O documento descreve a jornada artística de Augusto Moraes. Ele sempre gostou de artes desde criança, mas parou de pintar após um acidente. Anos depois, começou a pintar novamente de forma impulsiva, mas se sentia desconfortável com a previsibilidade do processo. Depois de uma conversa com um amigo pintor, Augusto começou a pintar sem planejamento prévio, o que o levou a criar figuras impressionantes. Agora, ele sempre usa esse método improvisado.

1. Augusto
Moraes

2. As cores sempre me atraíram. Desde pequeno gosto de desenhar, pintar. Na juventude pegava
madeira velha, muitas vezes, sobras de demolição, portas, e as entalhava. Algumas eu coloria.
Depois durante muito tempo fiz fotografia. Esse ciclo foi encerrado abruptamente com um
acidente. Me afastei de tudo. Por um longo tempo. Só trabalhava.
Porém o tempo, embora imutável, é na realidade um grande transformador. Comecei a me
pegar admirando uma foto, uma paisagem, um por do sol. Percebi que tinha necessidade de
voltar a vivenciar aquilo. Comecei a pintar. Não de uma forma disciplinada, continua, mais por
impulso. Presenteava as telas. Eventualmente as vendia.
Porem algo me incomodava. Era a sensação que algo estava errado, fora do lugar. Não conseguia
definir. Esse desconforto me levou a abandonar várias telas. Perdia o interesse. Passei um longo
tempo neste impasse.
Um dia conversando com um amigo pintor, ela me disse; “na realidade, quando eu começo uma
tela, eu tenho uma vaga idéia do que quero fazer, porem não tenho a menor idéia de onde vou
chegar”. Sai de lá com aquilo na cabeça. À noite, caiu a ficha; ele tinha eliminado o que
realmente me incomodava, a previsibilidade, ou seja, o planejamento do que vai ser feito. Era
isso que eu não gostava!! Essa previsibilidade. A imagem planejada.
Nesta mesma noite, iniciei uma tela. Nada pensado, nada programado, tudo de improviso. As
04:00 h da manhã a tela estava terminada. Era uma figura impressionante e tinha surgido
literalmente do nada!. Gostei de processo.
Hoje o uso sempre. Mesmo quando escolho um tema, como na série Borboletas, eu inicio com
uma idéia, porém vou construindo à medida que trabalho na tela.
Retomei o meu projeto original.
Augusto Moraes

3. Figura I
Massa plástica, acrílico
sobre aglomerado
1,00x1,20

4. O Gentil
Massa plástica, acrílico
sobre tela
0,80x1,20
O Espectro de D. Fernando
Massa plástica, acrílico
sobre tela
0,80x0,90

5. O Cavaleiro, a Morte e a
sua Alma
Massa plástica, acrílico
sobre tela
0,80x0,90
Torturado
Massa plástica, acrílico
sobre tela
0,80x0,90

6. Da série: B o r b o l e t a s
No. 1
Massa plástica, acrílico
sobre tela
1,20x0,80
No. 2
Massa plástica, acrílico
sobre tela
0,80x0,90

7. Luiz Augusto Moraes
81-9899.1817
lzomm@hotmail.com