1. Semana de Moda de Nova York renasce após um ano de crise.
A moda retoma o caminho das passarelas em Nova York onde, após
um ano de crise econômica, começou nesta quinta-feira (10/09/2009) a
Semana de Moda Prêt-à-porter Primavera-Verão 2010, uma prévia para os
desfiles de Milão, Paris e Londres.
"A moda emprega cerca de 175.000 pessoas em Nova York e gera 10
bilhões de dólares em receita, e esta indústria não existe sem as compras",
dizem em um vídeo promocional dez celebridades incluindo a editora da
revista Vogue, Anna Wintour, a atriz fashionista Sarah Jessica Parker, o
cantor de rap Diddy e Diane Von Furstenberg, presidente da Sociedade de
Criadores de Moda da América (Council of Fashion Designers of America,
CFDA).
Há um ano, o fechamento de lojas, as fusões e vendas de marcas, além da
perda de pessoal mudaram por completo o panorama da moda. O império
das compras sofreu e se adaptou mal ou bem ao que parece ser uma
mudança duradoura no hábito de compra dos consumidores.
O fim das férias de verão não parece ter modificado substancialmente essa
tendência. "Há claros indícios de recuperação econômica... mas ainda
desconhecemos o impacto sobre o consumidor", diz Esteban Bowles,
especialista em comércio varejista da A.T. Kearney, empresa de consultoria
estratégica, entrevistado pelo Women's Wear Daily (WWD), periódico
tradicional de moda. Os números de vendas do mês de agosto são mistos:
as grandes lojas continuam sofrendo, com o mesmo faturamento médio de
10%, segundo o WWD.
"Os consumidores buscam bons negócios, e portanto as lojas menores
devem combinar qualidade e competitividade de preços", estimou Esteban
Bowles. A estratégia resultou em sucesso para certas marcas. No mercado
"mass market", de lojas mais populares, a J.Crew teve lucro líquido de 18,6
bilhões de dólares no segundo trimestre de 2009, ligeira alta em relação a
2008.
"Nada como uma boa recessão para aprender a manejar bem os negócios",
disse em uma entrevista coletiva o presidente da J.Crew, Millard Drexeler.
O mercado mais fechado, de nichos, também teve algumas lojas de
sucesso, como a marca Rag&Bone, que passou de 28 a 60 funcionários e de
120 lojas a mais de 300. Analizando seu sucesso, um dos fundadores da
marca, Marcus Wainwright, insiste na volta da qualidade. Cerca de 90% da
coleção é produzida em fábricas americanas que trabalham há décadas na
indústria têxtil.
2. "Nossa roupa é fácil de usar e de excelente qualidade, o que buscamos em
períodos de recessão", disse Wainwright no periódico WWD.