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Fundação Procafé
Alameda do Café, 1000 – Varginha, MG – CEP: 37026-400
35 – 3214 1411
www.fundacaoprocafe.com.br
RECUPERAÇÃO DOS CAFEEIROS PÓS-PODA DEPENDE DO VIGOR DAS PLANTAS
J.B. Matiello e S.R. Almeida- Engs Agrs Fundação Procafé e Cesar A. Krohling – Eng Agr Consultor em
Cafeicultura
A adoção das podas em cafezais tem aumentado muito nos últimos anos, visando promover a
recuperação de lavouras e facilitar o manejo dos tratos e da colheita. E, neste processo, a boa brotação e
recomposição da ramagem das plantas podadas é essencial, para o retorno mais rápido da produção e,
assim, para o sucesso da poda.
A capacidade de rebrota dos cafeeiros está ligada ao vigor das plantas, influenciado,
principalmente, pela característica genética da variedade/cultivar e pelo estado nutricional da lavoura.
O vigor é a característica do cafeeiro definida como sua faculdade de recuperação após situações
de stress, seja por carga alta, seja por falta d’água, seja por ataque de pragas/doenças, seja por maltratos na
lavoura. A condição da planta podada, de inicio, é, também, uma situação de stress, pois, com a poda,
ocorre a perda de reservas, pelo corte da folhagem e ramagem dos cafeeiros e, verifica-se, ainda, a morte
significativa de raízes das plantas podadas.
No aspecto da genética, existem cultivares/variedades de cafeeiros que possuem maior ou menor
vigor, verificando-se, na prática, que respondem de forma diferenciada na sua capacidade de brotação pós
– poda.
São exemplos de cultivares muito vigorosos o Mundo Novo, o Conillon, e ligeiramente inferior o
Catuai. Nas cultivares novas existe o temor quando ao vigor das plantas, pois muitas delas tem origem em
cruzamentos com materiais menos vigorosos, como o Caturra e o Villa Sarchi(um Caturra da América
Central), apesar de retro-cruzamentos com materiais mais vigorosos.
Na pesquisa o vigor das plantas tem sido avaliado mediante o acompanhamento da produtividade
média, por um numero maior de safras e através da execução de podas drásticas nas parcelas, para avaliar a
recuperação da brotação e da produção em seguida.
Dos novos materiais com tolerância à ferrugem, temos avaliado várias cultivares, tendo
evidenciado menor recuperação pós-poda de Sarchimores e Catimores. No caso dos Catucais verifica-se
que, provavelmente, pela origem no Icatu (hibrido de arábica x robusta) cruzado com Catuai, a sua
capacidade de recuperação pós-poda drástica, seja na recepa, seja no esqueletamento, tem sido bastante
superior ao Catuai.
Efeito do vigor da cultivar sobre a recuperação de plantas recepadas. Parcela de cafeeiros com baixo
vigor(esq.) e com alto vigor(dir.). Ensaio em Mal Floriano-ES, fev/16
Fundação Procafé
Alameda do Café, 1000 – Varginha, MG – CEP: 37026-400
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Recuperação de cafeeiros esqueletados 3 meses pós poda. Planta de Catuai vermelho/81, mostrando
ramos laterais inferiores pouco brotados(esq.) e planta de Catucai amarelo 2 SL com boa
brotação(dir.). Mal Floriano-ES, fev/16.

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  • 1. Fundação Procafé Alameda do Café, 1000 – Varginha, MG – CEP: 37026-400 35 – 3214 1411 www.fundacaoprocafe.com.br RECUPERAÇÃO DOS CAFEEIROS PÓS-PODA DEPENDE DO VIGOR DAS PLANTAS J.B. Matiello e S.R. Almeida- Engs Agrs Fundação Procafé e Cesar A. Krohling – Eng Agr Consultor em Cafeicultura A adoção das podas em cafezais tem aumentado muito nos últimos anos, visando promover a recuperação de lavouras e facilitar o manejo dos tratos e da colheita. E, neste processo, a boa brotação e recomposição da ramagem das plantas podadas é essencial, para o retorno mais rápido da produção e, assim, para o sucesso da poda. A capacidade de rebrota dos cafeeiros está ligada ao vigor das plantas, influenciado, principalmente, pela característica genética da variedade/cultivar e pelo estado nutricional da lavoura. O vigor é a característica do cafeeiro definida como sua faculdade de recuperação após situações de stress, seja por carga alta, seja por falta d’água, seja por ataque de pragas/doenças, seja por maltratos na lavoura. A condição da planta podada, de inicio, é, também, uma situação de stress, pois, com a poda, ocorre a perda de reservas, pelo corte da folhagem e ramagem dos cafeeiros e, verifica-se, ainda, a morte significativa de raízes das plantas podadas. No aspecto da genética, existem cultivares/variedades de cafeeiros que possuem maior ou menor vigor, verificando-se, na prática, que respondem de forma diferenciada na sua capacidade de brotação pós – poda. São exemplos de cultivares muito vigorosos o Mundo Novo, o Conillon, e ligeiramente inferior o Catuai. Nas cultivares novas existe o temor quando ao vigor das plantas, pois muitas delas tem origem em cruzamentos com materiais menos vigorosos, como o Caturra e o Villa Sarchi(um Caturra da América Central), apesar de retro-cruzamentos com materiais mais vigorosos. Na pesquisa o vigor das plantas tem sido avaliado mediante o acompanhamento da produtividade média, por um numero maior de safras e através da execução de podas drásticas nas parcelas, para avaliar a recuperação da brotação e da produção em seguida. Dos novos materiais com tolerância à ferrugem, temos avaliado várias cultivares, tendo evidenciado menor recuperação pós-poda de Sarchimores e Catimores. No caso dos Catucais verifica-se que, provavelmente, pela origem no Icatu (hibrido de arábica x robusta) cruzado com Catuai, a sua capacidade de recuperação pós-poda drástica, seja na recepa, seja no esqueletamento, tem sido bastante superior ao Catuai. Efeito do vigor da cultivar sobre a recuperação de plantas recepadas. Parcela de cafeeiros com baixo vigor(esq.) e com alto vigor(dir.). Ensaio em Mal Floriano-ES, fev/16
  • 2. Fundação Procafé Alameda do Café, 1000 – Varginha, MG – CEP: 37026-400 35 – 3214 1411 www.fundacaoprocafe.com.br Recuperação de cafeeiros esqueletados 3 meses pós poda. Planta de Catuai vermelho/81, mostrando ramos laterais inferiores pouco brotados(esq.) e planta de Catucai amarelo 2 SL com boa brotação(dir.). Mal Floriano-ES, fev/16.