1. Os moradores da região de Iara/Atibaia ouvem falar há mais de 40 anos sobre planos para construir uma grande represa no Rio Jundiaí, que inundaria suas terras. 2. Ao longo dos anos, a população se mobilizou contra o projeto através de plebiscitos, reuniões com autoridades e propostas alternativas de pequenas represas. 3. Embora a construção da grande represa ainda esteja em discussão, a população continua se mobilizando contra o projeto e defendendo soluções alternativas menos

1. REPRESA DE CAMPO LIMPO
HISTÓRICO DA LUTA
Os Moradores do Bairro de Iara/Atibaia/SP e Região há mais de 40 anos ouviram e ouvem falar constante e vagamente de uma Represa a ser construída
pela SABESP em suas terras, na cabeceira do Rio Jundiaí. É uma ameaça velada, distante e sempre presente, mas contida e afastada pela luta e propostas
criativas da população. Senão vejamos:
1 – Em maio/2007 o Prefeito de Atibaia Beto Tricoli recebeu um Ofício da SABESP solicitando a liberação do território ocupado pelos Bairros de Iara e Rio
Acima para a construção de uma Represa e que também declinasse do direito de fazer o EIA/RIMA, em favor da SABESP. Seguindo as leis do Município, o
Prefeito convocou uma Audiência Pública para discutir a petição com os Moradores e a SABESP, pois é uma obra com enorme impacto ambiental, social e
econômico no Município. A Audiência teve que ser cancelada, pela desistência de última hora da SABESP,alegando não ter ainda um projeto detalhado da
obra. E os mais de 300 Moradores presentes no local, ficaram com informações superficiais, incompletas e muitas dúvidas...
2 – Uma carta da SABESP endereçada aos Moradores em julho/2007 informa que desde 1 982 consta no planejamento do DAEE, a intenção de construir
uma Represa na cabeceira do Rio Jundiaí. Posteriormente apareceram novas propostas de barramento do Rio Jundiaí em planejamentos de 1995, 1997 e
1998.
3 – Na proposta de revisão das metas de curto prazo para o Plano de Bacias 2004/2007 – Anexo 2, consta uma proposta da Empresa Projectus Consultoria
Ltda, onde informa que a “Barragem de Campo Limpo no Rio Jundiaí, situa-se pouco a montante da cidade de Campo Limpo e permite criar um reservatório
com um volume útil de 8 milhões de m³ que regulariza uma vazão de 1,2³/s... A Barragem é constituída por um maciço de concreto rolado, com 280m de
comprimento e altura máxima de 28m...”
4 – Em setembro/2007 a Comissão de Moradores do Bairro Iara e Região conclamou o Ministério Público Estadual – Promotoria de Justiça de Atibaia que,
como órgão guardião dos direitos coletivos e difusos, interpelasse a SABESP quanto a Represa e suas conseqüências sobre a população e o meio AMBIENTE.
A Promotora de Justiça Ana Beatriz Pereira de Souza Frontini em sua resposta admite o Projeto da Represa, mas informa que a “ampliação do Sistema
Integrado de Abastecimento de Água Potável dos Municípios de Campo Limpo Paulista e Várzea Paulista – Barramento do Rio Jundiaí, ainda está em fase de
estudos e que por isso não dá ensejo ao ajuizamento da ação cível pública, para apurar possíveis danos ambientais”.

2. 5 – Entre 01º e 07 de setembro/2007 os Moradores do Bairro Iara e Rio Acima foram convocados a se manifestarem, através de plebiscito, quanto à
construção da Represa de Campo Limpo e a maioria da população, 97,67%, votaram contra a grande Represa. Votaram contra porque a construção da
grande Represa é uma enorme violência contra o Bairro Iara e Região, pois serão totalmente inundados, atingindo direta ou indiretamente cerca de 5 000
pessoas. Serão destruídos: o seu rico meio ambiente, com sua flora e fauna, preservado desde os primórdios da colonização – sua história e cultura
seculares, construídas pelo congraçamento harmonioso de 04 povos (portugueses, italianos, espanhóis e japoneses) – finalmente os pequenos agricultores
perderão seu ganha pão que é a produção de hortifrutigranjeiros.
6 – Em maio/2008 num encontro com o Diretor do Departamento Distrital Capivari/Jundiaí – RJJ da SABESP, em Itatiba, o Gerente Pardini informou aos
Moradores pelo Ofício RJJ/058/8 que o “Barramento do Rio Jundiaí é uma ação a ser considera a longo prazo” (mais de 10 anos).
7 – Pelo Diário Oficial do Estado de S. Paulo de 26/11/2008 fomos informados que o Governo do Estado, através do DAEE, contratou, por R$ 2.98 milhões, a
Companhia Brasileira de Projetos e Empreendimentos (COBRAPE) para elaborar o “Plano Diretor de Aproveitamento dos Recursos Hídricos para a
Macrometrópole Paulista”. O objetivo do Plano Diretor é definir novos mananciais para abastecimento das Regiões Metropolitanas de S. Paulo, Campinas e
Baixada Santista e o prazo de execução é de 11 meses. Teoricamente o Plano Diretor deveria ficar pronto em out/2009, mas foi prorrogado sucessivamente
até hoje em dia... Entre as várias recomendações para a elaboração do Plano consta “novas Barragens na Bacia do PCJ – Piracicaba, Capivari e Jundiaí”. No
Relatório Intermediário de set/2009, “Mapa 11 – Planos e Estudos Existentes de Aproveitamento dos Recursos Hídricos” do Plano Diretor consta
inequivocamente a Represa de Campo Limpo...
8 – A C omissão de Moradores elaborou em maio/2009 o “Manifesto – Diga não À Represa” onde além de rechaçar a Grande Represa, propõe-se a formação
de uma “Comissão Mista” composta de representantes da SABESP, das Prefeituras cujo território será atingido pela Represa, dos Moradores e seus apoios
(movimentos, associações e parlamentares), com a finalidade de iniciar um amplo debate público, visando a solução da questão hídrica para toda a Região.
Embora implantada, não teve continuidade por abandono da SABESP.
9 – Em Nov/2009 a Comissão de Moradores com assessoria da ONG ECO&VIDA elaborou o documento “Propostas Alternativas para a Grande Represa”,
onde entre outras propostas levantou-se a alternativa de construção de 06 pequenas represas ao longo da cabeceira do Rio Jundiaí, ao invés da grande
represa, com um mínimo de impacto sócio-ambiental.
10 –Apoiados e assessorados por Parlamentares (Dep. Federal Luiza Erundina e Dep. Estaduais Carlos Neder e Adriano Diogo) os moradores encaminharam
e debateram as “Propostas Alternativas para a Grande Represa” com o Presidente da SABESP, Gesner de Oliveira (31/07/2009) e com o Secretário Executivo

3. do Comitê do PCJ, Luiz Roberto Moretti (26/04/2010). O Secretário Executivo do PCJ prontificou-se fazer um estudo da viabilidade técnica e financeira
das 06 pequenas represas, para abastecimento de Campo Limpo Paulista e Várzea Paulista... A Prefeitura, porém, em correspondência com a Presidência da
SABESP, contrapõe a “elaboração de projeto para captação de água do Rio Atibaia da outorga do Município de Atibaia”. Em resposta a SABESP afirma que a
outorga sobrante só acontecerá por ocasião de um acréscimo de outorga ainda a ser aprovada pelo DAEE...
11 –Em outubro/2010 o MAB – Movimento dos Atingidos por Barragem propôs-se a trabalhar mais efetivamente no Estado de S. Paulo, com o objetivo de
unificar as lutas contra as represas de todos as comunidades ameaçadas do estado. Além deste objetivo outros foram propostos,como: cursos de formação
para questões da água e energia elétrica, criação de frente parlamentar de apoio à luta contra as represas, levantamento dos atingidos ou ameaçados pelas
barragens e elaboração de cartilhas para orientação da população.A assessoria do MAB levou a um aprofundamento e ampliação da nossa luta contra a
barragem.
12 –Em 17/05/2011, por intermédio do Dep. Estadual Adriano Diogo e apoiados por Assessores do Escritório Político da Dep. Luiza Erundina e ONG Caminho
Verde, uma Comissão de Moradores reuniu-se com o Prefeito de Várzea Paulista Eduardo Tadeu Pereira. O Prefeito encampou nossa luta contra a Grande
Represa e assumiu a defesa de soluções alternativas, como a construção de 06 pequenas represas e a concessão da água excedente da outorga do Rio
Atibaia para a Prefeitura de Atibaia ou a compra da água do DAEE de Jundiaí. NB – nesta ocasião, o Dep. Adriano Diogo entregou 10 mapas com foto aérea
da região que provavelmente será atingida pela represa de Campo Limpo.
13 –Reunião em 15/06/2011 de uma Comissão de Moradores com o Secretário de Estado de Saneamento e Recursos Hídricos – Edson Giriboni,
intermediada pelo Dep. Adriano Diogo e assessoria do Escritório Político da Dep. Luiza Erundina, ONG Caminho Verde e MAB. Na ocasião o Secretário
declarou que nada estava definido em relação à Represa de Campo Limpo e se aguardava a finalização do Plano Diretor para Aproveitamento dos Recursos
Hídricos da Macrometrópole Paulista, que deveria acontecer até o final de 2011... Prometeu manter um canal de diálogo sempre aberto e enviar as
Propostas Alternativas para a Grande Represa, para a Equipe que estava elaborando o referido Plano Diretor, para uma avaliação da viabilidade técnica e
financeira.
14 –Reunião com o Dep. Estadual Beto Tricoli (15/07/2011), com a presença de moradores dos Bairros Iara, Rio Acima e Jd. Maracanã. O Deputado
reafirmou sua posição contraria à construção da Grande Represa e a disposição de defender as “Propostas Alternativas para a Grande Represa”. Propôs-se a
marcar uma Audiência com a Presidente da SABESP Dilma Penna para defender esta posição. Na mesma reunião comprometeu-se a encaminhar a
pavimentação da Estrada da Bragantina, antiga reivindicação da população, em consórcio com representantes dos demais Municípios servidos pela referida
Estrada, ou se não for possível fará uma emenda parlamentar, para 2012.

4. 15 –Em 19/11/2011 recebemos via internet, através do Escritório Político da Dep. Luiza Erundina o “Plano das Bacias Hidrográficas do PCJ – 2010 a 2020 –
Relatório Síntese”. No Plano consta inequivocamente a proposta da “Represa de Campo Limpo, regularizando vazões para o abastecimento de Campo Limpo
e Várzea Paulista e das indústrias da região” (pág.67). No “Quadro 40 – Recursos Previstos para as Barragens” – consta R $ 370.245,38 para o Projeto e R$ 7.
404. 907,62 para a implantação da Barragem Campo Limpo (pág. 84). Não consta nenhuma menção das “Propostas Alternativas para a Grande Represa”
encaminhadas pelos moradores do Bairro Iara e Região – propostas e apresentadas desde 2009 à Presidência da SABESP, ao Departamento Distrital da
SABESP Capivari/Jundiaí em Itatiba, à SABESP Regional de Campo Limpo Paulista, à Secretaria Executiva do Comitê do PCJ em Piracicaba, à Secretaria de
Estado de Saneamento e Recursos Hídricos em S. PAULO/capital, às Prefeituras de Atibaia e Várzea Paulista e a Deputados Federais e Estaduais.
16 –Entre os dias 02 a 05/05/2012 houve o Encontro Estadual do MAB, em Registro/SP – onde se implantou a coordenação estadual de S. Paulo de luta
contra as Barragens. O Bairro de Iara participou com dois moradores, ampliando e reforçando a luta contra a GRANDE Barragem de Campo Limpo.
17 –Em nova reunião (24/07/2012) na Secretaria de Saneamento e Recursos Hídricos o Secretário Edson Giriboni informou que o Plano Diretor para
Aproveitamento dos Recursos Hídricos para a Macrometrópole Paulista foi interrompido pela COBRAPE. Atualmente estão sendo desenvolvidos esforços
para ser retomado até o final de 2012. Existe 30% de possibilidades de ser construída a Barragem de Campo Limpo, devido a escassez de água na
Macrometrópole Paulista. Poderá ser formado um Grupo de Trabalho na fase de detalhamento do Plano Diretor, com a participação de técnicos e
moradores. Não apresentou relatório quanto à viabilidade técnica e financeira da Proposta Alternativa de construção de 06 pequenas represas, prometida
na reunião de 15/06/2011. Foi aberto um canal permanente de comunicação com a Secretaria de Saneamento e Recursos Hídricos através do Assessor Rui
Brasil e do morador Luiz Alberto Pelizzer.
18 –O Gov. Geraldo Alkmin no dia 31/07/2012 assinou a autorização para a construção de 02 represas na Bacia do PCJ, nos Rios Jaguari e Camanducaia,
entre 2014 a 2016. Estas duas represas são propostas como “soluções integradas e/ou complexas” no Plano das Bacias Hidrográficas do PCJ – 2010 a 2020,
juntamente com a Represa de Campo Limpo.
19 – No dia 13/04/2013 estiveram visitando o Bairro Iara 15 alunos: liderados pelo Prof. Janes Jorge do Departamento de História da UNIFESP de Guarulhos,
02 representantes do MAB e 01 da ONG Caminho Verde. O objetivo da visita foi conhecer a área e os moradores ameaçados de serem atingidos pela
Represa de Campo Limpo. Iniciaram a visita pelo povoado do Km 08, passando pelo Bairro Iara até Rio Acima. Passaram por sítios e casa de família e
comércio. No Salão Paroquial visitaram a Exposição sobre a história do Bairro Iara, suas primeiras famílias (italianas, japonesas, espanholas e portuguesas),
sua cultura e costumes, flora e fauna da Mata Atlântica, seus produtos hortifrutigrangeiros. A Exposição foi montada e debatida com os visitantes, pelos
jovens da comunidade local. Almoçaram e tomaram lanche em casas de famílias, com muita troca de idéias e informações. Foi entregue aos visitantes uma

5. pasta com informes sobre o Bairro Iara, seus moradores e sua luta contra a Represa de Campo Limpo desde maio de 2007.Como fruto da visita espera-se
uma colaboração da UNIFESP na luta contra a Grande Represa, buscando uma alternativa para o abastecimento de água que seja sustentável, ou seja, que
não destrua o meio ambiente e nem a comunidade com sua tradição sociocultural centenária.
20 – Com a colaboração do Movimento dos Atingidos por Barragem – MAB, em abril de 2013, foi elaborado o folheto informativo ”Diga NÃO à Grande
Represa – Diga SIM à Preservação da Natureza”. O objetivo do folheto além da informação, foi o de marcar a posição da população do Iara a favor de um
modelo de abastecimento sustentável e cooperativo com as demais cidades da região – sugerindo inclusive a construção de 06 pequenas represas,
localizadas em 02 municípios, evitando a destruição do meio ambiente, preservando seus moradores e sua cultura e história centenárias e sua rica flora e
fauna da Mata Atlântica.
21 – Em 25/09/2013 em reunião ordinária dos membros da AVIFRUTA, após debate, concordou-se em criar uma nova Associação para trabalhar em prol do
Bairro Iara e contra a Grande Represa, enquanto a AVIFRUTA ficaria representando só os produtores da Região – unindo suas força em momentos
importantes da Comunidade.
22 – No início de março/2014 recebemos via Internet de Thomaz Barbeiro Gonçalves a Tese de Conclusão de Curso – TCC, sob o título “O projeto de
barragem do Rio Jundiaí em Campo Limpo Paulista: conflitos e interesses (2007 a 2013)”. O trabalho foi desenvolvido na FUNESP de Guarulhos, no
Departamento de História. Thomaz foi um dos alunos que visitou o Bairro Iara em abril de 2013, liderado pelo Prof. Janes Jorge, que acabou sendo seu
orientador...O trabalho enfocou a luta dos moradores do Bairro Iara/Atibaia contra a construção da Represa de Campo Limpo de 2007 a 2013 e a favor de
um desenvolvimento sustentável na região.
23 –Entre os dias 02 a 05/09/2013 houve o Encontro Nacional do MAB , com a presença de 2 500 atingidos ou ameaçados por barragens, 60 movimentos
e entidades e representantes de 17 países. Local: CEMUCAM de Cotia – S. Paulo. O Movimento dos Atingidos por Barragem, com 22 anos de existência,
reafirma-se como movimento popular, lutando para conquistar e garantir direitos dos atingidos por barragem e juntamente com outras forças sociais
construir uma sociedade igualitária e sem opressão. O Bairro de Iara foi representado por dois moradores.
24 –A organização da Comunidade do Iara contra a Represa, surgiu por ocasião da comunicação do Prefeito de Atibaia (maio/2007) quanto à construção da
Represa de Campo Limpo. Sob o impacto da noticia, os moradores constituíram uma Comissão e começaram a se reunir no Pesqueiro Três Lagoas, para
entender a situação e reagir contra a construção da Represa... Naturalmente surgiu e foi aceita a proposta de composição com a Associação dos Viticultores
e Fruticultores de Atibaia – AVIFRUTA, que lhe deu uma retaguarda jurídica, fortalecendo e ampliando a organização do Bairro Iara. Significativo apoio foi

6. dado pela Comunidade Católica, além do apoio dos moradores, produtores, comerciantes e proprietários de chácaras e condomínios dos Bairros de Iara e
Rio Acima. Outro importante apoio, no inicio da organização popular, foi dado pelo MAB, que assessorou, incentivando a organização e indicando o
caminho a ser percorrido na luta contra a Represa. A ONG Caminho Verde também nos apoiou e assessorou na luta contra a Represa e criou no Facebook o
“Movimento Contra a Construção da Barragem de Água da SABESP em Campo Limpo” (https://www.facebook.com/groups/305111949538296/),
atualmente com mais de 6 000 seguidores. 25 –Além da luta contra a
Represa a Comunidade desenvolveu outros trabalhos no Bairro:
- luta para melhorar a telefonia, reivindicando junto à Telefônica o Serviço Telefônico Fixo Comutado (STFC), com levantamento, mapeamento e
encaminhamento, para a Empresa, dos moradores interessados. Face ao não atendimento da empresa, os moradores entraram com uma “ação com a
obrigação de fazer” contra a VIVO em out/2013, para a instalação de telefonia fixa convencional e de qualidade, com internet – através de um advogado
morador do Bairro IARA;
- realizou abaixo-assinado com mais de 2000 assinaturas solicitando a pavimentação da Estrada da Bragantina – importante via de ligação entre os
Municípios próximos – além de apresentar uma demanda na Audiência Pública para a Comissão de Finanças, Orçamento e Planejamento da Assembléia
Legislativa em ag/2012;
- emplacamento e oficialização das 23 ruas/estradas do Bairro IARA (Lei nº 4 052 de 07/12/2011);
- implantação de segurança particular, às custas dos moradores, dada a inexistência da segurança pública em toda a região;
- implantação, através da Empresa Megalink, a internet via rádio, em alguns setores do bairro;
- encaminhou, em out/2013, pedido a Prefeitura da Estância Atibaia – PEA , para implantação de uma Agencia de Correios Comunitária;
- participação no Orçamento Participativo do município, obtendo melhorias significativas para
o Bairro Iara, inclusive a ampliação do Centro Comunitário do Bairro Iara, inaugurado em 01/07/2015;
26 – Participação (21/03/2014) no 72º encontro dos 43 municípios consorciados do PCJ, onde estiveram presentes cerca de 150 pessoas. Tratou-se da
prolongada estiagem, da construção de novas Barragens nos Rios Camanducaia (Barragem Duas Pontes em Amparo) e Jaguari (cidade Pedreira).

7. Estabelecemos contato com a representante de Atibaia no Consórcio PCJ e também Superintendente do SAAE e com o Coordenador de Projetos do mesmo
Consórcio.Em abril/2014 a Superintendente Fabiane Santiago encaminhou, através de Ofícios, as “Propostas Alternativas para a Grande Represa” para o
Prefeito de Atibaia, SABESP, Consórcio e Comitê do PCJ.
27 – E m abril/2014 realizamos reuniões com o Presidente da Câmara e o Prefeito de Campo Limpo Paulista, onde obtivemos apoio para “ Propostas
Alternativas para a Grande Represa”.
Posteriormente o Prefeito encaminhou o documento para o Gov. do Estado e o Secretário do Gabinete Civil respondeu que no momento não se cogitava a
construção da Barragem de Campo Limpo devido a “grande resistência da população e políticos dos municípios envolvidos”.
28 – Participação em abril/2014 no seminário “Crise da água” na Assembléia legislativa, convocado pela CUT, MAB, MST e SINTAEMA e da manifestação
“Salvem o Cantareira” na represa da Ponte de Joanópolis, convocada pelo Consórcio PCJ, onde compareceram mais de 300 pessoas.
29 - Entre 01 e 07 de setembro/2014 o Bairro Iara participou do Plebiscito Popular por uma Constituinte Exclusiva e Soberana do Sistema Político.
Conseguiu-se 466 votos no Bairro e Adjacência – colaborando no histórico plebiscito onde se obteve 7 754 436 votos a favor de uma profunda mudança no
sistema político.
30 – Entre junho e novembro/2014 , intermediados pelo MAB, implantamos 23 Aquecedores Solares de Baixo Custo (ASBC) em 23 residências do Bairro Iara
e Adjacência, a um custo médio de R$ 250,00.
31 – No dia 20/04/2015 os moradores do Bairro Iara e Região receberam a visita de uma delegação de estudantes internacional, mediada pelo MAB. Trata-
se de 06 jovens representando os seguintes países: India, Turquia, Grécia, África do Sul, Porto Rico e USA e estão fazendo um curso de Formação Política, na
Escola Florestan Fernandes, em Guararema/SP e como parte do curso visitaram nossa região, visando conhecer o povo, seus problemas e suas lutas,
principalmente com a ameaça da Grande Represa de Campo Limpo. Visitaram o Bairro, várias famílias e o Centro Comunitário, onde travaram encontro com
10 moradores, trocaram idéias sobre os problemas do bairro e região, luta contra a Represa, a implantação dos Aquecedores Solares, organização dos
moradores, numa rica troca de idéias e experiências de organização social e conhecimento mútuo.
32 – Em 26-06-2015 participação na “Plenária dos Movimentos Populares do Campo do Estado De S. Paulo” onde estiveram presentes cerca de 1 000
moradores, convocados pelo MAB, MST,FAF ( Federação da Agricultura Familiar), MPA (Movimento dos Pequenos Agricultores) e alguns Deputados. Por
parte do Governo Federal participaram os Ministros: Miguel Rosseto – Chefe da Secretaria Geral da Presidência da República e Patrus Ananias do

8. Desenvolvimento Agrário, além de representante do INCRA. O representante dos moradores do Iara/Atibaia, (Luiz Pelizzer) além de entregar uma carta aos
Ministros, usou da palavra apresentando a Proposta Alternativa para a Grande Represa de Campo Limpo, ou seja a construção de seis pequenas represas,
defendendo o meio ambiente do Bairro Iara e região, preservado pelos moradores desde sua colonização. A Plenária também entregou uma pauta de
reivindicações: criação de uma Política Nacional dos Direitos dos Atingidos, preço justo para a tarifa da energia elétrica, aquisição de 2300 kits de ASBC,
projeto de conservação e proteção de mananciais, rios e nascentes, asfaltamento da estrada da Bragantina, melhoria da comunicação via telefone fixo ou
celular e internet, construção de cisternas, assentamento dos acampados,etc.
33 – Dia 01º-07-2015 ato de entrega da ampliação e reforma do Centro Comunitário do Iara, como parte dos festejos dos 350 anos de Atibaia. Estiveram
presentes cerca de 200 moradores, o Prefeito Saulo Pedroso, o Vice-Prefeito Mário Inui, Secretários e Vereadores.
34 – Dia 23/09/2015 participação na Câmara Municipal de Campo Limpo Paulista na discussão com a população do Plano de Saneamento do município. No
tópico sobre o abastecimento sugerimos a captação de água de modo sustentável, ou seja, ao invés da Grande Represa de Campo Limpo, a construção de
06 pequenas represa, conforme a proposta que estamos defendendo desde 2009. Nossa proposta foi a mais votada neste item e será encaminhada para
discussão na Câmara Municipal, por ocasião da aprovação do novo Plano de Saneamento. Entregamos também uma cópia do documento “Propostas
Alternativas para a Grande Represa” à coordenadora do debate a Engenheira Patrícia.
35 – Dia 29/11/2015 reunião com o “ Instituto Click do Bem” de Campo Limpo Paulista, visando organizar um trabalho conjunto com a população do
Iara/Atibaia contra a grande represa de Campo Limpo, que certamente prejudicará as duas cidades se construída;
36 – No jornal “Tribuna Regional”, de 21 a 27 de novembro de 2015, saiu a entrevista do Pref. Campo Limpo Paulista, José Roberto de Assis e do Gerente
local da SABESP, André Sotero, onde anunciaram que protocolaram no DAEE pedido de autorização para implantação de pequenos lagos de água para
abastecimento do Município de Campo Limpo Paulista. A proposta é de três lagos e situam-se na Estância S. Paulo, no Jardim Marchetti e no Pau Arcado.
São ampliações de lagos já existentes, sem barragens, portanto sem perigo de acidentes e sem remover nenhum morador.
37 – No dia 09/03/2016 uma comissão de moradores do Bairro Iara/Atibaia foi recebida em audiência pelo Prefeito José Roberto de Assis de Campo Limpo
Paulista, onde entregaram uma carta parabenizando a Equipe da Prefeitura que está encaminhando “a iniciativa inédita e ousada – as pequenas represas
para abastecimento - em nosso Estado de S. Paulo que, além de preservar nosso capital natural, um meio ambiente privilegiado, abrirá novo capítulo na
história do abastecimento no Sistema Cantareira, com água abundante, além de afastar qualquer risco de acidentes em nossa região”. O Prefeito reafirmou
a proposta das pequenas represas para o abastecimento de Campo Limpo Paulista, informando que já estão providenciando junto ao DAEE a aprovação dos

9. primeiros projetos, bem como a desapropriação das áreas particulares no Pau Arcado e Garcia. Finalmente informou que no momento não se cogita mais na
construção da Grande Represa de Campo Limpo.
38 – Dias 27 e 28 de agosto de 2016 participação no Encontro Estadual do MAB com os seguintes objetivos: 1) estudar a realidade econômica, política e
social do Estado de S. Paulo; 2)estudar a realidade hídrica e energética, com a proposta de construção de mais 637 barragens, inclusive a Barragem de
Campo Limpo, para abastecer a Grande S. Paulo, com 20 milhões de habitantes; 3) estudar plano de trabalho estadual e local para a defesa dos atingidos; 4)
articular os vários movimentos para uma ação comum em prol de toda a sociedade, frente ao novo plano hídrico;
39 – Aos 16/10/2016 em reunião no Centro Comunitário do Bairro Iara com o MAB e com cerca de 40 moradores dos Bairros Iara, Rio Acima e
representantes das cidades de Campo Limpo Paulista e Jarinú discutiu-se o novo Plano Diretor de Aproveitamento dos Recursos Hídricos para a
Macrometrópole Paulista. Este novo plano, encabeçado diretamente pelo Governo paulista e DAEE, pretende fornecer abastecimento de água para a
macrometrópole paulista com cerca de 52 mil Km/2, população superior a 30,8 milhões de habitantes, distribuídos em 180 municípios, ao redor da Capital
do estado, envolvendo importante e complexa malha de empreendimentos industriais, agrícolas e de prestação de serviços, respondendo por 83% do PIB
do Estado de São Paulo. O novo plano de abastecimento, que inclui a Represa de Campo Limpo, desenvolver-se-á entre 2018 a 2035, com um custo previsto
de R$ 10,4 bilhões de reais, a custos de 2012. Por ser uma construção mais simples, o término da Represa de Campo Limpo está previsto para o ano de 2
025.
40 – No dia 14/03/2017 uma comissão de 06 moradores do Iara e Campo Limpo Paulista participaram do “Dia internacional de luta contra as barragens,
pelos rios, pela água e pela vida” na “Audiência Pública: água, energia e os direitos dos atingidos por barragens”, na ALESP. Estiveram presentes cerca de
200 pessoas atingidas ou ameaçadas por barragens do Estado de S. Paulo, denunciando as graves violações dos direitos sociais, econômicos, culturais e
ambientais, causados pelo atual modelo hídrico e energético em nosso estado, devido à falta de uma política de proteção aos direitos dos atingidos por
barragens, pois estes empreendimentos só visam o lucro das grandes empresas. No final da Audiência foi assinado um documento pelos atingidos ou
ameaçados por barragens: parlamentares, movimentos sociais, populares e sindicais presentes, exigindo que o governo do Estado de S. Paulo:
-crie uma política de defesa dos direitos dos atingidos por barragens;
- realize um cadastro sócio-econômico e ambiental para que se conheça a real situação das pessoas já atingidas por barragens;

10. - não construa novas barragens sem a informação e debate com a população a ser atingida. Exigindo de imediato a paralisação do estudo e construção das
Barragens de Campo Limpo, Pedreira, Duas Pontes, PCH Itaóca e Sta. Maria da Serra;
- que os recursos recebidos pelo governo do Estado, pelo alagamento das áreas das barragens, sejam revertidos em benefício das regiões atingidas;
- realize levantamento da situação das barragens já construídas e elabore um plano de segurança para as áreas atingidas;
- crie uma Comissão Parlamentar e Popular para beneficiar os atingidos por barragens utilizando a “Compensação Financeira por Utilização dos Recursos
Hídricos” (CFURH), recebida pelo estado;
- seja feita uma séria revisão nos absurdos preços da tarifa de energia elétrica cobrada na conta de luz da população.
41 - Pelo exposto continua a preocupação com a Grande Represa de Campo Limpo agora incluída no : “Plano Diretor de Aproveitamento dos Recursos
Hídricos para Macrometrópole Paulista” – visando o abastecimento da macrometrópole paulista e não mais dos Municípios de Campo Limpo Paulista e
Várzea Paulista. A preocupação dos moradores continua pois o diálogo com as autoridades sempre foi difícil, truncado e sem transparência – jogando
taticamente com a incerteza – deixando a população apreensiva, insegura e desorientada. A população nunca foi considerada parceira na procura de uma
solução que preservasse, ao mesmo tempo, o meio ambiente e os direitos dos atingidos e resolvesse o problema do abastecimento, como sugere o
documento “Propostas Alternativas para a Grande Represa”. Procurou-se sempre atender as necessidades das indústrias e do capital. Os moradores, porém,
sempre rejeitaram e continuam rejeitando que o dito “progresso” seja enfiado “goela abaixo” sem sua participação. Sempre quiseram ser ouvidos, inclusive
porque a solução da questão hídrica, aqui e em qualquer lugar, ou é coletiva ou não existirá. Enfim, têm o direito e querem participar e opinar como
cidadãos de seu destino. Por isso: a luta continua!
COMISSÃO DE MORADORES - MARÇO /2017