Com o advento da tecnologia, no auge de um momento histórico no qual as relações interpessoais se tornam cada vez mais virtuais, essa forma pós-moderna de violência, o bullying, atravessa as fronteiras das escolas e, até mesmo, das famílias – onde vigoram pequenas violências domésticas – e se transforma em cyberbullying – intimidação que ultrapassou o ambiente físico presencial –, uma forma dissimulada de bullying, na qual as agressões são virtuais. Corroborando com o exposto, Slonje e Smith (2008, p.14) definem cyberbullying como uma manifestação do “bullying que ocorre através de tecnologias modernas, especificamente por meio de telefones celulares ou da Internet”. Todavia, apesar de percebermos a ocorrência desses fenômenos em vários espaços e/ou ciberespaços, o que nos interessa investigar é a história e as memórias do bullying no cotidiano escolar e suas respectivas relações ou transformações em cyberbullying. Lima (2011) aponta que, desde 2000, o bullying tradicional começou a ser exposto na mídia brasileira; já o bullying virtual, no início de 2010. Estes “jovens antenados”, como se auto-intitulam, apropriam-se, muitas vezes, de ferramentas úteis à comunicação e ao compartilhamento de conhecimento, para disseminarem desrespeito. Como afirma Silva (2010, p. 126):