EUBIOSOFIA - MEMÓRIAS DA SOCIEDADE TEOSÓFICA BRASILEIRA
O que é minha vida
1. Às vezes me pego a pensar, pois é, por incrível que pareça, eu penso...
Mas, paro e começo a pensar:
- “O que é minha vida?”
- “Qual meu futuro?”
É estranho, normalmente quando paramos para pensar acabamos tentando buscar algo no
passado, e com isso tentar imaginar nosso futuro.
Que ridículo, passado, presente, futuro...
Isso tudo não passa de uma besteira.
Na verdade, ambos são um só.
Mal acabamos de viver o que passou e já estamos chegando no instante que está por vir.
Mas esse não é o ponto.
Me pergunto:
- “Por que quando pensamos no futuro, acabamos tentando resgatar o passado?”
É como se tivéssemos medo do que está por vir, e acabamos nos escondendo no passado.
Pensamentos tais como:
- “Isso já me aconteceu.”
- “Não vou conseguir, veja lá trás o que aconteceu.”
... e muitos outros nos vem à mente, e com isso deixamos de fazer aquilo que nosso coração
manda.
Temos medo do que está por vir, mas esquecemos que “MEDO” e “CORAGEM” caminham
lado a lado.
E se deixamos de viver por medo, simplesmente abrimos mão desse presente que nos é
dado a cada dia.
Pois é, eu sei que poderia passar horas e horas falando, neste caso, escrevendo sobre isso,
mas não irá resolver meu impasse.
- “Neste exato momento, o que é minha vida?”
- “Eu realmente vivo, ou como se costuma dizer, apenas sobrevivo?”
- “O que é realmente importante para mim?”
- “Quais são minhas crenças? Meus sonhos? Meus desejos?”
- “Ou será que nem sei mais no que acredito, o que quero, o que espero?”
Veja bem, que incógnita pode ser nossa vida...
Caminhamos dia após dia e nem sequer sabemos responder uma pergunta simples como essa.
- “Mas por que isso?”
2. - “Será que esquecemos nossos sonhos de criança, ou apenas estamos ocupados demais para
pensar sobre isso?”
Não sei, acho que da mesma forma que as “FACILIDADES” do nosso dia a dia tornam tudo
mais prático e rápido, também nos fazem esquecer de nossa essência, ou melhor, nos fazem
esquecer de pensar, de ter autocrítica, saber por nós mesmos o que é e o que não é, decidir
o que eu quero e o que eu não quero para mim.
Sim, sim, é muito mais fácil aceitar o que nos é dito do que passar algum tempo
raciocinando a respeito da verdade sobre a vida, a nossa vida.
É tão fácil, tão cômodo não pensar...
- “Por que fazê-lo então?”
A sociedade não está aí nos mostrando que o que é fácil é certo, o que é prático é lucrativo.
Ok, ok, a esta altura já sei o que quero de minha vida.
Quero o que é simples, e não o que é prático.
Quero carregar comigo aquela alegria, aquela sede se saber, questionar, sem medo de
arriscar, que uma criança tem.
Quero saborear as coisas mais simples, mas também mais belas da vida, como o vôo de uma
borboleta, o perfume de uma flor, o sorriso de uma criança, o cantar dos pássaros, o brilho
das estrelas, o som da chuva.
Quero aproveitar cada milagre que Deus nos dá a cada dia, e não ter medo de perseguir
meus sonhos.
Sei que no caminho posso tropeçar e cair, mas a queda serve apenas para que nos tornemos
mais fortes, levantemos e sigamos em frente, prontos para cair novamente, ou não...
Pois a cada passo que damos, podemos pisar em terreno falso, assim como podemos também
pisar em terra firme.
Nenhum caminho é seguro o bastante, e nenhuma estrada possui destino certo, mas de uma
coisa eu tenho certeza:
- “Se minha jornada terminasse aqui, não haveria razão de eu estar vivo, e como vivo estou,
é porque ainda tenho um longo caminho pela frente, e muita coisa a fazer...
Assim como você...
Por hora me despeço, mas encontro você logo ali na frente
Rio do Sul, 15/10/2006, 23h47min
Adriano Lucas da Silva
Obs.: Texto digitado e revisado em 01/08/2007, 19h43min pelo autor.