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Os Sete Estágios da Ação, segundo Donald Norman,
       aplicados ao Sistema de Ventilação do modelo básico do Celta Life
                                                                                      Sílvia Fonseca Ferreira

           Resumo
           O sistema de ventilação de um veículo de passeio popular, que não possui aces-
           sórios que auxiliem a visibilidade em dia de chuva, foi escolhido como o produto
           para ilustrar os sete estágios da ação de Donald Norman (2006). Os resultados
           encontrados definiram que alguns acessórios para veículos deveriam se tornar
           itens obrigatórios.


           Palavras-chaves: usabilidade, estágios, interagentes, usuário, ventilação

Introdução
A partir das ações executadas no sistema de ventilação de um veículo popular, cujo modelo esco-
lhido será descrito no decorrer do trabalho, cada um dos sete estágios (NORMAN, 2006) da ação
utilizada para melhorar a visibilidade na direção do carro, em um dia de chuva, foi detalhado neste
artigo. Consideraram-se, para analisar os resultados, os princípios e metas de usabilidade, se-
gundo Norman, 2006 e Preece et al, 2005, e a listagem dos interagentes do produto.



Conceitualização
De acordo com Preece et al (2005), são metas de usabilidade de um sistema: ser eficaz, ser efici-
ente, ser seguro, ter boa utilidade, ser fácil de aprender e ser fácil de lembrar.

Ainda segundo Preece et al (2005), são metas do sistema decorrentes da experiência do usuário:
possuir boa estética, ser compensador, adequado, satisfatório, agradável, divertido, interessante,
útil e motivador.

Podemos citar os seguintes princípios de usabilidade, segundo Preece et al (2005, p. 42-47):
                          - visibilidade: quanto mais visíveis forem as funções, mais os usuários saberão como pro-
                            ceder. (...)
                          - feedback: se refere ao retorno de informações a respeito de que ação foi feita e do que
                            foi realizado, permitindo à pessoa continuar a atividade. (...)
                          - restrição: refere-se à determinação da forma de delimitar o tipo de interação que pode
                            ocorrer em um determinado momento. (...)
                          - consistência: interfaces contendo operações e elementos semelhantes para a realização
                            de tarefas similares. (...)
                          - mapeamento: refere-se à relação entre os controles e seus efeitos no mundo. (...)
                          - affordance: é um termo utilizado para se referir ao atributo de um objeto que permite à
                            pessoas saber como utilizá-lo.


Este trabalho utiliza os conceitos dos sete estágios da ação de Norman (2006) aplicado a um sis-
tema interativo definido, centrado em uma ação escolhida. Foi definida a meta desta ação, sua


                                                                                                                 1
execução e a avaliação desta execução. Os sete estágios compreendem: “formalizar a meta, for-
malizar a intenção, especificar a ação, executar a ação, ter a percepção do estado do mundo, in-
terpretar o estado do mundo e avaliar o resultado” (NORMAN, 2006, p. 73).

Para cumprir o objetivo deste artigo, houve a necessidade de definir os interagentes, que são “as
coisas ou pessoas que se relacionam, através de ação e reação, em um ambiente, onde ocorre a
interação. Este ambiente também influencia no sistema” (notas de aula, ALVES e DRUMOND,
2010).



Desenvolvimento
Como já foi citado anteriormente, para ilustrar os sete estágios da ação (NORMAN, 2005, p. 71-
80), foi necessário escolher um produto, que é o sistema de ventilação do veículo Celta Life, da
Chevrolet. Este veículo, modelo básico, duas portas e motor 1.0, não possui desembaçador e lim-
pador para o vidro traseiro, ar quente ou ar condicionado (carros produzidos entre 2005 e 2010).



Os interagentes
Para prosseguir na pesquisa, a definição dos interagentes envolvidos no projeto também foi ne-
cessária:

Produto: sistema de ventilação do painel frontal de um veículo da marca Chevrolet, modelo Cel-
ta Life, motor 1.0, duas portas, básico.

Usuários: motoristas do veículo. Em geral, pessoas que buscam um carro popular, pequeno e
econômico, que o utilizam mais dentro da cidade, que fazem viagens curtas e que não se preocu-
pam muito com o conforto.

Características do produto (ver figuras 1 e 2 e quadros 1 e 2): não possui desembaçador trasei-
ro, ar quente ou condicionado. Tem dois interruptores giratórios: um de rotação ou velocidade
(com as posições: ventilador desligado, 1, 2 e 3) e um de posição (com as opções: cabeça, cabe-
ça e pés, pés, pés e desembaçamento de pára-brisa e somente desembaçamento de pára-brisa).
Possui quatro saídas de ar, no formato redondo, com opção para direcionamento do ar: duas no
centro e duas nas laterais do painel.

Ambiente: a interação ocorre dentro do veículo, entre o usuário (motorista) e o sistema de venti-
lação. Na situação escolhida, o carro está em movimento (o usuário está dirigindo) e considera-
se um período de chuva.

Ações relacionadas à direção no ambiente especificado: manuseio do volante, dos pedais,
ajuste dos espelhos retrovisores, ajuste do banco.

Ações relacionadas à segurança no ambiente especificado: redução da velocidade, desem-
baçamento dos vidros (uso do sistema de ventilação), colocação do cinto de segurança.


                                                                                                   2
Ação escolhida para estudo neste artigo: uso do sistema de ventilação.


O objetivo intrínseco da análise é a direção do veículo especificado, de forma segura, em dia de
chuva. Para conseguir atingir esta “forma segura” de direção, utilizou-se o sistema de ventilação
para auxiliar a visibilidade do motorista.



  Saída de ar                                           Saída de ar             Saídas de ar centrais
    lateral                                               lateral




                                                                               Interruptor       Interruptor
                                                                               de rotação        de posição
         Figuras 1 e 2: Painel e parte da cabine de Celta Life 1.0, com indicações do sistema de ventilação.
                                         Foto: Sílvia Fonseca / Abril de 2010




                       Quadro 1: Posições do interruptor giratório de rotação ou velocidade
                Fonte: General Motors do Brasil. Manual do Proprietário do Celta 2010. Seção 6.20.




                             Quadro 2: Opções do interruptor giratório de posições
                Fonte: General Motors do Brasil. Manual do Proprietário do Celta 2010. Seção 6.20.




                                                                                                               3
Detalhando os sete estágios da ação “uso do sistema de ventilação”, segundo Norman


Meta: ao dirigir um veículo (sem desembaçador e limpador para o vidro traseiro, sem ar quente e
sem ar condicionado), em um dia de chuva, melhorar a visibilidade do motorista através dos vidros
do carro.

Intenção: procurar recursos diferentes dos não existentes para que os vidros do carro não se em-
bacem demais, melhorando a visibilidade na direção, evitando, assim, um acidente.

Sequência de ações: reduzir a umidade interna, aumentar a circulação interna de ar ou a ventila-
ção, evitar o embaçamento excessivo dos vidros laterais, frontal e traseiro.

Execução das ações: abrir ligeiramente os vidros da frente (deixando uma pequena “fresta” de
cada lado para a entrada de ar) e ligar o sistema de ventilação, regulando a velocidade da ventila-
ção, o modo e as quatro saídas.


A lacuna de execução: “as ações fornecidas pelo sistema correspondem às ações pretendidas
pela pessoa?” (NORMAN, 2006, p. 77)

Resposta: no caso da abertura dos vidros, sim. Porém, somente este procedimento não auxiliou
totalmente a circulação de ar. Foi necessário, também, direcionar as duas saídas laterais do sis-
tema de ventilação para estes vidros. No caso de tentar fazer o sistema de ventilação ligar e regu-
lá-lo, foi necessário observar os símbolos constantes nos dois interruptores giratórios do sistema
de ventilação, que ficam no centro do painel. Com isso, regulou-se a ventilação para a rotação

máxima (3) e posicionou-se no modo “desembaçamento do pára-brisa” (símbolo             ). Verificou-
se que, para substituir a inexistência de um desembaçador traseiro, foi necessário direcionar ade-
quadamente as duas saídas centrais do sistema de ventilação para o vidro traseiro.

Até se chegar a estas conclusões, foram feitas diversas combinações entre os interruptores e as
saídas de ar. Ou seja, um processo de tentativa e erro foi utilizado.


Percepção do estado do mundo: a umidade interna foi reduzida, porém não totalmente elimina-
da. A circulação de ar aumentou e o embaçamento dos vidros foi reduzido, no entanto, também,
não foi totalmente eliminado.

Interpretação do estado do mundo: foi possível prosseguir com a direção de forma quase segu-
ra, ou seja, o risco não foi totalmente eliminado, pois enquanto se realizava a sequência de ações,
o carro estava em movimento. Houve visibilidade para a direção do veículo, apesar da não elimi-
nação total do embaçamento e da umidade internas, do desconforto, do cansaço e da demora em
resolver o problema.

Avaliação do resultado/das interpretações: para realizar a quantidades de ações especificadas,
foi necessário tomar mais cuidados ao dirigir o veículo, pois, além da direção propriamente dita, o
usuário teve que atender à outras ações, o que o obrigou, muitas vezes, a desviar a atenção da

                                                                                                  4
direção, a tirar uma das mãos do volante, a reduzir a velocidade do veículo ou a aguardar para
parar em algum semáforo para executar algumas das ações. Numa situação mais extrema, ou
seja, num período de chuva muito forte, o usuário teria que ser levado até a estacionar o veículo
para realizar toda a sequência de ações apresentada.

Alguns ruídos do ambiente interferiram negativamente para distrair a atenção do usuário na sua
função do condutor: ao abrir ligeiramente os vidros da frente, o que auxiliou na circulação interna
de ar, houve também a entrada da água da chuva, molhando a parte interna do veículo e o próprio
condutor; ao acionar o sistema de ventilação, foi necessário colocá-lo na velocidade máxima, o
que resultou em um som desagradável; ao direcionar todas as duas saídas centrais para o vidro
traseiro, o fluxo de ar ficou maior em direção ao usuário, o que provocou a desagradável sensa-
ção de frio. Foi necessário, ainda, passar um pano limpo no vidro da frente, internamente, para
reduzir mais a umidade, pois apenas a direção do ar direcionada para o pára-brisa (posicionamen-

to do interruptor giratório direito no modo   ) não resolveu o problema.


A lacuna de avaliação: “o sistema oferece uma representação física que possa ser percebida
facilmente e seja imediatamente interpretável em termos de intenções e expectativas da pessoa?”
(NORMAN, 2006, p. 77)

Resposta: o sistema ofereceu representações físicas que não foram percebidas facilmente pelo
usuário ou imediatamente interpretáveis, pois o sistema não portava de certos itens que resolveri-
am melhor o problema. Foi necessário um conjunto de ações para tentar substituir alguns itens
essenciais que seriam mais rapidamente executados. Este tipo de substituição acarretou em ou-
tros tipos de problemas que chegaram a interferir no tempo de realização do processo ou atingiu-
se parcialmente a meta.


Resultados
As lacunas encontradas se deram exclusivamente com relação à demora em resolver o problema.
Isto refletiu nos princípios da usabilidade do produto. Como o número de tarefas para se atingir o
objetivo final foi grande, o retorno das informações se tornava ligeiramente atrasado, ou seja, o
feedback foi prejudicado. Segundo Norman (2006, p.79), no princípio do feedback, “o usuário re-
cebe pleno e contínuo retorno de informações sobre o resultado das ações.”

Nem todos os motoristas conhecem os símbolos constantes no sistema de ventilação, apesar da
consistência dos mesmos. O mapeamento da situação, para o usuário em questão foi bem resol-
vido.

Analisando-se os resultados da interação e a existência de lacunas de execução e de avaliação,
pode-se perceber que a falta de certos acessórios compromete a segurança do usuário.

Comprovou-se que a tarefa de dirigir um carro sem ar condicionado ou ar quente, limpador e de-
sembaçador do vidro traseiro, torna as ações do usuário mais cansativas, inadequadas, desagra-

                                                                                                  5
dáveis, sem motivação e insatisfatórias, que seriam o oposto das metas da experiência do usuá-
rio. O conforto também foi prejudicado ao expor o condutor a se molhar ao abrir os vidros ligeira-
mente e a sentir frio ou se incomodar com o barulho muito alto do sistema de ventilação ligado no
máximo.

Um sistema interativo como o demonstrado, em termos de usabilidade, se mostrou ineficiente,
com pouca segurança e ligeiramente difícil de aprender (pois utilizou-se tentativa e erro, o que
acarretou em demora para atingir a meta da ação escolhida).


Conclusão

Para ilustrar os sete estágios da ação segundo Donald Norman (2006, p. 71-79), partiu-se do ato
de dirigir um veículo. Resolveu-se restringir mais o sistema interativo deste ato para as ações e-
xecutadas em um veículo popular específico, o Celta Life – modelo básico – da marca Chevrolet.
Filtrando mais ainda o sistema, chegou-se ao uso do sistema de ventilação do veículo citado em
um dia de chuva. Como o modelo básico não possui ar quente, ar condicionado e nem desemba-
çador ou limpador traseiro, foram determinados os passos para tornar segura a direção do carro,
sem comprometer a visibilidade através do desembaçamento e da retirada da umidade interna do
veículo. Assim, as definições dos estágios da ação escolhida e suas análises e resultados com-
provaram que a inexistência de certos acessórios ou opcionais em veículos de passeio compro-
metem a segurança e o conforto do usuário.

Há um projeto de lei (PL-4979/2009) que “inclui dispositivo destinado a desembaçar o vidro trasei-
ro como equipamento obrigatório dos veículos”. Porém, ainda está em tramitação na Câmara dos
deputados. E não há nada relativo ao ar quente ou ao limpador traseiro. A inexistência de certos
acessórios ou itens determinados como opcionais pelos fabricantes poderia ser reestudada pelo
CONTRAN (Conselho Nacional de Trânsito), pois comprometem a segurança do condutor do veí-
culo.


Referências Bibliográficas

NORMAN, Donald A.; trad. Ana Deiró. O design do dia-a-dia. Rio de Janeiro: Rocco, 2006.

PREECE, Jennifer; ROGERS, Yvonne; SHARP, Helen; trad. Viviane Possamai. Design de Interação: além da
interação homem-computador. Porto Alegre: Bookman, 2005. Cap.1.

ALVES, Leandro.; DRUMOND, Karine. Notas de aula. O que é design de interação e interagentes. Instituto de
Educação Continuada da PUC Minas. Curso de Especialização em Design de Interação. Belo Horizonte. Março e abril
de 2010.

Automatik – transmissão automática e manutenção definitiva. Guia das luzes do painel do carro, entenda para que
servem. Disponível na internet: http://automatik.com.br/site/luzes-espia.asp. Acesso em maio/2010.

Ministério das Cidades. Denatran – Departamento Nacional de Trânsito. Resoluções do Conatran (Conselho Nacio-
nal de Trânsito). Disponível na internet: http://www.denatran.gov.br/resolucoes.htm. Acesso em abril de 2010.

General Motors do Brasil Ltda. Manual do Proprietário do Celta, 2010. Disponível na internet:
http://www.novoservicochevrolet.com.br/site/manuais-dos-veiculos/. Acesso em maio/2010. Seções 6-20 a 6-27.



                                                                                                                  6

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Os Sete Estágios da Ação, segundo Donald Norman, aplicados ao Sistema de Ventilação do modelo básico do Celta Life

  • 1. Os Sete Estágios da Ação, segundo Donald Norman, aplicados ao Sistema de Ventilação do modelo básico do Celta Life Sílvia Fonseca Ferreira Resumo O sistema de ventilação de um veículo de passeio popular, que não possui aces- sórios que auxiliem a visibilidade em dia de chuva, foi escolhido como o produto para ilustrar os sete estágios da ação de Donald Norman (2006). Os resultados encontrados definiram que alguns acessórios para veículos deveriam se tornar itens obrigatórios. Palavras-chaves: usabilidade, estágios, interagentes, usuário, ventilação Introdução A partir das ações executadas no sistema de ventilação de um veículo popular, cujo modelo esco- lhido será descrito no decorrer do trabalho, cada um dos sete estágios (NORMAN, 2006) da ação utilizada para melhorar a visibilidade na direção do carro, em um dia de chuva, foi detalhado neste artigo. Consideraram-se, para analisar os resultados, os princípios e metas de usabilidade, se- gundo Norman, 2006 e Preece et al, 2005, e a listagem dos interagentes do produto. Conceitualização De acordo com Preece et al (2005), são metas de usabilidade de um sistema: ser eficaz, ser efici- ente, ser seguro, ter boa utilidade, ser fácil de aprender e ser fácil de lembrar. Ainda segundo Preece et al (2005), são metas do sistema decorrentes da experiência do usuário: possuir boa estética, ser compensador, adequado, satisfatório, agradável, divertido, interessante, útil e motivador. Podemos citar os seguintes princípios de usabilidade, segundo Preece et al (2005, p. 42-47): - visibilidade: quanto mais visíveis forem as funções, mais os usuários saberão como pro- ceder. (...) - feedback: se refere ao retorno de informações a respeito de que ação foi feita e do que foi realizado, permitindo à pessoa continuar a atividade. (...) - restrição: refere-se à determinação da forma de delimitar o tipo de interação que pode ocorrer em um determinado momento. (...) - consistência: interfaces contendo operações e elementos semelhantes para a realização de tarefas similares. (...) - mapeamento: refere-se à relação entre os controles e seus efeitos no mundo. (...) - affordance: é um termo utilizado para se referir ao atributo de um objeto que permite à pessoas saber como utilizá-lo. Este trabalho utiliza os conceitos dos sete estágios da ação de Norman (2006) aplicado a um sis- tema interativo definido, centrado em uma ação escolhida. Foi definida a meta desta ação, sua 1
  • 2. execução e a avaliação desta execução. Os sete estágios compreendem: “formalizar a meta, for- malizar a intenção, especificar a ação, executar a ação, ter a percepção do estado do mundo, in- terpretar o estado do mundo e avaliar o resultado” (NORMAN, 2006, p. 73). Para cumprir o objetivo deste artigo, houve a necessidade de definir os interagentes, que são “as coisas ou pessoas que se relacionam, através de ação e reação, em um ambiente, onde ocorre a interação. Este ambiente também influencia no sistema” (notas de aula, ALVES e DRUMOND, 2010). Desenvolvimento Como já foi citado anteriormente, para ilustrar os sete estágios da ação (NORMAN, 2005, p. 71- 80), foi necessário escolher um produto, que é o sistema de ventilação do veículo Celta Life, da Chevrolet. Este veículo, modelo básico, duas portas e motor 1.0, não possui desembaçador e lim- pador para o vidro traseiro, ar quente ou ar condicionado (carros produzidos entre 2005 e 2010). Os interagentes Para prosseguir na pesquisa, a definição dos interagentes envolvidos no projeto também foi ne- cessária: Produto: sistema de ventilação do painel frontal de um veículo da marca Chevrolet, modelo Cel- ta Life, motor 1.0, duas portas, básico. Usuários: motoristas do veículo. Em geral, pessoas que buscam um carro popular, pequeno e econômico, que o utilizam mais dentro da cidade, que fazem viagens curtas e que não se preocu- pam muito com o conforto. Características do produto (ver figuras 1 e 2 e quadros 1 e 2): não possui desembaçador trasei- ro, ar quente ou condicionado. Tem dois interruptores giratórios: um de rotação ou velocidade (com as posições: ventilador desligado, 1, 2 e 3) e um de posição (com as opções: cabeça, cabe- ça e pés, pés, pés e desembaçamento de pára-brisa e somente desembaçamento de pára-brisa). Possui quatro saídas de ar, no formato redondo, com opção para direcionamento do ar: duas no centro e duas nas laterais do painel. Ambiente: a interação ocorre dentro do veículo, entre o usuário (motorista) e o sistema de venti- lação. Na situação escolhida, o carro está em movimento (o usuário está dirigindo) e considera- se um período de chuva. Ações relacionadas à direção no ambiente especificado: manuseio do volante, dos pedais, ajuste dos espelhos retrovisores, ajuste do banco. Ações relacionadas à segurança no ambiente especificado: redução da velocidade, desem- baçamento dos vidros (uso do sistema de ventilação), colocação do cinto de segurança. 2
  • 3. Ação escolhida para estudo neste artigo: uso do sistema de ventilação. O objetivo intrínseco da análise é a direção do veículo especificado, de forma segura, em dia de chuva. Para conseguir atingir esta “forma segura” de direção, utilizou-se o sistema de ventilação para auxiliar a visibilidade do motorista. Saída de ar Saída de ar Saídas de ar centrais lateral lateral Interruptor Interruptor de rotação de posição Figuras 1 e 2: Painel e parte da cabine de Celta Life 1.0, com indicações do sistema de ventilação. Foto: Sílvia Fonseca / Abril de 2010 Quadro 1: Posições do interruptor giratório de rotação ou velocidade Fonte: General Motors do Brasil. Manual do Proprietário do Celta 2010. Seção 6.20. Quadro 2: Opções do interruptor giratório de posições Fonte: General Motors do Brasil. Manual do Proprietário do Celta 2010. Seção 6.20. 3
  • 4. Detalhando os sete estágios da ação “uso do sistema de ventilação”, segundo Norman Meta: ao dirigir um veículo (sem desembaçador e limpador para o vidro traseiro, sem ar quente e sem ar condicionado), em um dia de chuva, melhorar a visibilidade do motorista através dos vidros do carro. Intenção: procurar recursos diferentes dos não existentes para que os vidros do carro não se em- bacem demais, melhorando a visibilidade na direção, evitando, assim, um acidente. Sequência de ações: reduzir a umidade interna, aumentar a circulação interna de ar ou a ventila- ção, evitar o embaçamento excessivo dos vidros laterais, frontal e traseiro. Execução das ações: abrir ligeiramente os vidros da frente (deixando uma pequena “fresta” de cada lado para a entrada de ar) e ligar o sistema de ventilação, regulando a velocidade da ventila- ção, o modo e as quatro saídas. A lacuna de execução: “as ações fornecidas pelo sistema correspondem às ações pretendidas pela pessoa?” (NORMAN, 2006, p. 77) Resposta: no caso da abertura dos vidros, sim. Porém, somente este procedimento não auxiliou totalmente a circulação de ar. Foi necessário, também, direcionar as duas saídas laterais do sis- tema de ventilação para estes vidros. No caso de tentar fazer o sistema de ventilação ligar e regu- lá-lo, foi necessário observar os símbolos constantes nos dois interruptores giratórios do sistema de ventilação, que ficam no centro do painel. Com isso, regulou-se a ventilação para a rotação máxima (3) e posicionou-se no modo “desembaçamento do pára-brisa” (símbolo ). Verificou- se que, para substituir a inexistência de um desembaçador traseiro, foi necessário direcionar ade- quadamente as duas saídas centrais do sistema de ventilação para o vidro traseiro. Até se chegar a estas conclusões, foram feitas diversas combinações entre os interruptores e as saídas de ar. Ou seja, um processo de tentativa e erro foi utilizado. Percepção do estado do mundo: a umidade interna foi reduzida, porém não totalmente elimina- da. A circulação de ar aumentou e o embaçamento dos vidros foi reduzido, no entanto, também, não foi totalmente eliminado. Interpretação do estado do mundo: foi possível prosseguir com a direção de forma quase segu- ra, ou seja, o risco não foi totalmente eliminado, pois enquanto se realizava a sequência de ações, o carro estava em movimento. Houve visibilidade para a direção do veículo, apesar da não elimi- nação total do embaçamento e da umidade internas, do desconforto, do cansaço e da demora em resolver o problema. Avaliação do resultado/das interpretações: para realizar a quantidades de ações especificadas, foi necessário tomar mais cuidados ao dirigir o veículo, pois, além da direção propriamente dita, o usuário teve que atender à outras ações, o que o obrigou, muitas vezes, a desviar a atenção da 4
  • 5. direção, a tirar uma das mãos do volante, a reduzir a velocidade do veículo ou a aguardar para parar em algum semáforo para executar algumas das ações. Numa situação mais extrema, ou seja, num período de chuva muito forte, o usuário teria que ser levado até a estacionar o veículo para realizar toda a sequência de ações apresentada. Alguns ruídos do ambiente interferiram negativamente para distrair a atenção do usuário na sua função do condutor: ao abrir ligeiramente os vidros da frente, o que auxiliou na circulação interna de ar, houve também a entrada da água da chuva, molhando a parte interna do veículo e o próprio condutor; ao acionar o sistema de ventilação, foi necessário colocá-lo na velocidade máxima, o que resultou em um som desagradável; ao direcionar todas as duas saídas centrais para o vidro traseiro, o fluxo de ar ficou maior em direção ao usuário, o que provocou a desagradável sensa- ção de frio. Foi necessário, ainda, passar um pano limpo no vidro da frente, internamente, para reduzir mais a umidade, pois apenas a direção do ar direcionada para o pára-brisa (posicionamen- to do interruptor giratório direito no modo ) não resolveu o problema. A lacuna de avaliação: “o sistema oferece uma representação física que possa ser percebida facilmente e seja imediatamente interpretável em termos de intenções e expectativas da pessoa?” (NORMAN, 2006, p. 77) Resposta: o sistema ofereceu representações físicas que não foram percebidas facilmente pelo usuário ou imediatamente interpretáveis, pois o sistema não portava de certos itens que resolveri- am melhor o problema. Foi necessário um conjunto de ações para tentar substituir alguns itens essenciais que seriam mais rapidamente executados. Este tipo de substituição acarretou em ou- tros tipos de problemas que chegaram a interferir no tempo de realização do processo ou atingiu- se parcialmente a meta. Resultados As lacunas encontradas se deram exclusivamente com relação à demora em resolver o problema. Isto refletiu nos princípios da usabilidade do produto. Como o número de tarefas para se atingir o objetivo final foi grande, o retorno das informações se tornava ligeiramente atrasado, ou seja, o feedback foi prejudicado. Segundo Norman (2006, p.79), no princípio do feedback, “o usuário re- cebe pleno e contínuo retorno de informações sobre o resultado das ações.” Nem todos os motoristas conhecem os símbolos constantes no sistema de ventilação, apesar da consistência dos mesmos. O mapeamento da situação, para o usuário em questão foi bem resol- vido. Analisando-se os resultados da interação e a existência de lacunas de execução e de avaliação, pode-se perceber que a falta de certos acessórios compromete a segurança do usuário. Comprovou-se que a tarefa de dirigir um carro sem ar condicionado ou ar quente, limpador e de- sembaçador do vidro traseiro, torna as ações do usuário mais cansativas, inadequadas, desagra- 5
  • 6. dáveis, sem motivação e insatisfatórias, que seriam o oposto das metas da experiência do usuá- rio. O conforto também foi prejudicado ao expor o condutor a se molhar ao abrir os vidros ligeira- mente e a sentir frio ou se incomodar com o barulho muito alto do sistema de ventilação ligado no máximo. Um sistema interativo como o demonstrado, em termos de usabilidade, se mostrou ineficiente, com pouca segurança e ligeiramente difícil de aprender (pois utilizou-se tentativa e erro, o que acarretou em demora para atingir a meta da ação escolhida). Conclusão Para ilustrar os sete estágios da ação segundo Donald Norman (2006, p. 71-79), partiu-se do ato de dirigir um veículo. Resolveu-se restringir mais o sistema interativo deste ato para as ações e- xecutadas em um veículo popular específico, o Celta Life – modelo básico – da marca Chevrolet. Filtrando mais ainda o sistema, chegou-se ao uso do sistema de ventilação do veículo citado em um dia de chuva. Como o modelo básico não possui ar quente, ar condicionado e nem desemba- çador ou limpador traseiro, foram determinados os passos para tornar segura a direção do carro, sem comprometer a visibilidade através do desembaçamento e da retirada da umidade interna do veículo. Assim, as definições dos estágios da ação escolhida e suas análises e resultados com- provaram que a inexistência de certos acessórios ou opcionais em veículos de passeio compro- metem a segurança e o conforto do usuário. Há um projeto de lei (PL-4979/2009) que “inclui dispositivo destinado a desembaçar o vidro trasei- ro como equipamento obrigatório dos veículos”. Porém, ainda está em tramitação na Câmara dos deputados. E não há nada relativo ao ar quente ou ao limpador traseiro. A inexistência de certos acessórios ou itens determinados como opcionais pelos fabricantes poderia ser reestudada pelo CONTRAN (Conselho Nacional de Trânsito), pois comprometem a segurança do condutor do veí- culo. Referências Bibliográficas NORMAN, Donald A.; trad. Ana Deiró. O design do dia-a-dia. Rio de Janeiro: Rocco, 2006. PREECE, Jennifer; ROGERS, Yvonne; SHARP, Helen; trad. Viviane Possamai. Design de Interação: além da interação homem-computador. Porto Alegre: Bookman, 2005. Cap.1. ALVES, Leandro.; DRUMOND, Karine. Notas de aula. O que é design de interação e interagentes. Instituto de Educação Continuada da PUC Minas. Curso de Especialização em Design de Interação. Belo Horizonte. Março e abril de 2010. Automatik – transmissão automática e manutenção definitiva. Guia das luzes do painel do carro, entenda para que servem. Disponível na internet: http://automatik.com.br/site/luzes-espia.asp. Acesso em maio/2010. Ministério das Cidades. Denatran – Departamento Nacional de Trânsito. Resoluções do Conatran (Conselho Nacio- nal de Trânsito). Disponível na internet: http://www.denatran.gov.br/resolucoes.htm. Acesso em abril de 2010. General Motors do Brasil Ltda. Manual do Proprietário do Celta, 2010. Disponível na internet: http://www.novoservicochevrolet.com.br/site/manuais-dos-veiculos/. Acesso em maio/2010. Seções 6-20 a 6-27. 6