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                                                                              casa                            O ESTADO DE S. PAULO
                                                                                                          11 A 17 DE MARÇO DE 2012
                                                                                                                                     15
                                                                                                                                     15
                                                                                      FOTOS: DIVULGAÇÃO




ra e de noite, uma luminária”, diz o designer,      nível e conseguir assentar um tampo de vi-
que vai desenvolver em breve uma série com          dro sobre uma tora. Não basta pegar a motos-
esse conceito de flexibilidade. De qualquer mo-     serra, cortar, lixar e está pronto.”
do, o importante, para ele, é o apelo estético de     Depois de finalizar o móvel, é o lado publi-
sua produção. “Venho da escultura, por isso,        citário de Dias que entra em cena para criar
sou mais fã do elemento visual do que do funcio-    catálogos, fotografar as peças e negociá-las,
nal. Gosto de ver o belo e valorizo esses elemen-   sobretudo na região metropolitana de São
tos no mobiliário.”                                 Paulo, onde pretende montar uma loja ainda
  Isso ajuda a explicar por que desenhos na         neste ano.
prancheta ou no computador não têm espaço             Mas o refúgio de criação, ele garante, conti-
na rotina dele. Há apenas esboços para ele não      nuará sendo a fazenda: é lá que encontra ma-
perder a ideia. “Vou direto para o protótipo.       téria-prima – “É comum alguém oferecer um
Erro tudo que tenho de errar na primeira peça       toco que está na frente de casa há anos” –,
ou acerto logo de cara e vou tomando medidas a      paisagens inspiradoras e tempo extra para
partir disso”, explica. “Quando você cria peças     produzir. “O dia rende mais, às 6 da manha
em série tem de estar tudo certinho, se errar       está todo mundo de pé e não tenho outras
uma etapa, estraga tudo. Já na peça única tudo é    coisas para me tirar a atenção”, conta Dias,
possível de ser consertado, improvisado.”           que também aponta as desvantagens de mo-
  O poder de improvisar do designer também          rar tão afastado. Quando precisa de parafu-
aparece no modo como ele utiliza as ferramen-       sos, por exemplo, tem de percorrer no míni-
tas. “Preciso criar engenhocas para poder dar       mo 50 km até a cidade mais próxima.




                                                                                    c
                                                                                    Revisteiro Red,
                                                                                    feito de uma
                                                                                    antiga prancha
                                                                                    de lavar roupa
                                                                                    no rio e base de
                                                                                    aço carbono
                                                                                    (R$ 990, peça
                                                                                    única). Acima,
                                                                                    mesinhas de
                                                                                    chapa de aço
                                                                                    e peroba-rosa
                                                                                    de demolição
                                                                                    (R$ 630)

Materia estadao b 2012

  • 1. %HermesFileInfo:M-15:20120311: casa O ESTADO DE S. PAULO 11 A 17 DE MARÇO DE 2012 15 15 FOTOS: DIVULGAÇÃO ra e de noite, uma luminária”, diz o designer, nível e conseguir assentar um tampo de vi- que vai desenvolver em breve uma série com dro sobre uma tora. Não basta pegar a motos- esse conceito de flexibilidade. De qualquer mo- serra, cortar, lixar e está pronto.” do, o importante, para ele, é o apelo estético de Depois de finalizar o móvel, é o lado publi- sua produção. “Venho da escultura, por isso, citário de Dias que entra em cena para criar sou mais fã do elemento visual do que do funcio- catálogos, fotografar as peças e negociá-las, nal. Gosto de ver o belo e valorizo esses elemen- sobretudo na região metropolitana de São tos no mobiliário.” Paulo, onde pretende montar uma loja ainda Isso ajuda a explicar por que desenhos na neste ano. prancheta ou no computador não têm espaço Mas o refúgio de criação, ele garante, conti- na rotina dele. Há apenas esboços para ele não nuará sendo a fazenda: é lá que encontra ma- perder a ideia. “Vou direto para o protótipo. téria-prima – “É comum alguém oferecer um Erro tudo que tenho de errar na primeira peça toco que está na frente de casa há anos” –, ou acerto logo de cara e vou tomando medidas a paisagens inspiradoras e tempo extra para partir disso”, explica. “Quando você cria peças produzir. “O dia rende mais, às 6 da manha em série tem de estar tudo certinho, se errar está todo mundo de pé e não tenho outras uma etapa, estraga tudo. Já na peça única tudo é coisas para me tirar a atenção”, conta Dias, possível de ser consertado, improvisado.” que também aponta as desvantagens de mo- O poder de improvisar do designer também rar tão afastado. Quando precisa de parafu- aparece no modo como ele utiliza as ferramen- sos, por exemplo, tem de percorrer no míni- tas. “Preciso criar engenhocas para poder dar mo 50 km até a cidade mais próxima. c Revisteiro Red, feito de uma antiga prancha de lavar roupa no rio e base de aço carbono (R$ 990, peça única). Acima, mesinhas de chapa de aço e peroba-rosa de demolição (R$ 630)