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A lanterna dos afogados
24-03-2010
* José Carlos Nunes Barreto
Quando o avião monomotor ultraleve em que estavam Herbert Vianna e sua mulher,caiu sobre o mar, lamentei muito, e
pensei nesta música, composta por este talentoso compositor, tantos anos antes. Ele perdeu a esposa neste acidente,
e então, uma densa noite o seguiu com o coma induzido, e ao acordar sem a companheira, sem o movimento das
pernas, e ainda com três filhos para criar, deu um belo exemplo de vida retornando aos estúdios como cadeirante e
tocando sua vida em frente, observado por milhares de fãs da sua arte. Hoje peço vênia para revisitar seu belo poema,
pela sua importância como clássico do nosso cancioneiro popular, e na troca, aprender com sua luz:
”Quando tá escuro/E ninguém te ouve/Quando chega a noite/E você pode chorar”. Quantas vezes? só
nós e Deus?Nas grandes decisões, nas grandes tribulações, decepções ou rezando para Jesus ajudar? segundo
ele,”Há uma luz no túnel/ Dos desesperados/Há um cais de porto/Pra quem precisa chegar/Eu estou na
lanterna dos afogados/Eu estou te esperando/Vê se não vai demorar”.
Esta visão do artista nos leva a um possível náufrago solitário, diferente daqueles milhares do Titanic- há alguém aí?-
e que espera por ajuda vários dias e noites. Para refletir melhor sobre este tema, assisti “Survivor”, em
uma passagem que ensina como sobreviver sobre uma jangada, após dias em uma ilha inóspita do Pacífico - no Discovery
Cannel. Numa situação assim os dias são muito quentes, o sol inclemente, falta água potável, apesar daquele mundo
de água salgada. Aí vem a noite:”Uma noite longa/Pra uma vida curta/Mas já não me importa/Basta poder te
ajudar”.
Ao sobreviver, nunca mais seremos os mesmos, pensaremos mais no outro. E as cicatrizes que ficam, são como um
mapa de um novo território conquistado com “sangue, suor e lágrimas”, portanto jamais esquecido. Pablo
Neruda diria depois: “confesso que vivi”, e, como o personagem do “ Náufrago”, logo
perceberemos que tudo mudou enquanto estivemos lutando pela vida. A empresa, nossa casa, nosso ex-amor, o País. E
agora? em forma de poesia, aprendemos que: ”E são tantas marcas/Que já fazem parte/Do que eu sou
agora/Mais ainda sei me virar/Eu tô na lanterna dos afogados/Eu tô te esperando/Vê se não vai demorar”.
Ter alguém para nos esperar, é o grande passo para quem precisa seguir em frente. Penso em Nelson Mandela, ao
sair livre após 22 anos de masmorra, ou nos presos políticos cubanos, que foram absurdamente comparados por Lula aos
bandidos de SP. Todos feitos náufragos pela liberdade. Todavia alguns morrem durante a travessia, ou por não
agüentarem a grande diferença de temperatura entre o dia e a noite, ou por inanição e sede.
Como Zapata, mártir cubano, que quis Deus, morresse logo no dia da chegada do nosso presidente à Cuba, para
escancarar a obscenidade desta relação de subserviência da esquerda do Brasil à Fidel Castro. Lula não ofereceu uma
lanterna dos afogados para Zapata, mas abraça sanguinários ditadores de todo Mundo, estercos da história, antíteses da
liberdade, e este é a meu ver, o ovo da serpente de um possível governo Dilma: a subtração de liberdades
constitucionais, tantas vezes tentadas neste governo e sem sucesso. Logo ”a luz no túnel” e ”o
cais do porto” seria José Serra - um grande brasileiro. Obrigado Herbert Vianna!
* Professor doutor
debatef@debatef.com.br
Gazeta do Triângulo
http://www.gazetadotriangulo.com.br/site Produzido em Joomla! Criado em: 6 September, 2010, 16:31

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Lanterna dos afogados

  • 1. A lanterna dos afogados 24-03-2010 * José Carlos Nunes Barreto Quando o avião monomotor ultraleve em que estavam Herbert Vianna e sua mulher,caiu sobre o mar, lamentei muito, e pensei nesta música, composta por este talentoso compositor, tantos anos antes. Ele perdeu a esposa neste acidente, e então, uma densa noite o seguiu com o coma induzido, e ao acordar sem a companheira, sem o movimento das pernas, e ainda com três filhos para criar, deu um belo exemplo de vida retornando aos estúdios como cadeirante e tocando sua vida em frente, observado por milhares de fãs da sua arte. Hoje peço vênia para revisitar seu belo poema, pela sua importância como clássico do nosso cancioneiro popular, e na troca, aprender com sua luz: ”Quando tá escuro/E ninguém te ouve/Quando chega a noite/E você pode chorar”. Quantas vezes? só nós e Deus?Nas grandes decisões, nas grandes tribulações, decepções ou rezando para Jesus ajudar? segundo ele,”Há uma luz no túnel/ Dos desesperados/Há um cais de porto/Pra quem precisa chegar/Eu estou na lanterna dos afogados/Eu estou te esperando/Vê se não vai demorar”. Esta visão do artista nos leva a um possível náufrago solitário, diferente daqueles milhares do Titanic- há alguém aí?- e que espera por ajuda vários dias e noites. Para refletir melhor sobre este tema, assisti “Survivor”, em uma passagem que ensina como sobreviver sobre uma jangada, após dias em uma ilha inóspita do Pacífico - no Discovery Cannel. Numa situação assim os dias são muito quentes, o sol inclemente, falta água potável, apesar daquele mundo de água salgada. Aí vem a noite:”Uma noite longa/Pra uma vida curta/Mas já não me importa/Basta poder te ajudar”. Ao sobreviver, nunca mais seremos os mesmos, pensaremos mais no outro. E as cicatrizes que ficam, são como um mapa de um novo território conquistado com “sangue, suor e lágrimas”, portanto jamais esquecido. Pablo Neruda diria depois: “confesso que vivi”, e, como o personagem do “ Náufrago”, logo perceberemos que tudo mudou enquanto estivemos lutando pela vida. A empresa, nossa casa, nosso ex-amor, o País. E agora? em forma de poesia, aprendemos que: ”E são tantas marcas/Que já fazem parte/Do que eu sou agora/Mais ainda sei me virar/Eu tô na lanterna dos afogados/Eu tô te esperando/Vê se não vai demorar”. Ter alguém para nos esperar, é o grande passo para quem precisa seguir em frente. Penso em Nelson Mandela, ao sair livre após 22 anos de masmorra, ou nos presos políticos cubanos, que foram absurdamente comparados por Lula aos bandidos de SP. Todos feitos náufragos pela liberdade. Todavia alguns morrem durante a travessia, ou por não agüentarem a grande diferença de temperatura entre o dia e a noite, ou por inanição e sede. Como Zapata, mártir cubano, que quis Deus, morresse logo no dia da chegada do nosso presidente à Cuba, para escancarar a obscenidade desta relação de subserviência da esquerda do Brasil à Fidel Castro. Lula não ofereceu uma lanterna dos afogados para Zapata, mas abraça sanguinários ditadores de todo Mundo, estercos da história, antíteses da liberdade, e este é a meu ver, o ovo da serpente de um possível governo Dilma: a subtração de liberdades constitucionais, tantas vezes tentadas neste governo e sem sucesso. Logo ”a luz no túnel” e ”o cais do porto” seria José Serra - um grande brasileiro. Obrigado Herbert Vianna! * Professor doutor debatef@debatef.com.br Gazeta do Triângulo http://www.gazetadotriangulo.com.br/site Produzido em Joomla! Criado em: 6 September, 2010, 16:31