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1		 	 	 															Translation	is	a	courtesy	of	the	Diamond	Development	Initiative	(DDI)
	
	
	
	
DECLARAÇÃO	 DE	 WASHINGTON	 SOBRE	 O	 DESENVOLVIMENTO	 INTEGRADO	 DE	 EXPLORAÇÃO	
ARTESANAL	 E	 DE	 PEQUENA	 ESCALA	 DE	 DIAMANTES	 COM	 IMPLEMENTAÇÃO	 DO	 PROCESSO	 DE	
KIMBERLEY		
	
	
RESUMO		
	
Com	vista	a	fortalecer	os	controlos	internos	em	países	produtores	com	sectores	de	mineração	artesanal	
e	de	pequena	escala	de	diamantes	(ASM),	o	Processo	de	Kimberley	tem	de	aproveitar	o	trabalho	da	
comunidade	 de	 desenvolvimento.	 Conforme	 indicado	 na	 Declaração	 de	 Moscovo	 de	 2005	 sobre	 a	
melhoria	de	controlos	internos	relativos	à	produção	de	diamantes	aluviais,	é	necessário	uma	melhor	
rastreabilidade,	regulamentação	e	aplicação.				
	
Cada	vez	mais,	a	segurança	económica,	regulamentação	formal	e	um	desenvolvimento	sustentável	de	
intervenientes	de	ASM	são	também	reconhecidos	como	ferramentas	necessárias	para	trazer	os	diamantes	
em	bruto	para	as	cadeias	de	custódia	legítimas.	
	
O	Grupo	de	Trabalho	sobre	Produção	Artesanal	e	Aluvial	(WGAAP)	tem	incidido	sobre	estas	questões	em	
anos	recentes	e	concluiu	que	existe	muita	coisa	que	o	PK	pode	fazer	para	apoiar	estes	esforços.			
Em	Junho	de	2012,	à	margem	da	intersessão	do	PK,	a	Agência	dos	Estados	Unidos	para	o	Desenvolvimento	
Internacional	 (USAID),	 a	 Diamond	 Development	 Initiative,	 e	 o	 Banco	 Mundial	 organizaram	 uma	
conferência	sobre	como	"melhorar	o	potencial	de	desenvolvimento	da	mineração	artesanal	e	de	pequena	
escala".				
	
Com	 base	 em	 trabalho	 anterior,	 os	 participantes	 da	 conferência	 desenvolveram	 diversas	 ideias	 para	
integrar	objectivos	de	desenvolvimento	com	implementação	do	PK,	incluindo	o	estabelecimento	de	um	
Fórum	 de	 Acção	 sobre	 Mineração	 (MAF)	 para	 complementar	 os	 esforços	 do	 WGAAP	 e	 da	 Diamond	
Development	Initiative	(DDI).		
	
O	conceito	de	um	MAF,	que	actuaria	 como	um	balcão	único	em	termos	de	conhecimentos	técnicos,	
formação	e	equipamento	de	mineração	que	poderia	se	acedido	por	governos	com	produção	de	diamantes	
e	por	comunidades	de	mineração	artesanal,	irá	ser	explorado	em	maior	pormenor.			
	
Reconhecendo	que	não	é,	ela	mesma,	uma	instituição	de	desenvolvimento,	o	PK	encoraja	a	adopção	de	
diversas	 melhores	 práticas	 para	 facilitar	 uma	 integração	 melhorada	 de	 acções	 e	 princípios	 de	
desenvolvimento	económico	no	sector	da	ASM	e	implementação	do	PK.	Para	além	disso,	deveria	ser	
adicionada	uma	secção	aos	relatórios	anuais	dos	participantes	do	PK	com	uma	descrição	dos	esforços	de	
desenvolvimento	no	âmbito	do	sector	da	ASM,	incluindo	melhores	práticas	e	lições	aprendidas.			
	
ANTECEDENTES		
	
A	mineração	artesanal	e	de	pequena	escala	de	diamantes	representa	aproximadamente	25	por	cento	do	
comércio	de	diamantes	brutos	a	nível	mundial.	O	sector	da	ASM	apresenta	desafios	a	iniciativas	como	o	
Processo	de	Kimberley	porque	frequentemente	actua	fora	da	economia	formal	e	desta	forma	escapa	aos	
controlos	internos	que	formam	um	dos	pilares	do	Processo	de	Kimberley.	Em	resposta	a	este	problema,
2		 	 	 															Translation	is	a	courtesy	of	the	Diamond	Development	Initiative	(DDI)
	
	
a	Plenária	de	Moscovo	de	2005	do	Processo	de	Kimberley	adoptou	uma	declaração	sobre	a	"melhoria	dos	
controlos	internos	relativos	à	produção	de	diamantes	aluviais".	
A	 Declaração	 de	 Moscovo	 continha	 uma	 série	 de	 recomendações	 com	 o	 intuito	 de	 melhorar	 a	
rastreabilidade	da	produção	artesanal	desde	a	mina	até	à	exportação,	regular	e	formalizar	a	mineração	
artesanal	e	o	comércio	de	diamantes	aluviais,	enfrentar	o	comércio	transfronteiriço	ilícito	e	encorajar	os	
mineiros	artesanais	a	mudarem-se	para	a	economia	formal.			
	
A	Declaração	de	Moscovo	recomendava	também	que	os	Participantes	do	PK	e	a	comunidade	de	doadores	
apoiem	o	estabelecimento	de	procedimentos	de	rastreabilidade	eficazes,	promovam	a	formalização	do	
sector	 de	 mineração	 artesanal,	 e	 que	 apoiem	 os	 esforços	 regionais	 para	 enfrentar	 o	 tráfico	
transfronteiriço	de	diamantes	em	bruto.	
	
Os	participantes	na	Plenária	de	Moscovo	formaram	também	o	sub-Grupo	de	Trabalho	sobre	Produção	
Artesanal	 e	 Aluvial	 (WGAAP),	 com	 o	 intuito	 de	 promover	 controlos	 internos	 mais	 eficazes	 sobre	 a	
produção	 e	 o	 comércio	 de	 diamantes	 aluviais.	 O	 WGAAP	 tornou-se	 então	 um	 Grupo	 de	 Trabalho	
autónomo	na	Plenária	do	Botsuana	de	2006.		
	
Controlos	 internos	 melhorados	 ajudam	 a	 garantir	 que	 apenas	 diamantes	 em	 bruto	 produzidos	 e	
comercializados	de	acordo	com	a	legislação	nacional	e	com	o	Esquema	de	Certificação	do	Processo	de	
Kimberley	(KPCS)	entram	no	mercado	legítimo.	O	WGAAP,	liderado	por	Angola	na	sua	presidência,	tem	
realizado	 discussões	 abrangentes	 sobre	 como	 garantir	 a	 melhoria	 de	 controlos	 internos	 no	 sector	
artesanal	e	sobre	como	conseguir	uma	melhoria	desse	desenvolvimento	em	geral.			
	
	
CONFERÊNCIA	DE	DESENVOLVIMENTO	DE	JUNHO	DE	2012		
	
À	 margem	 da	 intersessão	 do	 PK	 em	 2012	 em	 Washington,	 D.C.,	 a	 USAID,	 a	 Diamond	 Development	
Initiative,	e	o	Banco	Mundial	organizaram	uma	conferência	sujeita	ao	tema	de	melhoria	do	potencial	de	
desenvolvimento	da	mineração	artesanal	e	de	pequena	escala:	"Enhancing	the	Developmental	Potential	
of	Artisanal	and	Small-Scale	Mining".				
	
O	princípio	organizador	da	conferência	foi	de	que,	com	vista	a	melhorar	os	controlos	internos	em	países	
produtores	com	sectores	da	ASM	significativos	e	para	melhorar	o	potencial	de	desenvolvimento	do	sector	
de	mineração	artesanal	de	diamantes,	os	Participantes	e	Observadores	do	Processo	de	Kimberley	devem	
examinar	formas	de	aproveitar	o	trabalho	da	comunidade	de	desenvolvimento	para	reduzir	a	natureza	
informal	e	precária	da	mineração	artesanal	e	de	pequena	escala.		
	
Apesar	de	uma	melhor	rastreabilidade,	regulamentação	e	aplicação	serem	absolutamente	necessárias,	
uma	 maior	 segurança	 económica	 e	 um	 desenvolvimento	 sustentável	 são	 objectivos	 igualmente	
importantes	 caso	 se	 pretenda	 que	 diamantes	 em	 bruto	 sejam	 trazidos	 para	 as	 cadeias	 de	 custódia	
legítimas	e	que	os	mineiros	artesanais	se	desloquem	para	a	economia	formal.			
	
O	Processo	de	Kimberley	não	tem	o	mandato,	os	meios,	os	recursos,	ou	a	experiência	para	expandir	a	sua	
função	para	o	campo	do	desenvolvimento.	Contudo,	a	conferência	demonstrou	que	já	existem	diversas	
organizações	envolvidas	em	desenvolvimento	sustentável	do	sector	ASM	com	as	quais	o	PK	e	os	seus	
participantes	podem	colaborar	de	forma	útil.
3		 	 	 															Translation	is	a	courtesy	of	the	Diamond	Development	Initiative	(DDI)
	
	
Estas	organizações	incluem,	entre	outros,	os	organizadores	da	conferência:	Direitos	de	Propriedade	e	
Iniciativa	 de	 Desenvolvimento	 de	 Diamantes	 (PRADD)	 da	 USAID,	 que	 está	 a	 trabalhar	 para	 assegurar	
direitos	de	propriedade	aplicáveis	para	os	mineiros	artesanais	na	República	Centro-Africana	e	Libéria;	a	
Diamond	 Development	 Initiative,	 que	 tem	 vindo	 a	 trabalhar	 para	 registar	 mineiros	 artesanais	 e	
estabelecer	padrões	éticos	aplicáveis	a	diamantes	provenientes	de	mineiros	artesanais;	e	a	unidade	de	
Energia,	 Petróleo,	 Gás	 e	 Mineração	 Sustentável	 (SEGOM)	 do	 Banco	 Mundial	 que	 está	 a	 desenvolver	
estratégias	para	resolver	alguns	dos	desafios	sociais	e	ambientais	enfrentados	pela	ASM.			
	
As	nações	produtoras	estão	a	assumir	a	iniciativa	através	da	adopção	das	suas	próprias	estratégias	para	
fomentar	o	desenvolvimento	sustentável	e	trazer	a	sua	ASM	para	o	sector	formal.	O	Brasil	e	a	Libéria,	por	
exemplo,	estabeleceram	grupos	de	trabalho	nacionais	de	múltiplas	partes	interessadas,	reunindo	peritos	
da	sociedade	civil	com	representantes	da	indústria	para	ajudar	o	governo	a	melhorar	a	aplicação	e	a	
implementação	a	nível	nacional,	e	a	Guiné	que	realizou	recentemente	um	programa	piloto	no	qual	o	
governo	e	a	sociedade	civil	cooperaram	na	monitorização	de	áreas	de	produção	artesanal.		
	
	
OBJECTIVOS	DA	POLÍTICA	PARA	AVANÇO	DO	DESENVOLVIMENTO	DO	SECTOR	DA	ASM	E	MELHORIA	DE	
IMPLEMENTAÇÃO	DO	PK		
	
Com	vista	a	desenvolver	a	Declaração	de	Moscovo,	o	Processo	de	Kimberley	é	encorajado	a	procurar	
formas	de	fazer	avançar	e	de	aprofundar	o	desenvolvimento	do	sector	da	ASM	no	interesse	de	melhoria	
de	implementação	do	PK.	Estas	formas	incluem	a	promoção	dos	seguintes	objectivos	da	política:		
	
A.	Melhorar	a	formalização	da	mineração	artesanal	
	
A.1.	Baixar	as	taxas	e	aumentar	a	acessibilidade	a	licenças	de	mineração	
	
Os	participantes	com	um	sector	de	ASM	são	encorajados	a	considerar	o	estabelecimento	de	políticas	que	
proporcionam	 aos	 intervenientes	 de	 ASM	 um	 maior	 incentivo	 em	 relação	 à	 formalização	 das	 suas	
operações.	A	formalização	do	sector	da	ASM	inclui	um	amplo	leque	de	actividade	incluindo,	embora	sem	
carácter	limitativo:	registo	e	licenciamento	de	mineiros	e	de	reivindicações	de	mineração.			
Reduzir	o	custo	das	taxas	de	licenciamento	e	prolongar	a	duração	das	licenças	provou	ser	um	incentivo	
eficaz	 em	 muitas	 partes	 do	 mundo	 de	 exploração	 mineira,	 incluindo,	 recentemente,	 na	 República	
Democrática	do	Congo,	conforme	demonstrado	através	do	trabalho	da	DDI.			
	
Tanto	na	RDC	como	na	República	Centro-Africana,	a	redução	da	taxa	relativa	a	licenças	de	ASM	aumentou	
na	 realidade	 as	 receitas	 dos	 cofres	 do	 estado,	 dado	 que	 mais	 mineiros	 artesanais	 entraram	 para	 a	
economia	formal.		
	
Os	governos	são	encorajados	também	a	aumentar	a	acessibilidade	a	licenças	de	exploração	mineira.	As	
regiões	 de	 mineração	 localizam-se	 frequentemente	 longe	 da	 administração	 governamental	 e	 exigem	
tempo	e	custo	significativo	a	alcançar:	instalações	de	licenciamento	móveis	proporcionam	uma	solução	
parcial.	
	
A.2.	Melhoria	da	recolha	e	análise	de	dados	
	
Também	conforme	indicado	nas	recomendações	da	Declaração	de	Moscovo,	os	participantes	do	PK	são	
encorajados	a	recolher	dados	demográficos	e	geográficos	em	áreas	de	ASM.	Os	participantes	podem
4		 	 	 															Translation	is	a	courtesy	of	the	Diamond	Development	Initiative	(DDI)
	
	
considerar	 o	 uso	 de	 análise	 de	 imagens	 de	 satélite	 disponíveis	 para	 monitorizar	 locais	 de	 mineração	
artesanal	e	de	pequena	escala.	
	
Um	exemplo	deste	uso	de	tecnologia	foi	recentemente	implementado	com	sucesso	no	Gana.	O	governo	
da	RCA	também	utiliza	tecnologia	de	GPS	através	do	projecto	PRADD	para	mapear	áreas	de	produção	de	
diamantes	e	para	rastrear	a	produção	e	a	venda	de	diamantes	aluviais	no	âmbito	de	um	sistema	de	
informação	geográfica.	Outro	exemplo	do	uso	da	tecnologia	para	apoiar	a	implementação	do	PK	é	o	
projecto	 da	 DDI	 na	 RDC,	 o	 qual	 recolheu	 informação	 sobre	 localização	 e	 sócio-económica	 com	
localizadores	GPS	durante	o	registo	de	mineiros	no	local.	Este	sistema	tem	sido	usado	para	rastrear	a	
produção	de	diamantes	artesanais,	produzir	relatórios	sobre	dados	de	produção	e	sócio-económicos,	e	
para	mapear	as	áreas	de	mineração	artesanal	de	diamantes.				
	
Por	fim,	o	Serviço	Geológico	dos	Estados	Unidos	tem	trabalhado	em	apoio	ao	PK	e	aos	seus	grupos	de	
trabalho	 (WGDE,	 WGM)	 para	 desenvolver	 uma	 metodologia	 para	 calcular	 a	 produção	 de	 zonas	 de	
mineração	artesanal	e	baseada	na	análise	de	imagens	de	satélite,	dados	geológicos	e	levantamentos	no	
terreno	em	vários	países.	Para	além	disso,	o	Serviço	Geológico	dos	Estados	Unidos	realizou	um	programa	
piloto	na	Guiné	em	que	o	governo	e	a	sociedade	civil	colaboraram	para	realizar	levantamentos	e	para	
monitorizar	a	produção	em	zonas	de	mineração	artesanal.	Esta	informação	tem-se	revelado	essencial	
tanto	 para	 governos	 como	 para	 mineiros	 artesanais	 para	 monitorizar	 o	 desenvolvimento	 dos	 seus	
recursos	 naturais.	 O	 WGAAP	 conseguiu	 fornecer	 dados	 como,	 por	 exemplo,	 informação	 sobre	 a	
transferência	de	fundos	ou	quilates	negociados	a	partir	de	fontes	aluviais.			
	
A.3.	Reforçar	os	direitos	de	propriedade	
	
Direitos	de	propriedade	fortes	são	uma	condição	necessária	para	trazer	muitas	formas	de	actividade	
económica	 para	 o	 sector	 formal	 e	 complementar	 as	 recomendações	 da	 Declaração	 de	 Moscovo	 em	
relação	a	estabelecer	sistemas	de	cadastro	eficazes	com	vista	a	manter	informação	actualizada	e	exacta	
sobre	áreas	de	produção	e	licenças	de	mineração.			
	
O	projecto	Direitos	de	Propriedade	e	Iniciativa	de	Desenvolvimento	de	Diamantes	(PRADD)	da	USAID	
demonstrou	o	valor	de	reforçar	os	direitos	de	propriedade	dos	mineiros	artesanais.	A	investigação	da	
USAID	 confirmou	 uma	 relação	 positiva	 entre	 reforçar	 os	 direitos	 de	 propriedade	 e	 a	 diminuição	 de	
disputas	de	propriedade,	conversão	de	locais	de	exploração	para	outros	usos	económicos	e	o	aumento	
de	receitas	para	mineiros	artesanais.			
Sempre	que	aplicável,	os	Participantes	do	PK	são	encorajados	a	explorar	a	viabilidade	de	fortalecer	direitos	
de	propriedade	através	de	esclarecimento,	demarcação	e	documentação	de	direitos	de	mineração	e	de	
terreno	em	conformidade	com	as	leis	nacionais.	
	
A.4.	Transparência	financeira	e	boa	governação	
	
Os	participantes	são	encorajados	a	reconhecer	que	transparência	financeira	e	boa	governação	reforçam	
que	todos	os	cidadãos	têm	a	ganhar	com	a	mineração	de	diamantes,	e	que	todos	têm	um	interesse	no	
processo	de	tomada	de	decisões.					
	
A.5.	Capacitar	os	mineiros	artesanais	a	interagir	com	compradores	e	investidores	
	
Aumentar	 o	 acesso	 a	 compradores	 e	 investidores	 pode	 melhorar	 as	 vidas	 de	 mineiros	 artesanais,	
assegurando	que	mais	diamantes	em	bruto	entram	na	cadeia	de	fornecimento	formal.
5		 	 	 															Translation	is	a	courtesy	of	the	Diamond	Development	Initiative	(DDI)
	
	
Participantes	com	um	sector	de	ASM	são	encorajados	a	estabelecer	estruturas	legais	que	permitam	a	
mineiros	 ou	 a	 cooperativas	 artesanais	 comercializar	 os	 seus	 diamantes	 directamente	 no	 mercado	
internacional	desde	que	sejam	consistentes	com	as	disposições	do	KPCS.			
A	formação	no	âmbito	de	avaliação	de	diamantes,	gestão	de	negócios,	e	administração	podem	capacitar	
os	mineiros	a	interagir	melhor	com	investidores	novos	e	alternativos,	beneficiando	indirectamente	as	
autoridades	fiscais	e	regulamentares	do	governo	participante.	
	
A.6.	Alargar	o	acesso	a	contributos	relativos	a	mineração	
	
Alargar	 o	 acesso	 a	 contributos	 sobre	 mineração	 pode	 encorajar	 a	 formalização	 do	 sector	 de	 ASM.	
Experiências	na	República	Centro-Africana	demonstraram	que	é	possível	fornecer	equipamento	de	uma	
forma	sustentável	e	economicamente	eficaz	através	de	grupos	de	aluguer	de	equipamento.		
Os	mineiros	artesanais	podem	receber	formação	no	âmbito	das	competências	necessárias,	permitindo-
lhes	formular	um	plano	de	negócios,	e	alugar	e	realizar	a	manutenção	de	equipamento	de	mineração.		
Esta	estratégia	demonstrou	ser	eficaz	em	encorajar	mineiros	artesanais	a	registarem-se	formalmente	ao	
mesmo	tempo	que	proporciona	um	meio	de	ultrapassar	as	restrições	de	capital,	e	introduzir	competências	
de	negócios	vitais.	Para	além	disso,	membros	do	WGAAP	receberam	por	parte	da	DDI	um	estudo	extensivo	
sobre	a	mecanização	da	mineração	artesanal	de	diamantes.		
	
	
B.	Melhorar	as	condições	sociais	em	comunidades	de	ASM	
	
B.1.	Apoiar	subsistências	complementares	em	comunidades	de	ASM	
	
É	imperativo	que	os	participantes	do	PK	enfatizem	a	importância	de	diversificar	as	fontes	de	geração	de	
rendimento	no	seio	das	comunidades	da	ASM.		
Os	participantes	devem	encorajar	as	comunidades	de	mineração	artesanal	a	diversificar	os	rendimentos	
e	a	desenvolver	estratégias	de	subsistência	complementares.		
Um	exemplo	dessa	diversificação	pode	ser	encontrado	na	República	Centro-Africana,	onde	um	grande	
número	de	mineiros,	a	trabalhar	com	o	projecto	PRADD,	converteram	poços	de	exploração	mineira	em	
explorações	aquícolas	e	jardins	de	legumes	com	vista	a	suplementar	os	rendimentos	e	a	fazer	uso	da	terra	
que	de	outra	forma	teria	sido	abandonada.		
	
B.2.	Capital	de	exploração	e	organização	
	
O	sector	de	mineração	artesanal	é	assolado	por	desorganização	e	por	conflito	social,	tornando	os	mineiros	
vulneráveis	a	muitos	tipos	de	influência	negativa	externa.			
	
É	 encorajado	 que	 sejam	 realizados	 esforços	 para	 identificar	 novas	 formas	 de	 organização	 e	 para	
proporcionar	 o	 capital	 de	 exploração	 necessário	 aos	 mineiros.	 É	 necessária	 a	 exploração	 de	
microfinanciamento.	
	
Para	que	estes	tipos	de	iniciativas	possam	ter	sucesso,	é	necessário	que	organizações	de	desenvolvimento	
com	experiência	no	terreno	se	envolvam	no	sector,	de	forma	consistente	com	os	objectivos	do	Processo	
de	Kimberley.
6		 	 	 															Translation	is	a	courtesy	of	the	Diamond	Development	Initiative	(DDI)
	
	
B.3.	Mitigação	dos	danos	ambientais	
	
	É	importante	ter	em	consideração	as	ramificações	ambientais	da	mineração	artesanal.				
	Os	participantes	são	encorajados	a	promover	melhores	práticas	em	termos	de	gestão	ambiental	e	de	
restauração	de	locais	de	mineração	artesanal	e	de	pequena	escala	e	a	apoiar	mineiros	artesanais	em	
termos	de	programas	de	recuperação	e	de	mitigação	ambiental	durante	e	após	o	encerramento	da	mina	
de	acordo	com	as	leis	nacionais.	
	
B.4.	Harmonização	das	estruturas	legais	
	
Os	 ministérios	 da	 floresta,	 da	 água,	 da	 mineração,	 da	 agricultura,	 agências	 de	 parques	 nacionais,	 e	
comissões	de	ordenamento	do	território	têm	todos	responsabilidades	jurisdicionais	no	que	diz	respeito	a	
ASM.	Contudo,	existe	muito	pouca	coordenação	entre	os	vários	sectores.	Como	resultado,	as	políticas	
muitas	vezes	contradizem-se,	ou	trabalham	com	vista	a	objectivos	contrários.			
	
Os	participantes	são	encorajados	a	harmonizar	as	leis,	regulamentos	e	códigos	ao	longo	dos	sectores	
relevantes	com	vista	a	coordenar	a	gestão	do	sector	da	ASM	e	assegurar	que	a	mineração	artesanal	não	
contínua	a	escapar	pela	malha	legislativa.			
	
B.5.	Saúde	ocupacional	e	segurança	do	trabalhador	
	
A	saúde	e	a	segurança	do	trabalhador	em	locais	de	minas	aluviais	e	artesanais	é	frequentemente	muito	
inferior	ao	existente	em	áreas	de	minas	de	diamantes	industriais.		
	
Os	participantes	são	encorajados	a	procurar	minimizar	as	ameaças	para	a	saúde	e	segurança	através	de	
programa	específicos	orientados	para	o	sector	de	ASM.		
	
Estes	 devem	 trocar	 melhores	 práticas	 em	 termos	 de	 gestão	 de	 segurança	 e	 saúde	 ocupacional.	 São	
também	encorajados	a	monitorizar	potenciais	perigos,	ferimentos	e	fatalidades	em	locais	de	mineração	
artesanal	 e	 adoptar	 medidas	 de	 protecção	 e	 prevenção	 apropriadas	 em	 conformidade	 com	 as	 leis	
nacionais.	
	
Promoção	de	igualdade	de	sexos	e	protecção	das	crianças:	
Mulheres	e	crianças	podem	estar	em	especial	perigo	no	seio	do	sector	de	ASM.	Os	participantes	são	
encorajados	a	promover	a	igualdade	entre	os	sexos	e	a	reforçar	os	esforços	para	garantir	que	as	mulheres	
têm	acesso	igual	a	direitos	de	terras,	educação,	crédito	e	programas	de	formação.		
	
Os	 participantes	 são	 também	 encorajados	 a	 proteger	 crianças	 de	 acordo	 com	 normas	 laborais	
reconhecidas	internacionalmente,	e	a	trabalhar	para	eliminar	o	trabalho	infantil	ao	longo	de	toda	a	cadeia	
de	produção	de	diamantes	artesanais.

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  • 1. 1 Translation is a courtesy of the Diamond Development Initiative (DDI) DECLARAÇÃO DE WASHINGTON SOBRE O DESENVOLVIMENTO INTEGRADO DE EXPLORAÇÃO ARTESANAL E DE PEQUENA ESCALA DE DIAMANTES COM IMPLEMENTAÇÃO DO PROCESSO DE KIMBERLEY RESUMO Com vista a fortalecer os controlos internos em países produtores com sectores de mineração artesanal e de pequena escala de diamantes (ASM), o Processo de Kimberley tem de aproveitar o trabalho da comunidade de desenvolvimento. Conforme indicado na Declaração de Moscovo de 2005 sobre a melhoria de controlos internos relativos à produção de diamantes aluviais, é necessário uma melhor rastreabilidade, regulamentação e aplicação. Cada vez mais, a segurança económica, regulamentação formal e um desenvolvimento sustentável de intervenientes de ASM são também reconhecidos como ferramentas necessárias para trazer os diamantes em bruto para as cadeias de custódia legítimas. O Grupo de Trabalho sobre Produção Artesanal e Aluvial (WGAAP) tem incidido sobre estas questões em anos recentes e concluiu que existe muita coisa que o PK pode fazer para apoiar estes esforços. Em Junho de 2012, à margem da intersessão do PK, a Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID), a Diamond Development Initiative, e o Banco Mundial organizaram uma conferência sobre como "melhorar o potencial de desenvolvimento da mineração artesanal e de pequena escala". Com base em trabalho anterior, os participantes da conferência desenvolveram diversas ideias para integrar objectivos de desenvolvimento com implementação do PK, incluindo o estabelecimento de um Fórum de Acção sobre Mineração (MAF) para complementar os esforços do WGAAP e da Diamond Development Initiative (DDI). O conceito de um MAF, que actuaria como um balcão único em termos de conhecimentos técnicos, formação e equipamento de mineração que poderia se acedido por governos com produção de diamantes e por comunidades de mineração artesanal, irá ser explorado em maior pormenor. Reconhecendo que não é, ela mesma, uma instituição de desenvolvimento, o PK encoraja a adopção de diversas melhores práticas para facilitar uma integração melhorada de acções e princípios de desenvolvimento económico no sector da ASM e implementação do PK. Para além disso, deveria ser adicionada uma secção aos relatórios anuais dos participantes do PK com uma descrição dos esforços de desenvolvimento no âmbito do sector da ASM, incluindo melhores práticas e lições aprendidas. ANTECEDENTES A mineração artesanal e de pequena escala de diamantes representa aproximadamente 25 por cento do comércio de diamantes brutos a nível mundial. O sector da ASM apresenta desafios a iniciativas como o Processo de Kimberley porque frequentemente actua fora da economia formal e desta forma escapa aos controlos internos que formam um dos pilares do Processo de Kimberley. Em resposta a este problema,
  • 2. 2 Translation is a courtesy of the Diamond Development Initiative (DDI) a Plenária de Moscovo de 2005 do Processo de Kimberley adoptou uma declaração sobre a "melhoria dos controlos internos relativos à produção de diamantes aluviais". A Declaração de Moscovo continha uma série de recomendações com o intuito de melhorar a rastreabilidade da produção artesanal desde a mina até à exportação, regular e formalizar a mineração artesanal e o comércio de diamantes aluviais, enfrentar o comércio transfronteiriço ilícito e encorajar os mineiros artesanais a mudarem-se para a economia formal. A Declaração de Moscovo recomendava também que os Participantes do PK e a comunidade de doadores apoiem o estabelecimento de procedimentos de rastreabilidade eficazes, promovam a formalização do sector de mineração artesanal, e que apoiem os esforços regionais para enfrentar o tráfico transfronteiriço de diamantes em bruto. Os participantes na Plenária de Moscovo formaram também o sub-Grupo de Trabalho sobre Produção Artesanal e Aluvial (WGAAP), com o intuito de promover controlos internos mais eficazes sobre a produção e o comércio de diamantes aluviais. O WGAAP tornou-se então um Grupo de Trabalho autónomo na Plenária do Botsuana de 2006. Controlos internos melhorados ajudam a garantir que apenas diamantes em bruto produzidos e comercializados de acordo com a legislação nacional e com o Esquema de Certificação do Processo de Kimberley (KPCS) entram no mercado legítimo. O WGAAP, liderado por Angola na sua presidência, tem realizado discussões abrangentes sobre como garantir a melhoria de controlos internos no sector artesanal e sobre como conseguir uma melhoria desse desenvolvimento em geral. CONFERÊNCIA DE DESENVOLVIMENTO DE JUNHO DE 2012 À margem da intersessão do PK em 2012 em Washington, D.C., a USAID, a Diamond Development Initiative, e o Banco Mundial organizaram uma conferência sujeita ao tema de melhoria do potencial de desenvolvimento da mineração artesanal e de pequena escala: "Enhancing the Developmental Potential of Artisanal and Small-Scale Mining". O princípio organizador da conferência foi de que, com vista a melhorar os controlos internos em países produtores com sectores da ASM significativos e para melhorar o potencial de desenvolvimento do sector de mineração artesanal de diamantes, os Participantes e Observadores do Processo de Kimberley devem examinar formas de aproveitar o trabalho da comunidade de desenvolvimento para reduzir a natureza informal e precária da mineração artesanal e de pequena escala. Apesar de uma melhor rastreabilidade, regulamentação e aplicação serem absolutamente necessárias, uma maior segurança económica e um desenvolvimento sustentável são objectivos igualmente importantes caso se pretenda que diamantes em bruto sejam trazidos para as cadeias de custódia legítimas e que os mineiros artesanais se desloquem para a economia formal. O Processo de Kimberley não tem o mandato, os meios, os recursos, ou a experiência para expandir a sua função para o campo do desenvolvimento. Contudo, a conferência demonstrou que já existem diversas organizações envolvidas em desenvolvimento sustentável do sector ASM com as quais o PK e os seus participantes podem colaborar de forma útil.
  • 3. 3 Translation is a courtesy of the Diamond Development Initiative (DDI) Estas organizações incluem, entre outros, os organizadores da conferência: Direitos de Propriedade e Iniciativa de Desenvolvimento de Diamantes (PRADD) da USAID, que está a trabalhar para assegurar direitos de propriedade aplicáveis para os mineiros artesanais na República Centro-Africana e Libéria; a Diamond Development Initiative, que tem vindo a trabalhar para registar mineiros artesanais e estabelecer padrões éticos aplicáveis a diamantes provenientes de mineiros artesanais; e a unidade de Energia, Petróleo, Gás e Mineração Sustentável (SEGOM) do Banco Mundial que está a desenvolver estratégias para resolver alguns dos desafios sociais e ambientais enfrentados pela ASM. As nações produtoras estão a assumir a iniciativa através da adopção das suas próprias estratégias para fomentar o desenvolvimento sustentável e trazer a sua ASM para o sector formal. O Brasil e a Libéria, por exemplo, estabeleceram grupos de trabalho nacionais de múltiplas partes interessadas, reunindo peritos da sociedade civil com representantes da indústria para ajudar o governo a melhorar a aplicação e a implementação a nível nacional, e a Guiné que realizou recentemente um programa piloto no qual o governo e a sociedade civil cooperaram na monitorização de áreas de produção artesanal. OBJECTIVOS DA POLÍTICA PARA AVANÇO DO DESENVOLVIMENTO DO SECTOR DA ASM E MELHORIA DE IMPLEMENTAÇÃO DO PK Com vista a desenvolver a Declaração de Moscovo, o Processo de Kimberley é encorajado a procurar formas de fazer avançar e de aprofundar o desenvolvimento do sector da ASM no interesse de melhoria de implementação do PK. Estas formas incluem a promoção dos seguintes objectivos da política: A. Melhorar a formalização da mineração artesanal A.1. Baixar as taxas e aumentar a acessibilidade a licenças de mineração Os participantes com um sector de ASM são encorajados a considerar o estabelecimento de políticas que proporcionam aos intervenientes de ASM um maior incentivo em relação à formalização das suas operações. A formalização do sector da ASM inclui um amplo leque de actividade incluindo, embora sem carácter limitativo: registo e licenciamento de mineiros e de reivindicações de mineração. Reduzir o custo das taxas de licenciamento e prolongar a duração das licenças provou ser um incentivo eficaz em muitas partes do mundo de exploração mineira, incluindo, recentemente, na República Democrática do Congo, conforme demonstrado através do trabalho da DDI. Tanto na RDC como na República Centro-Africana, a redução da taxa relativa a licenças de ASM aumentou na realidade as receitas dos cofres do estado, dado que mais mineiros artesanais entraram para a economia formal. Os governos são encorajados também a aumentar a acessibilidade a licenças de exploração mineira. As regiões de mineração localizam-se frequentemente longe da administração governamental e exigem tempo e custo significativo a alcançar: instalações de licenciamento móveis proporcionam uma solução parcial. A.2. Melhoria da recolha e análise de dados Também conforme indicado nas recomendações da Declaração de Moscovo, os participantes do PK são encorajados a recolher dados demográficos e geográficos em áreas de ASM. Os participantes podem
  • 4. 4 Translation is a courtesy of the Diamond Development Initiative (DDI) considerar o uso de análise de imagens de satélite disponíveis para monitorizar locais de mineração artesanal e de pequena escala. Um exemplo deste uso de tecnologia foi recentemente implementado com sucesso no Gana. O governo da RCA também utiliza tecnologia de GPS através do projecto PRADD para mapear áreas de produção de diamantes e para rastrear a produção e a venda de diamantes aluviais no âmbito de um sistema de informação geográfica. Outro exemplo do uso da tecnologia para apoiar a implementação do PK é o projecto da DDI na RDC, o qual recolheu informação sobre localização e sócio-económica com localizadores GPS durante o registo de mineiros no local. Este sistema tem sido usado para rastrear a produção de diamantes artesanais, produzir relatórios sobre dados de produção e sócio-económicos, e para mapear as áreas de mineração artesanal de diamantes. Por fim, o Serviço Geológico dos Estados Unidos tem trabalhado em apoio ao PK e aos seus grupos de trabalho (WGDE, WGM) para desenvolver uma metodologia para calcular a produção de zonas de mineração artesanal e baseada na análise de imagens de satélite, dados geológicos e levantamentos no terreno em vários países. Para além disso, o Serviço Geológico dos Estados Unidos realizou um programa piloto na Guiné em que o governo e a sociedade civil colaboraram para realizar levantamentos e para monitorizar a produção em zonas de mineração artesanal. Esta informação tem-se revelado essencial tanto para governos como para mineiros artesanais para monitorizar o desenvolvimento dos seus recursos naturais. O WGAAP conseguiu fornecer dados como, por exemplo, informação sobre a transferência de fundos ou quilates negociados a partir de fontes aluviais. A.3. Reforçar os direitos de propriedade Direitos de propriedade fortes são uma condição necessária para trazer muitas formas de actividade económica para o sector formal e complementar as recomendações da Declaração de Moscovo em relação a estabelecer sistemas de cadastro eficazes com vista a manter informação actualizada e exacta sobre áreas de produção e licenças de mineração. O projecto Direitos de Propriedade e Iniciativa de Desenvolvimento de Diamantes (PRADD) da USAID demonstrou o valor de reforçar os direitos de propriedade dos mineiros artesanais. A investigação da USAID confirmou uma relação positiva entre reforçar os direitos de propriedade e a diminuição de disputas de propriedade, conversão de locais de exploração para outros usos económicos e o aumento de receitas para mineiros artesanais. Sempre que aplicável, os Participantes do PK são encorajados a explorar a viabilidade de fortalecer direitos de propriedade através de esclarecimento, demarcação e documentação de direitos de mineração e de terreno em conformidade com as leis nacionais. A.4. Transparência financeira e boa governação Os participantes são encorajados a reconhecer que transparência financeira e boa governação reforçam que todos os cidadãos têm a ganhar com a mineração de diamantes, e que todos têm um interesse no processo de tomada de decisões. A.5. Capacitar os mineiros artesanais a interagir com compradores e investidores Aumentar o acesso a compradores e investidores pode melhorar as vidas de mineiros artesanais, assegurando que mais diamantes em bruto entram na cadeia de fornecimento formal.
  • 5. 5 Translation is a courtesy of the Diamond Development Initiative (DDI) Participantes com um sector de ASM são encorajados a estabelecer estruturas legais que permitam a mineiros ou a cooperativas artesanais comercializar os seus diamantes directamente no mercado internacional desde que sejam consistentes com as disposições do KPCS. A formação no âmbito de avaliação de diamantes, gestão de negócios, e administração podem capacitar os mineiros a interagir melhor com investidores novos e alternativos, beneficiando indirectamente as autoridades fiscais e regulamentares do governo participante. A.6. Alargar o acesso a contributos relativos a mineração Alargar o acesso a contributos sobre mineração pode encorajar a formalização do sector de ASM. Experiências na República Centro-Africana demonstraram que é possível fornecer equipamento de uma forma sustentável e economicamente eficaz através de grupos de aluguer de equipamento. Os mineiros artesanais podem receber formação no âmbito das competências necessárias, permitindo- lhes formular um plano de negócios, e alugar e realizar a manutenção de equipamento de mineração. Esta estratégia demonstrou ser eficaz em encorajar mineiros artesanais a registarem-se formalmente ao mesmo tempo que proporciona um meio de ultrapassar as restrições de capital, e introduzir competências de negócios vitais. Para além disso, membros do WGAAP receberam por parte da DDI um estudo extensivo sobre a mecanização da mineração artesanal de diamantes. B. Melhorar as condições sociais em comunidades de ASM B.1. Apoiar subsistências complementares em comunidades de ASM É imperativo que os participantes do PK enfatizem a importância de diversificar as fontes de geração de rendimento no seio das comunidades da ASM. Os participantes devem encorajar as comunidades de mineração artesanal a diversificar os rendimentos e a desenvolver estratégias de subsistência complementares. Um exemplo dessa diversificação pode ser encontrado na República Centro-Africana, onde um grande número de mineiros, a trabalhar com o projecto PRADD, converteram poços de exploração mineira em explorações aquícolas e jardins de legumes com vista a suplementar os rendimentos e a fazer uso da terra que de outra forma teria sido abandonada. B.2. Capital de exploração e organização O sector de mineração artesanal é assolado por desorganização e por conflito social, tornando os mineiros vulneráveis a muitos tipos de influência negativa externa. É encorajado que sejam realizados esforços para identificar novas formas de organização e para proporcionar o capital de exploração necessário aos mineiros. É necessária a exploração de microfinanciamento. Para que estes tipos de iniciativas possam ter sucesso, é necessário que organizações de desenvolvimento com experiência no terreno se envolvam no sector, de forma consistente com os objectivos do Processo de Kimberley.
  • 6. 6 Translation is a courtesy of the Diamond Development Initiative (DDI) B.3. Mitigação dos danos ambientais É importante ter em consideração as ramificações ambientais da mineração artesanal. Os participantes são encorajados a promover melhores práticas em termos de gestão ambiental e de restauração de locais de mineração artesanal e de pequena escala e a apoiar mineiros artesanais em termos de programas de recuperação e de mitigação ambiental durante e após o encerramento da mina de acordo com as leis nacionais. B.4. Harmonização das estruturas legais Os ministérios da floresta, da água, da mineração, da agricultura, agências de parques nacionais, e comissões de ordenamento do território têm todos responsabilidades jurisdicionais no que diz respeito a ASM. Contudo, existe muito pouca coordenação entre os vários sectores. Como resultado, as políticas muitas vezes contradizem-se, ou trabalham com vista a objectivos contrários. Os participantes são encorajados a harmonizar as leis, regulamentos e códigos ao longo dos sectores relevantes com vista a coordenar a gestão do sector da ASM e assegurar que a mineração artesanal não contínua a escapar pela malha legislativa. B.5. Saúde ocupacional e segurança do trabalhador A saúde e a segurança do trabalhador em locais de minas aluviais e artesanais é frequentemente muito inferior ao existente em áreas de minas de diamantes industriais. Os participantes são encorajados a procurar minimizar as ameaças para a saúde e segurança através de programa específicos orientados para o sector de ASM. Estes devem trocar melhores práticas em termos de gestão de segurança e saúde ocupacional. São também encorajados a monitorizar potenciais perigos, ferimentos e fatalidades em locais de mineração artesanal e adoptar medidas de protecção e prevenção apropriadas em conformidade com as leis nacionais. Promoção de igualdade de sexos e protecção das crianças: Mulheres e crianças podem estar em especial perigo no seio do sector de ASM. Os participantes são encorajados a promover a igualdade entre os sexos e a reforçar os esforços para garantir que as mulheres têm acesso igual a direitos de terras, educação, crédito e programas de formação. Os participantes são também encorajados a proteger crianças de acordo com normas laborais reconhecidas internacionalmente, e a trabalhar para eliminar o trabalho infantil ao longo de toda a cadeia de produção de diamantes artesanais.