geográficos e demográficos;
Capítulo 2 – Análise dos desastres naturais do Estado
entre 1991-2010, mapas temáticos e análise de cada desastre
ocorrido, gráficos relacionados aos registros de desastres e
danos humanos;
Capítulo 3 – Diagnóstico dos desastres naturais no
Estado, mapa temático contendo todos os registros desastres
ocorridos entre 1991-2010 e gráficos de todos os desastres
recorrentes.
A análise apresenta uma descrição do contexto onde os
eventos ocorreram e permitem subsidiar os órgãos competentes
para ações de prevenção e reconstrução. Assim, o Atlas
Brasileiro de Desastres Naturais consiste em uma fonte para
pesquisas e consultas, pois reúne informações sobre os eventos
adversos registrados no território nacional o que contribui para
a construção de conhecimento.
Limitações da pesquisa
As principais dificuldades encontradas na pesquisa,
foram: as condições de acesso, as lacunas de informações por
mau preenchimento, banco de imagens e referencial teórico
para a caracterização geográfica de cada Estado, além da
armazenagem inadequada dos formulários, muitos guardados
em locais sujeitos a fungos e à umidade.
Por meio da realização da pesquisa, evidenciaram-se
algumas fragilidades quanto ao processo de gerenciamento das
informações sobre os desastres brasileiros, como:
• A ausência de unidades e campos
padronizados para as informações declaradas
pelos documentos;
• Ausência de sistema de coleta sistêmica e
armazenamento dos dados;
• Cuidado quanto ao registro e integridade
histórica;
• Dificuldades na interpretação do tipo de
desastre pelos responsáveis pela emissão dos
documentos;
• Dificuldades de consolidação, transparência e
acesso aos dados.
Cabe ressaltar que o aumento do número de registros a
cada ano pode estar relacionado à evolução dos órgãos de Defesa
Civil quanto ao registro de desastres nos documentos oficiais.
Assim, acredita-se que pode haver carência de informações sobre
os desastres ocorridos no território nacional, principalmente entre
1991 e 2001, período anterior ao formulário AVADAN.
O Estado de Santa Catarina
Fonte: Secretaria de Turismo de Santa Catarina
18
Atlas Brasileiro de Desastres Naturais | 1991 a 2010 | Volume Santa Catarina
O ESTADO DE SANTA CATARINA
!
Lages
Mafra
Taió
Itaiópolis
Urubici
São Joaquim
Joinville
Capão Alto
Painel
Água Doce Caçador
Campos Novos
Canoinhas
Bom Retiro
Santa Cecília
Imaruí
Curitibanos
Calmon
Concórdia
Irani
Lebon Régis
Abelardo Luz
Porto União
Apiúna
Orleans
Chapecó
Rio Negrinho
Garuva
Papanduva
Itá
Indaial
Otacílio Costa
Itajaí
Laguna
Içara
Irineópolis
Angelina
Fraiburgo
Anitápolis
Ponte Alta
Corupá
Videira
Campo Belo do Sul
Gaspar
Seara
Blumenau
Correia Pinto
Palhoça
Tangará
Passos Maia
São José do Cerrito
Xaxim
Alfredo Wagner
Ilhota
Araquari
Vargem
Xanxerê
Santa Terezinha
Bom Jardim da Serra
Major Vieira
Ouro
Campo Erê
Timbó Grande
Turvo
Itapoá
Palmitos
Biguaçu
Anita Garibaldi
Tijucas
Ponte Serrada
Monte Castelo
Ipuaçu
Urupema
Três Barras
Tubarão
Paulo Lopes
Rio dos Cedros
Ipira
Jaraguá do Sul
Rio do Campo
Campo Alegre
Matos Costa
Bocaina do Sul
Brusque
Botuverá
Cerro Negro
Caibi
São Bonifácio
Florianópolis
Palmeira
Ibirama
Nova Trento
Grão Pará
Brunópolis
José Boiteux
Ituporanga
Jaguaruna
Aurora
Macieira
Mirim Doce
Zortéa
Quilombo
Araranguá
Palma Sola
Ipumirim
Descanso
Guaraciaba
São Bento do Sul
Salete
Itapiranga
Capinzal
Jaborá Joaçaba
Vitor Meireles
Rio Rufino
Petrolândia
Mondaí
Ibiam
Vidal Ramos
Criciúma
Lontras
Benedito Novo
Anchieta
Rio Fortuna
Luiz Alves
Timbé do Sul
Meleiro
Jacinto Machado
Massaranduba
Rio
do
Sul
Siderópolis
Riqueza
Paraíso
Doutor Pedrinho
Rio das Antas
Pouso Redondo
Ibicaré
Urussanga
Camboriú
Nova Veneza
Lauro Muller
Treviso
Xavantina
Praia Grande
Irati
Timbó
Ponte Alta do Norte
Saudades
Dionísio Cerqueira
Major Gercino
Gravatal
Guatambú
Saltinho
Rio do Oeste
Romelândia
Cunha Porã
Erval Velho
Imbuia
Armazém
Rodeio
Maravilha
Piratuba
Paial
Galvão
Jupiá
Sombrio
Abdon Batista
São Martinho
Arabutã
São Cristovão do Sul
Catanduvas
Ouro Verde
Iomerê
Presidente Getúlio
Monte Carlo
Celso Ramos
Iraceminha
Forquilhinha
Herval D'Oeste
São José do Cedro
Dona Emma
Ascurra
Luzerna
Tunápolis
Witmarsum
Peritiba
Marema
Modelo
São José
Ermo
Atalanta
Sangão
Princesa
Penha
Bela Vista
do Toldo
São
Domingos
São Francisco
do Sul
Guaramirim
Águas Mornas
Imbituba
Leoberto Leal
Pomerode
Vargem Bonita
Vargeão
Agrolândia
Morro Grande
Faxinal
dos
Guedes
Guabiruba
Treze Tílias
Antônio Carlos
Rancho Queimado
Coronel
Freitas
São Lourenço
do Oeste
Canelinha
São Carlos
Braço do Norte
Schroeder
Iporã do Oeste
Lindóia do Sul
São João Batista
Santo Amaro
da Imperatriz
Presidente Nereu
Frei Rogério
Bandeirante
Balneário
Piçarras
Barra VelhaSul
Brasil
Garopaba
Agronômica
Treze de Maio
São Miguel
do Oeste
São João do Sul
Pinhalzinho
Pedras Grandes
Entre Rios
Santa Rosa de Lima
Arvoredo
Belmonte
Novo Horizonte
Navegantes
São
Bernardino
Serra
Alta
Nova
Itaberaba
Porto Belo
São João
do Oeste
Caxambu do Sul
Salto Veloso
São Ludgero
Balneário Gaivota
Santa Rosa do Sul
Arroio Trinta
Barra Bonita
Laurentino
São João
do Itaperiú
Águas de
Chapecó
Itapema
Alto Bela
Vista
Maracajá
Coronel
Martins
Guarujá do Sul
Águas
Frias
Tigrinhos
Formosa
do Sul
Cunhataí
União do
Oeste
Santa Helena
São Pedro
de Alcântara
Passo de Torres
Bom
Jesus
Trombudo
Central
Jardinópolis
Cocal do Sul
Cordilheira
Alta
Chapadão
do Lageado
Lacerdópolis
Balneário
Barra do Sul
Morro da Fumaça
Santiago
do Sul
Pinheiro Preto
Nova
Erechim
Braço do
Trombudo
Planalto
Alegre
Flor do Sertão
Lajeado
Grande
Santa Terezinha
do Progresso
Balneário Arroio do Silva
Governador
Celso Ramos
Bom Jesus
do Oeste
Bombinhas
Capivari de Baixo
São Miguel
da Boa Vista
Presidente
Castelo Branco
Balneário Camboriú
ArgentinaArgentina
SERRANA
OESTE CATARINENSE
VALE DO ITAJAI
NORTE CATARINENSE
SUL CATARINENSE
GRANDE FLORIANOPOLIS
R i o G r a n d e d o S u lR i o G r a n d e d o S u l
P a r a n áP a r a n á
49°W
49°W
51°W
51°W
53°W
53°W
26°S 26°S
28°S 28°S
MAPA 1 - POLÍTICO DO ESTADO DE SANTA CATARINA
40°W70°W
0°
30°S
MAPA DE LOCALIZAÇÃO DE SANTA CATARINA NO BRASIL
Convenções
! Capital
Mesorregião
Divisão Municipal
Curso d´água1:75000000
µ0 17,5 35 52,5 70 87,5 km
1:1750000
Projeção Policônica
Datum: SIRGAS 2000
Meridiano Central: 51° W. Gr.
Paralelo de Referência: 0°
Base cartográfica digital: IBGE 2005.
Dados de Desastres Naturais gerados
a partir do levantamento do Planejamento
Nacional para Gestão do Risco - PNGR
CEPED UFSC 2010/2011.
Elaborado por Renato Zetehaku Araujo
O C E A N OO C E A N O
A T L Â N T I C OA T L Â N T I C O
19
Atlas Brasileiro de Desastres Naturais | 1991 a 2010 | Volume Santa Catarina
O ESTADO DE SANTA CATARINA
Figura 4 – Cânion do Itambezinho
Fonte: Secretaria de Turismo de Santa Catarina.
Tabuleiro e Tijucas. Esta região, colonizada por açorianos no século
XVIII, tem um relevo litorâneo recortado com baías, manguezais,
lagunas e praias. As principais cidades são Florianópolis e São
José, sendo a pesca e o turismo as atividades econômicas mais
importantes (GOVERNO DO ESTADO DE SANTA CATARINA, 2002).
A Mesorregião Sul Catarinense é composta por 44
municípios distribuídos em três microrregiões: Araranguá,
Criciúma e Tubarão. De colonização predominante italiana, o
extrativismo mineral e indústria cerâmica são suas principais
atividades econômicas. Suas principais cidades são Criciúma,
Tubarão, Gravatal, Araranguá e Urussanga (GOVERNO DO
ESTADO DE SANTA CATARINA, 2002).
A Mesorregião Serrana, única que é limítrofe de todas
as demais mesorregiões, é formada por 30 municípios divididos
em duas microrregiões: Campo de Lages e Curitibanos. Além
do turismo rural tem como atividades econômicas a pecuária
e a indústria florestal. Os principais municípios são Lages, São
Joaquim, Urubici e Bom Jardim da Serra (GOVERNO DO ESTADO
DE SANTA CATARINA, 2002).
Por fim, a Mesorregião Oeste Catarinense, composta
por 118 municípios, é formada por duas regiões (Oeste e Meio-
Oeste) e cinco microrregiões: Chapecó, Concórdia, Joaçaba, São
Miguel do Oeste e Xanxerê. Os campos da Região Oeste são o
“celeiro” de Santa Catarina, de onde sai boa parte da produção
brasileira de grãos, aves e suínos. Os principais municípios
são Chapecó, Xanxerê, Concórdia e São Miguel do Oeste. Na
Região Meio-Oeste situam-se comunidades de pequeno e
médio porte, colonizadas por imigrantes italianos, alemães,
austríacos e japoneses. Sua atividade econômica está baseada
na agroindústria, criação de bovinos e produção de maçã, como
também há indústrias expressivas do polo metal-mecânico. As
principais cidades são Joaçaba, Videira, Caçador, Treze Tílias,
Curitibanos, Fraiburgo e Campos Novos (GOVERNO DO ESTADO
DE SANTA CATARINA, 2002).
O relevo catarinense caracteriza-se por planícies, que não
ultrapassam 200 metros, principalmente em toda a faixa litorânea
(planície costeira), formada por sedimentos trazidos pelos rios e
pelas marés, e planícies fluviais, principalmente no trecho do vale
O ESTADO DE SANTA CATARINA
Caracterização Geográfica
Santa Catarina pertence à Região Sul do Brasil, que é
composta pelos Estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande
do Sul, e localiza-se entre os paralelos 26º00’08”S e 29º21’03”S
e os meridianos 48º21’30”W e 53º50’09”W (IBGE, 2010a).
Limita-se ao norte com o Estado do Paraná, ao sul com
o Estado do Rio Grande do Sul, a leste com o Oceano Atlântico
e a oeste com a Argentina. Apresenta uma extensão territorial
de 95.346,181 km², sendo o 20º maior estado brasileiro em
dimensão territorial, correspondente a 1,12% da área do país e
16,54% da Região Sul (IBGE, 2010a).
Ao todo, são 293 municípios no Estado, com capital no
município de Florianópolis, localizado no litoral, sendo o segundo
mais populoso do Estado, com 421.240 habitantes (IBGE, 2010c).
Santa Catarina se divide em cinco mesorregiões: Norte
Catarinense, Vale do Itajaí, Grande Florianópolis, Sul Catarinense,
Serrana e Oeste Catarinense, conforme apresenta o Mapa 1
(Político do Estado de Santa Catarina).
A Mesorregião Norte Catarinense é composta por 26
municípiosagrupadosemtrêsmicrorregiões:Canoinhas,Joinville
e São Bento do Sul. A microrregião de Joinville destaca-se pela
indústria metal-mecânica e as microrregiões de Canoinhas e São
Bento do Sul destacam-se pela forte agricultura e a indústria
madeireira-moveleira. O município principal e o mais populoso
do Estado, com 515.288 habitantes (IBGE, 2010b), é Joinville
(GOVERNO DO ESTADO DE SANTA CATARINA, 2002).
A Mesorregião do Vale do Itajaí é formada por 54
municípios divididos em quatro microrregiões: Blumenau,
Itajaí, Ituporanga e Rio do Sul. De colonização alemã, é polo da
indústria têxtil e de exportação, através do Porto de Itajaí. Os
principais municípios são Blumenau, Gaspar, Pomerode, Indaial,
Itajaí, Brusque e Rio do Sul (GOVERNO DO ESTADO DE SANTA
CATARINA, 2002).
A Mesorregião da Grande Florianópolis é composta por
21 municípios agrupados em três microrregiões: Florianópolis,
20
Atlas Brasileiro de Desastres Naturais | 1991 a 2010 | Volume Santa Catarina
O ESTADO DE SANTA CATARINA
do rio Uruguai, no extremo oeste do Estado, que é uma área
rebaixada formando um grande vale. O rio Uruguai é o principal
agente modelador deste relevo, devido aos processos erosivos ao
longo tempo. Ainda no litoral catarinense, situam-se a Serra do
Mar, no litoral norte, e a Serra do Leste Catarinense, situada mais no
litoral central, com altitudes que variam de 200 a 800 metros, e que
ultrapassam os 900 metros, como no caso do Morro do Cambirela,
com 1.043 metros (SANTA CATARINA, 1986).
O relevo que predomina no Estado são os planaltos, que
ocorrem no interior catarinense, com altitudes entre 800 a 1.000
metros, formados por depósitos vulcânicos da Era Mesozóica, e
que se assentam sobre rochas de arenito. As altitudes mais elevadas
são encontradas nas bordas do planalto, principalmente no trecho
da Serra Geral, onde se situam os pontos mais altos, como o Morro
da Igreja, com 1.822 metros, localizado no município de Urubici, e
o Morro da Boa Vista (SANTA CATARINA, 1986). O Morro da Boa
Vista é o ponto mais alto do Estado e o 3º da Região Sul, com 1.827
metros de altitude (IBGE, 2010). Está situado na região conhecida
como Campo dos Padres, cuja elevação faz parte da divisa dos
municípios de Urubici e Bom Retiro.
Segundo a classificação de Köppen (1948), o clima
catarinense é caracterizado como Subtropical (ou Mesotérmico),
dividido em duas categorias: Cfa – mesotérmico úmido com
verão quente, de leste, pela zona litorânea e a oeste; e Cfb –
mesotérmico úmido com verão brando, distribuindo-se por
toda a região central, de norte a sul do Estado.
Quanto à temperatura, apresenta características
subtropicais. Os valores médios anuais definem a mesotermia,
com valores que variam de 21,8ºC no litoral a 13,0ºC no planalto.
Além de sofrer influência da atuação de massas polares,
conferindo amplitude térmica entre 10 e 7ºC, tem influência da
altimetria (SANTA CATARINA, 1986).
As massas de ar que atuam com maior frequência no
Estado são a Massa Tropical Atlântica e a Massa Polar Atlântica.
As frentes são formadas pelo encontro dessas massas de ar e
são muito frequentes nos meses de inverno. Desse encontro,
ocorrem as chamadas chuvas frontais; já no verão, predominam
as chuvas convectivas. Em algumas cidades, como Joinville, são
frequentes também as chuvas orográficas.
Por sua localização geográfica, o clima do Estado
caracteriza-se por ter as quatro estações bem definidas e
chuvas distribuídas ao longo do ano, não havendo estação
seca. O relevo de Santa Catarina contribui, fundamentalmente,
na distribuição diferenciada da precipitação em distintas áreas
do Estado. Naquelas mais próximas às encostas de montanhas,
as precipitações são mais abundantes, pois a elevação do ar
úmido e quente favorece a formação de nuvens cumuliformes,
resultando no aumento do volume de precipitação local.
Neste sentido, são observados índices maiores de precipitação
nos municípios próximos à encosta da Serra Geral, quando
comparados aos da zona costeira (MONTEIRO, 2001).
A distribuição espacial dos totais pluviométricos anuais
é maior na região oeste, com declínio em direção ao vale do
rio do Peixe, variando de 2.400mm a 1.600mm. Esses valores
mais altos do extremo oeste e oeste catarinense são originados
a partir da interação de todas as massas de ar que atuam no
Estado, além da interferência do relevo, onde a quantidade
precipitada nas áreas próximas ao vale do rio Uruguai é bem
inferior às áreas mais ao norte, próximas às encostas das serras
do Capanema, da Fortuna e do Chapecó, onde ocorrem os
maiores índices pluviométricos do Estado (MONTEIRO, 2001).
No limite do oeste com o planalto ocorre precipitação
anual de 1.800mm. Há também valores elevados no nordeste do
Estado, com 2.000mm na região de Joinville. As pluviosidades
intensas nas regiões da Serra Geral e do Mar, como dito acima,
são determinadas pela influência do relevo. Os totais declinam
em direção ao sul precipitando 1.400mm anuais na região
litorânea até o extremo sul do Estado. Esse total reflete as
modificações locais da circulação atmosférica, com a passagem
livre de ventos vindos do oceano, que em sua rota do mar em
direção à Serra Geral, perde umidade (SANTA CATARINA, 1986).
Com relação à rede hidrográfica, o território catarinense
é drenado por numerosas bacias representadas por dois sistemas
independentes de drenagem: uma vertente dirigida diretamente
para o Oceano Atlântico, a leste do Estado, formando um
conjunto de bacias isoladas, abrangendo 37% do território
catarinense, com destaque para a bacia do rio Itajaí; e a outra,
para oeste, por um sistema integrado do interior, comandada
pela bacia dos rios Paraná-Uruguai, e abrangendo uma superfície
mais vasta, 63,03% da área do Estado, nos domínios do planalto.
A Serra Geral é o grande divisor das águas que drenam para o
rio Uruguai e as que deságuam no Oceano Atlântico. Ao norte
de Santa Catarina, a Serra do Mar serve como divisor entre a
bacia do Iguaçu e as bacias da vertente atlântica que drenam
para o litoral norte (SANTA CATARINA, 1986).
As principais bacias de Santa Catarina são as do rio
Uruguai, do Peixe, das Antas, Peperi-guaçu, Chapecó, voltadas
à vertente do interior (oeste), na vertente leste destacam-se as
bacias dos rios Itajaí-Açu, Cubatão, Tubarão e Araranguá (SANTA
CATARINA, 1986).
O Estado ainda contempla um sistema lagunar na
planície costeira que compreende um conjunto de 47 lagoas,
entre as mais significativas. As formações lacustres de Santa
Catarina são mais frequentes na faixa litorânea situada mais
ao sul do Estado, merecendo destaque o complexo lagunar
formado pelas lagoas do Mirim, Imaruim e de Santo Antônio.
Na ilha de Santa Catarina também se encontram duas lagoas, a
da Conceição e do Peri, com a primeira contendo água salobra
(SANTA CATARINA, 1986).
A cobertura vegetal de Santa Catarina está diretamente
relacionada com a hidrografia, o relevo, com a distância em
relação ao mar e as condições climáticas e edáficas de cada
região. Fazendo parte do Bioma Mata Atlântica, o Estado
apresenta as seguintes regiões fitoecológicas, segundo o Atlas
de Santa Catarina (SANTA CATARINA, 1986):
• Floresta Ombrófila Densa (Mata Atlântica): é
a vegetação encontrada no litoral catarinense e
estende-se nos vales da bacia hidrográfica do rio
Itajaí-Açu, onde a umidade é maior e as chuvas são
mais frequentes. É higrófila, latifoliada, perene, densa
e heterogênea. É bem estratificada, com árvores de
20 a 30 m de altura e importantes como o cedro, ipê
e a figueira. Sua área de ocorrência é formada por
planícies litorâneas, e principalmente por encostas
íngremes da Serra do Mar e Geral, formando vales
profundos e estreitos.
21
Atlas Brasileiro de Desastres Naturais | 1991 a 2010 | Volume Santa Catarina
O ESTADO DE SANTA CATARINA
• Floresta Ombrófila Mista (Mata de Araucárias): aparece
no planalto catarinense, em altitudes superiores a
500m. Sua denominação é dada pela presença de uma
conífera – araucária angustifólia, vulgarmente conhecida
como “pinheiro do Paraná”. É aberta, aciculifoliada e
homogênea. Grande parte desta floresta desapareceu
no século XX, devido às empresas de exploração de
madeira. Possui importantes espécies como a araucária,
a erva-mate e a imbuia. Frequentemente aparece
associada a áreas de campos.
• Floresta Estacional Decidual (Floresta Subtropical do
Uruguai): é a vegetação característica da bacia média e
superior do rio Uruguai e seus afluentes, até as altitudes
de 500 a 600m, ocupando aproximadamente 10.000
km2 do Estado. Predominam as espécies que perdem
suas folhas no outono e inverno, mas há grande número
de espécies perenes. Destaca-se a grápia, o angico
vermelho, o louro-pardo, a canafístula e a guajuvira.
Entre as espécies perenes têm-se as canelas, o pau-
marfim, os camboatás.
• Savana (campos do planalto meridional): vegetação
rasteira, herbácea, de gramíneas cespitosas e
rizomatosas, entremeadas por elementos de arbustos
ou arbóreos formando as florestas de galeria ou
capões. Aparecem em manchas esparsas e em maior
quantidade no Planalto Serrano, em altitudes acima dos
800m, e frequentemente associadas às araucárias. São
mais expressivas, pela extensão, os campos em Lajes,
São Joaquim, Campos Novos, Bom Retiro e Curitibanos.
Os campos catarinenses foram aos poucos ocupados
pela agricultura.
• Formações Pioneiras (Vegetação Litorânea): é
encontrada na faixa costeira, no contato entre o mar e
o continente. Constitui-se principalmente de vegetação
de restinga e dos manguezais, com predominância
herbácea e arbustiva, diretamente ou indiretamente
influenciadas pelo mar. A vegetação de restinga aparece
junto às dunas e praias, com arbustos e gramíneas
esparsos, com raízes alongadas acompanhando a
superfície do solo. Os manguezais são halófitos e
pneumatóforos. Aparecem em áreas onde as águas dos
rios se encontram com as águas do mar, e onde não
haja rebentação de ondas. Ocorrem no litoral norte e
centro do Estado, até o município de Laguna.
No passado, o Estado de Santa Catarina apresentava
85% de sua área originalmente coberta pela Mata Atlântica;
atualmente, situa-se como o terceiro Estado brasileiro com
maior área de remanescentes do Bioma, resguardando cerca
de 1.662.000 hectares, ou 17,46% da área original (CAMPANILI;
PROCHNOW, 2006).
Ao longo dos anos, a cobertura vegetal original
do Estado foi, na sua maior parte, descaracterizada pela
ação antrópica, que desde a colonização vem sendo feita,
principalmente, através de exploração descontrolada das
florestas para a extração de madeiras, bem como pela
implantaçãodeculturascíclicas,alémdaformaçãodepastagens
para a criação extensiva do gado bovino e atualmente, com
o reflorestamento para a comercialização. Segundo dados do
Atlas dos Remanescentes Florestais da Mata Atlântica, para o
período de 2005 a 2008, os desflorestamentos do Bioma Mata
Atlântica no período analisado totalizaram 102.938 hectares
nos 10 dos 17 Estados onde a Mata Atlântica aparece (BA, GO,
MS, MG, ES, RJ, SP, PR, SC e RS). Verifica-se que, em números
absolutos, Santa Catarina foi o Estado que mais desmatou
entre os anos de 2005 a 2008, suprimindo 45.530 hectares de
Mata Atlântica. A porção oeste, junto às formações das matas de
araucárias em Santa Catarina, é a área mais crítica para a Mata
Atlântica apontada pelo Atlas (SOS MATA ATLÂNTICA, 2009).
Dados Demográficos
A Região Sul do Brasil possui uma densidade
demográfica de 48,58 hab/km², a segunda mais alta do Brasil.
Entretanto, possui a menor taxa de crescimento do país, com
9,07%, no período de 2000 a 2010. Já o Estado Santa Catarina
apresenta uma população de 6.249.682 habitantes e densidade
demográfica de 65,29 hab/Km² (Tabela 2).
A população catarinense é predominantemente urbana,
com uma taxa de 84%, característica encontrada também na
Região Sul, com 84,93% e Brasil, com 84,3%% (Tabela 3).
Tabela 2 – População, taxa de crescimento, densidade demográfica e taxa de urbanização, segundo as Grandes Regiões do Brasil – 2000/2010
Grandes Regiões População em 2000 População em 2010
Taxa de
Crescimento
2000 a 2010
Densidade
Demográfica
(2010) (hab/km²)
Taxa de Pop.
Urbana - 2010
BRASIL 169,799,170 190,732,694 12.33% 22.43 84.36%
Região Norte 12,900,704 15,865,678 22.98% 4.13 73.53%
Região Nordeste 47,741,711 53,078,137 11.18% 34.15 73.13%
Região Sudeste 72,412,411 80,353,724 10.97% 86.92 92.95%
Região Sul 25,107,616 27,384,815 9.07% 48.58 84.93%
Santa Catarina 5,356,360 6,249,682 16.68% 84,00 16.00%
Região Centro-Oeste 11,636,728 14,050,340 20.74% 8.75 88.81%
Fonte: IBGE, Censo Demográfico de2000 e 2010
22
Atlas Brasileiro de Desastres Naturais | 1991 a 2010 | Volume Santa Catarina
O ESTADO DE SANTA CATARINA
em razão da precariedade das construções ou do desgaste
da estrutura física, correspondeu a 5.546.310 milhões de
domicílios, dos quais 4.629.832 milhões estão localizados
nas áreas urbanas. Em relação ao estoque de domicílios
particulares permanentes do país, o déficit corresponde a
9,6%. No Estado de Santa Catarina, o déficit habitacional,
em 2008, era de 140.770 mil domicílios, dos quais 123.747
mil localizados nas áreas urbanas e 17.023 nas áreas rurais
(Tabela 5).
Em relação ao estoque de domicílios particulares
permanente do Estado, o déficit corresponde a 7,2%. Se
comparados aos percentuais de domicílios particulares
dos demais estados da região, é o mais alto e acima do
percentual regional, 6,5%, no entanto abaixo do nacional,
9,6%, conforme a Tabela 5.
Déficit habitacional urbano em 2008, segundo faixas de
renda familiar em salários mínimos
A análise dos dados refere-se à faixa de renda
média familiar mensal em termos de salários mínimos sobre
o déficit habitacional. O objetivo é destacar os domicílios
urbanos precários e sua faixa de renda, alvo preferencial de
políticas públicas que visem à melhoria das condições de
vida da população mais vulnerável.
No Estado de Santa Catarina, as desigualdades sociais
estão expressas pelos indicadores do déficit habitacional,
segundo faixa de renda. Os dados mostram que a renda
familiar mensal das famílias é muito baixa, onde 76,6%
recebem uma renda mensal de até 3 salários mínimos. Na
Região Sul, representa 83,4%, enquanto a média no Brasil é
de 89,6% das famílias (Tabela 6).
Escolaridade
A média de anos de estudo do segmento etário que
compreende as pessoas acima de 25 anos ou mais de idade
revela a escolaridade de uma sociedade, segundo IBGE (2010).
2
Déficit Habitacional: o conceito de déficit habitacional utilizado está ligado diretamente às
deficiências do estoque de moradias. Inclui ainda a necessidade de incremento do estoque, em
função da coabitação familiar forçada (famílias que pretendem constituir um domicilio unifami-
liar), dos moradores de baixa renda com dificuldade de pagar aluguel e dos que vivem em casas
e apartamentos alugados com grande densidade. Inclui-se ainda nessa rubrica a moradia em
imóveis e locais com fins não residenciais. O déficit habitacional pode ser entendido, portanto,
como déficit por reposição de estoque e déficit por incremento de estoque. O conceito de do-
micílios improvisados engloba todos os locais e imóveis sem fins residenciais e lugares que
servem como moradia alternativa (imóveis comerciais, embaixo de pontes e viadutos, carcaças
de carros abandonados e barcos e cavernas, entre outros), o que indica claramente a carência de
novas unidades domiciliares. Fonte: Fundação João Pinheiro/ Déficit Habitacional no Brasil/2008.
Tabela 4 – Produto Interno Bruto per Capita, segundo a Região Sul e Unidades da Federação – 2004/2008
2004 2005 2006 2007 2008
Taxa de
Variação
2004/2008
BRASIL 10,692.19 11,658.10 12,686.60 14,464.73 15,989.75 49.55%
Sul 12,676.91 13,205.97 14,156.15 16,564.00 18,257.79 44.00%
Paraná 12,079.83 12,344.44 13,151.98 15,711.20 16,927.98 40.00%
Santa Catarina 13,403.29 14,542.79 15,633.20 17,834.00 20,368.64 52.00%
Rio Grande do Sul 12,850.07 13,298.02 14,304.83 16,688.74 18,378.17 43.00%
PIB PER CAPITA EM R$
Abrangência Geográfica
Fonte: IBGE, 2004/2008.
Tabela 3 – População, taxa de crescimento e taxa de população urbana e rural, segundo a Região Sule Unidades da Federação – 2000/2010
2000 2010
BRASIL 169,799,170 190,732,694 12.33% 84.30% 15.70%
Região Sul 25,107,616 27,384,815 9.07% 84.70% 15.30%
Paraná 9,563,458 10,439,601 9.16% 85.10% 14.90%
Santa Catarina 5,356,360 6,249,682 16.68% 84.00% 16.00%
Rio Grande do Sul 10,187,798 10,695,532 4.98% 85.30% 14.70%
Taxa de População
Urbana (2010)
Taxa de População
Rural (2010)
Abrangência Geográfica
População Crescimento
(2000-2010)
Fonte: IBGE, Censo Demográfico de 2000 e 2010.
Produto Interno Bruto
O PIB1
per capita do Estado de Santa Catarina, segundo
dados da Tabela 4, cresceu em média 52%, entre 2004 a 2008,
acima da média da Região Sul, em torno de 44%, e da média do
Brasil, em torno de 50%
No ano de 2008, o PIB per capita era de – R$ 20.368,64 –
maior que a média regional - R$ 18.257,79 – e que a média nacional
¹ PIB – Produto Interno Bruto: É o total dos bens e serviços produzidos pelas unidades produ-
toras residentes destinadas ao consumo final sendo, portanto, equivalente à soma dos valores
adicionados pelas diversas atividades econômicas acrescida dos impostos sobre produtos. O PIB
também é equivalente à soma dos consumos finais de bens e serviços valorados a preço de mer-
cado sendo, também, equivalente à soma das rendas primárias. Pode, portanto, ser expresso por
três óticas: a) da produção – o PIB é igual ao valor bruto da produção, a preços básicos, menos o
consumo intermediário, a preços de consumidor, mais os impostos, líquidos de subsídios, sobre
produtos; b) da demanda – o PIB é igual a despesa de consumo das famílias, mais o consumo
do governo, mais o consumo das instituições sem fins de lucro a serviço das famílias (consumo
final), mais a formação bruta de capital fixo, mais a variação de estoques,mais as exportações de
bens e serviços, menos as importações de bens e serviços; c) da renda – o PIB é igual à remu-
neração dos empregados, mais o total dos impostos, líquidos de subsídios, sobre a produção e
a importação, mais o rendimento misto bruto, mais o excedente operacional bruto. IBGE / 2008.
– R$15.989,75. O mais alto entre todos os estados da Região Sul.
No mesmo período, a taxa de variação foi de 52% (Tabela 4).
Indicadores Sociais Básicos
Déficit Habitacional no Brasil2
No Brasil, em 2008, o déficit habitacional urbano, que
engloba as moradias sem condições de serem habitadas,
23
Atlas Brasileiro de Desastres Naturais | 1991 a 2010 | Volume Santa Catarina
O ESTADO DE SANTA CATARINA
Tabela 5 – Déficit Habitacional Urbano em Relação aos DomicíliosParticulares
Permanentes, Segundo Brasil, Região Sul e Unidades da Federação – 2008
Brasil 5.546.310 4.629.832 916.478 9.6%
Sul 580.893 519.080 61.813 6,50%
Paraná 213.157 192.726 20.431 6,30%
Santa Catarina 140.770 123.747 17.023 7,20%
Rio Grande do
Sul
226.966 202.607 24.359 6,20%
Abrangência
Geográfica
Déficit Habitacional - Valores Absolutos – 2008
Total Urbano Rural
Percentual em
Relação aos
Domicílios
Particulares
Permanentes
Fonte: IBGE, 2004/2008.
O indicador de escolaridade no Estado de Santa
Catarina pode ser visto pelo percentual de analfabetos (7,1%),
de analfabetos funcionais (10,2%), ou seja, pessoas com até 3
anos de estudos, e os de baixa escolaridade (27,3%), compondo
um indicador formado pelos sem escolaridade, com muito
baixa e baixa escolaridade, que, na soma, corresponde a
37,5% da população acima de 25 anos (Tabela 7).
Esperança de Vida ao Nascer3
No Estado de Santa Catarina, o indicador de esperança
de vida – 75,8 anos – está acima da média nacional – 73,1 anos
– e da regional – 75,2 anos – e é o mais alto entre os estados
da região. O indicador taxa de fecundidade – 2,08% - está
acima do regional – 1,92% - e do nacional – 1,94 – e é a mais
alta entre os estados da região. O indicador taxa bruta de
natalidade – 12,54% - está acima do regional – 12,34% - mas
abaixo do nacional – 15,77% - é o mediano entre os estados
Tabela 6 – Distribuição percentual do Déficit Habitacional Urbano por
Faixas de Renda Média Familiar Mensal, Segundo Região Sul e Unidades
da Federação- FJP/2008
BRASIL 5.546.310 4.629.832 916.478 9,60%
Norte 555.130 448.072 107.058 13,80%
Rondônia 31.229 29.609 1.620 6,90%
Acre 19.584 17.370 2.214 10,50%
Amazonas 132.224 120.363 11.861 17,10%
Roraima 13.969 13.333 636 12,00%
Pará 284.166 217.408 66.758 14,70%
Amapá 14.277 13.223 1.054 8,70%
Tocantins 59.681 36.766 22.915 15,80%
Abrangência
Geográfica
Déficit Habitacional - Valores Absolutos – 2008
Total Urbano Rural
Percentual em
Relação aos
Domicílios
Particulares
Permanentes
Fonte: Fundação João Pinheiro/ Déficit Habitacional no Brasil 2008 – Minis-
tério das Cidades.
3
No Brasil, o aumento de esperança de vida ao nascer, em combinação com a queda do nível
geral de fecundidade, resulta no aumento absoluto e relativo da população idosa. A taxa de
fecundidade total corresponde ao número médio de filhos que uma mulher teria no final do
seu período fértil. Essa taxa, no Brasil, vem diminuindo nas últimas décadas, e sua redução
reflete a mudança que vem ocorrendo no processo de urbanização e na entrada da mulher no
mercado de trabalho.
da região. O indicador taxa bruta de mortalidade – 5,56% -
está abaixo do regional – 6,23% -e do nacional – 6,27% - e
é a menor entre os estados da região. O indicador taxa de
mortalidade infantil – 15,0% - está abaixo da média regional
15,1% - e muito abaixo da média nacional – 22,5% - e é o
mediano da região (Tabela 8).
Tabela 7 – Pessoas de 25 anos ou mais de idade, total e respectiva distribui-
ção percentual, por grupos de anos de estudo-Brasil, Região Sul e Estado de
Santa Catarina – 2009.
Brasil 111,952 12.90% 11.80% 24.80%
Sul 17 060 80.00% 11.00% 28.90%
Paraná 6 466 10.20% 11.90% 24.90%
Santa Catarina 3 773 7.10% 10.20% 27.30%
Rio Grande do
Sul
6 821 6.40% 10.70% 33.60%
Total (1000
pessoas)
Sem
Instrução e
Menos de 1
ano de
Estudo
1 a 3 anos 4 a 7 anos
Abrangência
Geográfica
Pessoas de 25 anos ou mais de idade
Distribuição percentual, por grupos de
anos de estudo
Fonte: IBGE, Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios 2009.
Tabela 8 – Taxas de fecundidade total, bruta de natalidade, bruta de mortalidade, de mortalidade infantil e esperança de vida ao nascer, por sexo - Brasil,
Região Sul e Unidades da Federação – 2009
Total Homens Mulheres
BRASIL 1,94% 15,77% 6,27% 22,5% 73.10 69.40 77.00
Sul 1,92% 12,34% 6,23% 15,10% 75.2 71.9 78.7
Paraná 1,84% 12,98% 5,97% 17,30% 74.7 71.6 77.9
Santa Catarina 2,08% 12,54% 5,56% 15,00% 75.8 72.6 79.1
Rio Grande do Sul 1,93% 11,60% 6,84% 12,70% 75.5 71.9 79.3
Taxa Bruta
de
Mortalidade
Taxa de
Mortalidade
Infantil
Abrangência Geográfica
Esperança de Vida ao Nascer
Taxa de
Fecundidade
Total
Taxa Bruta
de
Natalidade
Fonte: Síntese dos Indicadores Sociais (IBGE, 2009b).
24
Atlas Brasileiro de Desastres Naturais | 1991 a 2010 | Volume Santa Catarina
O ESTADO DE SANTA CATARINA
REFERÊNCIAS
BRASIL. Ministério das Cidades. Secretaria Nacional de Habitação.
Déficit habitacional no Brasil 2008. Brasília: Fundação João
Pinheiro, Centro de Estatística e Informações. 2008. 129p. (Projeto
PNUD-BRA-00/019 – Habitar Brasil – BID). Disponível em:
<http://www.fjp.gov.br/index.php/component/docman/doc_
download/654-deficit-habitacional-no-brasil-2008>. Acesso em: 19
set. 2011.
CAMPANILI, M.; PROCHNOW, M. (Orgs.). Os estados da Mata
Atlântica: Santa Catarina. In: ______. Mata Atlântica: uma rede pela
floresta. Brasília: RMA, 2006. Disponível em:
<http://www.apremavi.org.br/mata-atlantica/uma-rede-pela-
floresta/>. Acesso em: 7 dez. 2011.
IBGE – INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA.
Anuário estatístico do Brasil. v. 70. Rio de Janeiro: IBGE, 2010a.
Disponível em: <http://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/
monografias/GEBIS%20-%20RJ/AEB/AEB2010.pdf>. Acesso em: 19
out. 2011.
IBGE – INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA.
Joinville. In: IBGE Cidades. 2010b. Disponível em: <http://www.ibge.
gov.br/cidadesat>. Acesso em: 1 dez. 2011
IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Florianópolis.
In: IBGE Cidades. 2010c. Disponível em: <http://www.ibge.gov.br/
cidadesat>. Acesso em: 1 dez. 2011.
IBGE – INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA.
Contas regionais do Brasil 2004 - 2008. Tabela 4 - Produto
Interno Bruto a preços de mercado per capita , segundo Grandes
Regiões e Unidades da Federação - 2003-2007. 2008. Disponível
em: <http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/economia/
contasregionais/2003_2007/tabela04.pdf>. Acesso em 19 de set.
2011.
IBGE – INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA.
Pesquisa nacional por amostra de domicílios 2009. 2009a.
Disponível em: <http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/
populacao/trabalhoerendimento/pnad2009/>. Acesso em: 05 set.
2011.
IBGE – INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA.
Sinopse do Censo Demográfico 2010. 2010. Disponível em:
<http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/censo2010/
sinopse.pdf>. Acesso em: 05 set. 2011.
IBGE – INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA.
Síntese de indicadores sociais: uma análise das condições
de vida da população brasileira. Rio de Janeiro: IBGE, 2009b.
(Estudos e Pesquisas: Informação Demográfica e Socioeconômica,
26). Disponível em: <http://www.ibge.gov.br/home/
estatistica/populacao/condicaodevida/indicadoresminimos/
sinteseindicsociais2009/indic_sociais2009.pdf>. Acesso em: 10 set.
2011.
GOVERNO ESTADUAL DE SANTA CATARINA. Regiões 2002.
Disponível em: <http://www.sc.gov.br/>. Acesso em: 1 dez. 2011.
KÖPPEN, W. Climatologia: con un estúdio de los climas de la tierra.
México: Fondo de Cultura Econômica, 1948. 466p.
MONTEIRO, M. A. Caracterização climática do estado de Santa
Catarina: uma abordagem dos principais sistemas atmosféricos que
atuam durante o ano. Geosul, Florianópolis, v. 16, n. 31, p. 69-78,
jan./jun. 2001. Disponível em: <http://150.162.1.115/index.php/
geosul/article/viewFile/14052/12896>. Acesso em: 5 dez. 2011.
SANTA CATARINA. Gabinete de Planejamento e Coordenação Geral.
Atlas de Santa Catarina. Florianópolis, SC: GAPLAN/SUEGI; Rio de
Janeiro: Aerofoto Cruzeiro, 1986. 173p.
SOS MATA ATLÂNTICA. Fundação e INPE divulgam novos dados
do atlas. 2009. Disponível em: <http://www.sosmatatlantica.org.
br/index.php?section=content&action=contentDetails&idConte
nt=392/>. Acesso em: 5 dez. 2011.
Fonte: Banco de Imagens da Studio Digital.
Desastres Naturais em
Santa Catarina de 1991 a 2010
Fonte: Banco de Imagens da Studio Digital.
Fonte: Acervo da Coordenadoria Estadual de Defesa Civil de Pernambuco. Fonte: Acervo da Coordenadoria Estadual de Defesa Civil de Pernambuco.
28
Atlas Brasileiro de Desastres Naturais | 1991 a 2010 | Volume Santa Catarina
ESTIAGEM E SECA
Lages
Mafra
Taió
Itaiópolis
Urubici
São Joaquim
Capão Alto
Painel
Água Doce Caçador
Campos Novos
Canoinhas
Bom Retiro
Santa Cecília
Imaruí
Curitibanos
Calmon
Concórdia
Irani
Lebon Régis
Abelardo Luz
Porto União
Apiúna
Orleans
Chapecó
Rio Negrinho
Papanduva
Itá
Otacílio Costa
Itajaí
Içara
Irineópolis
Fraiburgo
Ponte Alta
Videira
Campo Belo do Sul
Seara
Correia Pinto
Tangará
Passos Maia
São José do Cerrito
Xaxim
Alfredo Wagner
Ilhota
Vargem
Xanxerê
Santa Terezinha
Bom Jardim da Serra
Major Vieira
Ouro
Campo Erê
Timbó Grande
Palmitos
Biguaçu
Anita Garibaldi
Tijucas
Ponte Serrada
Monte Castelo
Ipuaçu
Urupema
Três Barras
Ipira
Rio do Campo
Campo Alegre
Matos Costa
Bocaina do Sul
Cerro Negro
Caibi
Palmeira
Ibirama
Brunópolis
José Boiteux
Ituporanga
Aurora
Macieira
Mirim Doce
Zortéa
Quilombo
Palma Sola
Ipumirim
Descanso
Guaraciaba
São Bento do Sul
Salete
Itapiranga
Capinzal
Jaborá Joaçaba
Vitor Meireles
Rio Rufino
Petrolândia
Mondaí
Ibiam
Vidal Ramos
Criciúma
Lontras
Anchieta
Timbé do Sul
Meleiro
Jacinto Machado
Rio
do
Sul
Siderópolis
Riqueza
Paraíso
Rio das Antas
Pouso Redondo
Ibicaré
Xavantina
Praia Grande
Irati
Ponte Alta do Norte
Saudades
Dionísio Cerqueira
Guatambú
Saltinho
Rio do Oeste
Romelândia
Cunha Porã
Erval Velho
Imbuia
Maravilha
Piratuba
Paial
Galvão
Jupiá
Sombrio
Abdon Batista
Arabutã
São Cristovão do Sul
Catanduvas
Ouro Verde
Iomerê
Presidente Getúlio
Monte Carlo
Celso Ramos
Iraceminha
Forquilhinha
Herval D'Oeste
São José do Cedro
Dona Emma
Ascurra
Luzerna
Tunápolis
Witmarsum
Peritiba
Marema
Modelo
Atalanta
Princesa
Bela Vista
do Toldo
São
Domingos
Leoberto Leal
Vargem Bonita
Vargeão
Agrolândia
Morro Grande
Faxinal
dos
Guedes
Treze Tílias
Rancho Queimado
Coronel
Freitas
São Lourenço
do Oeste
São Carlos
Iporã do Oeste
Lindóia do Sul
Presidente Nereu
Frei Rogério
Bandeirante
Sul
Brasil
Agronômica
São Miguel
do Oeste
São João do Sul
Pinhalzinho
Entre Rios
Arvoredo
Belmonte
Novo HorizonteSão
Bernardino
Serra
Alta
Nova
Itaberaba
Porto Belo
São João
do Oeste
Caxambu do Sul
Salto Veloso
Balneário Gaivota
Santa Rosa do Sul
Arroio Trinta
Barra Bonita
Laurentino
Águas de
Chapecó
Alto Bela
Vista
Maracajá
Coronel
Martins
Guarujá do Sul
Águas
Frias
Tigrinhos
Formosa
do Sul
Cunhataí
União do
Oeste
Santa Helena
Bom
Jesus
Trombudo
Central
Jardinópolis
Cocal do Sul
Cordilheira
Alta
Chapadão
do Lageado
Lacerdópolis
Santiago
do Sul
Pinheiro Preto
Nova
Erechim
Braço do
Trombudo
Planalto
Alegre
Flor do Sertão
Lajeado
Grande
Santa Terezinha
do Progresso
Bom Jesus
do Oeste
São Miguel
da Boa Vista
Presidente
Castelo Branco
ArgentinaArgentina
R i o G r a n d e d o S u lR i o G r a n d e d o S u l
P a r a n áP a r a n á
49°W
49°W
51°W
51°W
53°W
53°W
26°S 26°S
28°S 28°S
MAPA 2 - DESASTRES NATURAIS CAUSADOS POR ESTIAGEM E SECA
EM SANTA CATARINA NO PERÍODO DE 1991 A 2010
Convenções
Mesorregião
Divisão Municipal
Curso d´água
O C E A N OO C E A N O
A T L Â N T I C OA T L Â N T I C O
Número de
registros
1 - 3
4 - 6
7 - 9
10 - 12
13 - 15
Projeção Policônica
Datum: SIRGAS 2000
Meridiano Central: 51° W. Gr.
Paralelo de Referência: 0°
Base cartográfica digital: IBGE 2005.
Dados de Desastres Naturais gerados
a partir do levantamento do Planejamento
Nacional para Gestão do Risco - PNGR
CEPED UFSC 2010/2011.
Elaborado por Renato Zetehaku Araujo
µ0 17,5 35 52,5 70 87,5 km
1:1750000
29
Atlas Brasileiro de Desastres Naturais | 1991 a 2010 | Volume Santa Catarina
ESTIAGEM E SECA
DESASTRES NATURAIS EM SANTA CATARINA DE
1991 A 2010
ESTIAGEM E SECA
Os desastres relativos aos fenômenos de estiagens e
secas compõem o grupo de desastres naturais relacionados à
intensa redução das precipitações hídricas.
O conceito de estiagem está diretamente relacionado
à redução das precipitações pluviométricas, ao atraso dos
períodos chuvosos ou à ausência de chuvas previstas para
uma determinada temporada, em que a perda de umidade
do solo é superior a sua reposição (CASTRO, 2003). A redução
das precipitações pluviométricas relaciona-se com a dinâmica
atmosférica global que comanda as variáveis climatológicas
relativas aos índices de precipitação pluviométrica.
O fenômeno estiagem é considerado existente quando
há um atraso superior a quinze dias do início da temporada
chuvosa e quando as médias de precipitação pluviométricas
mensais dos meses chuvosos permanecem inferiores a 60%
das médias mensais de longo período, da região considerada
(CASTRO, 2003).
A estiagem é um dos desastres de maior ocorrência e
impacto no mundo, devido, principalmente, ao longo período
em que ocorre e a abrangência de grandes áreas atingidas
(GONÇALVES et al., 2006). Assim, enquanto desastre, a estiagem
produz reflexos sobre as reservas hidrológicas locais, causando
prejuízos à agricultura e à pecuária. Dependendo do tamanho da
cultura realizada, da necessidade de irrigação e da importância
desta na economia do município, os danos podem apresentar
magnitudes economicamente catastróficas. Seus impactos na
sociedade, portanto, resultam da relação entre eventos naturais e
as atividades socioeconômicas desenvolvidas na região, por isso
a intensidade dos danos gerados é proporcional à magnitude
do evento adverso e ao grau de vulnerabilidade da economia
local ao evento (CASTRO, 2003).
As estiagens, se comparadas às secas, são menos
intensasecaracterizam-sepelamenorintensidadeepormenores
períodos de tempo. Assim, a forma crônica deste fenômeno é
denominada seca (KOBIYAMA, et al., 2006). A seca, do ponto de
vista meteorológico, é uma estiagem prolongada, caracterizada
por provocar uma redução sustentada das reservas hídricas
existentes (CASTRO, 2003).
Na seca, para que se configure o desastre, é necessária
umainterrupçãodosistemahidrológicodeformaqueofenômeno
adverso atue sobre um sistema ecológico, econômico, social e
cultural, vulnerável à redução das precipitações pluviométricas. O
desastre seca é considerado, também, um fenômeno social, pois
caracteriza uma situação de pobreza e estagnação econômica,
advinda do impacto desse fenômeno meteorológico adverso.
Desta forma, a economia local, sem a menor capacidade de
gerar reservas financeiras ou de armazenar alimentos e demais
insumos, é completamente bloqueada (CASTRO, 2003).
Além de fatores climáticos de escala global, como La
Niña, as características geoambientais podem ser elementos
condicionantes na frequência, duração e intensidade dos danos
e prejuízos desses desastres. As formas de relevo e a altitude da
área,porexemplo,podemcondicionarodeslocamentodemassas
de ar, interferindo na formação de nuvens e, consequentemente,
na precipitação (KOBIYAMA et al., 2006). O padrão estrutural
da rede hidrográfica pode ser também um condicionante físico
que interfere na propensão para a construção de reservatórios
e captação de água. O porte da cobertura vegetal pode ser
caracterizado, ainda, como outro condicionante, pois retém
umidade, reduz a evapotranspiração do solo e bloqueia a
insolação direta no solo, diminuindo também a atuação do
processo erosivo (GONÇALVES et al., 2004).
Dessa forma, situações de secas e estiagens não são
necessariamente consequências somente de índices pluviais
abaixo do normal ou de teores de umidade de solos e ar
deficitários. Pode-se citar como outro condicionante o manejo
inadequado de corpos hídricos e de toda uma bacia hidrográfica,
resultados de uma ação antrópica desordenada no ambiente.
As consequências, nestes casos, podem assumir características
muito particulares, e a ocorrência de desastres, portanto, pode
ser condicionada pelo efetivo manejo dos recursos naturais
realizado na área (GONÇALVES et al., 2004).
O Estado de Santa Catarina apresenta clima com
estações bem definidas, verão quente e inverno frio. Por sua
localização geográfica é um dos Estados que apresenta melhor
Figura 5 - Efeitos da estiagem em Santa Catarina
Fonte: Acervo da Secretaria de Estado da Defesa Civil de Santa Catarina e
coordenadorias municipais.
Figura 6 - Cursos d’água com baixa vazão pelo déficit hídrico
Fonte: Acervo da Secretaria de Estado da Defesa Civil de Santa Catarina e
coordenadorias municipais
30
Atlas Brasileiro de Desastres Naturais | 1991 a 2010 | Volume Santa Catarina
ESTIAGEM E SECA
distribuição de precipitação pluviométrica durante o ano, não
ocorrendo uma estação chuvosa e outra seca, como acontece
na maioria dos estados brasileiros (MONTEIRO, 2001). No
entanto, toda a dinâmica sazonal que ocorre no Estado pode
ser modificada quando há interferências do fenômeno El Niño-
Oscilação Sul (ENOS), que tanto em sua fase positiva (El Niño),
quanto negativa (LaNiña), influencia no ritmo climático da região,
podendo causar chuvas e estiagens, respectivamente. Logo, as
ocorrências de secas e estiagens estão predominantemente
relacionadas aos anos de La Niña e constitui um desastre cujos
danos são sentidos posteriormente, como reflexo de um longo
período de baixa precipitação (HERRMANN et al., 2009).
Esses, junto aos desastres naturais relacionados a
inundações graduais, foram os eventos mais reincidentes
em Santa Catarina. As duas tipologias de desastres naturais –
estiagem e seca, adotadas em uma mesma classificação no Atlas,
somaram, ao longo dos vinte anos, 1.250 registros oficiais.
De acordo com o Mapa 2 (Desastres naturais causados
por estiagem e seca em Santa Catarina no período de 1991 a
2010), as regiões do interior do Estado foram as mais afetadas.
A Mesorregião do Oeste Catarinense apresentou a maior
frequência do desastre, seguido da Mesorregião Serrana, além
de parte a oeste das mesorregiões Norte Catarinense e Vale do
Itajaí. Os municípios localizados na faixa litorânea catarinense
foram pouco afetados pelo evento, principalmente os da Grande
Florianópolis.
Os municípios mais afetados foram Itapiranga, Chapecó,
Coronel Freitas, Itá e Presidente Castelo Branco, localizados
todos na Mesorregião Oeste Catarinense, foram enquadrados,
no Mapa 2, na categoria de 13-15 registros.
Segundo Monteiro (2001), na Mesorregião Oeste
Catarinense as chuvas são mais volumosas do que em áreas
próximas ao litoral. As precipitações se apresentam abundantes
e frequentes ao longo de todo o ano, com excedentes hídricos.
As chuvas geralmente são ocasionadas pela influência da
“Baixa do Chaco” na organização de condições de tempo mais
instáveis, associadas a frentes frias. No entanto, o fenômeno La
Niña, que tem influência sobre o clima regional e global, afeta
o regime de chuva em Santa Catarina, com a diminuição dos
volumes e alteração na distribuição, especialmente em outubro
e novembro nas regiões Oeste e o Meio Oeste do Estado,
podendo se estender até o Planalto Sul e Norte (GOVERNO DO
ESTADO DE SANTA CATARINA, 2010).
No mesmo mapa, verifica-se que, dos 293 municípios do
Estado, 217 foram afetados por estiagens e secas, representando
74% do total de municípios.
Conforme Infográfico 1 (Municípios atingidos por
estiagens e secas), os desastres por estiagens e secas ocorrentes
nos municípios de Santa Catarina foram registrados em quase
todos os anos de 1991 a 2010, exceto no ano de 2007 não se
obteve registros dessas tipologias. É um evento recorrente no
Estado, portanto.
A segunda década de análise (2001-2010) apresentou
mais ocorrências, com 995 registros, com destaque para os anos
de 2002, com 184 registros, 2004, com 173, 2005, com 195, 2006,
com 198, e 2009, com 137.
Segundo os dados obtidos pela ANA/SGH (2010),
entre os anos de 1991-2010, os de menores médias anuais de
precipitação pluviométrica no Estado, foram os de 1991 e 2006.
Conforme o Gráfico 1 (Médias pluviométricas em 1991), a média
anual foi de 1.344,61 mm, em 91 dias de chuvas, durante o ano
de 1991. Já no ano de 2006 (Gráfico 2 - Médias pluviométricas
em 2006), com o menor índice da média anual, teve 1.249,40
mm, em 106 dias de chuvas, sendo este o ano que apresentou o
maior número de ocorrências de estiagem e seca, ao longo dos
vinte anos de dados analisados, em 197 municípios. Destaca-
se o município de Quilombo, localizado na Mesorregião Oeste
Catarinense, com 2 ocorrências naquele ano.
De acordo com Gonçalves, Molleri e Rudorff (2004),
os anos com atuação do fenômeno La Niña, influenciam
particularmente o sul do Brasil na escassez do volume de chuvas,
e podem provocar estiagens em algumas regiões. A atuação
do fenômeno global La Niña foi registrada entres os anos de
1995-1996 com intensidade fraca, 1998-2001 com intensidade
moderada, e 2007-2009 com intensidade forte (CPTEC/INPE,
2011). Segundo os dados analisados do Infográfico 1, os anos
que ocorreram registros do fenômeno não foram aqueles que
apresentaram maior número de registros de estiagem e seca.
Assim, a participação do fenômeno La Niña não aponta no
Estado catarinense as épocas das piores estiagens, de acordo
com os dados coletados a partir de documentos oficiais. No
entanto, há ocorrências de estiagem e seca em anos de atuação
do La Niña, em torno de 40 a 50 ocorrências, porém não tão
expressivas como nos outros anos.
Gráfico 2 – Médias pluviométricas em 2006 com base nos dados das Es-
tações Pluviométricas de Agência Nacional de Águas (ANA), no Estado de
Santa Catarina
175.4
112.9
143.8
45 8 49 5 60.6
85.0 95.6
102.5
205.0
138.5
100
150
200
250
Médias pluviométricas em 2006
45.8 34.8
49.5 60.6
13 12 11 5 5 7 7 6 8 9 12 100
50
jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez
média mensal média dias de chuva
Fonte: ANA/SGH, 2010. Adaptado por CEPED UFSC (2011).
Gráfico 1 – Médias pluviométricas em 1991 com base nos dados das Es-
tações Pluviométricas da Agência Nacional de Águas (ANA), no Estado de
Santa Catarina
159,2 164,7
112 0
183,4
148,9
203,2
150
200
250
Médias pluviométricas em 1991
69,5
97,9
82,5
46,8 48,1
112,0
50,3
10 6 9 8 5 8 3 8 6 10 10 120
50
100
jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez
média mensal média dias de chuva
Fonte: ANA/SGH, 2010. Adaptado por CEPED UFSC (2011).
31
Atlas Brasileiro de Desastres Naturais | 1991 a 2010 | Volume Santa Catarina
ESTIAGEM E SECA
Segundo o Atlas de Santa Catarina, a época do ano de
menor quantidade de precipitações é no início do verão e do
outono, podendo se prolongar até o inverno (SANTA CATARINA,
1986). De acordo com o Gráfico 3 (Frequência mensal de
estiagens e secas 1991-2010), os meses do verão e outono
apresentaram maior reincidência do evento, coincidindo com
os meses de menores índices pluviométricos. Fato que também
pode estar relacionado, na região sul do país, à atuação da
Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS), definida como
sendo uma persistente faixa de nebulosidade, influenciando em
período de estiagem, durante os meses de novembro a março
(PARMEZANI et al., 1998).
Os meses mais afetados, com cerca de 200 registros
cada, correspondem ao período de janeiro a maio, com exceção
de abril, com 110 ocorrências. Destacam-se os meses de janeiro,
fevereiro e março, com 212, 223 e 226 registros de estiagens e
secas, respectivamente.
Os eventos de estiagem e seca estão entre os
fenômenos que causam desastres naturais com os maiores
períodos de duração, se comparados com inundações graduais
e bruscas, granizo, vendavais, erosões, e movimentos de
massa (GONÇALVES; MOLLERI; RUDORFF, 2004). Entre os
anos de 1991 a 2010 foi registrado um total de 3.545.532
catarinenses afetados pelas estiagens, conforme apresenta o
Gráfico 4 (Danos humanos por estiagens e secas 1991-2010),
deixando ainda 4.300 desalojados, 40 levemente feridos e 754
enfermos. Muitas pessoas em episódios de extrema estiagem
e seca contraem algum tipo de doença de veiculação hídrica,
geralmente relacionada à ingestão de águas contaminadas ou
poluídas, ou mesmo pela falta de água, causando desidratação.
Omunicípioqueapresentouomaiornúmerodeafetados
foi Chapecó, localizado na Mesorregião Oeste Catarinense, com
759.972 pessoas. O município, que registrou 14 ocorrências de
estiagens e secas, ao longo do período de análise, segundo
os documentos oficiais, foi afetado em toda a sua extensão
durante os anos em que decretou situação de emergência.
Especificamente, em 2003, uma forte estiagem, caracterizada
pela redução da precipitação, ocasionou perdas principalmente
Gráfico 3 – Frequência mensal de estiagem e seca, no Estado de Santa Cata-
rina, período de 1991 a 2010
212
223 226
110
212
121
150
200
250
Frequência mensal de estiagem e seca
(1991 a 2010)
110
14
76
12 11 12 21
121
0
50
100
jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez
Fonte: Documentos oficiais do Estado de Santa Catarina, 2010.
Gráfico 4 – Danos humanos ocasionados por estiagem e seca, no Estado de
Santa Catarina, período de 1991 a 2010
3.545.532
3000000
4000000
es
Danos humanos por estiagem e seca
(1991 a 2010)
4.300 40 754
0
1000000
2000000
3000000
habitante
Fonte: Documentos oficiais do Estado de Santa Catarina, 2010.
As estiagens e secas, nos anos de 2003 e 2004,
foram consideradas as mais severas no Estado, afetando 184
municípios. Segundo o Centro Integrado de Meteorologia e
Recursos Hídricos, a deficiência no volume de chuvas ocorreu
desde agosto de 2003, caracterizadas por baixa e má distribuição
das precipitações hídricas. Segundo Gonçalves, Molleri e
Rudorff (2004), os meses dos verões de 2004 e 2005 tiveram
déficits de precipitação, não chovendo nem a metade da média
climatológica desse período, em muitos municípios do Estado.
na área agrícola de Chapecó. As ações da Defesa Civil municipal
centraram-se no atendimento dos atingidos, especialmente no
fornecimento de água através de caminhões-pipa, realizando
cerca de 50 atendimentos, para aviários e rede comunitária de
água localizada na comunidade.
As estiagens e secas devem ser monitoradas,
principalmente nos meses secos e nos anos de ocorrência de La
Niña, quando, em decorrência, há uma significativa diminuição
das precipitações pluviométricas.
Esses fenômenos naturais favorecem a redução nos
níveis de água dos rios e provocam o ressecamento dos leitos
em rios de menor porte. Afeta as áreas produtivas, com perdas
nas lavouras, causando prejuízo aos agricultores, e compromete
os reservatórios de água, resultando em sede, fome, e na perda
de rebanho, bem como em problemas de risco à vida humana.
32
Atlas Brasileiro de Desastres Naturais | 1991 a 2010 | Volume Santa Catarina
ESTIAGEM E SECA
Infográfico 1 - Municípios atingidos por estiagens e secas no Estado de Santa Catarina, período de 1991 a 2010
Municípios Atingidos
por Estiagem e Seca
Município 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 Total
Itá 15
Itapiranga 15
Chapecó 14
Coronel Freitas 14
Presidente Castello Branco 13
Abdon Batista 12
Águas de Chapecó 12
Cordilheira Alta 12
Ipira 12
Arabutã 11
Concórdia 11
Dionísio Cerqueira 11
Ipumirim 11
Iraceminha 11
Irani 11
Jaborá 11
Piratuba 11
Seara 11
Xaxim 11
Anchieta 10
Arvoredo 10
Belmonte 10
Celso Ramos 10
Descanso 10
Guaraciaba 10
Iporã do Oeste 10
Lindóia do Sul 10
Maravilha 10
Marema 10
Modelo 10
Ouro 10
Paial 10
Palma Sola 10
Peritiba 10
Planalto Alegre 10
Quilombo 10
Romelândia 10
São Miguel da Boa Vista 10
Tunápolis 10
Alto Bela Vista 9
Anita Garibaldi 9
Cunha Porã 9
Cunhataí 9
Flor do Sertão 9
Galvão 9
Ipuaçu 9
Irati 9
Nova Itaberaba 9
São Carlos 9
Tangará 9
Xanxerê 9
Xavantina 9
85
1 1 5
48
5
35
4
42 29 38
184
18
173
195 198
48
137
4
0
150
300
Municípios Atingidos
por Estiagem e Seca
Município 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 Total
Abelardo Luz 8
Águas Frias 8
Bandeirante 8
Bom Jesus 8
Caibi 8
Campo Erê 8
Capinzal 8
Caxambu do Sul 8
Coronel Martins 8
Erval Velho 8
Faxinal dos Guedes 8
Formosa do Sul 8
Guarujá do Sul 8
Herval d'Oeste 8
Jardinópolis 8
Lacerdópolis 8
Nova Erechim 8
Ouro Verde 8
Paraíso 8
Pinhalzinho 8
Princesa 8
Riqueza 8
Saltinho 8
Santa Terezinha do Progresso 8
São Domingos 8
São José do Cedro 8
Saudades 8
Serra Alta 8
Tigrinhos 8
União do Oeste 8
Água Doce 7
Barra Bonita 7
Entre Rios 7
Joaçaba 7
Lajeado Grande 7
Mondaí 7
Palmitos 7
Ponte Serrada 7
Santa Helena 7
Santiago do Sul 7
São João do Oeste 7
São Lourenço do Oeste 7
São Miguel do Oeste 7
Sul Brasil 7
Vargeão 7
Catanduvas 6
Guatambú 6
Ibiam 6
José Boiteux 6
Jupiá 6
Passos Maia 6
São José do Cerrito 6
85
1 1 5
48
5
35
4
42 29 38
184
18
173
195 198
48
137
4
0
150
300
Continuação...
33
Atlas Brasileiro de Desastres Naturais | 1991 a 2010 | Volume Santa Catarina
ESTIAGEM E SECA
Continuação... Continuação...
Municípios Atingidos
por Estiagem e Seca
Município 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 Total
Treze Tílias 6
Bom Jesus do Oeste 5
Campo Belo do Sul 5
Campos Novos 5
Canoinhas 5
Cerro Negro 5
Curitibanos 5
Dona Emma 5
Fraiburgo 5
Ibicaré 5
Monte Castelo 5
Novo Horizonte 5
Pinheiro Preto 5
Salete 5
Salto Veloso 5
Santa Terezinha 5
São Bernardino 5
Timbó Grande 5
Vargem 5
Witmarsum 5
Zortéa 5
Agrolândia 4
Arroio Trinta 4
Bom Jardim da Serra 4
Brunópolis 4
Frei Rogério 4
Lebon Régis 4
Luzerna 4
Mirim Doce 4
Monte Carlo 4
Papanduva 4
Petrolândia 4
Ponte Alta 4
Porto União 4
Rio das Antas 4
Rio do Campo 4
São Joaquim 4
Taió 4
Três Barras 4
Urupema 4
Vargem Bonita 4
Videira 4
Bela Vista do Toldo 3
Caçador 3
Capão Alto 3
Chapadão do Lageado 3
Correia Pinto 3
Iomerê 3
Irineópolis 3
Itaiópolis 3
Ituporanga 3
Lages 3
85
1 1 5
48
5
35
4
42 29 38
184
18
173
195 198
48
137
4
0
150
300
Municípios Atingidos
por Estiagem e Seca
Município 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 Total
Lontras 3
Macieira 3
Mafra 3
Major Vieira 3
Otacílio Costa 3
Painel 3
Pouso Redondo 3
Presidente Getúlio 3
Rio do Oeste 3
Vitor Meireles 3
Agronômica 2
Aurora 2
Bocaina do Sul 2
Calmon 2
Ibirama 2
Imbuia 2
Laurentino 2
Matos Costa 2
Palmeira 2
Ponte Alta do Norte 2
Presidente Nereu 2
Rio do Sul 2
São Bento do Sul 2
São Cristovão do Sul 2
Trombudo Central 2
Vidal Ramos 2
Alfredo Wagner 1
Apiúna 1
Ascurra 1
Atalanta 1
Balneário Gaivota 1
Biguaçu 1
Bom Retiro 1
Braço do Trombudo 1
Campo Alegre 1
Cocal do Sul 1
Criciúma 1
Forquilhinha 1
Içara 1
Ilhota 1
Imaruí 1
Itajaí 1
Jacinto Machado 1
Leoberto Leal 1
Maracajá 1
Meleiro 1
Morro Grande 1
Orleans 1
Porto Belo 1
Praia Grande 1
Rancho Queimado 1
Rio Negrinho 1
85
1 1 5
48
5
35
4
42 29 38
184
18
173
195 198
48
137
4
0
150
300
34
Atlas Brasileiro de Desastres Naturais | 1991 a 2010 | Volume Santa Catarina
ESTIAGEM E SECA
REFERÊNCIAS
ANA – AGÊNCIA NACIONAL DE ÁGUAS. SGH – Superintendência
de Gestão da Rede Hidrometeorológica. Dados pluviométricos de
1991 a 2010. Brasília: ANA, 2010.
CASTRO, Antônio Luiz Coimbra de. Manual de desastres: desastres
naturais. Brasília (DF): Ministério da Integração Nacional, 2003. 182 p.
CPTEC – CENTRO DE PREVISÃO DE TEMPO E ESTUDOS CLIMÁTICOS.
INPE – Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais. La Ninã: ocorrências
de La Niña. In: El Niño e La Niña. 2011. Disponível em: <http://enos.
cptec.inpe.br/tab_lanina.shtml>. Acesso em: 27 nov. 2011
DOUBRAWA, A. A crise de água e sua possível relação com os
parcos remanescentes florestais na região oeste do Estado de
Santa Catarina. 2007. 176p. Dissertação (Mestrado em Engenharia
Ambiental) – Universidade Regional de Blumenau, Blumenau, 2007.
Disponível em: <http://proxy.furb.br/tede/tde_arquivos/5/TDE-2008-
04-29T130315Z-381/Publico/Diss%20Amanda%20Doubrawa.pdf>.
Acesso em: 30 nov. 2011.
GONÇALVES, E. F.; MOLLERI, G. S. F.; RUDORFF, F. M. Distribuição
dos desastres naturais no Estado de Santa Catarina: estiagem (1980
– 2003). In: SIMPÓSIO BRASILEIROS DE DESASTRES NATURAIS, 1.,
Florianópolis. Anais... Florianópolis: GEDB/UFSC, 2004. p. 773-786. 1
CD-ROM. Disponível em: <http://www.cfh.ufsc.br/~gedn/sibraden/
cd/EIXO%204_OK/4-60.pdf>. Acesso em: 25 nov. 2011.
GOVERNO DO ESTADO DE SANTA CATARINA. La Ninã 2010. 2010.
Disponível em:
<http://ciram.epagri.sc.gov.br/lanina/index.php?option=com_conten
t&view=article&id=48&Itemid=60>. Acesso em: 5 dez. 2011
Municípios Atingidos
por Estiagem e Seca
Município 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 Total
Rio Rufino 1
Santa Cecília 1
Santa Rosa do Sul 1
São João do Sul 1
Siderópolis 1
Sombrio 1
Tijucas 1
Timbé do Sul 1
Urubici 1
1250Fonte: Documentos oficiais do Estado de Santa Catarina, 2011. 1 Registro2 Registros
85
1 1 5
48
5
35
4
42 29 38
184
18
173
195 198
48
137
4
0
150
300
Continuação...
HERRMANN, M. L. P. et al. Frequência dos desastres naturais
no Estado de Santa Catarina no período de 1980 a 2007. In:
ENCUENTRO DE GEÓGRAFOS DE AMERICA LATINA, 12, Montevidéu
– Uruguai. Anais... Uruguai: EGAL, 2009. Disponível em:
<http://egal2009.easyplanners.info/area07/7254_Maria_Lucia_Maria_
Lucia_de_Paula_Herrmann.pdf>. Acesso em: 5 dez. 2011.
KOBIYAMA, M. et al. Prevenção de desastres naturais: conceitos
básicos. Curitiba: Organic Trading, 2006. 109p.
MONTEIRO, M. A. Caracterização climática do estado de Santa
Catarina:uma abordagem dos principais sistemas atmosféricos que
atuam durante o ano. Revista Geosul, Florianópolis, v. 16, n. 31, p.
69-78, jan./jun. 2001. Disponível em: <http://150.162.1.115/index.
php/geosul/article/viewFile/14052/12896>. Acesso em 20 nov. 2011.
SANTA CATARINA. Gabinete de Planejamento e Coordenação Geral.
Atlas de Santa Catarina. Florianópolis, SC: GAPLAN/SUEGI; Rio de
Janeiro: Aerofoto Cruzeiro, 1986. 173p.
PARMEZANI, J. M. et al. Associação entre ZCAS e a ocorrência de El
Niño e La Niña. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE METEOROLOGIA, 10,
Brasília. Anais... Brasília: CBMET, 1998. Disponível em: <http://www.
cbmet.com/cbm-files/13-879946ab30aec9d0f49591c8b4420a58.
pdf>. Acesso em: 22 nov. 2011
.
35
Atlas Brasileiro de Desastres Naturais | 1991 a 2010 | Volume Santa Catarina
INUNDAÇÃO BRUSCA
INUNDAÇÃO BRUSCA
Inundações bruscas e alagamentos compõem o grupo
de desastres naturais relacionados com o incremento das
precipitações hídricas e com as inundações. São provocadas
por chuvas intensas e concentradas em locais de relevo
acidentado ou mesmo em áreas planas, caracterizando-se por
rápidas e violentas elevações dos níveis das águas, as quais
escoam de forma rápida e intensa. Nessas condições, ocorre
um desequilíbrio entre o continente (leito do rio) e o conteúdo
(volume caudal), provocando transbordamento (CASTRO, 2003).
Por ocorrer em um período de tempo curto, este fenômeno
costuma surpreender por sua violência e menor previsibilidade,
provocando danos materiais e humanos mais intensos do que
as inundações graduais (GOERL; KOBIYAMA, 2005).
Os alagamentos, também incluídos nesta classificação
do Atlas, caracterizam-se pelas águas acumuladas no leito
das ruas e nos perímetros urbanos decorrentes de fortes
precipitações pluviométricas, em cidades com sistemas de
drenagem deficientes, podendo ter ou não relação com
processos de natureza fluvial (MIN. CIDADES/IPT, 2007).
Canholi (2005) explica que a drenagem urbana das grandes
metrópoles foi, durante muitos anos, abordada de maneira
acessória, e somente em algumas metrópoles considerado
fator preponderante no planejamento da sua expansão.
Desta forma, assiste-se atualmente a um conjunto de eventos
trágicos a cada período de chuvas, que se reproduzem em
acidentes de características semelhantes em áreas urbanas
de risco em todo País – vales inundáveis e encostas erodíveis
– inexistindo, na quase totalidade de municípios brasileiros,
qualquer política pública para equacionamento prévio do
problema (BRASIL, 2003).
Conforme Castro (2003), é comum a combinação dos
fenômenos de inundação brusca (enxurrada) e alagamento
em áreas urbanas acidentadas, como ocorre no Rio de Janeiro,
Belo Horizonte e em cidades serranas, causando danos ainda
mais severos.
Existe certa dificuldade na distinção dos tipos de
inundação. Isto se deve à complicada identificação do
fenômeno em campo e à ambiguidade das definições
existentes. Além dos problemas tipicamente conceituais e
etimológicos, algumas características comportamentais são
similares para ambas às inundações, ou seja, ocorrem tanto
nas inundações bruscas como nas graduais (KOBIYAMA et al.,
2006).
Em Santa Catarina, os encontros das massas de ar
intertropicais e polares úmidas produzem as chuvas, que são
fartamente distribuídas durante o ano, conforme mostra o
Gráfico 5 – Médias pluviométricas do período de 1991 a 2010, com base nos
dados das Estações Pluviométricas da Agência Nacional de Águas (ANA), no
Estado de Santa Catarina
200.3
177.7
139.5
110
117.5 116.7
157.4
183.4
146.2 156.8
150
200
250
Médias pluviométricas do Estado
(1991 a 2010)
110.7 100.7 95.1
0
50
100
jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez
Fonte: ANA/SGH, 2010. Adaptado por CEPED UFSC, 2011.
Gráfico 5 (Médias pluviométricas de Santa Catarina 1991 -
2010) com as médias mensais do Estado, entre os anos de
1991 e 2010 (ANA/SGH, 2010). No entanto, verifica-se que
a precipitação esteve mais concentrada nos meses de verão,
com destaque ao mês de janeiro, com 200,3 mm. Os menores
índices ocorreram nos meses de inverno, principalmente no
trimestre de junho, julho e agosto.
O relevo de Santa Catarina contribui para a distribuição
diferenciada da precipitação em distintas áreas do Estado.
Nas áreas mais próximas às encostas de montanhas, do
lado barlavento, as precipitações são mais abundantes, pois
a elevação do ar úmido e quente favorece a formação de
nuvens cumuliformes, resultando no aumento do volume de
precipitação local (MONTEIRO, 2001).
Dentre os desastres naturais mais recorrentes no
Estado de Santa Catarina, entre os anos de 1991-2010, estão
as inundações bruscas, com 1.255 registros oficiais.
O Mapa 3 (Desastres naturais causados por
inundações bruscas em Santa Catarina no período de 1991
a 2010) mostra que quase todos os municípios do Estado
foram atingidos por essa tipologia de desastre, totalizando
267 municípios, sendo que a região leste apresentou maior
recorrência do evento. As mesorregiões com maior número
Figura 7 – Enxurrada em 2008 no Estado de Santa Catarina
Fonte: Acervo do CEPED UFSC.
Atlas santa catarina
Atlas santa catarina
Atlas santa catarina
Atlas santa catarina
Atlas santa catarina
Atlas santa catarina
Atlas santa catarina
Atlas santa catarina
Atlas santa catarina
Atlas santa catarina
Atlas santa catarina
Atlas santa catarina
Atlas santa catarina
Atlas santa catarina
Atlas santa catarina
Atlas santa catarina
Atlas santa catarina
Atlas santa catarina
Atlas santa catarina
Atlas santa catarina
Atlas santa catarina
Atlas santa catarina
Atlas santa catarina
Atlas santa catarina
Atlas santa catarina
Atlas santa catarina
Atlas santa catarina
Atlas santa catarina
Atlas santa catarina
Atlas santa catarina
Atlas santa catarina
Atlas santa catarina
Atlas santa catarina
Atlas santa catarina
Atlas santa catarina
Atlas santa catarina
Atlas santa catarina
Atlas santa catarina
Atlas santa catarina
Atlas santa catarina
Atlas santa catarina
Atlas santa catarina
Atlas santa catarina
Atlas santa catarina
Atlas santa catarina
Atlas santa catarina
Atlas santa catarina
Atlas santa catarina
Atlas santa catarina
Atlas santa catarina
Atlas santa catarina
Atlas santa catarina
Atlas santa catarina
Atlas santa catarina
Atlas santa catarina

Mais conteúdo relacionado

Semelhante a Atlas santa catarina

Publicação Água e Desenvolvimento Sustentável
Publicação Água e Desenvolvimento SustentávelPublicação Água e Desenvolvimento Sustentável
Publicação Água e Desenvolvimento Sustentável
SAE - Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República
 
Divulgação e Jornalismo Científico em Saúde e Meio Ambiente na Amazônia
Divulgação e Jornalismo Científico em Saúde e Meio Ambiente na AmazôniaDivulgação e Jornalismo Científico em Saúde e Meio Ambiente na Amazônia
Divulgação e Jornalismo Científico em Saúde e Meio Ambiente na Amazônia
Débora Menezes
 
Intangible assets in an amazonian factory of condoms
Intangible assets in an amazonian factory of condomsIntangible assets in an amazonian factory of condoms
Intangible assets in an amazonian factory of condoms
Marcos CAVALCANTI
 
Manual de Comunicação de Desastres
Manual de Comunicação de DesastresManual de Comunicação de Desastres
Manual de Comunicação de Desastres
Augusto Moraes
 
Desertificação e Mudanças Climáticas no Semiárido Brasileiro
Desertificação e Mudanças Climáticas no Semiárido Brasileiro Desertificação e Mudanças Climáticas no Semiárido Brasileiro
Desertificação e Mudanças Climáticas no Semiárido Brasileiro
Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações
 
Saúde da População Negra
Saúde da População Negra Saúde da População Negra
Saúde da População Negra
Cms José Paranhos Fontenelle
 
Revista historia e_diversidade
Revista historia e_diversidadeRevista historia e_diversidade
Revista historia e_diversidade
tulhoon
 
Livro azul politicas da gua e educao ambiental web _completo_com mapa
Livro azul politicas da gua e educao ambiental web _completo_com mapaLivro azul politicas da gua e educao ambiental web _completo_com mapa
Livro azul politicas da gua e educao ambiental web _completo_com mapa
Salete Costa
 
As relações de poder no contexto políticoeconômico
As relações de poder no contexto políticoeconômicoAs relações de poder no contexto políticoeconômico
As relações de poder no contexto políticoeconômico
Historia Line
 
Educação, Meio Ambiente e Território 2
Educação, Meio Ambiente e Território 2 Educação, Meio Ambiente e Território 2
Educação, Meio Ambiente e Território 2
Atena Editora
 
A resposta a_acidentes_tecnologicos_o_caso_do_acidente_radioativo_de_goiania
A resposta a_acidentes_tecnologicos_o_caso_do_acidente_radioativo_de_goianiaA resposta a_acidentes_tecnologicos_o_caso_do_acidente_radioativo_de_goiania
A resposta a_acidentes_tecnologicos_o_caso_do_acidente_radioativo_de_goiania
Gesilda Teles
 
Educar para as alterações climáticas.pdf
Educar para as alterações climáticas.pdfEducar para as alterações climáticas.pdf
Educar para as alterações climáticas.pdf
claudiaromao4
 
Conflitos e Convergências da Geografia 2
Conflitos e Convergências da Geografia 2Conflitos e Convergências da Geografia 2
Conflitos e Convergências da Geografia 2
Atena Editora
 
5_94da4361a8649e9829d79632253cfd78c45d3a26.pdf
5_94da4361a8649e9829d79632253cfd78c45d3a26.pdf5_94da4361a8649e9829d79632253cfd78c45d3a26.pdf
5_94da4361a8649e9829d79632253cfd78c45d3a26.pdf
HumbertinhoDebreia
 
A Interlocução de Saberes na Antropologia
A Interlocução de Saberes na AntropologiaA Interlocução de Saberes na Antropologia
A Interlocução de Saberes na Antropologia
Atena Editora
 
Apoio às políticas e à participação social no desenvolvimento rural sustentáv...
Apoio às políticas e à participação social no desenvolvimento rural sustentáv...Apoio às políticas e à participação social no desenvolvimento rural sustentáv...
Apoio às políticas e à participação social no desenvolvimento rural sustentáv...
iicabrasil
 
INDICADORES DE INSUSTENTABILIDADE HÍDRICA NA AMAZÔNIA
INDICADORES DE INSUSTENTABILIDADE HÍDRICA NA AMAZÔNIAINDICADORES DE INSUSTENTABILIDADE HÍDRICA NA AMAZÔNIA
INDICADORES DE INSUSTENTABILIDADE HÍDRICA NA AMAZÔNIA
rosani_stachiw
 
Exploração de ouro em Jacobina pela Yamana Gold
Exploração de ouro em Jacobina pela Yamana GoldExploração de ouro em Jacobina pela Yamana Gold
Exploração de ouro em Jacobina pela Yamana Gold
almacks luiz silva
 
Uninter fatec -direito ambiental e desenvolvimento sustentável - 23082014
Uninter   fatec -direito ambiental e desenvolvimento sustentável - 23082014Uninter   fatec -direito ambiental e desenvolvimento sustentável - 23082014
Uninter fatec -direito ambiental e desenvolvimento sustentável - 23082014
Amanda Cristina C Balceskis
 
A resposta a_acidentes_tecnologicos_o_caso_do_acidente_radioativo_de_goiania
A resposta a_acidentes_tecnologicos_o_caso_do_acidente_radioativo_de_goianiaA resposta a_acidentes_tecnologicos_o_caso_do_acidente_radioativo_de_goiania
A resposta a_acidentes_tecnologicos_o_caso_do_acidente_radioativo_de_goiania
lav1980
 

Semelhante a Atlas santa catarina (20)

Publicação Água e Desenvolvimento Sustentável
Publicação Água e Desenvolvimento SustentávelPublicação Água e Desenvolvimento Sustentável
Publicação Água e Desenvolvimento Sustentável
 
Divulgação e Jornalismo Científico em Saúde e Meio Ambiente na Amazônia
Divulgação e Jornalismo Científico em Saúde e Meio Ambiente na AmazôniaDivulgação e Jornalismo Científico em Saúde e Meio Ambiente na Amazônia
Divulgação e Jornalismo Científico em Saúde e Meio Ambiente na Amazônia
 
Intangible assets in an amazonian factory of condoms
Intangible assets in an amazonian factory of condomsIntangible assets in an amazonian factory of condoms
Intangible assets in an amazonian factory of condoms
 
Manual de Comunicação de Desastres
Manual de Comunicação de DesastresManual de Comunicação de Desastres
Manual de Comunicação de Desastres
 
Desertificação e Mudanças Climáticas no Semiárido Brasileiro
Desertificação e Mudanças Climáticas no Semiárido Brasileiro Desertificação e Mudanças Climáticas no Semiárido Brasileiro
Desertificação e Mudanças Climáticas no Semiárido Brasileiro
 
Saúde da População Negra
Saúde da População Negra Saúde da População Negra
Saúde da População Negra
 
Revista historia e_diversidade
Revista historia e_diversidadeRevista historia e_diversidade
Revista historia e_diversidade
 
Livro azul politicas da gua e educao ambiental web _completo_com mapa
Livro azul politicas da gua e educao ambiental web _completo_com mapaLivro azul politicas da gua e educao ambiental web _completo_com mapa
Livro azul politicas da gua e educao ambiental web _completo_com mapa
 
As relações de poder no contexto políticoeconômico
As relações de poder no contexto políticoeconômicoAs relações de poder no contexto políticoeconômico
As relações de poder no contexto políticoeconômico
 
Educação, Meio Ambiente e Território 2
Educação, Meio Ambiente e Território 2 Educação, Meio Ambiente e Território 2
Educação, Meio Ambiente e Território 2
 
A resposta a_acidentes_tecnologicos_o_caso_do_acidente_radioativo_de_goiania
A resposta a_acidentes_tecnologicos_o_caso_do_acidente_radioativo_de_goianiaA resposta a_acidentes_tecnologicos_o_caso_do_acidente_radioativo_de_goiania
A resposta a_acidentes_tecnologicos_o_caso_do_acidente_radioativo_de_goiania
 
Educar para as alterações climáticas.pdf
Educar para as alterações climáticas.pdfEducar para as alterações climáticas.pdf
Educar para as alterações climáticas.pdf
 
Conflitos e Convergências da Geografia 2
Conflitos e Convergências da Geografia 2Conflitos e Convergências da Geografia 2
Conflitos e Convergências da Geografia 2
 
5_94da4361a8649e9829d79632253cfd78c45d3a26.pdf
5_94da4361a8649e9829d79632253cfd78c45d3a26.pdf5_94da4361a8649e9829d79632253cfd78c45d3a26.pdf
5_94da4361a8649e9829d79632253cfd78c45d3a26.pdf
 
A Interlocução de Saberes na Antropologia
A Interlocução de Saberes na AntropologiaA Interlocução de Saberes na Antropologia
A Interlocução de Saberes na Antropologia
 
Apoio às políticas e à participação social no desenvolvimento rural sustentáv...
Apoio às políticas e à participação social no desenvolvimento rural sustentáv...Apoio às políticas e à participação social no desenvolvimento rural sustentáv...
Apoio às políticas e à participação social no desenvolvimento rural sustentáv...
 
INDICADORES DE INSUSTENTABILIDADE HÍDRICA NA AMAZÔNIA
INDICADORES DE INSUSTENTABILIDADE HÍDRICA NA AMAZÔNIAINDICADORES DE INSUSTENTABILIDADE HÍDRICA NA AMAZÔNIA
INDICADORES DE INSUSTENTABILIDADE HÍDRICA NA AMAZÔNIA
 
Exploração de ouro em Jacobina pela Yamana Gold
Exploração de ouro em Jacobina pela Yamana GoldExploração de ouro em Jacobina pela Yamana Gold
Exploração de ouro em Jacobina pela Yamana Gold
 
Uninter fatec -direito ambiental e desenvolvimento sustentável - 23082014
Uninter   fatec -direito ambiental e desenvolvimento sustentável - 23082014Uninter   fatec -direito ambiental e desenvolvimento sustentável - 23082014
Uninter fatec -direito ambiental e desenvolvimento sustentável - 23082014
 
A resposta a_acidentes_tecnologicos_o_caso_do_acidente_radioativo_de_goiania
A resposta a_acidentes_tecnologicos_o_caso_do_acidente_radioativo_de_goianiaA resposta a_acidentes_tecnologicos_o_caso_do_acidente_radioativo_de_goiania
A resposta a_acidentes_tecnologicos_o_caso_do_acidente_radioativo_de_goiania
 

Atlas santa catarina

  • 2.
  • 4. PRESIDENTE DA REPÚBLICA Excelentíssima Senhora Dilma Vana Rousseff MINISTRO DA INTEGRAÇÃO NACIONAL Excelentíssimo Senhor Fernando Bezerra de Souza Coelho SECRETÁRIO NACIONAL DE DEFESA CIVIL Excelentíssimo Senhor Humberto de Azevedo Viana Filho DIRETOR DO DEPARTAMENTO DE MINIMIZAÇÃO DE DESASTRES Excelentíssimo Senhor Rafael Schadeck UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA Magnífico Reitor da Universidade Federal de Santa Catarina Professor Álvaro Toubes Prata, Dr. Diretor do Centro Tecnológico da Universidade Federal de Santa Catarina Professor Edson da Rosa, Dr. CENTRO UNIVERSITÁRIO DE ESTUDOS E PESQUISAS SOBRE DESASTRES Diretor Geral Professor Antônio Edésio Jungles, Dr. Diretor Técnico e de Ensino Professor Marcos Baptista Lopez Dalmau, Dr. Diretor de Articulação Institucional Professor Irapuan Paulino Leite, Msc. FUNDAÇÃO DE AMPARO À PESQUISA E EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA Superintendente Geral Professor Pedro da Costa Araújo, Dr. Esta obra é distribuída por meio da Licença Creative Commons 3.0 Atribuição/Uso Não-Comercial/Vedada a Criação de Obras Derivadas / 3.0 / Brasil. Catalogação na publicação por Graziela Bonin – CRB14/1191. Universidade Federal de Santa Catarina. Centro Universitário de Estudos e Pesquisas sobre Desastres. Atlas brasileiro de desastres naturais 1991 a 2010: volume Santa Catarina / Centro Universitário de Estudos e Pesquisas sobre Desastres. Florianópolis: CEPED UFSC, 2011. 89 p. : il. color. ; 30 cm. Volume Santa Catarina. ISBN 978-85-64695-26-9 1. Desastres naturais. 2. Estado de Santa Catarina - atlas. I. Universidade Federal de Santa Catarina. II. Centro Universitário de Estudos e Pesquisas sobre Desastres. III. Secretaria Nacional de Defesa Civil. IV. Título. CDU 912(816.4)
  • 5. A construção de uma nova realidade para a Defesa Civil no Brasil, principalmente no que se refere à política de redução de riscos, requer conhecer os fenômenos e os desastres que nosso território está sujeito. Para nos prepararmos, precisamos saber os perigos que enfrentamos. O levantamento de informações e a caracterização do cenário nacional de desastres é uma necessidade antiga, compartilhada por todos que trabalham com Defesa Civil. A concretização do referido levantamento contou com a participação de todos os estados e da academia. A cada dia fica mais evidente que a colaboração entre os atores envolvidos (Distrito Federal, estados e municípios) é essencial para o alcance de objetivos comuns. A ampla pesquisa realizada e materializada pela publicação deste Atlas teve como objetivo corrigir essa falta de informações. O conhecimento gerado poderá beneficiar os interessados no assunto, a partir dos mais diversos propósitos, e estará em constante desenvolvimento e melhoria. Finalmente, deixo aqui expresso meu sincero agradecimento a todos aqueles que de alguma forma contribuíram para a construção deste trabalho que a Secretaria Nacional de Defesa Civil, em cooperação com a Universidade Federal de Santa Catarina, apresenta para a sociedade brasileira. Secretário Humberto Viana Secretário da Secretaria Nacional de Defesa Civil Nas últimas décadas os Desastres Naturais constituem um tema cada vez mais presente no cotidiano das populações. Há um aumento considerável não só na frequência e intensidade, mas também nos impactos gerados, com danos e prejuízos cada vez mais intensos. O Atlas Brasileiro de Desastres Naturais é um produto de pesquisa resultado do acordo de cooperação entre a Secretaria Nacional de Defesa Civil e o Centro Universitário de Estudos e Pesquisas sobre Desastres da Universidade Federal de Santa Catarina. A pesquisa teve por objetivo compilar e disponibilizar informações sobre os registros de desastres ocorridos em todo o território nacional nos últimos 20 anos (1991 a 2010), por meio da publicação de 26 Volumes Estaduais e um Volume Brasil. O levantamento dos registros históricos, derivando na elaboração dos mapas temáticos e na produção do Atlas, é relevante na medida em que viabiliza construir um panorama geral das ocorrências e recorrências de desastres no país e suas especificidades por Estado. Possibilita, assim, subsidiar o planejamento adequado em gestão de risco e redução de desastres, a partir da análise ampliada abrangendo o território nacional, dos padrões de frequência observados, dos períodos de maior ocorrência, das relações destes eventos com outros fenômenos globais e da análise sobre os processos relacionados aos desastres no país. O Brasil não possuía, até o momento, bancos de dados sistematizados e integrados sobre as ocorrências de desastres e, portanto, não disponibilizava aos profissionais e aos pesquisadores informações processadas acerca destes eventos, em séries históricas. Este Atlas é o primeiro trabalho em âmbito nacional realizado com a participação de 14 pesquisadores para recolher dados oficiais nos 26 Estados e no Distrito Federal do Brasil e envolveu um total de 53 pessoas para a sua produção. As informações apresentadas foram retiradas de documentos oficiais nos órgãos estaduais de Defesa Civil, Ministério da Integração Nacional, Secretaria Nacional de Defesa Civil, Arquivo Nacional e Imprensa Nacional. A proposta de desenvolver um trabalho desta amplitude mostra a necessidade premente de informações que ofereçam suporte às ações de proteção civil. O foco do trabalho consiste na caracterização dos vários desastres enfrentados pelo país nas duas últimas décadas. Este volume apresenta os mapas temáticos de ocorrências de desastres naturais do Estado de Santa Catarina, referente a 3.903 documentos compulsados, que mostram, anualmente, os riscos relacionados a inundações bruscas, estiagens e secas, vendavais e outros eventos naturais adversos. Nele, o leitor encontrará informações relativas aos totais de registros dos desastres naturais recorrentes no Estado, espacializados nos mapas temáticos dos eventos adversos, que, juntamente com a análise de infográficos com registros anuais, gráficos de danos humanos, frequências mensais das ocorrências e de médias de precipitação, permitem uma visão global dos desastres em Santa Catarina, de forma a subsidiar o planejamento e a gestão das ações de minimização no Estado. Prof. Antônio Edésio Jungles, Dr. Coordenador Geral CEPED UFSC APRESENTAÇÃO
  • 6. EXECUÇÃO DO ATLAS BRASILEIRO DE DESASTRES NATURAIS CENTRO UNIVERSITÁRIO DE ESTUDOS E PESQUISAS SOBRE DESASTRES Geoprocessamento Professor Carlos Antonio Oliveira Vieira, Dr. Renato Zetehaku Araujo Revisão bibliográfica e ortográfica Graziela Bonin Pedro Paulo de Souza Revisão do conteúdo Gerly Mattos Sánchez Mari Angela Machado Michely Marcia Martins Sarah Marcela Chinchilla Cartagena Equipe de campo, coleta e tratamento de dados Carolinna Vieira de Cisne Daniel Lopes Gonçalves Daniela Prá S. de Souza Drielly Rosa Nau Bruno Neves Meira Érica Zen Fabiane Andressa Tasca Fernanda Claas Ronchi Filipi Assunção Curcio Gabriel Muniz Gerly Mattos Sánchez Karen Barbosa Amarante Larissa Dalpaz de Azevedo Larissa Mazzoli Laura Cecilia Müller Lorran Adão Cesarino da Rosa Lucas Soares Mondadori Lucas Zanotelli dos Santos Michely Marcia Martins Monique Nunes de Freitas Nathalie Vieira Foz Patricia Carvalho do Prado Nogueira Coordenação do projeto Professor Antônio Edésio Jungles, Dr. Supervisão do projeto Professor Rafael Schadeck, Ms. - Geral Jairo Ernesto Bastos Krüger - Adjunto Equipe de elaboração do atlas Bruna Alinne Clasen Daniela Prá S. de Souza Diane Guzi Drielly Rosa Nau Evandro Ribeiro Frederico de Moraes Rudorff Gerly Mattos Sánchez Lucas dos Santos Mari Angela Machado Michely Marcia Martins Patricia de Castilhos Regiane Mara Sbroglia Rita de Cassia Dutra Sarah Marcela Chinchilla Cartagena Projeto Gráfico Alex-Sandro de Souza Douglas Araújo Vieira Eduardo Manuel de Souza Marcelo Bezzi Mancio Diagramação Alex-Sandro de Souza Annye Cristiny Tessaro (Lagoa Editora) Douglas Araújo Vieira Eduardo Manuel de Souza José Antônio Pires Neto Marcelo Bezzi Mancio Priscila Stahlschmidt Moura Renato Zetehaku Araujo Thiago Hülse Carpes Thiago Linhares Bilck Vinícius Neto Trucco Vlade Dalbosco Equipe de apoio Eliane Alves Barreto Juliana Frandalozo Alves dos Santos Lucas Martins Paulo Roberto dos Santos Valter Almerindo dos Santos
  • 7. LISTA DE FIGURAS Figura 1 - Esquema do registro de desastres---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 13 Figura 2 - Hierarquização de Documentos------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 13 Figura 3 - Codificação dos documentos oficiais digitalizados----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 14 Figura 4 - Cânion do Itambezinho---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 19 Figura 5 - Efeitos da estiagem em Santa Catarina----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 29 Figura 6 - Cursos d’água com baixa vazão pelo déficit hídrico---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 29 Figura 7 – Enxurrada em 2008 no Estado de Santa Catarina------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------ 35 Figura 8 – Ponte destruída pela forte inundação brusca---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 37 Figura 9 – Danos ocasionados pelas enxurradas e alagamentos-------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 37 Figura 10 - Inundação gradual em Sombrio, Estado de Santa Catarina------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 43 Figura 11 - Área inundada em Santa Catarina--------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 43 Figura 12 - Consequências de fortes vendavais em Santa Catarina----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 49 Figura 13 - Quedas de árvores provocadas pelos ventos intensos------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------ 49 Figura 14 - Furacão Catarina---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 51 Figura 15 - Pedras de granizo precipitadas em Santa Catarina---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 55 Figura 16 – Efeitos da passagem de tornado em Santa Catarina-------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 65 Figura 17 - Queda de matacão rochoso, Santa Catarina---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 67 Figura 18 - Deslizamento de terra no Morro dos Cavalos, Santa Catarina---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 69 Figura 19 - Erosão fluvial com o desbarrancamento da margem do rio------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------ 71 Figura 20 - Efeitos da erosão marinha na praia da Armação do Pântano do Sul, Santa Catarina --------------------------------------------------------------------------------------------------------- 73 LISTA DE GRÁFICOS Gráfico 1 - Médias pluviométricas em 1991 com base nos dados das Estações Pluviométricas da Agência Nacional de Águas (ANA), no Estado de Santa Catarina--------------------------------- 30 Gráfico 2 - Médias pluviométricas em 2006 com base nos dados das Estações Pluviométricas de Agência Nacional de Águas (ANA), no Estado de Santa Catarina--------------------------------- 30 Gráfico 3 - Frequência mensal de estiagem e seca, no Estado de Santa Catarina, período de 1991 a 2010----------------------------------------------------------------------------------------------- 31 Gráfico 4 - Danos humanos ocasionados por estiagem e seca, no Estado de Santa Catarina, período de 1991 a 2010---------------------------------------------------------------------------------- 31 Gráfico 5 - Médias pluviométricas do período de 1991 a 2010, com base nos dados das Estações Pluviométricas da Agência Nacional de Águas (ANA), no Estado de Santa Catarina------------ 35 Gráfico 6 - Frequência mensal de inundação brusca, no Estado de Santa Catarina, período de 1991 a 2010--------------------------------------------------------------------------------------------- 37 Gráfico 7 - Médias pluviométricas em 2010, com base nos dados das Estações Pluviométricas da Agência Nacional de Águas (ANA), no Estado de Santa Catarina--------------------------------- 38 Gráfico 8 - Danos humanos ocasionados por inundação brusca, no Estado de Santa Catarina, período de 1991 a 2010-------------------------------------------------------------------------------- 38 Gráfico 9 - Médias pluviométricas em 2001, com base nos dados das Estações Pluviométricas da Agência Nacional de Águas (ANA), no Estado de Santa Catarina--------------------------------- 45 Gráfico 10 - Frequência mensal de inundação gradual, no Estado de Santa Catarina, período de 1991 a 2010------------------------------------------------------------------------------------------ 45 Gráfico 11 - Danos humanos ocasionados por inundações graduais em Santa Catarina, entre os anos de 1991-2010---------------------------------------------------------------------------------- 45 Gráfico 12 - Frequência mensal de vendaval e/ou ciclone no Estado de Santa Catarina, período de 1991 a 2010--------------------------------------------------------------------------------------- 49 Gráfico 13 - Danos humanos ocasionados por vendaval e/ou ciclone no Estado de Santa Catarina, período de 1991 a 2010-------------------------------------------------------------------------- 51 Gráfico 14 - Frequência mensal de granizo, no Estado de Santa Catarina, período de 1991 a 2010------------------------------------------------------------------------------------------------------ 55 Gráfico 15 - Danos humanos ocasionados por granizo, no Estado de Santa Catarina, período de 1991 a 2010------------------------------------------------------------------------------------------ 57
  • 8. Gráfico 16 - Frequência mensal de geadas no Estado de Santa Catarina, período de 1991 a 2010------------------------------------------------------------------------------------------------------- 61 Gráfico 17 - Danos humanos ocasionados por geadas, no Estado de Santa Catarina, período de 1991 a 2010------------------------------------------------------------------------------------------ 63 Gráfico 18 - Frequência mensal de tornados no Estado de Santa Catarina, no período de 1991 a 2010-------------------------------------------------------------------------------------------------- 65 Gráfico 19 - Danos humanos ocasionados por tonado, no Estado de Santa Catarina, período de 1991 a 2010------------------------------------------------------------------------------------------ 65 Gráfico 20 - Frequência mensal de movimentos de massa no Estado de Santa Catarina, período de 1991 a 2010--------------------------------------------------------------------------------------- 69 Gráfico 21 - Danos humanos ocasionados por movimentos de massa em Santa Catarina no período de 1991 a 2010---------------------------------------------------------------------------------- 69 Gráfico 22 - Frequência mensal de erosão fluvial no Estado de Santa Catarina, período de 1991 a 2010------------------------------------------------------------------------------------------------- 71 Gráfico 23 - Danos humanos ocasionados por erosão fluvial, no Estado de Santa Catarina,período de 1991 a 2010------------------------------------------------------------------------------------ 73 Gráfico 24 - Frequência mensal de erosão marinha no Estado de Santa Catarina, período de 1991 a 2010---------------------------------------------------------------------------------------------- 74 Gráfico 25 - Danos humanos ocasionados por erosão marinha, no Estado de Santa Catarina, período de 1991 a 2010--------------------------------------------------------------------------------- 74 Gráfico 26 - Frequência mensal de incêndios, no Estado Santa Catarina, período de 1991 a 2010-------------------------------------------------------------------------------------------------------- 75 Gráfico 27 - Danos humanos ocasionados por incêndio, no Estado de Santa Catarina, período de 1991 a 2010---------------------------------------------------------------------------------------- 76 Gráfico 28 - Percentual dos desastres naturais mais recorrentes no Estado de Santa Catarina, no período de 1991 a 2010----------------------------------------------------------------------------- 81 Gráfico 29 - Frequência mensal dos desastres mais recorrentes em Santa Catarina, período de 1991 a 2010-------------------------------------------------------------------------------------------- 81 Gráfico 30 - Municípios mais atingidos de Santa Catarina, classificados pelo total de registros, no período de 1991 a 2010--------------------------------------------------------------------------- 82 Gráfico 31 - Total de danos humanos em Santa Catarina, no período de 1991 a 2010-------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 83 Gráfico 32 - Comparativo de registros de ocorrência de desastres entre as décadas de 1990 e 2000---------------------------------------------------------------------------------------------------- 89 Gráfico 33 - Total de registros coletados entre 1991 e 2010------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------ 89 LISTA DE INFOGRÁFICOS Infográfico 1 – Municípios atingidos por estiagens e secas em Santa Catarina, período de 1991 a 2010------------------------------------------------------------------------------------------------ 32 Infográfico 2 – Municípios atingidos por inundações bruscas no Estado de Santa Catarina, período de 1991 a 2010----------------------------------------------------------------------------------- 39 Infográfico 3 – Municípios atingidos por inundação gradual no Estado de Santa Catarina, período de 1991 a 2010------------------------------------------------------------------------------------ 46 Infográfico 4 – Municípios atingidos por vendavais e/ou ciclones em Santa Catarina, no período de 1991 a 2010-------------------------------------------------------------------------------------- 52 Infográfico 5 – Municípios atingidos por granizos no Estado de Santa Catarina, período de 1991 a 2010----------------------------------------------------------------------------------------------- 58 Infográfico 6 – Municípios atingidos por geadas no Estado de Santa Catarina, período de 1991 a 2010------------------------------------------------------------------------------------------------- 63 Infográfico 7 – Municípios atingidos por tornados no Estado de Santa Catarina, no período de 1991 a 2010------------------------------------------------------------------------------------------- 66 Infográfico 8 – Municípios atingidos por movimentos de massa em Santa Catarina, período de 1991 a 2010------------------------------------------------------------------------------------------- 70 Infográfico 9 – Municípios atingidos por erosão fluvial no Estado de Santa Catarina, período de 1991 a 2010------------------------------------------------------------------------------------------ 71 Infográfico 10 – Municípios atingidos por erosão marinha, no Estado de Santa Catarina, período 1991 a 2010----------------------------------------------------------------------------------------- 74 Infográfico 11 – Municípios atingidos por incêndio no Estado de Santa Catarina, período de 1991 a 2010---------------------------------------------------------------------------------------------- 76 LISTA DE MAPAS Mapa 1 - Político do Estado de Santa Catarina-------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 18 Mapa 2 - Desastres naturais causados por estiagem e seca em Santa Catarina no período de 1991 a 2010---------------------------------------------------------------------------------------------- 28 Mapa 3 - Desastres naturais causados por inundações bruscas em Santa Catarina no período de 1991 a 2010------------------------------------------------------------------------------------------ 36 Mapa 4 - Desastres naturais causados por inundações graduais em Santa Catarina no período de 1991 a 2010---------------------------------------------------------------------------------------- 44 Mapa 5 - Desastres naturais causados por vendaval e/ou ciclone em Santa Catarina, no período de 1991 a 2010--------------------------------------------------------------------------------------- 50 Mapa 6 - Desastres naturais causados por granizos em Santa Catarina no período de 1991 a 2010------------------------------------------------------------------------------------------------------ 56
  • 9. Mapa 7 - Desastres naturais causados por geada em Santa Catarina no período de 1991 a 2010-------------------------------------------------------------------------------------------------------- 62 Mapa 8 - Desastres naturais causados por tornado em Santa Catarina no período de 1991 a 2010------------------------------------------------------------------------------------------------------ 64 Mapa 9 - Desastres naturais causados por movimentos de massa em Santa Catarina no período de 1991 a 2010-------------------------------------------------------------------------------------- 68 Mapa 10 - Desastres naturais causados por erosão fluvial, erosão marinha e incêndio em Santa Catarina, no período de 1991 a 2010---------------------------------------------------------------- 72 Mapa 11 - Total de Registros de desastres naturais por município de Santa Catarina, no período de 1991 a 2010-------------------------------------------------------------------------------------- 80 LISTA DE TABELAS Tabela 1 - Classificação dos desastres naturais quanto à origem------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 14 Tabela 2 - População, taxa de crescimento, densidade demográfica e taxa de urbanização, segundo as Grandes Regiões do Brasil – 2000/2010----------------------------------------------------- 21 Tabela 3 - População, taxa de crescimento e taxa de população urbana e rural, segundo a Região Sule Unidades da Federação – 2000/2010-------------------------------------------------------- 22 Tabela 4 - Produto Interno Bruto per Capita, segundo a Região Sul e Unidades da Federação – 2004/2008--------------------------------------------------------------------------------------------- 22 Tabela 5 - Déficit Habitacional Urbano em Relação aos DomicíliosParticulares Permanentes, Segundo Brasil, Região Sul e Unidades da Federação - 2008------------------------------------------ 23 Tabela 6 - Distribuição percentual do Déficit Habitacional Urbano por Faixas de Renda Média Familiar Mensal, Segundo Região Sul e Unidades da Federação- FJP/2008------------------------- 23 Tabela 7 - Pessoas de 25 anos ou mais de idade, total e respectiva distribuição percentual, por grupos de anos de estudo-Brasil, Região Sul e Estado de Santa Catarina – 2009------------------ 23 Tabela 8 - Taxas de fecundidade total, bruta de natalidade, bruta de mortalidade, de mortalidade infantil e esperança de vida ao nascer, por sexo - Brasil, Região Sul e Unidades da Federação – 2009-- 23 Tabela 9 – Registros de desastres naturais por evento, nos municípios de Santa Catarina, no período de 1991 a 2010------------------------------------------------------------------------------------------ 84
  • 10.
  • 11. SUMÁRIO 17 27 29 35 43 49 55 INTRODUÇÃO O ESTADO DE SANTA CATARINA DESASTRES NATURAIS EM SANTA CATARINA DE 1991 A 2010 GRANIZO ESTIAGEM E SECA INUNDAÇÃO BRUSCA INUNDAÇÃO GRADUAL VENDAVAL E/OU CICLONE TORNADO 65 61GEADA DIAGNÓSTICO DOS DESASTRES NATURAIS NO ESTADO DE SANTA CATARINA CONSIDERAÇÕES FINAIS 79 89 13 MOVIMENTOS DE MASSA 67 EROSÃO FLUVIAL, EROSÃO MARINHA E INCÊNDIO FLORESTAL 71
  • 12. Fonte: Secretaria de Turismo de Santa Catarina
  • 13. 13 Atlas Brasileiro de Desastres Naturais | 1991 a 2010 | Volume Santa Catarina INTRODUÇÃO INTRODUÇÃO No Brasil, as informações oficiais sobre um desastre podem ocorrer pela emissão de dois documentos distintos, não obrigatoriamente dependentes: o Formulário de Notificação Preliminar de Desastre (NOPRED) e/ou o Formulário de Avaliação de Danos (AVADAN). Quando um município encontra-se em situação de emergência ou calamidade pública, um representante da Defesa Civil do município preenche o documento e o envia simultaneamente para a Coordenadoria Estadual de Defesa Civil e para a Secretaria Nacional de Defesa Civil. Após a emissão de um dos dois documentos, ocorre a oficialização da ocorrência do desastre por meio de um Decreto Municipal exarado pelo Prefeito. Quando não é possível preencher um dos dois documentos, o Prefeito Municipal pode oficializar a ocorrência de um desastre diretamente pela emissão do Decreto. Em seguida, ocorre a homologação do Decreto pela divulgação de uma Portaria no Diário Oficial da União, emitida pelo Secretário Nacional de Defesa Civil ou Ministro da Integração Nacional, como forma de tornar pública e reconhecida uma situação de emergência ou um estado de calamidade pública. A Figura 1 ilustra o processo de informações para a oficialização de um registro de um desastre. Figura 1 - Esquema do registro de desastres O Relatório de Danos foi um documento para registro oficial utilizado pela Defesa Civil até meados de 1990, sendo substituído, posteriormente, pelo AVADAN. Os documentos são armazenados em meio físico, de responsabilidade das Coordenadorias Estaduais de Defesa Civil. A relevância da pesquisa refere-se à importância que deve ser dada ao ato de registrar e armazenar, de forma precisa, integrada e sistemática, os eventos adversos ocorridos no país. Até o momento da pesquisa, não foram evidenciados bancos de dados ou informações sistematizadas sobre o contexto brasileiro de ocorrências e controle de desastres no Brasil. Assim, a pesquisa justifica-se pela construção pioneira do resgate histórico e ressalta a importância dos registros pelos órgãos federais, distrital, estaduais e municipais de Defesa Civil, para que estudos abrangentes e discussões sobre as causas e intensidade dos desastres possam contribuir para a construção de uma cultura de proteção civil. Levantamento de Dados Entre outubro de 2010 a maio de 2011, pesquisadores do CEPED UFSC visitaram as 26 capitais brasileiras para obter os documentos oficiais de registros de desastres disponibilizados pelas Coordenadorias Estaduais de Defesa Civil. Os pesquisadores também foram à Secretaria Nacional de Defesa Civil para coletar os registros arquivados. Primeiramente, todas as Coordenadorias Estaduais receberam um ofício da Secretaria Nacional de Defesa Civil comunicando o início da pesquisa e solicitando a cooperação no levantamento dos dados. Como na maioria dos Estados os registros são realizados em meio físico e arquivados, os pesquisadores utilizaram como equipamento de apoio um scanner portátil para transformar em meiodigitalosdocumentosdisponibilizados.Foramdigitalizados os documentos datados entre 1991 e 2010, possibilitando o resgate histórico dos últimos 20 anos de registros de desastres no Brasil. Os documentos oficiais encontrados consistem em relatório de danos, AVADANs, NOPREDs, decretos e portarias. Como forma de minimizar as lacunas de informações, foram coletados documentos em arquivos e banco de dados do Ministério da Integração Nacional e Secretaria Nacional de Defesa Civil, por meio de consulta de palavras-chave “desastre”, “situação de emergência” e “calamidade”. Tratamento dos Dados Para compor a base de dados do Atlas Brasileiro de Desastres Naturais e a fim de evitar a duplicidade de registros, os documentos foram selecionados de acordo com a escala de prioridade da Figura 2. Figura 2 – Hierarquização de Documentos Fonte: Própria pesquisa, 2011. Fonte: Própria pesquisa, 2011. Os documentos selecionados foram nomeados com base em um código formado por 5 campos (Figura 3), que permitem a identificação da: 1 – Unidade Federativa 2 – Tipo do documento: A – AVADAN N – NOPRED R – Relatório de danos P – Portaria D – Decreto municipal ou estadual O – Outros documentos (tabelas, ofícios, etc.) 3 – Código do município estabelecido pelo IBGE 4 – Codificação de desastres, ameaças e riscos (CODAR) 5 – Data de ocorrência do desastre (ano/mês/dia). Quando não possível identificar refere-se a data de homologação do decreto ou elaboração do relatório.
  • 14.
  • 15. 15 Atlas Brasileiro de Desastres Naturais | 1991 a 2010 | Volume Santa Catarina INTRODUÇÃO Produção de Mapas Temáticos Com o objetivo de possibilitar a análise dos dados, foram desenvolvidos mapas temáticos para espacializar e representar a ocorrência dos eventos. Utilizou-se a base de dados georreferenciada do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2005), como referência para a produção dos mapas. Assim, os mapas que compõem a análise dos dados por Estado, são: • Mapa Político do Estado; • Mapas temáticos para cada tipo de desastre; • Mapa temático com o total de registros no Estado. Análise dos Dados A partir dos dados coletados para cada Estado, foram desenvolvidos mapas, gráficos e tabelas que possibilitaram construir um panorama espaço-temporal sobre a ocorrência de desastres. Quando encontradas fontes teóricas que permitissem caracterizar os aspectos geográficos do Estado, como clima, vegetação e relevo, as análises puderam ser complementadas. Os aspectos socioeconômicos do Estado também compuseram uma fonte de informações sobre as características locais. A análise consiste na breve caracterização dos aspectos geográficos do Estado, avaliação dos registros de desastres e avaliação dos danos humanos relativos às ocorrências, com a utilização de mapas e gráficos para elucidar a informação. Assim, as informações do Atlas são apresentadas em três capítulos: Capítulo 1 – Apresentação do Estado, mapa político, aspectos geográficos e demográficos; Capítulo 2 – Análise dos desastres naturais do Estado entre 1991-2010, mapas temáticos e análise de cada desastre ocorrido, gráficos relacionados aos registros de desastres e danos humanos; Capítulo 3 – Diagnóstico dos desastres naturais no Estado, mapa temático contendo todos os registros desastres ocorridos entre 1991-2010 e gráficos de todos os desastres recorrentes. A análise apresenta uma descrição do contexto onde os eventos ocorreram e permitem subsidiar os órgãos competentes para ações de prevenção e reconstrução. Assim, o Atlas Brasileiro de Desastres Naturais consiste em uma fonte para pesquisas e consultas, pois reúne informações sobre os eventos adversos registrados no território nacional o que contribui para a construção de conhecimento. Limitações da pesquisa As principais dificuldades encontradas na pesquisa, foram: as condições de acesso, as lacunas de informações por mau preenchimento, banco de imagens e referencial teórico para a caracterização geográfica de cada Estado, além da armazenagem inadequada dos formulários, muitos guardados em locais sujeitos a fungos e à umidade. Por meio da realização da pesquisa, evidenciaram-se algumas fragilidades quanto ao processo de gerenciamento das informações sobre os desastres brasileiros, como: • A ausência de unidades e campos padronizados para as informações declaradas pelos documentos; • Ausência de sistema de coleta sistêmica e armazenamento dos dados; • Cuidado quanto ao registro e integridade histórica; • Dificuldades na interpretação do tipo de desastre pelos responsáveis pela emissão dos documentos; • Dificuldades de consolidação, transparência e acesso aos dados. Cabe ressaltar que o aumento do número de registros a cada ano pode estar relacionado à evolução dos órgãos de Defesa Civil quanto ao registro de desastres nos documentos oficiais. Assim, acredita-se que pode haver carência de informações sobre os desastres ocorridos no território nacional, principalmente entre 1991 e 2001, período anterior ao formulário AVADAN.
  • 16.
  • 17. O Estado de Santa Catarina Fonte: Secretaria de Turismo de Santa Catarina
  • 18. 18 Atlas Brasileiro de Desastres Naturais | 1991 a 2010 | Volume Santa Catarina O ESTADO DE SANTA CATARINA ! Lages Mafra Taió Itaiópolis Urubici São Joaquim Joinville Capão Alto Painel Água Doce Caçador Campos Novos Canoinhas Bom Retiro Santa Cecília Imaruí Curitibanos Calmon Concórdia Irani Lebon Régis Abelardo Luz Porto União Apiúna Orleans Chapecó Rio Negrinho Garuva Papanduva Itá Indaial Otacílio Costa Itajaí Laguna Içara Irineópolis Angelina Fraiburgo Anitápolis Ponte Alta Corupá Videira Campo Belo do Sul Gaspar Seara Blumenau Correia Pinto Palhoça Tangará Passos Maia São José do Cerrito Xaxim Alfredo Wagner Ilhota Araquari Vargem Xanxerê Santa Terezinha Bom Jardim da Serra Major Vieira Ouro Campo Erê Timbó Grande Turvo Itapoá Palmitos Biguaçu Anita Garibaldi Tijucas Ponte Serrada Monte Castelo Ipuaçu Urupema Três Barras Tubarão Paulo Lopes Rio dos Cedros Ipira Jaraguá do Sul Rio do Campo Campo Alegre Matos Costa Bocaina do Sul Brusque Botuverá Cerro Negro Caibi São Bonifácio Florianópolis Palmeira Ibirama Nova Trento Grão Pará Brunópolis José Boiteux Ituporanga Jaguaruna Aurora Macieira Mirim Doce Zortéa Quilombo Araranguá Palma Sola Ipumirim Descanso Guaraciaba São Bento do Sul Salete Itapiranga Capinzal Jaborá Joaçaba Vitor Meireles Rio Rufino Petrolândia Mondaí Ibiam Vidal Ramos Criciúma Lontras Benedito Novo Anchieta Rio Fortuna Luiz Alves Timbé do Sul Meleiro Jacinto Machado Massaranduba Rio do Sul Siderópolis Riqueza Paraíso Doutor Pedrinho Rio das Antas Pouso Redondo Ibicaré Urussanga Camboriú Nova Veneza Lauro Muller Treviso Xavantina Praia Grande Irati Timbó Ponte Alta do Norte Saudades Dionísio Cerqueira Major Gercino Gravatal Guatambú Saltinho Rio do Oeste Romelândia Cunha Porã Erval Velho Imbuia Armazém Rodeio Maravilha Piratuba Paial Galvão Jupiá Sombrio Abdon Batista São Martinho Arabutã São Cristovão do Sul Catanduvas Ouro Verde Iomerê Presidente Getúlio Monte Carlo Celso Ramos Iraceminha Forquilhinha Herval D'Oeste São José do Cedro Dona Emma Ascurra Luzerna Tunápolis Witmarsum Peritiba Marema Modelo São José Ermo Atalanta Sangão Princesa Penha Bela Vista do Toldo São Domingos São Francisco do Sul Guaramirim Águas Mornas Imbituba Leoberto Leal Pomerode Vargem Bonita Vargeão Agrolândia Morro Grande Faxinal dos Guedes Guabiruba Treze Tílias Antônio Carlos Rancho Queimado Coronel Freitas São Lourenço do Oeste Canelinha São Carlos Braço do Norte Schroeder Iporã do Oeste Lindóia do Sul São João Batista Santo Amaro da Imperatriz Presidente Nereu Frei Rogério Bandeirante Balneário Piçarras Barra VelhaSul Brasil Garopaba Agronômica Treze de Maio São Miguel do Oeste São João do Sul Pinhalzinho Pedras Grandes Entre Rios Santa Rosa de Lima Arvoredo Belmonte Novo Horizonte Navegantes São Bernardino Serra Alta Nova Itaberaba Porto Belo São João do Oeste Caxambu do Sul Salto Veloso São Ludgero Balneário Gaivota Santa Rosa do Sul Arroio Trinta Barra Bonita Laurentino São João do Itaperiú Águas de Chapecó Itapema Alto Bela Vista Maracajá Coronel Martins Guarujá do Sul Águas Frias Tigrinhos Formosa do Sul Cunhataí União do Oeste Santa Helena São Pedro de Alcântara Passo de Torres Bom Jesus Trombudo Central Jardinópolis Cocal do Sul Cordilheira Alta Chapadão do Lageado Lacerdópolis Balneário Barra do Sul Morro da Fumaça Santiago do Sul Pinheiro Preto Nova Erechim Braço do Trombudo Planalto Alegre Flor do Sertão Lajeado Grande Santa Terezinha do Progresso Balneário Arroio do Silva Governador Celso Ramos Bom Jesus do Oeste Bombinhas Capivari de Baixo São Miguel da Boa Vista Presidente Castelo Branco Balneário Camboriú ArgentinaArgentina SERRANA OESTE CATARINENSE VALE DO ITAJAI NORTE CATARINENSE SUL CATARINENSE GRANDE FLORIANOPOLIS R i o G r a n d e d o S u lR i o G r a n d e d o S u l P a r a n áP a r a n á 49°W 49°W 51°W 51°W 53°W 53°W 26°S 26°S 28°S 28°S MAPA 1 - POLÍTICO DO ESTADO DE SANTA CATARINA 40°W70°W 0° 30°S MAPA DE LOCALIZAÇÃO DE SANTA CATARINA NO BRASIL Convenções ! Capital Mesorregião Divisão Municipal Curso d´água1:75000000 µ0 17,5 35 52,5 70 87,5 km 1:1750000 Projeção Policônica Datum: SIRGAS 2000 Meridiano Central: 51° W. Gr. Paralelo de Referência: 0° Base cartográfica digital: IBGE 2005. Dados de Desastres Naturais gerados a partir do levantamento do Planejamento Nacional para Gestão do Risco - PNGR CEPED UFSC 2010/2011. Elaborado por Renato Zetehaku Araujo O C E A N OO C E A N O A T L Â N T I C OA T L Â N T I C O
  • 19. 19 Atlas Brasileiro de Desastres Naturais | 1991 a 2010 | Volume Santa Catarina O ESTADO DE SANTA CATARINA Figura 4 – Cânion do Itambezinho Fonte: Secretaria de Turismo de Santa Catarina. Tabuleiro e Tijucas. Esta região, colonizada por açorianos no século XVIII, tem um relevo litorâneo recortado com baías, manguezais, lagunas e praias. As principais cidades são Florianópolis e São José, sendo a pesca e o turismo as atividades econômicas mais importantes (GOVERNO DO ESTADO DE SANTA CATARINA, 2002). A Mesorregião Sul Catarinense é composta por 44 municípios distribuídos em três microrregiões: Araranguá, Criciúma e Tubarão. De colonização predominante italiana, o extrativismo mineral e indústria cerâmica são suas principais atividades econômicas. Suas principais cidades são Criciúma, Tubarão, Gravatal, Araranguá e Urussanga (GOVERNO DO ESTADO DE SANTA CATARINA, 2002). A Mesorregião Serrana, única que é limítrofe de todas as demais mesorregiões, é formada por 30 municípios divididos em duas microrregiões: Campo de Lages e Curitibanos. Além do turismo rural tem como atividades econômicas a pecuária e a indústria florestal. Os principais municípios são Lages, São Joaquim, Urubici e Bom Jardim da Serra (GOVERNO DO ESTADO DE SANTA CATARINA, 2002). Por fim, a Mesorregião Oeste Catarinense, composta por 118 municípios, é formada por duas regiões (Oeste e Meio- Oeste) e cinco microrregiões: Chapecó, Concórdia, Joaçaba, São Miguel do Oeste e Xanxerê. Os campos da Região Oeste são o “celeiro” de Santa Catarina, de onde sai boa parte da produção brasileira de grãos, aves e suínos. Os principais municípios são Chapecó, Xanxerê, Concórdia e São Miguel do Oeste. Na Região Meio-Oeste situam-se comunidades de pequeno e médio porte, colonizadas por imigrantes italianos, alemães, austríacos e japoneses. Sua atividade econômica está baseada na agroindústria, criação de bovinos e produção de maçã, como também há indústrias expressivas do polo metal-mecânico. As principais cidades são Joaçaba, Videira, Caçador, Treze Tílias, Curitibanos, Fraiburgo e Campos Novos (GOVERNO DO ESTADO DE SANTA CATARINA, 2002). O relevo catarinense caracteriza-se por planícies, que não ultrapassam 200 metros, principalmente em toda a faixa litorânea (planície costeira), formada por sedimentos trazidos pelos rios e pelas marés, e planícies fluviais, principalmente no trecho do vale O ESTADO DE SANTA CATARINA Caracterização Geográfica Santa Catarina pertence à Região Sul do Brasil, que é composta pelos Estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, e localiza-se entre os paralelos 26º00’08”S e 29º21’03”S e os meridianos 48º21’30”W e 53º50’09”W (IBGE, 2010a). Limita-se ao norte com o Estado do Paraná, ao sul com o Estado do Rio Grande do Sul, a leste com o Oceano Atlântico e a oeste com a Argentina. Apresenta uma extensão territorial de 95.346,181 km², sendo o 20º maior estado brasileiro em dimensão territorial, correspondente a 1,12% da área do país e 16,54% da Região Sul (IBGE, 2010a). Ao todo, são 293 municípios no Estado, com capital no município de Florianópolis, localizado no litoral, sendo o segundo mais populoso do Estado, com 421.240 habitantes (IBGE, 2010c). Santa Catarina se divide em cinco mesorregiões: Norte Catarinense, Vale do Itajaí, Grande Florianópolis, Sul Catarinense, Serrana e Oeste Catarinense, conforme apresenta o Mapa 1 (Político do Estado de Santa Catarina). A Mesorregião Norte Catarinense é composta por 26 municípiosagrupadosemtrêsmicrorregiões:Canoinhas,Joinville e São Bento do Sul. A microrregião de Joinville destaca-se pela indústria metal-mecânica e as microrregiões de Canoinhas e São Bento do Sul destacam-se pela forte agricultura e a indústria madeireira-moveleira. O município principal e o mais populoso do Estado, com 515.288 habitantes (IBGE, 2010b), é Joinville (GOVERNO DO ESTADO DE SANTA CATARINA, 2002). A Mesorregião do Vale do Itajaí é formada por 54 municípios divididos em quatro microrregiões: Blumenau, Itajaí, Ituporanga e Rio do Sul. De colonização alemã, é polo da indústria têxtil e de exportação, através do Porto de Itajaí. Os principais municípios são Blumenau, Gaspar, Pomerode, Indaial, Itajaí, Brusque e Rio do Sul (GOVERNO DO ESTADO DE SANTA CATARINA, 2002). A Mesorregião da Grande Florianópolis é composta por 21 municípios agrupados em três microrregiões: Florianópolis,
  • 20. 20 Atlas Brasileiro de Desastres Naturais | 1991 a 2010 | Volume Santa Catarina O ESTADO DE SANTA CATARINA do rio Uruguai, no extremo oeste do Estado, que é uma área rebaixada formando um grande vale. O rio Uruguai é o principal agente modelador deste relevo, devido aos processos erosivos ao longo tempo. Ainda no litoral catarinense, situam-se a Serra do Mar, no litoral norte, e a Serra do Leste Catarinense, situada mais no litoral central, com altitudes que variam de 200 a 800 metros, e que ultrapassam os 900 metros, como no caso do Morro do Cambirela, com 1.043 metros (SANTA CATARINA, 1986). O relevo que predomina no Estado são os planaltos, que ocorrem no interior catarinense, com altitudes entre 800 a 1.000 metros, formados por depósitos vulcânicos da Era Mesozóica, e que se assentam sobre rochas de arenito. As altitudes mais elevadas são encontradas nas bordas do planalto, principalmente no trecho da Serra Geral, onde se situam os pontos mais altos, como o Morro da Igreja, com 1.822 metros, localizado no município de Urubici, e o Morro da Boa Vista (SANTA CATARINA, 1986). O Morro da Boa Vista é o ponto mais alto do Estado e o 3º da Região Sul, com 1.827 metros de altitude (IBGE, 2010). Está situado na região conhecida como Campo dos Padres, cuja elevação faz parte da divisa dos municípios de Urubici e Bom Retiro. Segundo a classificação de Köppen (1948), o clima catarinense é caracterizado como Subtropical (ou Mesotérmico), dividido em duas categorias: Cfa – mesotérmico úmido com verão quente, de leste, pela zona litorânea e a oeste; e Cfb – mesotérmico úmido com verão brando, distribuindo-se por toda a região central, de norte a sul do Estado. Quanto à temperatura, apresenta características subtropicais. Os valores médios anuais definem a mesotermia, com valores que variam de 21,8ºC no litoral a 13,0ºC no planalto. Além de sofrer influência da atuação de massas polares, conferindo amplitude térmica entre 10 e 7ºC, tem influência da altimetria (SANTA CATARINA, 1986). As massas de ar que atuam com maior frequência no Estado são a Massa Tropical Atlântica e a Massa Polar Atlântica. As frentes são formadas pelo encontro dessas massas de ar e são muito frequentes nos meses de inverno. Desse encontro, ocorrem as chamadas chuvas frontais; já no verão, predominam as chuvas convectivas. Em algumas cidades, como Joinville, são frequentes também as chuvas orográficas. Por sua localização geográfica, o clima do Estado caracteriza-se por ter as quatro estações bem definidas e chuvas distribuídas ao longo do ano, não havendo estação seca. O relevo de Santa Catarina contribui, fundamentalmente, na distribuição diferenciada da precipitação em distintas áreas do Estado. Naquelas mais próximas às encostas de montanhas, as precipitações são mais abundantes, pois a elevação do ar úmido e quente favorece a formação de nuvens cumuliformes, resultando no aumento do volume de precipitação local. Neste sentido, são observados índices maiores de precipitação nos municípios próximos à encosta da Serra Geral, quando comparados aos da zona costeira (MONTEIRO, 2001). A distribuição espacial dos totais pluviométricos anuais é maior na região oeste, com declínio em direção ao vale do rio do Peixe, variando de 2.400mm a 1.600mm. Esses valores mais altos do extremo oeste e oeste catarinense são originados a partir da interação de todas as massas de ar que atuam no Estado, além da interferência do relevo, onde a quantidade precipitada nas áreas próximas ao vale do rio Uruguai é bem inferior às áreas mais ao norte, próximas às encostas das serras do Capanema, da Fortuna e do Chapecó, onde ocorrem os maiores índices pluviométricos do Estado (MONTEIRO, 2001). No limite do oeste com o planalto ocorre precipitação anual de 1.800mm. Há também valores elevados no nordeste do Estado, com 2.000mm na região de Joinville. As pluviosidades intensas nas regiões da Serra Geral e do Mar, como dito acima, são determinadas pela influência do relevo. Os totais declinam em direção ao sul precipitando 1.400mm anuais na região litorânea até o extremo sul do Estado. Esse total reflete as modificações locais da circulação atmosférica, com a passagem livre de ventos vindos do oceano, que em sua rota do mar em direção à Serra Geral, perde umidade (SANTA CATARINA, 1986). Com relação à rede hidrográfica, o território catarinense é drenado por numerosas bacias representadas por dois sistemas independentes de drenagem: uma vertente dirigida diretamente para o Oceano Atlântico, a leste do Estado, formando um conjunto de bacias isoladas, abrangendo 37% do território catarinense, com destaque para a bacia do rio Itajaí; e a outra, para oeste, por um sistema integrado do interior, comandada pela bacia dos rios Paraná-Uruguai, e abrangendo uma superfície mais vasta, 63,03% da área do Estado, nos domínios do planalto. A Serra Geral é o grande divisor das águas que drenam para o rio Uruguai e as que deságuam no Oceano Atlântico. Ao norte de Santa Catarina, a Serra do Mar serve como divisor entre a bacia do Iguaçu e as bacias da vertente atlântica que drenam para o litoral norte (SANTA CATARINA, 1986). As principais bacias de Santa Catarina são as do rio Uruguai, do Peixe, das Antas, Peperi-guaçu, Chapecó, voltadas à vertente do interior (oeste), na vertente leste destacam-se as bacias dos rios Itajaí-Açu, Cubatão, Tubarão e Araranguá (SANTA CATARINA, 1986). O Estado ainda contempla um sistema lagunar na planície costeira que compreende um conjunto de 47 lagoas, entre as mais significativas. As formações lacustres de Santa Catarina são mais frequentes na faixa litorânea situada mais ao sul do Estado, merecendo destaque o complexo lagunar formado pelas lagoas do Mirim, Imaruim e de Santo Antônio. Na ilha de Santa Catarina também se encontram duas lagoas, a da Conceição e do Peri, com a primeira contendo água salobra (SANTA CATARINA, 1986). A cobertura vegetal de Santa Catarina está diretamente relacionada com a hidrografia, o relevo, com a distância em relação ao mar e as condições climáticas e edáficas de cada região. Fazendo parte do Bioma Mata Atlântica, o Estado apresenta as seguintes regiões fitoecológicas, segundo o Atlas de Santa Catarina (SANTA CATARINA, 1986): • Floresta Ombrófila Densa (Mata Atlântica): é a vegetação encontrada no litoral catarinense e estende-se nos vales da bacia hidrográfica do rio Itajaí-Açu, onde a umidade é maior e as chuvas são mais frequentes. É higrófila, latifoliada, perene, densa e heterogênea. É bem estratificada, com árvores de 20 a 30 m de altura e importantes como o cedro, ipê e a figueira. Sua área de ocorrência é formada por planícies litorâneas, e principalmente por encostas íngremes da Serra do Mar e Geral, formando vales profundos e estreitos.
  • 21. 21 Atlas Brasileiro de Desastres Naturais | 1991 a 2010 | Volume Santa Catarina O ESTADO DE SANTA CATARINA • Floresta Ombrófila Mista (Mata de Araucárias): aparece no planalto catarinense, em altitudes superiores a 500m. Sua denominação é dada pela presença de uma conífera – araucária angustifólia, vulgarmente conhecida como “pinheiro do Paraná”. É aberta, aciculifoliada e homogênea. Grande parte desta floresta desapareceu no século XX, devido às empresas de exploração de madeira. Possui importantes espécies como a araucária, a erva-mate e a imbuia. Frequentemente aparece associada a áreas de campos. • Floresta Estacional Decidual (Floresta Subtropical do Uruguai): é a vegetação característica da bacia média e superior do rio Uruguai e seus afluentes, até as altitudes de 500 a 600m, ocupando aproximadamente 10.000 km2 do Estado. Predominam as espécies que perdem suas folhas no outono e inverno, mas há grande número de espécies perenes. Destaca-se a grápia, o angico vermelho, o louro-pardo, a canafístula e a guajuvira. Entre as espécies perenes têm-se as canelas, o pau- marfim, os camboatás. • Savana (campos do planalto meridional): vegetação rasteira, herbácea, de gramíneas cespitosas e rizomatosas, entremeadas por elementos de arbustos ou arbóreos formando as florestas de galeria ou capões. Aparecem em manchas esparsas e em maior quantidade no Planalto Serrano, em altitudes acima dos 800m, e frequentemente associadas às araucárias. São mais expressivas, pela extensão, os campos em Lajes, São Joaquim, Campos Novos, Bom Retiro e Curitibanos. Os campos catarinenses foram aos poucos ocupados pela agricultura. • Formações Pioneiras (Vegetação Litorânea): é encontrada na faixa costeira, no contato entre o mar e o continente. Constitui-se principalmente de vegetação de restinga e dos manguezais, com predominância herbácea e arbustiva, diretamente ou indiretamente influenciadas pelo mar. A vegetação de restinga aparece junto às dunas e praias, com arbustos e gramíneas esparsos, com raízes alongadas acompanhando a superfície do solo. Os manguezais são halófitos e pneumatóforos. Aparecem em áreas onde as águas dos rios se encontram com as águas do mar, e onde não haja rebentação de ondas. Ocorrem no litoral norte e centro do Estado, até o município de Laguna. No passado, o Estado de Santa Catarina apresentava 85% de sua área originalmente coberta pela Mata Atlântica; atualmente, situa-se como o terceiro Estado brasileiro com maior área de remanescentes do Bioma, resguardando cerca de 1.662.000 hectares, ou 17,46% da área original (CAMPANILI; PROCHNOW, 2006). Ao longo dos anos, a cobertura vegetal original do Estado foi, na sua maior parte, descaracterizada pela ação antrópica, que desde a colonização vem sendo feita, principalmente, através de exploração descontrolada das florestas para a extração de madeiras, bem como pela implantaçãodeculturascíclicas,alémdaformaçãodepastagens para a criação extensiva do gado bovino e atualmente, com o reflorestamento para a comercialização. Segundo dados do Atlas dos Remanescentes Florestais da Mata Atlântica, para o período de 2005 a 2008, os desflorestamentos do Bioma Mata Atlântica no período analisado totalizaram 102.938 hectares nos 10 dos 17 Estados onde a Mata Atlântica aparece (BA, GO, MS, MG, ES, RJ, SP, PR, SC e RS). Verifica-se que, em números absolutos, Santa Catarina foi o Estado que mais desmatou entre os anos de 2005 a 2008, suprimindo 45.530 hectares de Mata Atlântica. A porção oeste, junto às formações das matas de araucárias em Santa Catarina, é a área mais crítica para a Mata Atlântica apontada pelo Atlas (SOS MATA ATLÂNTICA, 2009). Dados Demográficos A Região Sul do Brasil possui uma densidade demográfica de 48,58 hab/km², a segunda mais alta do Brasil. Entretanto, possui a menor taxa de crescimento do país, com 9,07%, no período de 2000 a 2010. Já o Estado Santa Catarina apresenta uma população de 6.249.682 habitantes e densidade demográfica de 65,29 hab/Km² (Tabela 2). A população catarinense é predominantemente urbana, com uma taxa de 84%, característica encontrada também na Região Sul, com 84,93% e Brasil, com 84,3%% (Tabela 3). Tabela 2 – População, taxa de crescimento, densidade demográfica e taxa de urbanização, segundo as Grandes Regiões do Brasil – 2000/2010 Grandes Regiões População em 2000 População em 2010 Taxa de Crescimento 2000 a 2010 Densidade Demográfica (2010) (hab/km²) Taxa de Pop. Urbana - 2010 BRASIL 169,799,170 190,732,694 12.33% 22.43 84.36% Região Norte 12,900,704 15,865,678 22.98% 4.13 73.53% Região Nordeste 47,741,711 53,078,137 11.18% 34.15 73.13% Região Sudeste 72,412,411 80,353,724 10.97% 86.92 92.95% Região Sul 25,107,616 27,384,815 9.07% 48.58 84.93% Santa Catarina 5,356,360 6,249,682 16.68% 84,00 16.00% Região Centro-Oeste 11,636,728 14,050,340 20.74% 8.75 88.81% Fonte: IBGE, Censo Demográfico de2000 e 2010
  • 22. 22 Atlas Brasileiro de Desastres Naturais | 1991 a 2010 | Volume Santa Catarina O ESTADO DE SANTA CATARINA em razão da precariedade das construções ou do desgaste da estrutura física, correspondeu a 5.546.310 milhões de domicílios, dos quais 4.629.832 milhões estão localizados nas áreas urbanas. Em relação ao estoque de domicílios particulares permanentes do país, o déficit corresponde a 9,6%. No Estado de Santa Catarina, o déficit habitacional, em 2008, era de 140.770 mil domicílios, dos quais 123.747 mil localizados nas áreas urbanas e 17.023 nas áreas rurais (Tabela 5). Em relação ao estoque de domicílios particulares permanente do Estado, o déficit corresponde a 7,2%. Se comparados aos percentuais de domicílios particulares dos demais estados da região, é o mais alto e acima do percentual regional, 6,5%, no entanto abaixo do nacional, 9,6%, conforme a Tabela 5. Déficit habitacional urbano em 2008, segundo faixas de renda familiar em salários mínimos A análise dos dados refere-se à faixa de renda média familiar mensal em termos de salários mínimos sobre o déficit habitacional. O objetivo é destacar os domicílios urbanos precários e sua faixa de renda, alvo preferencial de políticas públicas que visem à melhoria das condições de vida da população mais vulnerável. No Estado de Santa Catarina, as desigualdades sociais estão expressas pelos indicadores do déficit habitacional, segundo faixa de renda. Os dados mostram que a renda familiar mensal das famílias é muito baixa, onde 76,6% recebem uma renda mensal de até 3 salários mínimos. Na Região Sul, representa 83,4%, enquanto a média no Brasil é de 89,6% das famílias (Tabela 6). Escolaridade A média de anos de estudo do segmento etário que compreende as pessoas acima de 25 anos ou mais de idade revela a escolaridade de uma sociedade, segundo IBGE (2010). 2 Déficit Habitacional: o conceito de déficit habitacional utilizado está ligado diretamente às deficiências do estoque de moradias. Inclui ainda a necessidade de incremento do estoque, em função da coabitação familiar forçada (famílias que pretendem constituir um domicilio unifami- liar), dos moradores de baixa renda com dificuldade de pagar aluguel e dos que vivem em casas e apartamentos alugados com grande densidade. Inclui-se ainda nessa rubrica a moradia em imóveis e locais com fins não residenciais. O déficit habitacional pode ser entendido, portanto, como déficit por reposição de estoque e déficit por incremento de estoque. O conceito de do- micílios improvisados engloba todos os locais e imóveis sem fins residenciais e lugares que servem como moradia alternativa (imóveis comerciais, embaixo de pontes e viadutos, carcaças de carros abandonados e barcos e cavernas, entre outros), o que indica claramente a carência de novas unidades domiciliares. Fonte: Fundação João Pinheiro/ Déficit Habitacional no Brasil/2008. Tabela 4 – Produto Interno Bruto per Capita, segundo a Região Sul e Unidades da Federação – 2004/2008 2004 2005 2006 2007 2008 Taxa de Variação 2004/2008 BRASIL 10,692.19 11,658.10 12,686.60 14,464.73 15,989.75 49.55% Sul 12,676.91 13,205.97 14,156.15 16,564.00 18,257.79 44.00% Paraná 12,079.83 12,344.44 13,151.98 15,711.20 16,927.98 40.00% Santa Catarina 13,403.29 14,542.79 15,633.20 17,834.00 20,368.64 52.00% Rio Grande do Sul 12,850.07 13,298.02 14,304.83 16,688.74 18,378.17 43.00% PIB PER CAPITA EM R$ Abrangência Geográfica Fonte: IBGE, 2004/2008. Tabela 3 – População, taxa de crescimento e taxa de população urbana e rural, segundo a Região Sule Unidades da Federação – 2000/2010 2000 2010 BRASIL 169,799,170 190,732,694 12.33% 84.30% 15.70% Região Sul 25,107,616 27,384,815 9.07% 84.70% 15.30% Paraná 9,563,458 10,439,601 9.16% 85.10% 14.90% Santa Catarina 5,356,360 6,249,682 16.68% 84.00% 16.00% Rio Grande do Sul 10,187,798 10,695,532 4.98% 85.30% 14.70% Taxa de População Urbana (2010) Taxa de População Rural (2010) Abrangência Geográfica População Crescimento (2000-2010) Fonte: IBGE, Censo Demográfico de 2000 e 2010. Produto Interno Bruto O PIB1 per capita do Estado de Santa Catarina, segundo dados da Tabela 4, cresceu em média 52%, entre 2004 a 2008, acima da média da Região Sul, em torno de 44%, e da média do Brasil, em torno de 50% No ano de 2008, o PIB per capita era de – R$ 20.368,64 – maior que a média regional - R$ 18.257,79 – e que a média nacional ¹ PIB – Produto Interno Bruto: É o total dos bens e serviços produzidos pelas unidades produ- toras residentes destinadas ao consumo final sendo, portanto, equivalente à soma dos valores adicionados pelas diversas atividades econômicas acrescida dos impostos sobre produtos. O PIB também é equivalente à soma dos consumos finais de bens e serviços valorados a preço de mer- cado sendo, também, equivalente à soma das rendas primárias. Pode, portanto, ser expresso por três óticas: a) da produção – o PIB é igual ao valor bruto da produção, a preços básicos, menos o consumo intermediário, a preços de consumidor, mais os impostos, líquidos de subsídios, sobre produtos; b) da demanda – o PIB é igual a despesa de consumo das famílias, mais o consumo do governo, mais o consumo das instituições sem fins de lucro a serviço das famílias (consumo final), mais a formação bruta de capital fixo, mais a variação de estoques,mais as exportações de bens e serviços, menos as importações de bens e serviços; c) da renda – o PIB é igual à remu- neração dos empregados, mais o total dos impostos, líquidos de subsídios, sobre a produção e a importação, mais o rendimento misto bruto, mais o excedente operacional bruto. IBGE / 2008. – R$15.989,75. O mais alto entre todos os estados da Região Sul. No mesmo período, a taxa de variação foi de 52% (Tabela 4). Indicadores Sociais Básicos Déficit Habitacional no Brasil2 No Brasil, em 2008, o déficit habitacional urbano, que engloba as moradias sem condições de serem habitadas,
  • 23. 23 Atlas Brasileiro de Desastres Naturais | 1991 a 2010 | Volume Santa Catarina O ESTADO DE SANTA CATARINA Tabela 5 – Déficit Habitacional Urbano em Relação aos DomicíliosParticulares Permanentes, Segundo Brasil, Região Sul e Unidades da Federação – 2008 Brasil 5.546.310 4.629.832 916.478 9.6% Sul 580.893 519.080 61.813 6,50% Paraná 213.157 192.726 20.431 6,30% Santa Catarina 140.770 123.747 17.023 7,20% Rio Grande do Sul 226.966 202.607 24.359 6,20% Abrangência Geográfica Déficit Habitacional - Valores Absolutos – 2008 Total Urbano Rural Percentual em Relação aos Domicílios Particulares Permanentes Fonte: IBGE, 2004/2008. O indicador de escolaridade no Estado de Santa Catarina pode ser visto pelo percentual de analfabetos (7,1%), de analfabetos funcionais (10,2%), ou seja, pessoas com até 3 anos de estudos, e os de baixa escolaridade (27,3%), compondo um indicador formado pelos sem escolaridade, com muito baixa e baixa escolaridade, que, na soma, corresponde a 37,5% da população acima de 25 anos (Tabela 7). Esperança de Vida ao Nascer3 No Estado de Santa Catarina, o indicador de esperança de vida – 75,8 anos – está acima da média nacional – 73,1 anos – e da regional – 75,2 anos – e é o mais alto entre os estados da região. O indicador taxa de fecundidade – 2,08% - está acima do regional – 1,92% - e do nacional – 1,94 – e é a mais alta entre os estados da região. O indicador taxa bruta de natalidade – 12,54% - está acima do regional – 12,34% - mas abaixo do nacional – 15,77% - é o mediano entre os estados Tabela 6 – Distribuição percentual do Déficit Habitacional Urbano por Faixas de Renda Média Familiar Mensal, Segundo Região Sul e Unidades da Federação- FJP/2008 BRASIL 5.546.310 4.629.832 916.478 9,60% Norte 555.130 448.072 107.058 13,80% Rondônia 31.229 29.609 1.620 6,90% Acre 19.584 17.370 2.214 10,50% Amazonas 132.224 120.363 11.861 17,10% Roraima 13.969 13.333 636 12,00% Pará 284.166 217.408 66.758 14,70% Amapá 14.277 13.223 1.054 8,70% Tocantins 59.681 36.766 22.915 15,80% Abrangência Geográfica Déficit Habitacional - Valores Absolutos – 2008 Total Urbano Rural Percentual em Relação aos Domicílios Particulares Permanentes Fonte: Fundação João Pinheiro/ Déficit Habitacional no Brasil 2008 – Minis- tério das Cidades. 3 No Brasil, o aumento de esperança de vida ao nascer, em combinação com a queda do nível geral de fecundidade, resulta no aumento absoluto e relativo da população idosa. A taxa de fecundidade total corresponde ao número médio de filhos que uma mulher teria no final do seu período fértil. Essa taxa, no Brasil, vem diminuindo nas últimas décadas, e sua redução reflete a mudança que vem ocorrendo no processo de urbanização e na entrada da mulher no mercado de trabalho. da região. O indicador taxa bruta de mortalidade – 5,56% - está abaixo do regional – 6,23% -e do nacional – 6,27% - e é a menor entre os estados da região. O indicador taxa de mortalidade infantil – 15,0% - está abaixo da média regional 15,1% - e muito abaixo da média nacional – 22,5% - e é o mediano da região (Tabela 8). Tabela 7 – Pessoas de 25 anos ou mais de idade, total e respectiva distribui- ção percentual, por grupos de anos de estudo-Brasil, Região Sul e Estado de Santa Catarina – 2009. Brasil 111,952 12.90% 11.80% 24.80% Sul 17 060 80.00% 11.00% 28.90% Paraná 6 466 10.20% 11.90% 24.90% Santa Catarina 3 773 7.10% 10.20% 27.30% Rio Grande do Sul 6 821 6.40% 10.70% 33.60% Total (1000 pessoas) Sem Instrução e Menos de 1 ano de Estudo 1 a 3 anos 4 a 7 anos Abrangência Geográfica Pessoas de 25 anos ou mais de idade Distribuição percentual, por grupos de anos de estudo Fonte: IBGE, Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios 2009. Tabela 8 – Taxas de fecundidade total, bruta de natalidade, bruta de mortalidade, de mortalidade infantil e esperança de vida ao nascer, por sexo - Brasil, Região Sul e Unidades da Federação – 2009 Total Homens Mulheres BRASIL 1,94% 15,77% 6,27% 22,5% 73.10 69.40 77.00 Sul 1,92% 12,34% 6,23% 15,10% 75.2 71.9 78.7 Paraná 1,84% 12,98% 5,97% 17,30% 74.7 71.6 77.9 Santa Catarina 2,08% 12,54% 5,56% 15,00% 75.8 72.6 79.1 Rio Grande do Sul 1,93% 11,60% 6,84% 12,70% 75.5 71.9 79.3 Taxa Bruta de Mortalidade Taxa de Mortalidade Infantil Abrangência Geográfica Esperança de Vida ao Nascer Taxa de Fecundidade Total Taxa Bruta de Natalidade Fonte: Síntese dos Indicadores Sociais (IBGE, 2009b).
  • 24. 24 Atlas Brasileiro de Desastres Naturais | 1991 a 2010 | Volume Santa Catarina O ESTADO DE SANTA CATARINA REFERÊNCIAS BRASIL. Ministério das Cidades. Secretaria Nacional de Habitação. Déficit habitacional no Brasil 2008. Brasília: Fundação João Pinheiro, Centro de Estatística e Informações. 2008. 129p. (Projeto PNUD-BRA-00/019 – Habitar Brasil – BID). Disponível em: <http://www.fjp.gov.br/index.php/component/docman/doc_ download/654-deficit-habitacional-no-brasil-2008>. Acesso em: 19 set. 2011. CAMPANILI, M.; PROCHNOW, M. (Orgs.). Os estados da Mata Atlântica: Santa Catarina. In: ______. Mata Atlântica: uma rede pela floresta. Brasília: RMA, 2006. Disponível em: <http://www.apremavi.org.br/mata-atlantica/uma-rede-pela- floresta/>. Acesso em: 7 dez. 2011. IBGE – INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Anuário estatístico do Brasil. v. 70. Rio de Janeiro: IBGE, 2010a. Disponível em: <http://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/ monografias/GEBIS%20-%20RJ/AEB/AEB2010.pdf>. Acesso em: 19 out. 2011. IBGE – INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Joinville. In: IBGE Cidades. 2010b. Disponível em: <http://www.ibge. gov.br/cidadesat>. Acesso em: 1 dez. 2011 IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Florianópolis. In: IBGE Cidades. 2010c. Disponível em: <http://www.ibge.gov.br/ cidadesat>. Acesso em: 1 dez. 2011. IBGE – INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Contas regionais do Brasil 2004 - 2008. Tabela 4 - Produto Interno Bruto a preços de mercado per capita , segundo Grandes Regiões e Unidades da Federação - 2003-2007. 2008. Disponível em: <http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/economia/ contasregionais/2003_2007/tabela04.pdf>. Acesso em 19 de set. 2011. IBGE – INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Pesquisa nacional por amostra de domicílios 2009. 2009a. Disponível em: <http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/ populacao/trabalhoerendimento/pnad2009/>. Acesso em: 05 set. 2011. IBGE – INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Sinopse do Censo Demográfico 2010. 2010. Disponível em: <http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/censo2010/ sinopse.pdf>. Acesso em: 05 set. 2011. IBGE – INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Síntese de indicadores sociais: uma análise das condições de vida da população brasileira. Rio de Janeiro: IBGE, 2009b. (Estudos e Pesquisas: Informação Demográfica e Socioeconômica, 26). Disponível em: <http://www.ibge.gov.br/home/ estatistica/populacao/condicaodevida/indicadoresminimos/ sinteseindicsociais2009/indic_sociais2009.pdf>. Acesso em: 10 set. 2011. GOVERNO ESTADUAL DE SANTA CATARINA. Regiões 2002. Disponível em: <http://www.sc.gov.br/>. Acesso em: 1 dez. 2011. KÖPPEN, W. Climatologia: con un estúdio de los climas de la tierra. México: Fondo de Cultura Econômica, 1948. 466p. MONTEIRO, M. A. Caracterização climática do estado de Santa Catarina: uma abordagem dos principais sistemas atmosféricos que atuam durante o ano. Geosul, Florianópolis, v. 16, n. 31, p. 69-78, jan./jun. 2001. Disponível em: <http://150.162.1.115/index.php/ geosul/article/viewFile/14052/12896>. Acesso em: 5 dez. 2011. SANTA CATARINA. Gabinete de Planejamento e Coordenação Geral. Atlas de Santa Catarina. Florianópolis, SC: GAPLAN/SUEGI; Rio de Janeiro: Aerofoto Cruzeiro, 1986. 173p. SOS MATA ATLÂNTICA. Fundação e INPE divulgam novos dados do atlas. 2009. Disponível em: <http://www.sosmatatlantica.org. br/index.php?section=content&action=contentDetails&idConte nt=392/>. Acesso em: 5 dez. 2011.
  • 25.
  • 26.
  • 27. Fonte: Banco de Imagens da Studio Digital. Desastres Naturais em Santa Catarina de 1991 a 2010 Fonte: Banco de Imagens da Studio Digital. Fonte: Acervo da Coordenadoria Estadual de Defesa Civil de Pernambuco. Fonte: Acervo da Coordenadoria Estadual de Defesa Civil de Pernambuco.
  • 28. 28 Atlas Brasileiro de Desastres Naturais | 1991 a 2010 | Volume Santa Catarina ESTIAGEM E SECA Lages Mafra Taió Itaiópolis Urubici São Joaquim Capão Alto Painel Água Doce Caçador Campos Novos Canoinhas Bom Retiro Santa Cecília Imaruí Curitibanos Calmon Concórdia Irani Lebon Régis Abelardo Luz Porto União Apiúna Orleans Chapecó Rio Negrinho Papanduva Itá Otacílio Costa Itajaí Içara Irineópolis Fraiburgo Ponte Alta Videira Campo Belo do Sul Seara Correia Pinto Tangará Passos Maia São José do Cerrito Xaxim Alfredo Wagner Ilhota Vargem Xanxerê Santa Terezinha Bom Jardim da Serra Major Vieira Ouro Campo Erê Timbó Grande Palmitos Biguaçu Anita Garibaldi Tijucas Ponte Serrada Monte Castelo Ipuaçu Urupema Três Barras Ipira Rio do Campo Campo Alegre Matos Costa Bocaina do Sul Cerro Negro Caibi Palmeira Ibirama Brunópolis José Boiteux Ituporanga Aurora Macieira Mirim Doce Zortéa Quilombo Palma Sola Ipumirim Descanso Guaraciaba São Bento do Sul Salete Itapiranga Capinzal Jaborá Joaçaba Vitor Meireles Rio Rufino Petrolândia Mondaí Ibiam Vidal Ramos Criciúma Lontras Anchieta Timbé do Sul Meleiro Jacinto Machado Rio do Sul Siderópolis Riqueza Paraíso Rio das Antas Pouso Redondo Ibicaré Xavantina Praia Grande Irati Ponte Alta do Norte Saudades Dionísio Cerqueira Guatambú Saltinho Rio do Oeste Romelândia Cunha Porã Erval Velho Imbuia Maravilha Piratuba Paial Galvão Jupiá Sombrio Abdon Batista Arabutã São Cristovão do Sul Catanduvas Ouro Verde Iomerê Presidente Getúlio Monte Carlo Celso Ramos Iraceminha Forquilhinha Herval D'Oeste São José do Cedro Dona Emma Ascurra Luzerna Tunápolis Witmarsum Peritiba Marema Modelo Atalanta Princesa Bela Vista do Toldo São Domingos Leoberto Leal Vargem Bonita Vargeão Agrolândia Morro Grande Faxinal dos Guedes Treze Tílias Rancho Queimado Coronel Freitas São Lourenço do Oeste São Carlos Iporã do Oeste Lindóia do Sul Presidente Nereu Frei Rogério Bandeirante Sul Brasil Agronômica São Miguel do Oeste São João do Sul Pinhalzinho Entre Rios Arvoredo Belmonte Novo HorizonteSão Bernardino Serra Alta Nova Itaberaba Porto Belo São João do Oeste Caxambu do Sul Salto Veloso Balneário Gaivota Santa Rosa do Sul Arroio Trinta Barra Bonita Laurentino Águas de Chapecó Alto Bela Vista Maracajá Coronel Martins Guarujá do Sul Águas Frias Tigrinhos Formosa do Sul Cunhataí União do Oeste Santa Helena Bom Jesus Trombudo Central Jardinópolis Cocal do Sul Cordilheira Alta Chapadão do Lageado Lacerdópolis Santiago do Sul Pinheiro Preto Nova Erechim Braço do Trombudo Planalto Alegre Flor do Sertão Lajeado Grande Santa Terezinha do Progresso Bom Jesus do Oeste São Miguel da Boa Vista Presidente Castelo Branco ArgentinaArgentina R i o G r a n d e d o S u lR i o G r a n d e d o S u l P a r a n áP a r a n á 49°W 49°W 51°W 51°W 53°W 53°W 26°S 26°S 28°S 28°S MAPA 2 - DESASTRES NATURAIS CAUSADOS POR ESTIAGEM E SECA EM SANTA CATARINA NO PERÍODO DE 1991 A 2010 Convenções Mesorregião Divisão Municipal Curso d´água O C E A N OO C E A N O A T L Â N T I C OA T L Â N T I C O Número de registros 1 - 3 4 - 6 7 - 9 10 - 12 13 - 15 Projeção Policônica Datum: SIRGAS 2000 Meridiano Central: 51° W. Gr. Paralelo de Referência: 0° Base cartográfica digital: IBGE 2005. Dados de Desastres Naturais gerados a partir do levantamento do Planejamento Nacional para Gestão do Risco - PNGR CEPED UFSC 2010/2011. Elaborado por Renato Zetehaku Araujo µ0 17,5 35 52,5 70 87,5 km 1:1750000
  • 29. 29 Atlas Brasileiro de Desastres Naturais | 1991 a 2010 | Volume Santa Catarina ESTIAGEM E SECA DESASTRES NATURAIS EM SANTA CATARINA DE 1991 A 2010 ESTIAGEM E SECA Os desastres relativos aos fenômenos de estiagens e secas compõem o grupo de desastres naturais relacionados à intensa redução das precipitações hídricas. O conceito de estiagem está diretamente relacionado à redução das precipitações pluviométricas, ao atraso dos períodos chuvosos ou à ausência de chuvas previstas para uma determinada temporada, em que a perda de umidade do solo é superior a sua reposição (CASTRO, 2003). A redução das precipitações pluviométricas relaciona-se com a dinâmica atmosférica global que comanda as variáveis climatológicas relativas aos índices de precipitação pluviométrica. O fenômeno estiagem é considerado existente quando há um atraso superior a quinze dias do início da temporada chuvosa e quando as médias de precipitação pluviométricas mensais dos meses chuvosos permanecem inferiores a 60% das médias mensais de longo período, da região considerada (CASTRO, 2003). A estiagem é um dos desastres de maior ocorrência e impacto no mundo, devido, principalmente, ao longo período em que ocorre e a abrangência de grandes áreas atingidas (GONÇALVES et al., 2006). Assim, enquanto desastre, a estiagem produz reflexos sobre as reservas hidrológicas locais, causando prejuízos à agricultura e à pecuária. Dependendo do tamanho da cultura realizada, da necessidade de irrigação e da importância desta na economia do município, os danos podem apresentar magnitudes economicamente catastróficas. Seus impactos na sociedade, portanto, resultam da relação entre eventos naturais e as atividades socioeconômicas desenvolvidas na região, por isso a intensidade dos danos gerados é proporcional à magnitude do evento adverso e ao grau de vulnerabilidade da economia local ao evento (CASTRO, 2003). As estiagens, se comparadas às secas, são menos intensasecaracterizam-sepelamenorintensidadeepormenores períodos de tempo. Assim, a forma crônica deste fenômeno é denominada seca (KOBIYAMA, et al., 2006). A seca, do ponto de vista meteorológico, é uma estiagem prolongada, caracterizada por provocar uma redução sustentada das reservas hídricas existentes (CASTRO, 2003). Na seca, para que se configure o desastre, é necessária umainterrupçãodosistemahidrológicodeformaqueofenômeno adverso atue sobre um sistema ecológico, econômico, social e cultural, vulnerável à redução das precipitações pluviométricas. O desastre seca é considerado, também, um fenômeno social, pois caracteriza uma situação de pobreza e estagnação econômica, advinda do impacto desse fenômeno meteorológico adverso. Desta forma, a economia local, sem a menor capacidade de gerar reservas financeiras ou de armazenar alimentos e demais insumos, é completamente bloqueada (CASTRO, 2003). Além de fatores climáticos de escala global, como La Niña, as características geoambientais podem ser elementos condicionantes na frequência, duração e intensidade dos danos e prejuízos desses desastres. As formas de relevo e a altitude da área,porexemplo,podemcondicionarodeslocamentodemassas de ar, interferindo na formação de nuvens e, consequentemente, na precipitação (KOBIYAMA et al., 2006). O padrão estrutural da rede hidrográfica pode ser também um condicionante físico que interfere na propensão para a construção de reservatórios e captação de água. O porte da cobertura vegetal pode ser caracterizado, ainda, como outro condicionante, pois retém umidade, reduz a evapotranspiração do solo e bloqueia a insolação direta no solo, diminuindo também a atuação do processo erosivo (GONÇALVES et al., 2004). Dessa forma, situações de secas e estiagens não são necessariamente consequências somente de índices pluviais abaixo do normal ou de teores de umidade de solos e ar deficitários. Pode-se citar como outro condicionante o manejo inadequado de corpos hídricos e de toda uma bacia hidrográfica, resultados de uma ação antrópica desordenada no ambiente. As consequências, nestes casos, podem assumir características muito particulares, e a ocorrência de desastres, portanto, pode ser condicionada pelo efetivo manejo dos recursos naturais realizado na área (GONÇALVES et al., 2004). O Estado de Santa Catarina apresenta clima com estações bem definidas, verão quente e inverno frio. Por sua localização geográfica é um dos Estados que apresenta melhor Figura 5 - Efeitos da estiagem em Santa Catarina Fonte: Acervo da Secretaria de Estado da Defesa Civil de Santa Catarina e coordenadorias municipais. Figura 6 - Cursos d’água com baixa vazão pelo déficit hídrico Fonte: Acervo da Secretaria de Estado da Defesa Civil de Santa Catarina e coordenadorias municipais
  • 30. 30 Atlas Brasileiro de Desastres Naturais | 1991 a 2010 | Volume Santa Catarina ESTIAGEM E SECA distribuição de precipitação pluviométrica durante o ano, não ocorrendo uma estação chuvosa e outra seca, como acontece na maioria dos estados brasileiros (MONTEIRO, 2001). No entanto, toda a dinâmica sazonal que ocorre no Estado pode ser modificada quando há interferências do fenômeno El Niño- Oscilação Sul (ENOS), que tanto em sua fase positiva (El Niño), quanto negativa (LaNiña), influencia no ritmo climático da região, podendo causar chuvas e estiagens, respectivamente. Logo, as ocorrências de secas e estiagens estão predominantemente relacionadas aos anos de La Niña e constitui um desastre cujos danos são sentidos posteriormente, como reflexo de um longo período de baixa precipitação (HERRMANN et al., 2009). Esses, junto aos desastres naturais relacionados a inundações graduais, foram os eventos mais reincidentes em Santa Catarina. As duas tipologias de desastres naturais – estiagem e seca, adotadas em uma mesma classificação no Atlas, somaram, ao longo dos vinte anos, 1.250 registros oficiais. De acordo com o Mapa 2 (Desastres naturais causados por estiagem e seca em Santa Catarina no período de 1991 a 2010), as regiões do interior do Estado foram as mais afetadas. A Mesorregião do Oeste Catarinense apresentou a maior frequência do desastre, seguido da Mesorregião Serrana, além de parte a oeste das mesorregiões Norte Catarinense e Vale do Itajaí. Os municípios localizados na faixa litorânea catarinense foram pouco afetados pelo evento, principalmente os da Grande Florianópolis. Os municípios mais afetados foram Itapiranga, Chapecó, Coronel Freitas, Itá e Presidente Castelo Branco, localizados todos na Mesorregião Oeste Catarinense, foram enquadrados, no Mapa 2, na categoria de 13-15 registros. Segundo Monteiro (2001), na Mesorregião Oeste Catarinense as chuvas são mais volumosas do que em áreas próximas ao litoral. As precipitações se apresentam abundantes e frequentes ao longo de todo o ano, com excedentes hídricos. As chuvas geralmente são ocasionadas pela influência da “Baixa do Chaco” na organização de condições de tempo mais instáveis, associadas a frentes frias. No entanto, o fenômeno La Niña, que tem influência sobre o clima regional e global, afeta o regime de chuva em Santa Catarina, com a diminuição dos volumes e alteração na distribuição, especialmente em outubro e novembro nas regiões Oeste e o Meio Oeste do Estado, podendo se estender até o Planalto Sul e Norte (GOVERNO DO ESTADO DE SANTA CATARINA, 2010). No mesmo mapa, verifica-se que, dos 293 municípios do Estado, 217 foram afetados por estiagens e secas, representando 74% do total de municípios. Conforme Infográfico 1 (Municípios atingidos por estiagens e secas), os desastres por estiagens e secas ocorrentes nos municípios de Santa Catarina foram registrados em quase todos os anos de 1991 a 2010, exceto no ano de 2007 não se obteve registros dessas tipologias. É um evento recorrente no Estado, portanto. A segunda década de análise (2001-2010) apresentou mais ocorrências, com 995 registros, com destaque para os anos de 2002, com 184 registros, 2004, com 173, 2005, com 195, 2006, com 198, e 2009, com 137. Segundo os dados obtidos pela ANA/SGH (2010), entre os anos de 1991-2010, os de menores médias anuais de precipitação pluviométrica no Estado, foram os de 1991 e 2006. Conforme o Gráfico 1 (Médias pluviométricas em 1991), a média anual foi de 1.344,61 mm, em 91 dias de chuvas, durante o ano de 1991. Já no ano de 2006 (Gráfico 2 - Médias pluviométricas em 2006), com o menor índice da média anual, teve 1.249,40 mm, em 106 dias de chuvas, sendo este o ano que apresentou o maior número de ocorrências de estiagem e seca, ao longo dos vinte anos de dados analisados, em 197 municípios. Destaca- se o município de Quilombo, localizado na Mesorregião Oeste Catarinense, com 2 ocorrências naquele ano. De acordo com Gonçalves, Molleri e Rudorff (2004), os anos com atuação do fenômeno La Niña, influenciam particularmente o sul do Brasil na escassez do volume de chuvas, e podem provocar estiagens em algumas regiões. A atuação do fenômeno global La Niña foi registrada entres os anos de 1995-1996 com intensidade fraca, 1998-2001 com intensidade moderada, e 2007-2009 com intensidade forte (CPTEC/INPE, 2011). Segundo os dados analisados do Infográfico 1, os anos que ocorreram registros do fenômeno não foram aqueles que apresentaram maior número de registros de estiagem e seca. Assim, a participação do fenômeno La Niña não aponta no Estado catarinense as épocas das piores estiagens, de acordo com os dados coletados a partir de documentos oficiais. No entanto, há ocorrências de estiagem e seca em anos de atuação do La Niña, em torno de 40 a 50 ocorrências, porém não tão expressivas como nos outros anos. Gráfico 2 – Médias pluviométricas em 2006 com base nos dados das Es- tações Pluviométricas de Agência Nacional de Águas (ANA), no Estado de Santa Catarina 175.4 112.9 143.8 45 8 49 5 60.6 85.0 95.6 102.5 205.0 138.5 100 150 200 250 Médias pluviométricas em 2006 45.8 34.8 49.5 60.6 13 12 11 5 5 7 7 6 8 9 12 100 50 jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez média mensal média dias de chuva Fonte: ANA/SGH, 2010. Adaptado por CEPED UFSC (2011). Gráfico 1 – Médias pluviométricas em 1991 com base nos dados das Es- tações Pluviométricas da Agência Nacional de Águas (ANA), no Estado de Santa Catarina 159,2 164,7 112 0 183,4 148,9 203,2 150 200 250 Médias pluviométricas em 1991 69,5 97,9 82,5 46,8 48,1 112,0 50,3 10 6 9 8 5 8 3 8 6 10 10 120 50 100 jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez média mensal média dias de chuva Fonte: ANA/SGH, 2010. Adaptado por CEPED UFSC (2011).
  • 31. 31 Atlas Brasileiro de Desastres Naturais | 1991 a 2010 | Volume Santa Catarina ESTIAGEM E SECA Segundo o Atlas de Santa Catarina, a época do ano de menor quantidade de precipitações é no início do verão e do outono, podendo se prolongar até o inverno (SANTA CATARINA, 1986). De acordo com o Gráfico 3 (Frequência mensal de estiagens e secas 1991-2010), os meses do verão e outono apresentaram maior reincidência do evento, coincidindo com os meses de menores índices pluviométricos. Fato que também pode estar relacionado, na região sul do país, à atuação da Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS), definida como sendo uma persistente faixa de nebulosidade, influenciando em período de estiagem, durante os meses de novembro a março (PARMEZANI et al., 1998). Os meses mais afetados, com cerca de 200 registros cada, correspondem ao período de janeiro a maio, com exceção de abril, com 110 ocorrências. Destacam-se os meses de janeiro, fevereiro e março, com 212, 223 e 226 registros de estiagens e secas, respectivamente. Os eventos de estiagem e seca estão entre os fenômenos que causam desastres naturais com os maiores períodos de duração, se comparados com inundações graduais e bruscas, granizo, vendavais, erosões, e movimentos de massa (GONÇALVES; MOLLERI; RUDORFF, 2004). Entre os anos de 1991 a 2010 foi registrado um total de 3.545.532 catarinenses afetados pelas estiagens, conforme apresenta o Gráfico 4 (Danos humanos por estiagens e secas 1991-2010), deixando ainda 4.300 desalojados, 40 levemente feridos e 754 enfermos. Muitas pessoas em episódios de extrema estiagem e seca contraem algum tipo de doença de veiculação hídrica, geralmente relacionada à ingestão de águas contaminadas ou poluídas, ou mesmo pela falta de água, causando desidratação. Omunicípioqueapresentouomaiornúmerodeafetados foi Chapecó, localizado na Mesorregião Oeste Catarinense, com 759.972 pessoas. O município, que registrou 14 ocorrências de estiagens e secas, ao longo do período de análise, segundo os documentos oficiais, foi afetado em toda a sua extensão durante os anos em que decretou situação de emergência. Especificamente, em 2003, uma forte estiagem, caracterizada pela redução da precipitação, ocasionou perdas principalmente Gráfico 3 – Frequência mensal de estiagem e seca, no Estado de Santa Cata- rina, período de 1991 a 2010 212 223 226 110 212 121 150 200 250 Frequência mensal de estiagem e seca (1991 a 2010) 110 14 76 12 11 12 21 121 0 50 100 jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez Fonte: Documentos oficiais do Estado de Santa Catarina, 2010. Gráfico 4 – Danos humanos ocasionados por estiagem e seca, no Estado de Santa Catarina, período de 1991 a 2010 3.545.532 3000000 4000000 es Danos humanos por estiagem e seca (1991 a 2010) 4.300 40 754 0 1000000 2000000 3000000 habitante Fonte: Documentos oficiais do Estado de Santa Catarina, 2010. As estiagens e secas, nos anos de 2003 e 2004, foram consideradas as mais severas no Estado, afetando 184 municípios. Segundo o Centro Integrado de Meteorologia e Recursos Hídricos, a deficiência no volume de chuvas ocorreu desde agosto de 2003, caracterizadas por baixa e má distribuição das precipitações hídricas. Segundo Gonçalves, Molleri e Rudorff (2004), os meses dos verões de 2004 e 2005 tiveram déficits de precipitação, não chovendo nem a metade da média climatológica desse período, em muitos municípios do Estado. na área agrícola de Chapecó. As ações da Defesa Civil municipal centraram-se no atendimento dos atingidos, especialmente no fornecimento de água através de caminhões-pipa, realizando cerca de 50 atendimentos, para aviários e rede comunitária de água localizada na comunidade. As estiagens e secas devem ser monitoradas, principalmente nos meses secos e nos anos de ocorrência de La Niña, quando, em decorrência, há uma significativa diminuição das precipitações pluviométricas. Esses fenômenos naturais favorecem a redução nos níveis de água dos rios e provocam o ressecamento dos leitos em rios de menor porte. Afeta as áreas produtivas, com perdas nas lavouras, causando prejuízo aos agricultores, e compromete os reservatórios de água, resultando em sede, fome, e na perda de rebanho, bem como em problemas de risco à vida humana.
  • 32. 32 Atlas Brasileiro de Desastres Naturais | 1991 a 2010 | Volume Santa Catarina ESTIAGEM E SECA Infográfico 1 - Municípios atingidos por estiagens e secas no Estado de Santa Catarina, período de 1991 a 2010 Municípios Atingidos por Estiagem e Seca Município 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 Total Itá 15 Itapiranga 15 Chapecó 14 Coronel Freitas 14 Presidente Castello Branco 13 Abdon Batista 12 Águas de Chapecó 12 Cordilheira Alta 12 Ipira 12 Arabutã 11 Concórdia 11 Dionísio Cerqueira 11 Ipumirim 11 Iraceminha 11 Irani 11 Jaborá 11 Piratuba 11 Seara 11 Xaxim 11 Anchieta 10 Arvoredo 10 Belmonte 10 Celso Ramos 10 Descanso 10 Guaraciaba 10 Iporã do Oeste 10 Lindóia do Sul 10 Maravilha 10 Marema 10 Modelo 10 Ouro 10 Paial 10 Palma Sola 10 Peritiba 10 Planalto Alegre 10 Quilombo 10 Romelândia 10 São Miguel da Boa Vista 10 Tunápolis 10 Alto Bela Vista 9 Anita Garibaldi 9 Cunha Porã 9 Cunhataí 9 Flor do Sertão 9 Galvão 9 Ipuaçu 9 Irati 9 Nova Itaberaba 9 São Carlos 9 Tangará 9 Xanxerê 9 Xavantina 9 85 1 1 5 48 5 35 4 42 29 38 184 18 173 195 198 48 137 4 0 150 300 Municípios Atingidos por Estiagem e Seca Município 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 Total Abelardo Luz 8 Águas Frias 8 Bandeirante 8 Bom Jesus 8 Caibi 8 Campo Erê 8 Capinzal 8 Caxambu do Sul 8 Coronel Martins 8 Erval Velho 8 Faxinal dos Guedes 8 Formosa do Sul 8 Guarujá do Sul 8 Herval d'Oeste 8 Jardinópolis 8 Lacerdópolis 8 Nova Erechim 8 Ouro Verde 8 Paraíso 8 Pinhalzinho 8 Princesa 8 Riqueza 8 Saltinho 8 Santa Terezinha do Progresso 8 São Domingos 8 São José do Cedro 8 Saudades 8 Serra Alta 8 Tigrinhos 8 União do Oeste 8 Água Doce 7 Barra Bonita 7 Entre Rios 7 Joaçaba 7 Lajeado Grande 7 Mondaí 7 Palmitos 7 Ponte Serrada 7 Santa Helena 7 Santiago do Sul 7 São João do Oeste 7 São Lourenço do Oeste 7 São Miguel do Oeste 7 Sul Brasil 7 Vargeão 7 Catanduvas 6 Guatambú 6 Ibiam 6 José Boiteux 6 Jupiá 6 Passos Maia 6 São José do Cerrito 6 85 1 1 5 48 5 35 4 42 29 38 184 18 173 195 198 48 137 4 0 150 300 Continuação...
  • 33. 33 Atlas Brasileiro de Desastres Naturais | 1991 a 2010 | Volume Santa Catarina ESTIAGEM E SECA Continuação... Continuação... Municípios Atingidos por Estiagem e Seca Município 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 Total Treze Tílias 6 Bom Jesus do Oeste 5 Campo Belo do Sul 5 Campos Novos 5 Canoinhas 5 Cerro Negro 5 Curitibanos 5 Dona Emma 5 Fraiburgo 5 Ibicaré 5 Monte Castelo 5 Novo Horizonte 5 Pinheiro Preto 5 Salete 5 Salto Veloso 5 Santa Terezinha 5 São Bernardino 5 Timbó Grande 5 Vargem 5 Witmarsum 5 Zortéa 5 Agrolândia 4 Arroio Trinta 4 Bom Jardim da Serra 4 Brunópolis 4 Frei Rogério 4 Lebon Régis 4 Luzerna 4 Mirim Doce 4 Monte Carlo 4 Papanduva 4 Petrolândia 4 Ponte Alta 4 Porto União 4 Rio das Antas 4 Rio do Campo 4 São Joaquim 4 Taió 4 Três Barras 4 Urupema 4 Vargem Bonita 4 Videira 4 Bela Vista do Toldo 3 Caçador 3 Capão Alto 3 Chapadão do Lageado 3 Correia Pinto 3 Iomerê 3 Irineópolis 3 Itaiópolis 3 Ituporanga 3 Lages 3 85 1 1 5 48 5 35 4 42 29 38 184 18 173 195 198 48 137 4 0 150 300 Municípios Atingidos por Estiagem e Seca Município 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 Total Lontras 3 Macieira 3 Mafra 3 Major Vieira 3 Otacílio Costa 3 Painel 3 Pouso Redondo 3 Presidente Getúlio 3 Rio do Oeste 3 Vitor Meireles 3 Agronômica 2 Aurora 2 Bocaina do Sul 2 Calmon 2 Ibirama 2 Imbuia 2 Laurentino 2 Matos Costa 2 Palmeira 2 Ponte Alta do Norte 2 Presidente Nereu 2 Rio do Sul 2 São Bento do Sul 2 São Cristovão do Sul 2 Trombudo Central 2 Vidal Ramos 2 Alfredo Wagner 1 Apiúna 1 Ascurra 1 Atalanta 1 Balneário Gaivota 1 Biguaçu 1 Bom Retiro 1 Braço do Trombudo 1 Campo Alegre 1 Cocal do Sul 1 Criciúma 1 Forquilhinha 1 Içara 1 Ilhota 1 Imaruí 1 Itajaí 1 Jacinto Machado 1 Leoberto Leal 1 Maracajá 1 Meleiro 1 Morro Grande 1 Orleans 1 Porto Belo 1 Praia Grande 1 Rancho Queimado 1 Rio Negrinho 1 85 1 1 5 48 5 35 4 42 29 38 184 18 173 195 198 48 137 4 0 150 300
  • 34. 34 Atlas Brasileiro de Desastres Naturais | 1991 a 2010 | Volume Santa Catarina ESTIAGEM E SECA REFERÊNCIAS ANA – AGÊNCIA NACIONAL DE ÁGUAS. SGH – Superintendência de Gestão da Rede Hidrometeorológica. Dados pluviométricos de 1991 a 2010. Brasília: ANA, 2010. CASTRO, Antônio Luiz Coimbra de. Manual de desastres: desastres naturais. Brasília (DF): Ministério da Integração Nacional, 2003. 182 p. CPTEC – CENTRO DE PREVISÃO DE TEMPO E ESTUDOS CLIMÁTICOS. INPE – Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais. La Ninã: ocorrências de La Niña. In: El Niño e La Niña. 2011. Disponível em: <http://enos. cptec.inpe.br/tab_lanina.shtml>. Acesso em: 27 nov. 2011 DOUBRAWA, A. A crise de água e sua possível relação com os parcos remanescentes florestais na região oeste do Estado de Santa Catarina. 2007. 176p. Dissertação (Mestrado em Engenharia Ambiental) – Universidade Regional de Blumenau, Blumenau, 2007. Disponível em: <http://proxy.furb.br/tede/tde_arquivos/5/TDE-2008- 04-29T130315Z-381/Publico/Diss%20Amanda%20Doubrawa.pdf>. Acesso em: 30 nov. 2011. GONÇALVES, E. F.; MOLLERI, G. S. F.; RUDORFF, F. M. Distribuição dos desastres naturais no Estado de Santa Catarina: estiagem (1980 – 2003). In: SIMPÓSIO BRASILEIROS DE DESASTRES NATURAIS, 1., Florianópolis. Anais... Florianópolis: GEDB/UFSC, 2004. p. 773-786. 1 CD-ROM. Disponível em: <http://www.cfh.ufsc.br/~gedn/sibraden/ cd/EIXO%204_OK/4-60.pdf>. Acesso em: 25 nov. 2011. GOVERNO DO ESTADO DE SANTA CATARINA. La Ninã 2010. 2010. Disponível em: <http://ciram.epagri.sc.gov.br/lanina/index.php?option=com_conten t&view=article&id=48&Itemid=60>. Acesso em: 5 dez. 2011 Municípios Atingidos por Estiagem e Seca Município 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 Total Rio Rufino 1 Santa Cecília 1 Santa Rosa do Sul 1 São João do Sul 1 Siderópolis 1 Sombrio 1 Tijucas 1 Timbé do Sul 1 Urubici 1 1250Fonte: Documentos oficiais do Estado de Santa Catarina, 2011. 1 Registro2 Registros 85 1 1 5 48 5 35 4 42 29 38 184 18 173 195 198 48 137 4 0 150 300 Continuação... HERRMANN, M. L. P. et al. Frequência dos desastres naturais no Estado de Santa Catarina no período de 1980 a 2007. In: ENCUENTRO DE GEÓGRAFOS DE AMERICA LATINA, 12, Montevidéu – Uruguai. Anais... Uruguai: EGAL, 2009. Disponível em: <http://egal2009.easyplanners.info/area07/7254_Maria_Lucia_Maria_ Lucia_de_Paula_Herrmann.pdf>. Acesso em: 5 dez. 2011. KOBIYAMA, M. et al. Prevenção de desastres naturais: conceitos básicos. Curitiba: Organic Trading, 2006. 109p. MONTEIRO, M. A. Caracterização climática do estado de Santa Catarina:uma abordagem dos principais sistemas atmosféricos que atuam durante o ano. Revista Geosul, Florianópolis, v. 16, n. 31, p. 69-78, jan./jun. 2001. Disponível em: <http://150.162.1.115/index. php/geosul/article/viewFile/14052/12896>. Acesso em 20 nov. 2011. SANTA CATARINA. Gabinete de Planejamento e Coordenação Geral. Atlas de Santa Catarina. Florianópolis, SC: GAPLAN/SUEGI; Rio de Janeiro: Aerofoto Cruzeiro, 1986. 173p. PARMEZANI, J. M. et al. Associação entre ZCAS e a ocorrência de El Niño e La Niña. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE METEOROLOGIA, 10, Brasília. Anais... Brasília: CBMET, 1998. Disponível em: <http://www. cbmet.com/cbm-files/13-879946ab30aec9d0f49591c8b4420a58. pdf>. Acesso em: 22 nov. 2011 .
  • 35. 35 Atlas Brasileiro de Desastres Naturais | 1991 a 2010 | Volume Santa Catarina INUNDAÇÃO BRUSCA INUNDAÇÃO BRUSCA Inundações bruscas e alagamentos compõem o grupo de desastres naturais relacionados com o incremento das precipitações hídricas e com as inundações. São provocadas por chuvas intensas e concentradas em locais de relevo acidentado ou mesmo em áreas planas, caracterizando-se por rápidas e violentas elevações dos níveis das águas, as quais escoam de forma rápida e intensa. Nessas condições, ocorre um desequilíbrio entre o continente (leito do rio) e o conteúdo (volume caudal), provocando transbordamento (CASTRO, 2003). Por ocorrer em um período de tempo curto, este fenômeno costuma surpreender por sua violência e menor previsibilidade, provocando danos materiais e humanos mais intensos do que as inundações graduais (GOERL; KOBIYAMA, 2005). Os alagamentos, também incluídos nesta classificação do Atlas, caracterizam-se pelas águas acumuladas no leito das ruas e nos perímetros urbanos decorrentes de fortes precipitações pluviométricas, em cidades com sistemas de drenagem deficientes, podendo ter ou não relação com processos de natureza fluvial (MIN. CIDADES/IPT, 2007). Canholi (2005) explica que a drenagem urbana das grandes metrópoles foi, durante muitos anos, abordada de maneira acessória, e somente em algumas metrópoles considerado fator preponderante no planejamento da sua expansão. Desta forma, assiste-se atualmente a um conjunto de eventos trágicos a cada período de chuvas, que se reproduzem em acidentes de características semelhantes em áreas urbanas de risco em todo País – vales inundáveis e encostas erodíveis – inexistindo, na quase totalidade de municípios brasileiros, qualquer política pública para equacionamento prévio do problema (BRASIL, 2003). Conforme Castro (2003), é comum a combinação dos fenômenos de inundação brusca (enxurrada) e alagamento em áreas urbanas acidentadas, como ocorre no Rio de Janeiro, Belo Horizonte e em cidades serranas, causando danos ainda mais severos. Existe certa dificuldade na distinção dos tipos de inundação. Isto se deve à complicada identificação do fenômeno em campo e à ambiguidade das definições existentes. Além dos problemas tipicamente conceituais e etimológicos, algumas características comportamentais são similares para ambas às inundações, ou seja, ocorrem tanto nas inundações bruscas como nas graduais (KOBIYAMA et al., 2006). Em Santa Catarina, os encontros das massas de ar intertropicais e polares úmidas produzem as chuvas, que são fartamente distribuídas durante o ano, conforme mostra o Gráfico 5 – Médias pluviométricas do período de 1991 a 2010, com base nos dados das Estações Pluviométricas da Agência Nacional de Águas (ANA), no Estado de Santa Catarina 200.3 177.7 139.5 110 117.5 116.7 157.4 183.4 146.2 156.8 150 200 250 Médias pluviométricas do Estado (1991 a 2010) 110.7 100.7 95.1 0 50 100 jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez Fonte: ANA/SGH, 2010. Adaptado por CEPED UFSC, 2011. Gráfico 5 (Médias pluviométricas de Santa Catarina 1991 - 2010) com as médias mensais do Estado, entre os anos de 1991 e 2010 (ANA/SGH, 2010). No entanto, verifica-se que a precipitação esteve mais concentrada nos meses de verão, com destaque ao mês de janeiro, com 200,3 mm. Os menores índices ocorreram nos meses de inverno, principalmente no trimestre de junho, julho e agosto. O relevo de Santa Catarina contribui para a distribuição diferenciada da precipitação em distintas áreas do Estado. Nas áreas mais próximas às encostas de montanhas, do lado barlavento, as precipitações são mais abundantes, pois a elevação do ar úmido e quente favorece a formação de nuvens cumuliformes, resultando no aumento do volume de precipitação local (MONTEIRO, 2001). Dentre os desastres naturais mais recorrentes no Estado de Santa Catarina, entre os anos de 1991-2010, estão as inundações bruscas, com 1.255 registros oficiais. O Mapa 3 (Desastres naturais causados por inundações bruscas em Santa Catarina no período de 1991 a 2010) mostra que quase todos os municípios do Estado foram atingidos por essa tipologia de desastre, totalizando 267 municípios, sendo que a região leste apresentou maior recorrência do evento. As mesorregiões com maior número Figura 7 – Enxurrada em 2008 no Estado de Santa Catarina Fonte: Acervo do CEPED UFSC.