A poesia reflete sobre aproveitar a vida enquanto se está vivo, já que quando se está morto não se sente mais nada. A autora pede para ser lembrada com palavras gentis, uma canção suave ou uma flor modesta, mas reconhece que quando falecida não precisará de nada disso. Ela incentiva a aproveitar o presente, pois a vida começa e termina a cada dia e o futuro é incerto.
2. Fale comigo agora que estou aqui
Me diga uma boa ou má palavra
Porque estou aqui e não ali
Na sepultura na terra brava.
3. Venha me ver enquanto estou
aqui
Ficarei feliz em ser lembrada
Depois de morta não estou nem ai
Defunto não precisa de nada.
4. Cante uma canção para eu
ouvir
Que seja pequena e suave
Porque no caixão não vou sentir
Mesmo que seja uma batucada
na nave.
5. Me dê uma modesta florzinha
Uma pequena violeta ou
jasmim
Quero agora pois estou
vivinha
Morta não preciso nem de
um jardim.
6. Que tal um bombom ou um
docinho?
Que vou comer com alegria
Falecida não preciso nem de
um pedacinho
Mesmo que seja da melhor
iguaria.
7. Se for a uma festa me leve
junto
Pois gosto de cantar e dançar
Estou viva e sei me divertir
muito
Mas depois de morta vou ter
de parar.
8. Escute com paciência quando
eu me queixar
Estou viva e por isso tenho
dores
As vezes me canso e quero
desabafar
Morta não quero choro e nem
flores.
9. Reze por mim ou comigo
Enquanto estou nesse lugar
Uma oração bonita de um
amigo
Nesse momento porque
morta não vou precisar.
10. Agora é a hora se quiser me
agradar
Porque a vida começa e termina
a cada dia
Hoje estou aqui amanhã não sei
se vou estar
Por isso minha gente é melhor
aproveitar.