O texto reflete sobre a natureza ilusória do tempo e como apenas o presente momento, o "agora", é real. O autor argumenta que o passado e o futuro não existem de fato e que apenas vivemos no presente, que passa rapidamente.
1. Existe um pensamento estranho sobre o tempo. Como se ele fosse meu, ou seu, ou nosso.
Muitos falam sobre usar o tempo com sabedoria, ou aproveitar melhor o tempo. Mas se posso realmente
usá-lo desta ou daquela maneira, onde está ele? O tempo na verdade segue sozinho, sem olhar para
nenhum lado. Isolado, indiferente e frio. Segue seu rumo em direção ao desconhecido, nos dando uma falsa
impressão de continuidade.
Penso que é tempo de refletir
sobre o tempo. Por mais
incrível que tenha sido, o
ontem já não existe. Não
importa o quanto me faça
falta, ou o quanto revê-lo me
machuque. Faz parte do que
não se vive. É pedaço de algo
que não é mais.
Por mais esperado ou temido
que seja o amanhã, ele na
verdade também não existe.
Pois se em algum momento
vier a ser, deixará de ser porvir
para se tornar em nosso fraco
entendimento o hoje.
Mas até mesmo o hoje não existe. Não passa de uma proposta baseada na esperança de que todo o tempo
chamado de hoje chegará até mim de forma completa. O que realmente temos do tempo? O que o Grande
Relógio realmente nos concede? Na verdade a única coisa que realmente é minha, nesta estranha relação
com o tempo é o agora. E a maioria leva tanto tempo para entender isto, que quando finalmente
compreende a importância do agora, já não importa, pois o agora se foi...faz parte do que não vive.
Rondinelli Costa