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1. pj O O Angola, de 1975 à
actualidade
A 16 de Maio de 1989, José Eduardo dos Santos e Mobutu voltam a encontrar-se
durante a cimeira de Luanda, que reuniu também os Presidentes da Zâmbia, Keneth
Kaunda, do Gabão, Omar Bongo de S.Tomé e Príncipe, Manuel Pinto da Costa, de
Moçambique Joaquim Chissano, da República Popular do Congo, Denis Sassou Nguesso,
e do Zimbabué, Robert Mugabe, visando encontrar uma solução para a crise angolana.
Nesta ocasião, o governo de Angola submete ao mediador (Presidente Mobutu) um plano
de paz para Angola, que era mais um processo de rendição da UN1TA, do que um
processo de reconciliação. A UNITA, procurava a revisão da Constituição e a realização de
eleições gerais em Angola e o Governo angolano pretendia a manutenção das estruturas e
instituições do Estado. As duas partes encontravam-se desavindas. Na verdade, tanto a
UNITA como o governo não conheciam as verdadeiras e recíprocas intenções, não
conheciam os respectivos planos de paz.
0 plano de paz do governo assentava nos seguintes pontos:
1 ° Respeito pela Constituição e pelas principais leis da República de Angola.
2 ° Cessação de todas as interferências externas nos assuntos internos de Angola.
3 ° Integração da UNITA nas instituições da República de Angola.
.4.° Aceitação do afastamento voluntário e temporário de Jonas Savimbi da cena política
angolana.
Os seus ideais eram diferentes e Jonas Savimbi não aceitaria uma integração, nem o
seu afastamento da vida política angolana e a sua organização não se encontrava
militarmente debilitada.
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2. No final desta conferência foi publicado um
comunicado com três pontos:
4 ° A vontade de todos os filhos de Angola de
porem fim à guerra e de proclamarem
.e 1 perante o mundo a reconciliação nacional.
5 ° A cessação de todas as hostilidades, assim
como a proclamação do cessar-fogo, cuja
L- data de entrada em vigor é fixada para as 24
£ horas do dia 23, ou seja, OhOO do dia 24,
a deJunho de 1989. 1
6 ° A constituição de uma comissão encarregue •
de estabelecer as modalidades de aplicação
deste plano que visa a reconciliação
nacional sob a mediação do presidente do
Zaire.
Para reconciliar os irmãos desavindos, no mês
de Junho, aos oito Chefes de Estado que se
haviam reunido em Luanda, juntaram-se outros
catorze, perfazendo o número de vinte e dois
Chefes de Estado e de Governo em Gbadolite
(Zaire) numa cimeira que ficou conheci-da por
Cimeira de Gbadolite e que teve lugar a 22 de
Junho de 1989. A ideia de resolver o problema do
conflito angolano por via de conversações
tornara-se um facto. Tratou-se de uma tentativa
de resolução de um conflito armado num país
africano com fortes conotações regionais através
de uma mediação africana, na base da experiência
africana.
' Gbadolite foi uma vitória da diplomacia africana, foi o
trilhar do caminho para o alcance ; da paz; Por via do
diálogo a comunidade internacional assistiu o histórico
aperto de mãos entre o presidente angolano e o líder da
UNITA, Jonas Savimbi.
Kembanguilàko, Dinis,
As Relações Políticas
entre a República de
Angola e a República
Democrática do Congo
(1975-1991)
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