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EMPREGO DO CANIL EM DISTÚRBIOS CIVIS,
ESTABELECIMENTOS PRISIONAIS, EVENTOS E PRAÇAS
DESPORTIVAS
1. Finalidade
1.1. A integração de cães na tropa de choque ocorreu naturalmente pelo
seu alto poder de intimidação. Assim como os cavalos, os cães atuam
psicologicamente nas pessoas, despertando o temor. Porém a tropa com cães
não pode atuar isoladamente em situações de Controle de Distúrbio Civis, pois
não dispõe de proteção coletiva (escudos). Por este motivo, o Pelotão de Canil
atua sempre em apoio a um Pelotão ou Companhia de Choque convencional.
Ao Pelotão de Canil em apoio à tropa de choque, respeitadas as
particularidades inerentes ao emprego do cão em distúrbios civis,
estabelecimentos prisionais, eventos e praças desportivas que serão descritas
neste capítulo, aplicam-se os mesmos conceitos e doutrina previstos à ação da
tropa de choque.
2. Do emprego em distúrbio civil e estabelecimentos prisionais
2.1. Composição de um Pelotão de CDC com Cães
2.2. Um pelotão com cães padrão para emprego em situações de
Controle de Distúrbios Civis, revista e rebeliões em estabelecimentos
prisionais, deve ser composto por 01 (um) Oficial comandante do pelotão, 03
(três) Sargentos, sendo 01 (um) auxiliar do Cmt de Pelotão e 02 (dois)
comandantes de grupo, 11 (onze) Cabos e Soldados, 01 (um) Motorista, 11
(onze) Cães e 01 (um) segurança. O pelotão de CDC com cães é organizado
de forma que cada homem possua uma função definida dentro do Pelotão a fim
de ter uma flexibilidade tal que lhe permita adaptar-se às mais diversas
situações. No Pel de CDC com cães, exceção feita ao Cmt e aos Sgt, cada
homem possui ainda um número de ordem que facilita a adoção das formações
e o controle do Pelotão.
2.3. Funções:
a) Comandante de pelotão - (1º ou 2º Ten) tem a função de comandar
efetivamente o pelotão de canil nas ações de controle de distúrbio civil sendo o
responsável quanto ao seu emprego operacional;
b) Sargento auxiliar Cmt de Pelotão- é o auxiliar direto do Comandante de
pelotão no comando e controle dos homens durante a ação de controle de
distúrbio civil;
c) Sargento Comandante de Grupo - é o responsável pela correção e
orientação da fração sob seu comando, evitando que ocorra o isolamento do
homem durante a ação, caberá também aos sargentos comandantes de grupo
o uso de munição de impacto controlado e química;
d) Condutores - são os responsáveis pela condução e emprego efetivo do
cão na ação de controle de distúrbio civil, conforme determinação do
comandante do pelotão;
e) Motorista - é o encarregado da condução, segurança e da manutenção
de primeiro escalão da viatura empregada no transporte do pelotão de canil;
f) Segurança - é o encarregado da segurança do pelotão embarcado, em
deslocamento ou não, e durante o emprego propriamente dito.
2.4. Numeração
a) o número de ordem adotado para os homens do pelotão de canil visa
facilitar a execução das formações e o controle das frações de tropa. A
utilização de um condutor-base (nº 01) facilita os deslocamentos e o
posicionamento dos demais membros do pelotão e a coordenação dos
mesmos por parte do comandante e dos sargentos que lhe auxiliam;
b) Símbolos adotados:
Posto/Graduação Símbolo Função
Ten PM Cmt Pel Canil
Sgt PM Auxiliar Cmt de Pel
Sgt PM Cmt de Grupo
Cb/Sd PM Condutores
Cb/Sd PM Motorista
Cb/Sd PM Segurança
c) números de ordens e funções:
Cmt do Pel
Aux Cmt de Pel
Cmt do 1º Grupo Cmt do 2º Grupo
Condutor 01 Condutor 02
Condutor 03 Condutor 04
Condutor 05 Condutor 06
Condutor 07 Condutor 08
Condutor 09 Condutor 10
Condutor 11 Motorista 12
Segurança 13
3. Equipamento e fardamento
3.1. Fardamento
3.1.1. O fardamento a ser utilizado pela tropa seguirá o mesmo do
utilizado pela tropa de controle de distúrbio civil, a qual atuará em apoio, ou
seja, no caso em especial do 3.º Batalhão de Policia de Choque – Humaitá,
boina, camuflado urbano, cinturão tático com coldre de perna, colete tático
preto, coturno tático preto e luva tática preta.
3.2. Equipamento da Tropa
3.2.2. Material Bélico e Equipamentos de Proteção individual: o
pelotão de CDC com cães deverá ser dotado de material bélico e de
equipamentos de proteção individual que lhe permitam o bom desempenho das
variadas missões que lhe forem atribuídas. Estes materiais são assim
distribuídos:
a) Comandante de Pelotão: Capacete de Choque (anti-tumulto), colete
balístico, caneleira ou perneira anti-tumulto, Cassetete de borracha, Pistola Cal.
40 ou Revolver Cal. 38.
b) Auxiliar Cmt de Pelotão: Capacete de Choque (anti-tumulto), colete
balístico, caneleira ou perneira anti-tumulto, Cassetete de borracha, Pistola Cal.
40 ou Revolver Cal. 38.
c) Cmt de Grupo: Capacete de Choque (anti-tumulto), colete balístico,
caneleira ou perneira anti-tumulto, Cassetete de borracha, Pistola Cal. 40 ou
Revolver Cal. 38, bolsas próprias para acondicionamento, transporte e
emprego de munições de impacto controlado e/ou químicas, bem como, o
armamento necessário a sua utilização, exemplo, espingarda cal. 12, tru-flight,
mosquetão federal, etc.
d) Condutores: Capacete de Choque (anti-tumulto), colete balístico e
caneleira ou perneira anti-tumulto.
e) Motorista: Capacete de Choque (anti-tumulto), colete balístico,
caneleira ou perneira anti-tumulto, Cassetete de borracha, Pistola Cal. 40 ou
Revolver Cal. 38 e espingarda cal 12.
f) Segurança: Capacete de Choque (anti-tumulto), colete balístico,
caneleira ou perneira anti-tumulto, Cassetete de borracha, Pistola Cal. 40 ou
Revolver Cal. 38 e metralhadora cal .40.
3.3. Equipamento para os cães : o equipamento necessário a condução
e emprego do cão em ações de controle de distúrbio civil, consiste em colar de
elos, colar tático, guia de 1,5 metros, peitoral tático de identificação para o cão
e focinheira de contenção e/ou de combate, dependendo da ação ou formação
à qual a tropa de canil será empregada.
3.4. Tendo em vista que a tropa de Canil não dispõe de equipamento de
proteção coletiva, caso haja disponibilidade o homem poderá utilizar
exoesqueleto protetor, uma vez que tal equipamento se encontra disponível no
mercado.
4. Do Transporte da Tropa
Preferencialmente, a tropa deverá ser transportada em veículo único,
devidamente adaptado à oferecer conforto térmico e físico aos cães bem como
à tropa.
4.1. Embarque e Desembarque
O embarque e desembarque de viaturas com cães deve ser realizado
segundo algumas normas que visam associar a rapidez do procedimento, a
segurança e a otimização dos métodos.
O procedimento de embarque e desembarque nas VTR’s dependerão do
tipo de veículo utilizado para o transporte da tropa, e poderá estar sujeito a
algumas adaptações frente a necessidade. Porém, via de regra, sempre que
houver o embarque, o pelotão entra em forma em coluna por dois, em seguida
será deslocado para junto da viatura onde fará frente para a retaguarda e
procederá ao embarque. Devendo o mesmo se proceder de forma que os
comandantes de grupo, o segurança e os condutores 01 e 02 fiquem a frente,
próximos da porta, para no desembarque serem os primeiros a
desembarcarem para servirem de base aos demais, condutores 01 e 02, e
fazerem a segurança da tropa no desembarque, segurança e comandantes de
grupo.
4.2. EMBARQUE
a) “PREPARAR PARA EMBARCAR” (também sinalizado pelo levantar de
um braço) - as duas colunas farão frente para a retaguarda e aguardarão
ordem para embarque. Os animais são preparados com o travamento de seus
colares e à testa do pelotão deverão ficar os militares que irão realizar o apoio
ao embarque, no caso da viatura ser do tipo caminhão. Estes dois militares
serão os responsáveis pelo içamento do cão e pela distribuição dos animais no
interior da viatura, logo ao comando de preparar para embarque, os dois
militares agora da testa do pelotão embarcam seus cães e os prendem, um na
extremidade do banco à direita e o outro na extremidade do banco à esquerda.
Fixados os dois primeiros cães, um dos militares fica embaixo para passar os
cães (apoio de solo) e o outro fica em cima da viatura (apoio de viatura),
ancorado para efeito de segurança, responsável por içar os cães. Uma rampa
de embarque poderá ser adaptada ao caminhão de modo a facilitar e
possibilitar o embarque simultâneo do homem e do cão, nesse caso a mesma
deverá ser colocada na posição pelos dois comandantes de grupo.
b) “EMBARCAR“ (também sinalizado pelos dois braços levantados
verticalmente) - grita “CHOQUE” e rompe marcha; cada homem deverá
embarcar primeiramente o seu animal com o auxílio dos militares de apoio de
solo e de viatura, em seguida embarca o condutor, alternando as colunas, para
facilitar a distribuição homogênea nos bancos e para evitar brigas entre os
animais. O homem deverá sentar-se em uma posição que permita ao cão ficar
sentado entre as pernas do condutor, de frente para o mesmo, permitindo uma
total vigilância lateral (considerando o transporte por meio de caminhão ou
micro-ônibus não adaptado). Deverão embarcar de modo que os condutores 01
e 02 fiquem próximo a porta de saída, pois serão a base do pelotão no
desembarque. Após o fechamento da tampa, quando estiver pronto o militar
levantará o braço, sinalizando desta forma ao comandante da fração a
situação.
4.2.1. Apoio de solo: ao receber a guia, empunhará o suporte do
mosquetão para conduzir o cão. Passando a alça da guia para o Apoio de
viatura. Isto feito, comandará “Sobe” ao cão, fazendo com que o mesmo
procure apoio com os anteriores na tampa da viatura. Quando o Apoio de
viatura começar a içar o animal, procurar ajudar o cão, sustentando-o pelos
posteriores e/ou abdômen, realizando assim o embarque do cão na viatura.
4.2.2. Apoio de viatura: é o militar responsável pelo içamento do cão. Ao
receber a alça da guia, procurar tracioná-la, buscando com a outra mão
empunhar o suporte do mosquetão. Uma vez embarcado o cão, passa-o ao
seu condutor. O militar responsável pelo Apoio de viatura, só autoriza o
embarque do próximo cão, quando o anterior já estiver sob controle e
devidamente posicionado no interior da viatura, com seu respectivo condutor.
Após o embarque de todos os cães, auxilia o embarque do Apoio de solo.
Caso haja a rampa de embarque adaptada ao caminhão, a mesma
deverá ser posicionada no local devido pelos comandantes de grupo e, a figura
dos apoios de solo e de viatura não será necessária, uma vez que o embarque
se dará de forma ininterrupta, alternada entre as colunas e simultânea do cão e
do seu condutor. Após todos os cães terem embarcado e os condutores terem
dado o pronto (levantando o braço direito e dizendo pronto), a rampa é
recolhida, a tampa da viatura fechada e embarcam por último os comandantes
de grupo e o segurança que vão junto com a tropa na parte de trás da viatura,
considerando o transporte em caminhão, próximo à tampa para facilitar o
desembarque. O comandante de pelotão vai na cabine do caminhão.
4.3. DESEMBARQUE
a) “PREPARAR PARA DESEMBARCAR”, os condutores permanecerão
com seus cães sentados. Desembarcam nesse momento os comandantes de
grupo e o segurança, os primeiros farão a abertura da tampa traseira, ou se for
o caso também a colocação da rampa de embarque/desembarque; e o
segundo fará a segurança da tropa. Os militares incumbidos dos apoios de solo
e de viatura se posicionam para auxiliarem também o desembarque.
b) “DESEMBARCAR”, inicia-se o desembarque do binômio homem/cão,
de forma alternada, sendo que primeiramente desembarca o homem, em
seguida o cão lhe é passado pelos apoios de solo e viatura, entrando em forma
ao lado da viatura, ou em outro local designado pelo comandante de pelotão,
em coluna por dois.
4.4. Viatura tipo ônibus ou microônibus: No comando de preparar para
embarcar o procedimento é idêntico, ao comando de embarcar, avança
inicialmente a coluna da direita, ocupando os bancos da direita, atentando para
que o condutor 01 fique próximo da porta para o desembarque. A coluna da
esquerda ocupará os bancos da esquerda, também observando os mesmos
procedimentos já citados com relação ao posicionamento dos condutores e dos
cães; nesse caso o condutor 02 deverá ficar mais próximo da porta.
O ideal para a tropa de canil é o transporte em veículo próprio e,
devidamente adaptado, de modo a proporcionar conforto físico e térmico ao
cão, proporcionando assim um maior rendimento do semovente quanto ao
emprego e operacionalidade. O correto é que os cães sejam transportados em
veículo adaptado que disponha de gaiolas individuais ou caixas de transporte,
acondicionadas em uma parte da viatura, equipada pelo menos com
climatizador, de modo a proporcionar conforto térmico e ventilação aos
animais, prevenindo a ocorrência de transtornos como náuseas, vômitos ou
hipertermia. Independente do tipo de viatura a doutrina de embarque e
desembarque, poderá sofrer algumas adaptações, mas deverá respeitar os
requisitos básicos mencionados acima.
5. Formações básicas do pelotão de CDC com cães: de acordo com a
necessidade e levando-se em consideração o terreno, o formato da massa, seu
tamanho e a direção que se deve dar a mesma, o pelotão de canil deve
assumir as seguintes formações:
5.1. Coluna por Dois - É a posição básica de onde partem normalmente
as demais formações, também é utilizada para deslocamentos, embarque,
desembarque e para enumeração do Pelotão e conferência do efetivo. O
pelotão de CDC com cães obedecerá uma distância e intervalos entre os
homens de aproximadamente 02 (dois) metros. O intervalo de 02 (dois) metros
entre os homens, também será obedecido nas demais formações do pelotão de
CDC com cães quando executadas em demonstração de força. Quando o
pelotão for preparado para ação repressiva (carga), esse intervalo será elevado
para 03 (três) metros. Nas mudanças de uma formação para outra que houver
a necessidade do recuo do pelotão, o policial fará o recuo com a atenção
voltada para a zona de perigo, ocupando o seu lugar na formação designada.
Para que cada homem saiba exatamente sua posição dentro do pelotão
de CDC com cães devemos, na formação em coluna por dois, comandar
PELOTÃO ENUMERAR, sendo que partindo da posição de descansar o
homem adota a posição de sentido, levanta o braço direito com o punho
cerrado, mantendo a empunhadura da guia e pronuncia em voz alta a sua
função e número (ex. Condutor 01, Motorista 12, Segurança 13, etc).
5.2. Em Linha - Partindo da formação em coluna por dois, mediante o
comando, os dois grupos se abrem rapidamente tomando a formação indicada.
O Cmt de Pel se posiciona atrás e a direita do homem base nº 01 facilitando
uma maior visão e ação de Comando. Os Sgt’s se posicionam, ficando o do 1º
grupo entre os números 05 e 07 na esquerda e o 2º grupo entre os nº 04 e 06
na direita. O Sargento auxiliar ficará um passo atrás e a direita do Cmt de Pel.
Essa formação é a mais comumente utilizada e servimo-nos dela para bloquear
o deslocamento de uma massa, ou mesmo para empurrá-la em direção a uma
rota de dispersão, permitindo uma evacuação total dos manifestantes.
5.3. Em Cunha - Partindo da formação em coluna por dois o homem-base
(condutor 01) dará um passo a frente com o cão, ao mesmo tempo em que os
dois grupos formam a cunha. Esta formação será utilizada sempre que o
objetivo for penetrar na massa e dividi-la (na medida em que a divisão a
enfraquece).
5.4. Escalão à Esquerda - O homem base permanece, enquanto o grupo
da direita avança à frente, formando uma diagonal com o grupo da esquerda,
isto é, a direita avança. Essa formação visa direcionar a movimentação da
massa para a esquerda.
5.5. Escalão à Direita - Essa formação visa direcionar a movimentação da
massa para a direita. O homem base permanece parado enquanto o grupo da
esquerda avança a frente, formando uma diagonal com o grupo da direita. A
esquerda avança. Essa formação visa direcionar a movimentação da massa
para a direita.
6. Formações de apoio: o pelotão de CDC com cães atua basicamente
em apoio ao pelotão de choque, quando do seu emprego em ações de controle
de distúrbio civil, a seguir serão apresentadas as possíveis formações de apoio
a serem adotadas em tais situações, de acordo com a necessidade levando-se
em consideração o efetivo disponível, o terreno, o formato da massa, seu
tamanho e a direção que se deve dar à mesma. Nos próximos diagramas
considerar a seguinte simbologia:
6.1 Apoio Central: realizado à retaguarda do pelotão principal, em coluna
por dois. Tem a finalidade de facilitar o deslocamento e permitir a rápida
mudança para outras formações, além de manter a reserva do Comandante de
Cia em condições de pronto emprego como apoio.
6.2. Apoio Complementar: esse apoio é realizado na mesma formação do
pelotão principal. O pelotão de apoio se divide em dois, entrando cada grupo
ao lado do último homem de cada grupo do pelotão principal. Tem como
finalidade complementar a formação, aumentando o seu tamanho.
6.3. Apoio Cerrado: realizado na mesma formação do pelotão principal. O
pelotão de apoio ocupa os intervalos do pelotão principal. Tem como finalidade
reforçar a robustez do pelotão principal, impedindo a penetração de indivíduos
da turba pela frente do pelotão. Este é um apoio possível de ser executado,
mas quando necessário deverá, preferencialmente ser adotado com os cães
utilizando focinheira de contenção, pois devido à excitação dos cães e à
proximidade dos homens, estes podem ser mordidos se os cães não estiverem
com focinheiras, logo tal formação sem o uso de focinheira deve ser evitado.
6.4. Apoio Lateral: independente da formação do pelotão a ser apoiado, o
pelotão de apoio subdivide-se em dois, entrando cada grupo atrás do último
homem do pelotão principal. Tem como finalidade impedir a penetração de
indivíduos da turba pela lateral do pelotão principal.
7. Posição básica de emprego do homem/cão em CDC: a guia nas
operações de CDC deverá ser utilizada na posição número três, mão direita por
dentro da alça da guia, segurando no suporte da alça da guia em pronação e,
mão esquerda segurando em supinação o suporte do mosquetão, exceto
durante a carga. O cão permanece na posição de “stay” ou então sentado ao
lado esquerdo do condutor. O condutor deverá estar posicionado com o corpo
ereto, levemente flexionado a frente, afastamento lateral dos pés, sendo um
dos pés à frente (esquerdo) e o outro a retaguarda de modo que tenha boa
base a lhe propiciar equilíbrio durante a ação. Nas mudanças de posição e de
formação, para dar maior operabilidade ao condutor, o cão nos deslocamentos
deverá ser conduzido através da alça do colar tático, ou pela alça do peitoral
tático.
8. Comandos
8.1. Os comandos na operação de CDC devem ser dados com clareza e
objetividade, principalmente em razão da dificuldade que é se fazer entender
em meio a uma operação, onde além de todos os obstáculos já conhecidos,
temos ainda o alto grau de excitação dos cães, que latem a todo momento e
requerem a atenção dobrada de seus adestradores. Os comandos para as
formações e apoios poderão ser dados por voz e gesto.
8.1. Comando por Voz – são dados em três tempos: advertência,
comando propriamente dito e execução. O Cmt deve sempre que possível,
indicar o local no terreno e a frente onde o pelotão deverá formar, caso
contrário, o pelotão entrará na formação comandada, no local em que se
encontrar o condutor-base (nº 01).
Exemplo (1) Pelotão em Linha:
a. advertência: Atenção Canil !!
b. local : 10 metros à frente !!
c. frente : frente para tal ponto !!
d. formação : em linha !!
e. execução : marche-marche !!
À voz de execução, o condutor 01 (condutor-base) ocupa o ponto e a
frente indicado, e os demais se colocam na ordem já descrita.
A nível de companhia de Choque o cmt comandará:
a. advertência: Atenção companhia
b. local: 20 metros à frente
c. frente: frente para tal ponto !!
d. formação: 1º Pel em linha, Pel Canil em apoio complementar
e. execução: marche-marche
8.2. Comando por Gestos - Os comandos por gestos são utilizados
quando a tropa está usando máscaras contra gases, ou quando o excesso de
ruído torne os comandos por voz impraticáveis. Após cada gesto de execução
o condutor-base (nº 01) se coloca a dois passos à retaguarda do Cmt e os
demais executam a formação comandada. O local, posição no terreno, bem
como a frente da formação que o pelotão deverá adotar, será determinada,
respectivamente, pela posição do Cmt no terreno e a frente que ele adotar.
Quando necessário, os comandos por gestos poderão ser empregados,
isoladamente ou associado com os comandos por voz. Para comandar por
gestos o Cmt se coloca à frente da tropa com frente para o objetivo.
Os comandos por gestos também são dados em três tempos:
1º Tempo - Advertência: que é feito pela extensão do braço direito para
cima, mão espalmada, dedos unidos, indicando a posição no terreno e a frente
do pelotão.
2º Tempo - Comando propriamente dito: que é a formação desejada o
que veremos a seguir (exemplo: formação em linha); e
3º Tempo - Execução: que pode ser marche-marche ou marche consiste
no movimento de punho fechado de cima para baixo, uma ou mais vezes
respectivamente.
8.2.1. São comandos por gestos (nível Pelotão de Canil):
a) REUNIR - braço direito na vertical sobre a cabeça descrevendo
pequenos círculos.
b) EM COLUNA POR DOIS - braço direito levantado na vertical com os
dedos médios e indicador acima da cabeça, determina a formação de pelotão
em coluna por dois.
c) EM LINHA - braços estendidos na lateral horizontal do corpo.
d) EM CUNHA - braços e mãos estendidas acima da cabeça, formando
uma figura triangular.
e) EM ESCALÃO À DIREITA - braços estendidos ao lado do corpo
formando uma diagonal, o braço direito abaixado.
f) EM ESCALÃO À ESQUERDA - braços estendidos ao lado do corpo
formando uma diagonal, o braço esquerdo abaixado.
g) MARCHE – braço direito levantado na vertical, ao lado da cabeça, com
o punho da mão direita cerrado e os dedos voltados para a cabeça, executa um
movimento de sobe e desce, estendendo o braço e flexionando o braço.
h) MARCHE - MARCHE - mesma situação, só que executa-se dois
movimentos.
8.2.2. Apoios( nível Companhia de Choque):
1) apoio lateral: o Cmt coloca os braços na horizontal, e os antebraços e
mãos levantados em posição perpendicular.
2) apoio complementar: o Cmt flexiona e estende os braços na lateral do
corpo e na horizontal.
3) apoio cerrado: o Cmt bate a palma de uma mão sobre as costas da
outra com os braços estendidos acima da cabeça.
4) apoio central: o Cmt com apenas os dedos indicador e médio da mão
direita estendidos, e os demais flexionados, toca com a ponta desses dedos a
palma da mão esquerda, que deverá estar espalmada e com os dedos unidos,
acima da cabeça.
9. Quando houver necessidade de executar carga com o pelotão de
CDC com cães, devemos adotar a seguinte sequência:
9.1. Comandar - Preparar para Carga – partindo da posição básica para
atuação em CDC, os homens adotam a posição com os pés paralelos
lateralmente, mão direita introduzida pela alça da guia segurando o suporte da
alça em pronação e a mão esquerda de punho cerrado em supinação
segurando a alça do colar tático, com a mão direita abaixa a viseira do
capacete e, se deslocam de modo que os condutores de números pares darão
um passo lateral a direita e os ímpares um passo lateral à esquerda, só que
apoiando o joelho esquerdo na altura do pescoço do cão, todos passando a
ficar com intervalos de 03 (três) metros aproximadamente. Após o
deslocamento o homem toma uma posição confortável, colocando o seu pé
esquerdo à retaguarda, tendo o cão a sua esquerda em posição de alerta e
brada CHOQUE. Após a execução do comandamento de preparar para carga,
o Cmt de Pel poderá determinar a distância de execução da carga por
comando verbal, ou através do homem-base.
9.2. Ao Comando de Carga - libera a mão esquerda e segura a guia
firmemente com a mão direita, impulsionando o cão à frente em direção aos
manifestantes, comandando “RAF” ao cão, ao mesmo tempo em que rompe o
passo com o pé esquerdo.
9.3. O pelotão se deslocará em carga, mantendo a formação, o
alinhamento e a velocidade de deslocamento com base no condutor 01; sendo
que a distância será determinada pelo Cmt de Pel através do homem-base ou
através de comando verbal. Ao término da carga o pelotão adotará a formação
conforme determinação do Cmt de Pel.
9.4. Partindo das formações de apoio, o pelotão de Canil para efetuar a
carga com cães, deverá primeiro deslocar-se de modo a assumir a frente do
dispositivo para então adotar o procedimento descrito acima para a carga.
Assim sendo, dependendo da formação de apoio, o pelotão de Canil
juntamente com o pelotão de Choque executarão manobra específica para que
tal deslocamento seja feito com o máximo de velocidade e segurança para a
tropa.
9.4.1. Estando o pelotão de Canil em apoio central ao pelotão de Choque,
conforme determinação do comandante do dispositivo, os escudeiros 01 e 02,
darão dois passos lateralmente a esquerda e a direita, respectivamente,
fazendo ambos frente para o interior, ou seja, ficando com os escudos voltados
para o interior, formando um corredor de proteção por onde passará em coluna
por dois, o pelotão de Canil. Após os condutores passarem a frente do pelotão
de Choque, os condutores devem assumir suas posições, formando uma linha
a frente do pelotão de Choque, conforme seus respectivos números de ordem.
Assim que o último cão passar pelos escudeiros 01 e 02, o pelotão de Choque
retomará sua formação inicial.
9.4.2. Estando o pelotão de Canil em apoio lateral ao pelotão de Choque,
para que o pelotão assuma a frente do pelotão de Choque para efetuar a
carga, conforme determinação do comandante do dispositivo, basta que os
grupos, que estão dispostos nas laterais do pelotão de Choque, se desloquem
pelas laterais, assumindo a frente do dispositivo, mantendo a formação
conforme a posição de cada condutor, determinada pelo seu respectivo número
de ordem. O mesmo pode ser aplicado estando o pelotão de Canil em apoio
complementar.
9.4.3. Estando o pelotão de Canil em apoio cerrado ao pelotão de
Choque, para que o pelotão assuma a frente do pelotão de Choque para
efetuar a carga, conforme determinação do comandante do dispositivo, os
escudeiros em dupla, conforme padronização prévia adotará posição de modo
a ficarem de costas um para o outro, com os escudos voltados lateralmente,
criando uma espécie de corredor de proteção com os escudos, tornando essa
manobra muito mais segura aos escudeiros, assim que os cães passam pelos
escudeiros esses retomam as suas posições e formação inicial.
10. Revistas e Rebeliões em Estabelecimentos Prisionais
10.1. O pelotão de CDC com Cães pode ainda atuar em rebeliões e
revistas em estabelecimentos penais. Nestes casos obedecerá a Planos e
Ordens específicos, sendo certo que o emprego será sempre realizado no
sentido de oferecer segurança à tropa, através do seu efeito psicológico de
intimidação, tal como na permanência da vigilância dos presos ou então em
auxílio no transporte destes das celas aos pátios.
10.2. O pelotão de CDC com Cães pode ainda atuar em rebeliões como
ferramenta tática, a ser utilizada pela equipe, atentando para o uso escalonado
da força, quando da contenção e imobilização de agressor que atente contra a
segurança da tropa, podendo inclusive fazer uso do cão para esse fim,
dependendo da situação, com focinheira de combate. O cão pode também ser
empregado na extração de preso do interior da cela, através do uso de guia
longa, resguardando a integridade física dos policiais, e evitando-se o uso
desnecessário de arma de fogo, etc.
11. Do emprego de pelotão com cães em eventos e praças
desportivas
11.1. Composição do Pelotão
11.2. Um pelotão com cães padrão para emprego em eventos e praças
desportivas, deve ser composto por 17 policiais, sendo 01 (um) Oficial
comandante do pelotão, 01 (um) Sargento auxiliar do Cmt de Pelotão, 02 (dois)
Cb/Sd auxiliares/segurança do Cmt de Pel e do Sargento Auxiliar, 12 (doze)
Cabos e Soldados condutores de cães, 01 (um) Motorista e 12 (doze) Cães.
11.3. Funções:
a) Comandante de pelotão - (1º ou 2º Ten) tem a função de comandar
efetivamente o pelotão de canil nas ações, sendo o responsável quanto ao seu
emprego operacional;
b) Sargento auxiliar Cmt de Pelotão - é o auxiliar direto do Comandante
de pelotão no comando e controle dos homens durante a ação;
c) Condutores - são os responsáveis pela condução e emprego efetivo do
cão, conforme determinação do comandante de pelotão;
d) Motorista - é o encarregado da condução, segurança e da manutenção
de primeiro escalão da viatura empregada no transporte do pelotão de canil;
e) Auxiliar/segurança - é o encarregado da segurança do pelotão
embarcado, em deslocamento ou não, e durante o emprego propriamente dito,
uma vez que a tropa atua desarmada. Acompanha o Cmt de Pel e o Sargento
Auxiliar do Cmt de Pel auxiliando-os.
12. Equipamento e fardamento
12.1. Fardamento
12.1.1. O fardamento a ser utilizado pela tropa seguirá o mesmo do
utilizado pela tropa a qual atuará em apoio, ou seja, no caso em especial do 2.º
Batalhão de Policia de Choque – Anchieta, boina, B-4, jaqueta cinza
bandeirante (quando necessário), poncho (quando necessário), cinturão de
couro preto e acessórios e, coturno tático preto.
12.2. Equipamento da Tropa
12.2.2. Material Bélico e Equipamentos de Proteção individual: o
pelotão com cães deverá ser dotado de material bélico e de equipamentos de
proteção individual que lhe permitam o bom desempenho das variadas missões
que lhe forem atribuídas. Estes materiais são assim distribuídos:
a) Comandante de Pelotão: Capacete de eventos (branco), Cassetete de
borracha, Pistola Cal. 40 ou Revolver Cal. 38.
b) Auxiliar Cmt de Pelotão: Capacete de eventos (branco), Cassetete de
borracha, Pistola Cal. 40 ou Revolver Cal. 38.
c) Condutores: Capacete de eventos (branco).
d) Motorista: Capacete de eventos (branco), Cassetete de borracha,
Pistola Cal. 40 ou Revolver Cal. 38 e espingarda cal 12.
e) Auxiliar/Segurança: Capacete de eventos (branco), Cassetete de
borracha, Pistola Cal. 40 ou Revolver Cal. 38.
13. Equipamento para os cães : o equipamento necessário a condução
e emprego do cão em eventos desportivos, consiste em colar de elos, colar
tático, guia de 1,5 metros, colete de identificação para o cão e focinheira de
contenção, a ser utilizada, por exemplo, caso haja necessidade de passar por
entre torcedores para acessar o campo, evitando-se com isso incidentes
desnecessários, uma vez no interior do campo o cão será empregado sem a
focinheira.
14. Do Transporte da Tropa
14.1. Quanto ao transporte da tropa para emprego em eventos e praças
desportivas, aplica-se o mesmo já descrito, quando do emprego em ações de
distúrbio civil e estabelecimentos prisionais mencionados no item 4 (quatro) e
respectivos subitens.
15. Do emprego propriamente dito
15.1. Os empregos mais comuns de pelotão com cães em eventos e
praças desportivas são aqueles relativos à segurança interna. O emprego mais
freqüente de segurança interna nesses tipos de eventos é realizado em jogos
de futebol, em apoio às unidades responsáveis pela segurança geral do
evento, onde o pelotão de canil atua na segurança interna do gramado (Setor
1), procurando impedir a invasão do mesmo por parte dos torcedores.
15.2. Considerando o emprego relativo à segurança interna, o efetivo
deverá ser empregado no entorno do campo, podendo ser distribuído ao longo
do perímetro uniformemente, em distâncias equivalentes, de modo a ocupar
todo o terreno, em posições fixas; ou em patrulhas de dois policiais e dois cães,
com liberdade de locomoção nos setores previamente determinados, segundo
a divisão em quadrantes do perímetro do campo.
16. Do procedimento
16.1. O pelotão de canil deverá via de regra, se apresentar, no local do
evento, ao responsável pela operação; quando do emprego no interior do
campo com 01 (uma) hora e 30 (trinta) minutos de antecedência do início da
partida de futebol, tendo em vista evitar o estresse e, consequentemente o
cansaço desnecessário dos cães, prejudicando assim o desempenho durante o
emprego propriamente dito. A necessidade de emprego diferenciado deverá
ser tratada previamente via canal de comando.
16.2. Imediatamente após a chegada do efetivo ao local, o Oficial do Canil
comandante do efetivo, juntamente com o Sargento auxiliar e o Cb/Sd
Auxiliar/segurança, deverão se apresentar ao Comandante da Operação,
responsável pelo policiamento no evento, para dar ciência da chegada,
informar eventuais novidades e, se inteirar das determinações. Caso haja
alimentação para a tropa, o Sargento auxiliar, juntamente com o Cb/Sd
Auxiliar/segurança deverão retirá-las e distribuí-las ao efetivo. Os policiais
deverão fazer a alimentação, preferencialmente em local destinado para tal,
mantendo nesse período os cães embarcados, havendo necessidade deverão
se dividir em frações para proceder à alimentação;
16.3. Ao desembarcar do ônibus, caminhão ou das viaturas, o pelotão
deverá formar por dois.
16.4. Os condutores dos cães deverão, antes da entrada no estádio para
início da partida de futebol, retirar o armamento e acondicioná-lo em caixa
própria, colocando-os todos juntos na viatura, ficando sob a responsabilidade e
segurança do motorista;
16.5. Todo deslocamento a pé com os cães, deverá ser realizado em
coluna por dois, com no mínimo dois seguranças preestabelecidos,
posicionando-se à frente (Cmt de Pel e Cb/Sd Auxiliar/Segurança) e a
retaguarda (Sargento Aux Cmt de Pel e cb/Sd Auxiliar/segurança) do pelotão,
se houver mais seguranças disponíveis, os mesmos se posicionarão nas
laterais.
16.6. Todos os deslocamentos por entre aglomerações de pessoas
deverão ser organizados e rápidos para evitar incidentes;
16.7. Antes de iniciar o deslocamento, caso os cães tenham que passar
por entre aglomerações de pessoas, os policiais condutores deverão
preferencialmente colocar em seus cães focinheiras de contenção com o intuito
de evitar incidentes;
16.8. Adentrar a pista em volta do gramado, 15 minutos antes do início da
partida;
16.9. Após adentrar na região do gramado o pelotão deverá se posicionar
nos locais previamente determinados, os condutores deverão retirar a
focinheira de contenção, caso os cães a estejam usando. Essa distribuição do
efetivo no terreno deverá ser acompanhada pelo Sargento auxiliar e fiscalizada
pelo oficial comandante do efetivo de Canil;
16.10. O cão deverá ser empregado com guia de 1,5 metros, atrelada
através do mosquetão ao colar de elos, preferencialmente travado, deverá
também estar usando colar tático, para melhor maleabilidade, quando da
necessidade do seu emprego; poderá usar o colar destravado, quando for
necessário de ter um maior controle do cão;
16.11. Os policiais deverão manter-se voltados para a torcida com o cão
na posição de “Sit” ou “stay”, caso o efetivo tenha sido distribuído ao longo do
perímetro uniformemente, porém se o efetivo tiver sido distribuído ao longo do
perímetro em patrulhas de dois policiais e dois cães, poderá ser adotado o
posicionamento onde um policial fica com a atenção voltada aos torcedores e o
outro com atenção ao interior, atento a segurança da equipe e das pessoas
que transitam no interior do campo, como por exemplo, o pessoal da imprensa;
16.12. Vinte minutos antes do emprego efetivo dos cães, os mesmos
deverão ser levados a um local adequado e previamente determinado para que
possam fazer necessidades fisiológicas, as quais deverão ser recolhidas pelos
condutores em sacos plásticos próprios e descartadas em local adequado
(lixo);
16.13. Não permitir que o cão se deite;
16.14. Não deixar que o cão se distraia com a bola, gandulas ou
torcedores;
16.15. NUNCA SOLTAR O CÃO, mesmo que ocorra uma invasão;
16.16. Não segurar o cão pelo mosquetão da guia;
16.17. No intervalo sempre que possível retirar o cão, lhe oferecer água e
local para necessidades fisiológicas;
16.18. Quando da ocorrência de intempéries climáticas (chuva), o Oficial
comandante do efetivo do Canil, deverá assessorar o Comandante da
Operação quanto a eventual necessidade de remanejamento do efetivo com
cães;
16.19. Deixar o gramado após a saída das equipes e da arbitragem;
16.20. Em caso de tentativa de invasão do campo, as patrulhas devem se
deslocar de modo a apoiar a patrulha mais próxima do local da tentativa de
invasão, reforçando sua segurança no intuito de contê-la, sem, no entanto,
descuidar da segurança das demais áreas do campo que possam se tornar
pontos de invasão. Se não for possível conter o público, ou se a tentativa de
invasão ocorrer por pontos diversos, deverão se reunir no centro do gramado,
ou outro local designado previamente, para que em conjunto com o restante da
tropa, faça-se a varredura e desocupação do gramado. Para a retirada dos
invasores do interior do campo, o pelotão de canil poderá fazer uso das
mesmas formações empregadas no CDC;
16.21. A presença do cão no campo tem caráter único de ostensividade,
visa apenas prevenir invasões, através do forte efeito psicológico de
intimidação do cão sobre a massa, no entanto, se ocorrer a invasão o cão
jamais será empregado solto, pois as cenas que poderão ocorrer, serão
gravadas pela imprensa, e sem dúvida nada de bom trarão para a nossa
corporação;
16.22. Ao adentrar na região do gramado, não permitir que o cão faça
necessidades fisiológicas em locais impróprios, caso seja inevitável, os
condutores deverão estar portando sacos próprios para recolhimento das
sujidades, as quais deverão ser deixadas de forma dissimulada, próximo do
policial para serem repassadas, para descarte em local adequado (lixo), ao
Cb/Sd Auxiliar/segurança;
16.23. O cão não poderá ser amarrado, é necessário sua fiscalização
constante (evitando assim traumas irrecuperáveis ou acidentes);
16.24. O Comandante de pelotão e o Sargento auxiliar efetuarão rondas
constantes em apoio ao efetivo;
16.25. PM com cão, não atua isolado;
16.26. PM com cão, não utiliza cassetete;
16.27. Não se deve permitir a passagem de pessoas entre os cães, seja
PM ou Civil.

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Manual de CDC e praças desportivas do Canil.pdf

  • 1. EMPREGO DO CANIL EM DISTÚRBIOS CIVIS, ESTABELECIMENTOS PRISIONAIS, EVENTOS E PRAÇAS DESPORTIVAS 1. Finalidade 1.1. A integração de cães na tropa de choque ocorreu naturalmente pelo seu alto poder de intimidação. Assim como os cavalos, os cães atuam psicologicamente nas pessoas, despertando o temor. Porém a tropa com cães não pode atuar isoladamente em situações de Controle de Distúrbio Civis, pois não dispõe de proteção coletiva (escudos). Por este motivo, o Pelotão de Canil atua sempre em apoio a um Pelotão ou Companhia de Choque convencional. Ao Pelotão de Canil em apoio à tropa de choque, respeitadas as particularidades inerentes ao emprego do cão em distúrbios civis, estabelecimentos prisionais, eventos e praças desportivas que serão descritas neste capítulo, aplicam-se os mesmos conceitos e doutrina previstos à ação da tropa de choque. 2. Do emprego em distúrbio civil e estabelecimentos prisionais 2.1. Composição de um Pelotão de CDC com Cães 2.2. Um pelotão com cães padrão para emprego em situações de Controle de Distúrbios Civis, revista e rebeliões em estabelecimentos prisionais, deve ser composto por 01 (um) Oficial comandante do pelotão, 03 (três) Sargentos, sendo 01 (um) auxiliar do Cmt de Pelotão e 02 (dois) comandantes de grupo, 11 (onze) Cabos e Soldados, 01 (um) Motorista, 11 (onze) Cães e 01 (um) segurança. O pelotão de CDC com cães é organizado de forma que cada homem possua uma função definida dentro do Pelotão a fim de ter uma flexibilidade tal que lhe permita adaptar-se às mais diversas situações. No Pel de CDC com cães, exceção feita ao Cmt e aos Sgt, cada homem possui ainda um número de ordem que facilita a adoção das formações
  • 2. e o controle do Pelotão. 2.3. Funções: a) Comandante de pelotão - (1º ou 2º Ten) tem a função de comandar efetivamente o pelotão de canil nas ações de controle de distúrbio civil sendo o responsável quanto ao seu emprego operacional; b) Sargento auxiliar Cmt de Pelotão- é o auxiliar direto do Comandante de pelotão no comando e controle dos homens durante a ação de controle de distúrbio civil; c) Sargento Comandante de Grupo - é o responsável pela correção e orientação da fração sob seu comando, evitando que ocorra o isolamento do homem durante a ação, caberá também aos sargentos comandantes de grupo o uso de munição de impacto controlado e química; d) Condutores - são os responsáveis pela condução e emprego efetivo do cão na ação de controle de distúrbio civil, conforme determinação do comandante do pelotão; e) Motorista - é o encarregado da condução, segurança e da manutenção de primeiro escalão da viatura empregada no transporte do pelotão de canil; f) Segurança - é o encarregado da segurança do pelotão embarcado, em deslocamento ou não, e durante o emprego propriamente dito. 2.4. Numeração a) o número de ordem adotado para os homens do pelotão de canil visa facilitar a execução das formações e o controle das frações de tropa. A utilização de um condutor-base (nº 01) facilita os deslocamentos e o posicionamento dos demais membros do pelotão e a coordenação dos mesmos por parte do comandante e dos sargentos que lhe auxiliam;
  • 3. b) Símbolos adotados: Posto/Graduação Símbolo Função Ten PM Cmt Pel Canil Sgt PM Auxiliar Cmt de Pel Sgt PM Cmt de Grupo Cb/Sd PM Condutores Cb/Sd PM Motorista Cb/Sd PM Segurança c) números de ordens e funções: Cmt do Pel Aux Cmt de Pel Cmt do 1º Grupo Cmt do 2º Grupo Condutor 01 Condutor 02 Condutor 03 Condutor 04 Condutor 05 Condutor 06 Condutor 07 Condutor 08 Condutor 09 Condutor 10
  • 4. Condutor 11 Motorista 12 Segurança 13 3. Equipamento e fardamento 3.1. Fardamento 3.1.1. O fardamento a ser utilizado pela tropa seguirá o mesmo do utilizado pela tropa de controle de distúrbio civil, a qual atuará em apoio, ou seja, no caso em especial do 3.º Batalhão de Policia de Choque – Humaitá, boina, camuflado urbano, cinturão tático com coldre de perna, colete tático preto, coturno tático preto e luva tática preta. 3.2. Equipamento da Tropa 3.2.2. Material Bélico e Equipamentos de Proteção individual: o pelotão de CDC com cães deverá ser dotado de material bélico e de equipamentos de proteção individual que lhe permitam o bom desempenho das variadas missões que lhe forem atribuídas. Estes materiais são assim distribuídos: a) Comandante de Pelotão: Capacete de Choque (anti-tumulto), colete balístico, caneleira ou perneira anti-tumulto, Cassetete de borracha, Pistola Cal. 40 ou Revolver Cal. 38. b) Auxiliar Cmt de Pelotão: Capacete de Choque (anti-tumulto), colete balístico, caneleira ou perneira anti-tumulto, Cassetete de borracha, Pistola Cal. 40 ou Revolver Cal. 38. c) Cmt de Grupo: Capacete de Choque (anti-tumulto), colete balístico, caneleira ou perneira anti-tumulto, Cassetete de borracha, Pistola Cal. 40 ou Revolver Cal. 38, bolsas próprias para acondicionamento, transporte e
  • 5. emprego de munições de impacto controlado e/ou químicas, bem como, o armamento necessário a sua utilização, exemplo, espingarda cal. 12, tru-flight, mosquetão federal, etc. d) Condutores: Capacete de Choque (anti-tumulto), colete balístico e caneleira ou perneira anti-tumulto. e) Motorista: Capacete de Choque (anti-tumulto), colete balístico, caneleira ou perneira anti-tumulto, Cassetete de borracha, Pistola Cal. 40 ou Revolver Cal. 38 e espingarda cal 12. f) Segurança: Capacete de Choque (anti-tumulto), colete balístico, caneleira ou perneira anti-tumulto, Cassetete de borracha, Pistola Cal. 40 ou Revolver Cal. 38 e metralhadora cal .40. 3.3. Equipamento para os cães : o equipamento necessário a condução e emprego do cão em ações de controle de distúrbio civil, consiste em colar de elos, colar tático, guia de 1,5 metros, peitoral tático de identificação para o cão e focinheira de contenção e/ou de combate, dependendo da ação ou formação à qual a tropa de canil será empregada. 3.4. Tendo em vista que a tropa de Canil não dispõe de equipamento de proteção coletiva, caso haja disponibilidade o homem poderá utilizar
  • 6. exoesqueleto protetor, uma vez que tal equipamento se encontra disponível no mercado. 4. Do Transporte da Tropa Preferencialmente, a tropa deverá ser transportada em veículo único, devidamente adaptado à oferecer conforto térmico e físico aos cães bem como à tropa. 4.1. Embarque e Desembarque O embarque e desembarque de viaturas com cães deve ser realizado segundo algumas normas que visam associar a rapidez do procedimento, a segurança e a otimização dos métodos. O procedimento de embarque e desembarque nas VTR’s dependerão do tipo de veículo utilizado para o transporte da tropa, e poderá estar sujeito a algumas adaptações frente a necessidade. Porém, via de regra, sempre que houver o embarque, o pelotão entra em forma em coluna por dois, em seguida será deslocado para junto da viatura onde fará frente para a retaguarda e procederá ao embarque. Devendo o mesmo se proceder de forma que os comandantes de grupo, o segurança e os condutores 01 e 02 fiquem a frente, próximos da porta, para no desembarque serem os primeiros a desembarcarem para servirem de base aos demais, condutores 01 e 02, e fazerem a segurança da tropa no desembarque, segurança e comandantes de grupo.
  • 7. 4.2. EMBARQUE a) “PREPARAR PARA EMBARCAR” (também sinalizado pelo levantar de um braço) - as duas colunas farão frente para a retaguarda e aguardarão ordem para embarque. Os animais são preparados com o travamento de seus colares e à testa do pelotão deverão ficar os militares que irão realizar o apoio ao embarque, no caso da viatura ser do tipo caminhão. Estes dois militares serão os responsáveis pelo içamento do cão e pela distribuição dos animais no interior da viatura, logo ao comando de preparar para embarque, os dois militares agora da testa do pelotão embarcam seus cães e os prendem, um na extremidade do banco à direita e o outro na extremidade do banco à esquerda. Fixados os dois primeiros cães, um dos militares fica embaixo para passar os cães (apoio de solo) e o outro fica em cima da viatura (apoio de viatura), ancorado para efeito de segurança, responsável por içar os cães. Uma rampa de embarque poderá ser adaptada ao caminhão de modo a facilitar e possibilitar o embarque simultâneo do homem e do cão, nesse caso a mesma deverá ser colocada na posição pelos dois comandantes de grupo. b) “EMBARCAR“ (também sinalizado pelos dois braços levantados verticalmente) - grita “CHOQUE” e rompe marcha; cada homem deverá embarcar primeiramente o seu animal com o auxílio dos militares de apoio de solo e de viatura, em seguida embarca o condutor, alternando as colunas, para facilitar a distribuição homogênea nos bancos e para evitar brigas entre os animais. O homem deverá sentar-se em uma posição que permita ao cão ficar sentado entre as pernas do condutor, de frente para o mesmo, permitindo uma total vigilância lateral (considerando o transporte por meio de caminhão ou micro-ônibus não adaptado). Deverão embarcar de modo que os condutores 01 e 02 fiquem próximo a porta de saída, pois serão a base do pelotão no desembarque. Após o fechamento da tampa, quando estiver pronto o militar levantará o braço, sinalizando desta forma ao comandante da fração a situação.
  • 8. 4.2.1. Apoio de solo: ao receber a guia, empunhará o suporte do mosquetão para conduzir o cão. Passando a alça da guia para o Apoio de viatura. Isto feito, comandará “Sobe” ao cão, fazendo com que o mesmo procure apoio com os anteriores na tampa da viatura. Quando o Apoio de viatura começar a içar o animal, procurar ajudar o cão, sustentando-o pelos posteriores e/ou abdômen, realizando assim o embarque do cão na viatura. 4.2.2. Apoio de viatura: é o militar responsável pelo içamento do cão. Ao receber a alça da guia, procurar tracioná-la, buscando com a outra mão empunhar o suporte do mosquetão. Uma vez embarcado o cão, passa-o ao seu condutor. O militar responsável pelo Apoio de viatura, só autoriza o embarque do próximo cão, quando o anterior já estiver sob controle e devidamente posicionado no interior da viatura, com seu respectivo condutor. Após o embarque de todos os cães, auxilia o embarque do Apoio de solo. Caso haja a rampa de embarque adaptada ao caminhão, a mesma deverá ser posicionada no local devido pelos comandantes de grupo e, a figura dos apoios de solo e de viatura não será necessária, uma vez que o embarque se dará de forma ininterrupta, alternada entre as colunas e simultânea do cão e do seu condutor. Após todos os cães terem embarcado e os condutores terem dado o pronto (levantando o braço direito e dizendo pronto), a rampa é recolhida, a tampa da viatura fechada e embarcam por último os comandantes de grupo e o segurança que vão junto com a tropa na parte de trás da viatura, considerando o transporte em caminhão, próximo à tampa para facilitar o desembarque. O comandante de pelotão vai na cabine do caminhão. 4.3. DESEMBARQUE a) “PREPARAR PARA DESEMBARCAR”, os condutores permanecerão com seus cães sentados. Desembarcam nesse momento os comandantes de grupo e o segurança, os primeiros farão a abertura da tampa traseira, ou se for o caso também a colocação da rampa de embarque/desembarque; e o segundo fará a segurança da tropa. Os militares incumbidos dos apoios de solo e de viatura se posicionam para auxiliarem também o desembarque.
  • 9. b) “DESEMBARCAR”, inicia-se o desembarque do binômio homem/cão, de forma alternada, sendo que primeiramente desembarca o homem, em seguida o cão lhe é passado pelos apoios de solo e viatura, entrando em forma ao lado da viatura, ou em outro local designado pelo comandante de pelotão, em coluna por dois. 4.4. Viatura tipo ônibus ou microônibus: No comando de preparar para embarcar o procedimento é idêntico, ao comando de embarcar, avança inicialmente a coluna da direita, ocupando os bancos da direita, atentando para que o condutor 01 fique próximo da porta para o desembarque. A coluna da esquerda ocupará os bancos da esquerda, também observando os mesmos procedimentos já citados com relação ao posicionamento dos condutores e dos cães; nesse caso o condutor 02 deverá ficar mais próximo da porta. O ideal para a tropa de canil é o transporte em veículo próprio e, devidamente adaptado, de modo a proporcionar conforto físico e térmico ao cão, proporcionando assim um maior rendimento do semovente quanto ao emprego e operacionalidade. O correto é que os cães sejam transportados em veículo adaptado que disponha de gaiolas individuais ou caixas de transporte, acondicionadas em uma parte da viatura, equipada pelo menos com climatizador, de modo a proporcionar conforto térmico e ventilação aos animais, prevenindo a ocorrência de transtornos como náuseas, vômitos ou hipertermia. Independente do tipo de viatura a doutrina de embarque e desembarque, poderá sofrer algumas adaptações, mas deverá respeitar os requisitos básicos mencionados acima. 5. Formações básicas do pelotão de CDC com cães: de acordo com a necessidade e levando-se em consideração o terreno, o formato da massa, seu tamanho e a direção que se deve dar a mesma, o pelotão de canil deve assumir as seguintes formações: 5.1. Coluna por Dois - É a posição básica de onde partem normalmente as demais formações, também é utilizada para deslocamentos, embarque, desembarque e para enumeração do Pelotão e conferência do efetivo. O pelotão de CDC com cães obedecerá uma distância e intervalos entre os homens de aproximadamente 02 (dois) metros. O intervalo de 02 (dois) metros
  • 10. entre os homens, também será obedecido nas demais formações do pelotão de CDC com cães quando executadas em demonstração de força. Quando o pelotão for preparado para ação repressiva (carga), esse intervalo será elevado para 03 (três) metros. Nas mudanças de uma formação para outra que houver a necessidade do recuo do pelotão, o policial fará o recuo com a atenção voltada para a zona de perigo, ocupando o seu lugar na formação designada. Para que cada homem saiba exatamente sua posição dentro do pelotão de CDC com cães devemos, na formação em coluna por dois, comandar PELOTÃO ENUMERAR, sendo que partindo da posição de descansar o homem adota a posição de sentido, levanta o braço direito com o punho cerrado, mantendo a empunhadura da guia e pronuncia em voz alta a sua função e número (ex. Condutor 01, Motorista 12, Segurança 13, etc). 5.2. Em Linha - Partindo da formação em coluna por dois, mediante o comando, os dois grupos se abrem rapidamente tomando a formação indicada. O Cmt de Pel se posiciona atrás e a direita do homem base nº 01 facilitando uma maior visão e ação de Comando. Os Sgt’s se posicionam, ficando o do 1º grupo entre os números 05 e 07 na esquerda e o 2º grupo entre os nº 04 e 06 na direita. O Sargento auxiliar ficará um passo atrás e a direita do Cmt de Pel. Essa formação é a mais comumente utilizada e servimo-nos dela para bloquear
  • 11. o deslocamento de uma massa, ou mesmo para empurrá-la em direção a uma rota de dispersão, permitindo uma evacuação total dos manifestantes. 5.3. Em Cunha - Partindo da formação em coluna por dois o homem-base (condutor 01) dará um passo a frente com o cão, ao mesmo tempo em que os dois grupos formam a cunha. Esta formação será utilizada sempre que o objetivo for penetrar na massa e dividi-la (na medida em que a divisão a enfraquece). 5.4. Escalão à Esquerda - O homem base permanece, enquanto o grupo da direita avança à frente, formando uma diagonal com o grupo da esquerda, isto é, a direita avança. Essa formação visa direcionar a movimentação da massa para a esquerda.
  • 12. 5.5. Escalão à Direita - Essa formação visa direcionar a movimentação da massa para a direita. O homem base permanece parado enquanto o grupo da esquerda avança a frente, formando uma diagonal com o grupo da direita. A esquerda avança. Essa formação visa direcionar a movimentação da massa para a direita. 6. Formações de apoio: o pelotão de CDC com cães atua basicamente em apoio ao pelotão de choque, quando do seu emprego em ações de controle de distúrbio civil, a seguir serão apresentadas as possíveis formações de apoio a serem adotadas em tais situações, de acordo com a necessidade levando-se em consideração o efetivo disponível, o terreno, o formato da massa, seu tamanho e a direção que se deve dar à mesma. Nos próximos diagramas considerar a seguinte simbologia:
  • 13. 6.1 Apoio Central: realizado à retaguarda do pelotão principal, em coluna por dois. Tem a finalidade de facilitar o deslocamento e permitir a rápida mudança para outras formações, além de manter a reserva do Comandante de Cia em condições de pronto emprego como apoio. 6.2. Apoio Complementar: esse apoio é realizado na mesma formação do pelotão principal. O pelotão de apoio se divide em dois, entrando cada grupo ao lado do último homem de cada grupo do pelotão principal. Tem como finalidade complementar a formação, aumentando o seu tamanho.
  • 14. 6.3. Apoio Cerrado: realizado na mesma formação do pelotão principal. O pelotão de apoio ocupa os intervalos do pelotão principal. Tem como finalidade reforçar a robustez do pelotão principal, impedindo a penetração de indivíduos da turba pela frente do pelotão. Este é um apoio possível de ser executado, mas quando necessário deverá, preferencialmente ser adotado com os cães utilizando focinheira de contenção, pois devido à excitação dos cães e à proximidade dos homens, estes podem ser mordidos se os cães não estiverem com focinheiras, logo tal formação sem o uso de focinheira deve ser evitado. 6.4. Apoio Lateral: independente da formação do pelotão a ser apoiado, o pelotão de apoio subdivide-se em dois, entrando cada grupo atrás do último homem do pelotão principal. Tem como finalidade impedir a penetração de indivíduos da turba pela lateral do pelotão principal.
  • 15. 7. Posição básica de emprego do homem/cão em CDC: a guia nas operações de CDC deverá ser utilizada na posição número três, mão direita por dentro da alça da guia, segurando no suporte da alça da guia em pronação e, mão esquerda segurando em supinação o suporte do mosquetão, exceto durante a carga. O cão permanece na posição de “stay” ou então sentado ao lado esquerdo do condutor. O condutor deverá estar posicionado com o corpo ereto, levemente flexionado a frente, afastamento lateral dos pés, sendo um dos pés à frente (esquerdo) e o outro a retaguarda de modo que tenha boa base a lhe propiciar equilíbrio durante a ação. Nas mudanças de posição e de formação, para dar maior operabilidade ao condutor, o cão nos deslocamentos deverá ser conduzido através da alça do colar tático, ou pela alça do peitoral tático. 8. Comandos 8.1. Os comandos na operação de CDC devem ser dados com clareza e objetividade, principalmente em razão da dificuldade que é se fazer entender em meio a uma operação, onde além de todos os obstáculos já conhecidos, temos ainda o alto grau de excitação dos cães, que latem a todo momento e requerem a atenção dobrada de seus adestradores. Os comandos para as formações e apoios poderão ser dados por voz e gesto. 8.1. Comando por Voz – são dados em três tempos: advertência, comando propriamente dito e execução. O Cmt deve sempre que possível,
  • 16. indicar o local no terreno e a frente onde o pelotão deverá formar, caso contrário, o pelotão entrará na formação comandada, no local em que se encontrar o condutor-base (nº 01). Exemplo (1) Pelotão em Linha: a. advertência: Atenção Canil !! b. local : 10 metros à frente !! c. frente : frente para tal ponto !! d. formação : em linha !! e. execução : marche-marche !! À voz de execução, o condutor 01 (condutor-base) ocupa o ponto e a frente indicado, e os demais se colocam na ordem já descrita. A nível de companhia de Choque o cmt comandará: a. advertência: Atenção companhia b. local: 20 metros à frente c. frente: frente para tal ponto !! d. formação: 1º Pel em linha, Pel Canil em apoio complementar e. execução: marche-marche 8.2. Comando por Gestos - Os comandos por gestos são utilizados quando a tropa está usando máscaras contra gases, ou quando o excesso de ruído torne os comandos por voz impraticáveis. Após cada gesto de execução o condutor-base (nº 01) se coloca a dois passos à retaguarda do Cmt e os demais executam a formação comandada. O local, posição no terreno, bem como a frente da formação que o pelotão deverá adotar, será determinada, respectivamente, pela posição do Cmt no terreno e a frente que ele adotar. Quando necessário, os comandos por gestos poderão ser empregados, isoladamente ou associado com os comandos por voz. Para comandar por gestos o Cmt se coloca à frente da tropa com frente para o objetivo. Os comandos por gestos também são dados em três tempos: 1º Tempo - Advertência: que é feito pela extensão do braço direito para cima, mão espalmada, dedos unidos, indicando a posição no terreno e a frente do pelotão.
  • 17. 2º Tempo - Comando propriamente dito: que é a formação desejada o que veremos a seguir (exemplo: formação em linha); e 3º Tempo - Execução: que pode ser marche-marche ou marche consiste no movimento de punho fechado de cima para baixo, uma ou mais vezes respectivamente.
  • 18. 8.2.1. São comandos por gestos (nível Pelotão de Canil): a) REUNIR - braço direito na vertical sobre a cabeça descrevendo pequenos círculos. b) EM COLUNA POR DOIS - braço direito levantado na vertical com os dedos médios e indicador acima da cabeça, determina a formação de pelotão em coluna por dois. c) EM LINHA - braços estendidos na lateral horizontal do corpo. d) EM CUNHA - braços e mãos estendidas acima da cabeça, formando uma figura triangular. e) EM ESCALÃO À DIREITA - braços estendidos ao lado do corpo formando uma diagonal, o braço direito abaixado. f) EM ESCALÃO À ESQUERDA - braços estendidos ao lado do corpo formando uma diagonal, o braço esquerdo abaixado. g) MARCHE – braço direito levantado na vertical, ao lado da cabeça, com o punho da mão direita cerrado e os dedos voltados para a cabeça, executa um movimento de sobe e desce, estendendo o braço e flexionando o braço. h) MARCHE - MARCHE - mesma situação, só que executa-se dois movimentos. 8.2.2. Apoios( nível Companhia de Choque): 1) apoio lateral: o Cmt coloca os braços na horizontal, e os antebraços e mãos levantados em posição perpendicular.
  • 19. 2) apoio complementar: o Cmt flexiona e estende os braços na lateral do corpo e na horizontal. 3) apoio cerrado: o Cmt bate a palma de uma mão sobre as costas da outra com os braços estendidos acima da cabeça. 4) apoio central: o Cmt com apenas os dedos indicador e médio da mão direita estendidos, e os demais flexionados, toca com a ponta desses dedos a palma da mão esquerda, que deverá estar espalmada e com os dedos unidos, acima da cabeça. 9. Quando houver necessidade de executar carga com o pelotão de CDC com cães, devemos adotar a seguinte sequência: 9.1. Comandar - Preparar para Carga – partindo da posição básica para atuação em CDC, os homens adotam a posição com os pés paralelos lateralmente, mão direita introduzida pela alça da guia segurando o suporte da alça em pronação e a mão esquerda de punho cerrado em supinação segurando a alça do colar tático, com a mão direita abaixa a viseira do capacete e, se deslocam de modo que os condutores de números pares darão um passo lateral a direita e os ímpares um passo lateral à esquerda, só que apoiando o joelho esquerdo na altura do pescoço do cão, todos passando a ficar com intervalos de 03 (três) metros aproximadamente. Após o deslocamento o homem toma uma posição confortável, colocando o seu pé esquerdo à retaguarda, tendo o cão a sua esquerda em posição de alerta e brada CHOQUE. Após a execução do comandamento de preparar para carga, o Cmt de Pel poderá determinar a distância de execução da carga por comando verbal, ou através do homem-base. 9.2. Ao Comando de Carga - libera a mão esquerda e segura a guia firmemente com a mão direita, impulsionando o cão à frente em direção aos manifestantes, comandando “RAF” ao cão, ao mesmo tempo em que rompe o passo com o pé esquerdo.
  • 20. 9.3. O pelotão se deslocará em carga, mantendo a formação, o alinhamento e a velocidade de deslocamento com base no condutor 01; sendo que a distância será determinada pelo Cmt de Pel através do homem-base ou através de comando verbal. Ao término da carga o pelotão adotará a formação conforme determinação do Cmt de Pel. 9.4. Partindo das formações de apoio, o pelotão de Canil para efetuar a carga com cães, deverá primeiro deslocar-se de modo a assumir a frente do dispositivo para então adotar o procedimento descrito acima para a carga. Assim sendo, dependendo da formação de apoio, o pelotão de Canil juntamente com o pelotão de Choque executarão manobra específica para que tal deslocamento seja feito com o máximo de velocidade e segurança para a tropa. 9.4.1. Estando o pelotão de Canil em apoio central ao pelotão de Choque, conforme determinação do comandante do dispositivo, os escudeiros 01 e 02, darão dois passos lateralmente a esquerda e a direita, respectivamente, fazendo ambos frente para o interior, ou seja, ficando com os escudos voltados para o interior, formando um corredor de proteção por onde passará em coluna por dois, o pelotão de Canil. Após os condutores passarem a frente do pelotão de Choque, os condutores devem assumir suas posições, formando uma linha a frente do pelotão de Choque, conforme seus respectivos números de ordem. Assim que o último cão passar pelos escudeiros 01 e 02, o pelotão de Choque retomará sua formação inicial.
  • 21. 9.4.2. Estando o pelotão de Canil em apoio lateral ao pelotão de Choque, para que o pelotão assuma a frente do pelotão de Choque para efetuar a carga, conforme determinação do comandante do dispositivo, basta que os grupos, que estão dispostos nas laterais do pelotão de Choque, se desloquem pelas laterais, assumindo a frente do dispositivo, mantendo a formação conforme a posição de cada condutor, determinada pelo seu respectivo número de ordem. O mesmo pode ser aplicado estando o pelotão de Canil em apoio complementar. 9.4.3. Estando o pelotão de Canil em apoio cerrado ao pelotão de Choque, para que o pelotão assuma a frente do pelotão de Choque para efetuar a carga, conforme determinação do comandante do dispositivo, os escudeiros em dupla, conforme padronização prévia adotará posição de modo a ficarem de costas um para o outro, com os escudos voltados lateralmente, criando uma espécie de corredor de proteção com os escudos, tornando essa manobra muito mais segura aos escudeiros, assim que os cães passam pelos escudeiros esses retomam as suas posições e formação inicial.
  • 22. 10. Revistas e Rebeliões em Estabelecimentos Prisionais 10.1. O pelotão de CDC com Cães pode ainda atuar em rebeliões e revistas em estabelecimentos penais. Nestes casos obedecerá a Planos e Ordens específicos, sendo certo que o emprego será sempre realizado no sentido de oferecer segurança à tropa, através do seu efeito psicológico de intimidação, tal como na permanência da vigilância dos presos ou então em auxílio no transporte destes das celas aos pátios.
  • 23. 10.2. O pelotão de CDC com Cães pode ainda atuar em rebeliões como ferramenta tática, a ser utilizada pela equipe, atentando para o uso escalonado da força, quando da contenção e imobilização de agressor que atente contra a segurança da tropa, podendo inclusive fazer uso do cão para esse fim, dependendo da situação, com focinheira de combate. O cão pode também ser empregado na extração de preso do interior da cela, através do uso de guia longa, resguardando a integridade física dos policiais, e evitando-se o uso desnecessário de arma de fogo, etc.
  • 24. 11. Do emprego de pelotão com cães em eventos e praças desportivas 11.1. Composição do Pelotão 11.2. Um pelotão com cães padrão para emprego em eventos e praças desportivas, deve ser composto por 17 policiais, sendo 01 (um) Oficial comandante do pelotão, 01 (um) Sargento auxiliar do Cmt de Pelotão, 02 (dois) Cb/Sd auxiliares/segurança do Cmt de Pel e do Sargento Auxiliar, 12 (doze) Cabos e Soldados condutores de cães, 01 (um) Motorista e 12 (doze) Cães. 11.3. Funções: a) Comandante de pelotão - (1º ou 2º Ten) tem a função de comandar efetivamente o pelotão de canil nas ações, sendo o responsável quanto ao seu emprego operacional; b) Sargento auxiliar Cmt de Pelotão - é o auxiliar direto do Comandante de pelotão no comando e controle dos homens durante a ação; c) Condutores - são os responsáveis pela condução e emprego efetivo do cão, conforme determinação do comandante de pelotão; d) Motorista - é o encarregado da condução, segurança e da manutenção de primeiro escalão da viatura empregada no transporte do pelotão de canil; e) Auxiliar/segurança - é o encarregado da segurança do pelotão embarcado, em deslocamento ou não, e durante o emprego propriamente dito, uma vez que a tropa atua desarmada. Acompanha o Cmt de Pel e o Sargento Auxiliar do Cmt de Pel auxiliando-os. 12. Equipamento e fardamento 12.1. Fardamento 12.1.1. O fardamento a ser utilizado pela tropa seguirá o mesmo do utilizado pela tropa a qual atuará em apoio, ou seja, no caso em especial do 2.º
  • 25. Batalhão de Policia de Choque – Anchieta, boina, B-4, jaqueta cinza bandeirante (quando necessário), poncho (quando necessário), cinturão de couro preto e acessórios e, coturno tático preto. 12.2. Equipamento da Tropa 12.2.2. Material Bélico e Equipamentos de Proteção individual: o pelotão com cães deverá ser dotado de material bélico e de equipamentos de proteção individual que lhe permitam o bom desempenho das variadas missões que lhe forem atribuídas. Estes materiais são assim distribuídos: a) Comandante de Pelotão: Capacete de eventos (branco), Cassetete de borracha, Pistola Cal. 40 ou Revolver Cal. 38. b) Auxiliar Cmt de Pelotão: Capacete de eventos (branco), Cassetete de borracha, Pistola Cal. 40 ou Revolver Cal. 38.
  • 26. c) Condutores: Capacete de eventos (branco). d) Motorista: Capacete de eventos (branco), Cassetete de borracha, Pistola Cal. 40 ou Revolver Cal. 38 e espingarda cal 12. e) Auxiliar/Segurança: Capacete de eventos (branco), Cassetete de borracha, Pistola Cal. 40 ou Revolver Cal. 38.
  • 27. 13. Equipamento para os cães : o equipamento necessário a condução e emprego do cão em eventos desportivos, consiste em colar de elos, colar tático, guia de 1,5 metros, colete de identificação para o cão e focinheira de contenção, a ser utilizada, por exemplo, caso haja necessidade de passar por entre torcedores para acessar o campo, evitando-se com isso incidentes desnecessários, uma vez no interior do campo o cão será empregado sem a focinheira. 14. Do Transporte da Tropa 14.1. Quanto ao transporte da tropa para emprego em eventos e praças desportivas, aplica-se o mesmo já descrito, quando do emprego em ações de
  • 28. distúrbio civil e estabelecimentos prisionais mencionados no item 4 (quatro) e respectivos subitens. 15. Do emprego propriamente dito 15.1. Os empregos mais comuns de pelotão com cães em eventos e praças desportivas são aqueles relativos à segurança interna. O emprego mais freqüente de segurança interna nesses tipos de eventos é realizado em jogos de futebol, em apoio às unidades responsáveis pela segurança geral do evento, onde o pelotão de canil atua na segurança interna do gramado (Setor 1), procurando impedir a invasão do mesmo por parte dos torcedores. 15.2. Considerando o emprego relativo à segurança interna, o efetivo deverá ser empregado no entorno do campo, podendo ser distribuído ao longo do perímetro uniformemente, em distâncias equivalentes, de modo a ocupar todo o terreno, em posições fixas; ou em patrulhas de dois policiais e dois cães, com liberdade de locomoção nos setores previamente determinados, segundo a divisão em quadrantes do perímetro do campo.
  • 29. 16. Do procedimento 16.1. O pelotão de canil deverá via de regra, se apresentar, no local do evento, ao responsável pela operação; quando do emprego no interior do campo com 01 (uma) hora e 30 (trinta) minutos de antecedência do início da partida de futebol, tendo em vista evitar o estresse e, consequentemente o cansaço desnecessário dos cães, prejudicando assim o desempenho durante o emprego propriamente dito. A necessidade de emprego diferenciado deverá ser tratada previamente via canal de comando. 16.2. Imediatamente após a chegada do efetivo ao local, o Oficial do Canil comandante do efetivo, juntamente com o Sargento auxiliar e o Cb/Sd Auxiliar/segurança, deverão se apresentar ao Comandante da Operação, responsável pelo policiamento no evento, para dar ciência da chegada, informar eventuais novidades e, se inteirar das determinações. Caso haja alimentação para a tropa, o Sargento auxiliar, juntamente com o Cb/Sd Auxiliar/segurança deverão retirá-las e distribuí-las ao efetivo. Os policiais deverão fazer a alimentação, preferencialmente em local destinado para tal, mantendo nesse período os cães embarcados, havendo necessidade deverão se dividir em frações para proceder à alimentação; 16.3. Ao desembarcar do ônibus, caminhão ou das viaturas, o pelotão deverá formar por dois. 16.4. Os condutores dos cães deverão, antes da entrada no estádio para início da partida de futebol, retirar o armamento e acondicioná-lo em caixa
  • 30. própria, colocando-os todos juntos na viatura, ficando sob a responsabilidade e segurança do motorista; 16.5. Todo deslocamento a pé com os cães, deverá ser realizado em coluna por dois, com no mínimo dois seguranças preestabelecidos, posicionando-se à frente (Cmt de Pel e Cb/Sd Auxiliar/Segurança) e a retaguarda (Sargento Aux Cmt de Pel e cb/Sd Auxiliar/segurança) do pelotão, se houver mais seguranças disponíveis, os mesmos se posicionarão nas laterais. 16.6. Todos os deslocamentos por entre aglomerações de pessoas deverão ser organizados e rápidos para evitar incidentes; 16.7. Antes de iniciar o deslocamento, caso os cães tenham que passar por entre aglomerações de pessoas, os policiais condutores deverão preferencialmente colocar em seus cães focinheiras de contenção com o intuito de evitar incidentes; 16.8. Adentrar a pista em volta do gramado, 15 minutos antes do início da partida; 16.9. Após adentrar na região do gramado o pelotão deverá se posicionar nos locais previamente determinados, os condutores deverão retirar a focinheira de contenção, caso os cães a estejam usando. Essa distribuição do efetivo no terreno deverá ser acompanhada pelo Sargento auxiliar e fiscalizada pelo oficial comandante do efetivo de Canil; 16.10. O cão deverá ser empregado com guia de 1,5 metros, atrelada através do mosquetão ao colar de elos, preferencialmente travado, deverá também estar usando colar tático, para melhor maleabilidade, quando da necessidade do seu emprego; poderá usar o colar destravado, quando for necessário de ter um maior controle do cão; 16.11. Os policiais deverão manter-se voltados para a torcida com o cão na posição de “Sit” ou “stay”, caso o efetivo tenha sido distribuído ao longo do perímetro uniformemente, porém se o efetivo tiver sido distribuído ao longo do perímetro em patrulhas de dois policiais e dois cães, poderá ser adotado o posicionamento onde um policial fica com a atenção voltada aos torcedores e o outro com atenção ao interior, atento a segurança da equipe e das pessoas que transitam no interior do campo, como por exemplo, o pessoal da imprensa;
  • 31. 16.12. Vinte minutos antes do emprego efetivo dos cães, os mesmos deverão ser levados a um local adequado e previamente determinado para que possam fazer necessidades fisiológicas, as quais deverão ser recolhidas pelos condutores em sacos plásticos próprios e descartadas em local adequado (lixo); 16.13. Não permitir que o cão se deite; 16.14. Não deixar que o cão se distraia com a bola, gandulas ou torcedores; 16.15. NUNCA SOLTAR O CÃO, mesmo que ocorra uma invasão; 16.16. Não segurar o cão pelo mosquetão da guia; 16.17. No intervalo sempre que possível retirar o cão, lhe oferecer água e local para necessidades fisiológicas; 16.18. Quando da ocorrência de intempéries climáticas (chuva), o Oficial comandante do efetivo do Canil, deverá assessorar o Comandante da Operação quanto a eventual necessidade de remanejamento do efetivo com cães; 16.19. Deixar o gramado após a saída das equipes e da arbitragem; 16.20. Em caso de tentativa de invasão do campo, as patrulhas devem se deslocar de modo a apoiar a patrulha mais próxima do local da tentativa de invasão, reforçando sua segurança no intuito de contê-la, sem, no entanto, descuidar da segurança das demais áreas do campo que possam se tornar pontos de invasão. Se não for possível conter o público, ou se a tentativa de invasão ocorrer por pontos diversos, deverão se reunir no centro do gramado, ou outro local designado previamente, para que em conjunto com o restante da tropa, faça-se a varredura e desocupação do gramado. Para a retirada dos invasores do interior do campo, o pelotão de canil poderá fazer uso das mesmas formações empregadas no CDC; 16.21. A presença do cão no campo tem caráter único de ostensividade, visa apenas prevenir invasões, através do forte efeito psicológico de intimidação do cão sobre a massa, no entanto, se ocorrer a invasão o cão jamais será empregado solto, pois as cenas que poderão ocorrer, serão gravadas pela imprensa, e sem dúvida nada de bom trarão para a nossa corporação;
  • 32. 16.22. Ao adentrar na região do gramado, não permitir que o cão faça necessidades fisiológicas em locais impróprios, caso seja inevitável, os condutores deverão estar portando sacos próprios para recolhimento das sujidades, as quais deverão ser deixadas de forma dissimulada, próximo do policial para serem repassadas, para descarte em local adequado (lixo), ao Cb/Sd Auxiliar/segurança; 16.23. O cão não poderá ser amarrado, é necessário sua fiscalização constante (evitando assim traumas irrecuperáveis ou acidentes); 16.24. O Comandante de pelotão e o Sargento auxiliar efetuarão rondas constantes em apoio ao efetivo; 16.25. PM com cão, não atua isolado; 16.26. PM com cão, não utiliza cassetete; 16.27. Não se deve permitir a passagem de pessoas entre os cães, seja PM ou Civil.