O documento discute a importância estratégica da implementação de processos e estruturas de Compliance nas empresas. A crise financeira e os escândalos de corrupção tornam esses mecanismos essenciais para proteger o negócio e manter a reputação da empresa. Profissionais de Compliance podem assumir responsabilidades como prevenção a fraudes, segurança da informação e gestão de riscos, ajudando as empresas a adquirir boas práticas e se diferenciarem no mercado.
1. Qual será a importância estratégica da implantação de processos
e estruturas profissionais de Compliance?
Em tempos de crise financeira e de escândalos de corrupção é cada vez mais
preciso que as instituições criem mecanismos de proteção para o negócio.
Nenhuma instituição séria nesse país quer ter seu nome relacionado com
esquemas de corrupção e/ou fraudes. Cada vez é mais comum que as empresas,
ao procurarem novas parcerias no mercado, investiguem a fundo como o outro se
comporta e se estrutura para combater esses problemas.
A própria reação do mercado consumidor tende a ser brusca, com uma severa
retração no consumo, ao vislumbrar a falta de comprometimento ético da empresa,
ainda mais nos dias de hoje, pelo vasto acesso à informação, garantido
principalmente pela web.
O empresariado, à duras penas, tem entendido que é necessário e urgente, ainda
mais num período conturbado onde respeitar a lei e a regulamentação é
fundamental para sua sobrevivência. E não só falando em termos de licenças e
outras autorizações das quais ele necessita, mas também levando em conta que o
cliente está atento e na defensiva diante da perspectiva da crise, e acabará se
afastando da empresa, e ela pode também afastar novos investimentos se violar a
lei e as regulamentações.
Para as grandes empresas, não será suficiente contar somente com a assessoria
jurídica para o “agir dentro da lei”. Há necessidade de contar com outros
profissionais de controles internos e análise de riscos, como parte integrante no
processo de construção de uma equipe que possa, de maneira efetiva e
propositiva, elaborar os procedimentos que irão garantir o cumprimento das
legislações e das normas internas.
Nessa esteira, os profissionais de Compliance vão assumir responsabilidades que
irão desde a atividade de prevenção a fraudes, a segurança da informação, o
plano para de continuidade de negócios, a gestão de riscos e de pessoas, entre
outras funções, sempre desempenhando atividades que visem à aquisição e
adequação de boas práticas pela empresa.
2. Toda e qualquer atividade econômica deve ser alvo de monitoramento constante e
orientação por departamentos e pessoas com experiência no setor, tornando-se um
diferencial para as empresas que se movimentam nesse sentido. Infelizmente, os
últimos escândalos de corrupção têm demonstrado que as empresas e órgãos da
administração pública ainda perecem pela falta de investimento nesse setor.
Porto Alegre, 10 de junho de 2015
Rita de Cássia de Moura
OAB/RS 91.528