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MSG DE UM JOVEM ADVOGADO:
OLHANDO PARA FRENTE


Prezado Dr. Roque Aras, encontro-me pessoalmente preocupado com os caminhos que vem
tomando a Ordem dos Advogados do Brasil, Secção Bahia, daí por que resolvi - inicialmente por
exclusão, e após ler suas propostas, por convicção - engajar-me na luta por uma OAB diferente
desta.
Minhas preocupações, talvez indignações, não são pessoais, não se resumem a nomes. Muitas das
vezes, o “nome” é o que menos importa quando se coloca as idéias acima das pessoas. É
exatamente isso que me afasta de uns e me aproxima de V. Senhoria.
Acredito que é necessário de maneira absolutamente urgente restabelecer o verdadeiro papel de
nossa Instituição. Nesse sentido, compatibilizá-la a modernidade, incluir, agregar, devolver-lhe o
papel altruístico intrínseco a nossa profissão. É patente o “desvio de função” de que padece há anos,
talvez décadas, a nossa sofrida OAB/BA. Este é o sentimento que ecoa nos corredores dos Fóruns,
Capital e Interior.
Tenho certeza que V. Senhoria é o personagem que melhor incorporar esse sentimento. Sinto que
caminhando ao seu lado, sequer estaremos votando numa pessoa, mas sim numa idéia, pois, como
disse, elas sim realmente importam. Parabenizo o Nobre Colega por porta-se assim, num verdadeiro
exemplo de democracia, e de que jamais a o nome estará a frente da Instituição.
Se me coubesse orientar algum Colega indeciso, diria que é primordial que se defina um novo
papel para a OAB/BA, nesse sentido, penso que é possível traçar duas linhas básicas: a “do que
queremos” e a “do que não queremos”.
Caro Colega, não queremos a OAB/BA patrimonialista, cujos sobrenomes são sempre
coincidentes. Não queremos mais que decisões importantes sejam tomadas em frente ao espelho, a
exemplo do absurdo modelo de escolha do quinto constitucional. Não queremos vínculos
profissionais incompatíveis a independência da OAB, ainda que isso seja sacrificante. Não
queremos a omissão. Não queremos cartas marcadas. Não queremos mais do mesmo.
Queremos respeito intransigente as nossas prerrogativas. Queremos transparência, queremos ética
no exercício das atribuições, queremos a OAB como ator principal e não como coadjuvante.
Queremos a OAB promovendo a Cidadania. Queremos uma OAB nas ruas. Queremos a OAB
protestando, questionando. Queremos uma OAB que escolhe de maneira transparente e
democrática aqueles que virão amanhã compor Tribunais. Queremos uma OAB que não existe
nesse momento.
É exatamente em razão disso que deposito em V. Senhoria a esperança de uma OAB diferente da
que existe. A atual já temos a certeza de que não queremos. Convencido estou de que muitos
advogados desse estado gostariam de dizer-lhe o mesmo, especialmente os mais novos, que muita
das vezes em silêncio, anseiam por uma quebra do paradigma mofado que persiste na OAB Secção
Bahia.
                                                                                  Mhércio Monteiro
                                                                                 OAB/BA nº 17.632

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  • 1. MSG DE UM JOVEM ADVOGADO: OLHANDO PARA FRENTE Prezado Dr. Roque Aras, encontro-me pessoalmente preocupado com os caminhos que vem tomando a Ordem dos Advogados do Brasil, Secção Bahia, daí por que resolvi - inicialmente por exclusão, e após ler suas propostas, por convicção - engajar-me na luta por uma OAB diferente desta. Minhas preocupações, talvez indignações, não são pessoais, não se resumem a nomes. Muitas das vezes, o “nome” é o que menos importa quando se coloca as idéias acima das pessoas. É exatamente isso que me afasta de uns e me aproxima de V. Senhoria. Acredito que é necessário de maneira absolutamente urgente restabelecer o verdadeiro papel de nossa Instituição. Nesse sentido, compatibilizá-la a modernidade, incluir, agregar, devolver-lhe o papel altruístico intrínseco a nossa profissão. É patente o “desvio de função” de que padece há anos, talvez décadas, a nossa sofrida OAB/BA. Este é o sentimento que ecoa nos corredores dos Fóruns, Capital e Interior. Tenho certeza que V. Senhoria é o personagem que melhor incorporar esse sentimento. Sinto que caminhando ao seu lado, sequer estaremos votando numa pessoa, mas sim numa idéia, pois, como disse, elas sim realmente importam. Parabenizo o Nobre Colega por porta-se assim, num verdadeiro exemplo de democracia, e de que jamais a o nome estará a frente da Instituição. Se me coubesse orientar algum Colega indeciso, diria que é primordial que se defina um novo papel para a OAB/BA, nesse sentido, penso que é possível traçar duas linhas básicas: a “do que queremos” e a “do que não queremos”. Caro Colega, não queremos a OAB/BA patrimonialista, cujos sobrenomes são sempre coincidentes. Não queremos mais que decisões importantes sejam tomadas em frente ao espelho, a exemplo do absurdo modelo de escolha do quinto constitucional. Não queremos vínculos profissionais incompatíveis a independência da OAB, ainda que isso seja sacrificante. Não queremos a omissão. Não queremos cartas marcadas. Não queremos mais do mesmo. Queremos respeito intransigente as nossas prerrogativas. Queremos transparência, queremos ética no exercício das atribuições, queremos a OAB como ator principal e não como coadjuvante. Queremos a OAB promovendo a Cidadania. Queremos uma OAB nas ruas. Queremos a OAB protestando, questionando. Queremos uma OAB que escolhe de maneira transparente e democrática aqueles que virão amanhã compor Tribunais. Queremos uma OAB que não existe nesse momento. É exatamente em razão disso que deposito em V. Senhoria a esperança de uma OAB diferente da que existe. A atual já temos a certeza de que não queremos. Convencido estou de que muitos advogados desse estado gostariam de dizer-lhe o mesmo, especialmente os mais novos, que muita das vezes em silêncio, anseiam por uma quebra do paradigma mofado que persiste na OAB Secção Bahia. Mhércio Monteiro OAB/BA nº 17.632