Entrevista - Secretário Cesár Grubba - DC 22/01/2012
1. 22
de
janeiro
de
2012
|
N°
9425
–
Diário
Catarinense
ENTREVISTA
“Temos
muito
por
fazer”
César
Grubba,
Secretário
de
Segurança
Pública
de
SC
Introspectivo,
avesso
a
se
alongar
sobre
polêmicas
ou
questões
políticas
na
área
que
comanda
há
um
ano,
o
secretário
de
Segurança
Pública,
César
Grubba,
conversou
com
o
Diário
Catarinense
esta
semana,
em
Florianópolis.
Em
uma
hora
com
a
reportagem
em
seu
gabinete,
na
quinta-‐feira,
o
promotor
de
Justiça
se
mostrou
angustiado
com
a
dificuldade
de
melhorar
a
estrutura
da
polícia
catarinense
e
de
frear
a
violência.
Mas
revelou
a
compra
de
equipamentos
e
prometeu
ações
fortes
e
inovadoras,
como
a
criação
de
uma
diretoria
estadual
de
combate
a
narcóticos.
Leia
a
seguir
os
principais
trechos
da
entrevista:
Situação
da
SSP
–
Ainda
sinto
(angústia).
Melhoramos
muito
em
efetivo,
viaturas,
novas
tecnologias.
Não
querendo
pontuar
períodos
nem
governos,
mas
é
uma
questão
histórica
de
relaxamento.
E
é
nacional.
Todos
os
estados
passam
por
isso.
Eles
falam
‘pô,
tu
tá
tão
bem
lá
em
SC
e
ainda
reclama’,
principalmente
porque
não
temos
mais
presos
em
delegacias.
Mas
ainda
é
preocupante,
temos
muito
por
fazer.
Não
consegui
resposta
em
relação
a
efetivo
policial.
A
recomposição
é
muito
demorada.
A
ordem
é
tratar
as
questões
de
forma
técnica.
É
uma
dificuldade
a
burocracia,
a
gestão
do
Estado.
Para
a
reforma
do
IGP
em
Criciúma,
foi
quase
um
ano.
Em
Guaramirim,
a
companhia
estava
parada.
Até
hoje
não
consegui
inaugurar.
PM
envelhecida
–
A
evasão
na
PM
é
muito
grande.
A
tropa
está
envelhecida.
São
pessoas
na
idade
já
de
ir
para
a
reserva
remunerada.
Temos
hoje,
em
SC,
11,6
mil
PMs.
É
o
mesmo
efetivo
de
12
anos
atrás.
Saíram
ano
passado
da
PM
637
PMs.
É
uma
coisa
absurda.
Conseguimos
fazer
incorporação
de
1.202.
Em
abril,
serão
formados
750
PMs.
Baixos
salários
na
Civil
–
Ano
passado,
exonerei
mais
de
40
policiais
civis
a
pedido,
porque
passaram
em
concurso
do
Tribunal
de
Justiça.
O
quadro
da
PC
é
de
6
mil
policiais,
mas
temos
3
mil,
metade
do
ideal.
Em
fevereiro,
serão
nomeados
600,
um
grande
alento.
Levamos
quase
um
ano
para
entregar
os
coletes.
Eles
estavam
vencidos
desde
2009.
Foram
4,3
mil
coletes
comprados.
Delegacias
regionais
–
Pedi
ao
delegado-‐geral
cobrança
por
produtividade
dos
regionais.
Quero
um
2. relatório
de
2011,
o
que
foi
feito,
e
a
ação
prevista,
mas
pode
ter
mudanças.
Ninguém
tem
garantia
em
cargo
público.
Nem
eu.
Tenho
compromisso
com
o
governador
e
não
fujo
da
luta.
Tenho
um
trabalho
a
fazer
e
fico
enquanto
tiver
a
confiança
do
governador.
Política
na
segurança
Em
2011,
a
Polícia
Civil
por
pouco
não
entrou
em
greve
geral
–
Tem,
mas
isso
aí
a
gente
afasta.
O
governador
me
pediu
uma
gestão
técnica
e
disse
para
eu
não
me
preocupar
com
política.
Os
conflitos
entre
PM
e
PC
são
históricos.
Há
determinadas
questões
localizadas
que
precisam
ser
combatidas,
assim
como
existe
entre
promotores
e
juízes.
Teve
várias
situações,
mas
não
queria
citar
local
nem
nome.
A
questão
salarial
é
uma
dificuldade.
Concordo
com
eles
(Polícia
Civil),
tem
que
melhorar.
Crimes
–
O
número
de
assaltos
cresceu
8%
em
Santa
Catarina.
Deste
aumento,
20%
foi
na
Grande
Florianópolis.
Mas,
em
2011,
o
número
de
adolescentes
envolvidos
em
homicídios
dobrou
(de
48,
em
2010,
para
91
em
2011).
Hoje
não
temos
onde
interná-‐los.
Em
Itajaí,
por
exemplo,
não
temos
mais
condições
de
internar.
Teremos
uma
reforma
lá
com
urgência.
Olha
o
caso
desse
adolescente
que
matou
o
argentino.
É
recolhido
e
foge.
Levaram
para
Lages,
o
juiz
não
permitiu
que
fosse
internado
lá
porque
ele
era
de
Florianópolis.
Foi
levado
para
Itajaí
e
fugiu
na
mesma
madrugada.
Diretoria
de
Narcóticos
–
Pelo
crescimento
do
tráfico,
vejo
a
necessidade
de
uma
delegacia
especializada
no
combate
ao
narcotráfico.
Em
2012,
com
a
formatura
dos
novos
policiais,
ela
sai.
É
meta
minha.
Será
como
a
Deic,
mas
só
para
combater
narcotráfico.
Estamos
também
há
quase
um
ano
tentando
ocupar
o
Maciço
do
Morro
da
Cruz
com
a
PM.
Será
instalada
a
base
do
Batalhão
de
Choque.
Não
falta
dinheiro.
É
questão
burocrática
do
Estado
mesmo.
Alugueis
de
prédios
ASSP
paga
aluguéis
de
prédios
geralmente
velhos
e
inadequados
–
A
nossa
ideia
é
levar
o
complexo
da
SSP
para
a
Ivo
Silveira,
no
Continente,
onde
fica
a
Defesa
Civil.
A
gente
construiria
ali.
O
terreno
é
do
Deinfra
e
está
cedido
à
SSP.
Temos
muitos
prédios
locados.
Hoje,
em
construção
e
reformas,
são
129
obras
no
Estado
na
SSP.
A
Delegacia
Geral
da
PC
vai
para
a
Felipe
Schmidt,
num
prédio
do
Estado
que
estava
fechado,
e
sai
do
aluguel,
que,
se
não
me
engano,
é
de
R$
60
mil
ao
mês.
3. Morte
de
vereador
em
Chapecó
Marcelino
Chiarello
(PT)
foi
achado
morto
em
casa,
em
novembro.
A
polícia
catarinense
vai
pedir
apoio
a
peritos
de
SP
para
reavaliar
laudos
–
Estou
acompanhando
o
caso.
Tive
várias
reuniões
com
os
delegados.
Tem
mais
de
60
depoimentos
colhidos,
interceptações
telefônicas.
Tudo
o
que
é
possível
a
nossa
polícia
está
fazendo.
O
problema
é
que
não
se
chegou
a
ninguém
até
agora.
Câmeras
e
viaturas
–
Estamos
instalando
622
novas
câmeras
em
53
cidades.
Vai
ter
redução
da
criminalidade.
O
total
chegará
a
1,4
mil
câmeras
no
Estado.
Serão
contratados
750
agentes
temporários
para
as
centrais
de
videomonitoramento.
Em
60
dias,
acredito
que
possamos
contratar.
Temos
1.885
viaturas
com,
no
mínimo,
cinco
anos
de
uso,
sucateadas,
que
terão
de
ser
trocadas.
Compramos,
em
2011,
634
viaturas
novas.
Gasolina
não
falta.
Instituto
Geral
de
Perícias
–
No
IGP,
havia
um
microcomparador
balístico
estragado
havia
10
anos.
Consertei
por
R$
40
mil.
Havia
3,4
mil
laudos
à
espera.
Hoje
são
2
mil.
Compramos
um
equipamento
de
R$
820
mil
para
detectar
qualquer
tipo
de
substância
em
local
de
crime
ou
corpo
humano.
Havia
demanda
reprimida
de
laudos
por
falta
de
equipamento
e
peritos.
Nomeamos
28
auxiliares
de
medicina
legal.
Agora,
nomeamos
87
novos
peritos.
Desvio
de
motores
da
SSP
–
Abri
sindicância
administrativa
e
vou
aguardar
a
conclusão
da
investigação
policial.
Confio
na
comissão
da
SSP
que
organizou
o
leilão
da
sucata.
diogo.vargas@diario.com.br
DIOGO
VARGAS