O documento fornece informações sobre oportunidades de emprego na Europa, incluindo países que procuram trabalhadores portugueses, as profissões mais demandadas e como candidatar-se às vagas.

1. Guia para procura Emprego na Europa1
A taxa de desemprego em Portugal está nos 15% e, até 2014, o melhor é preparar-se para
receber um salário igual ao dos anos 80. Ou seja, menos 14% do que antes de a troika ter cá
entrado. Se tiver emprego, as notícias são más. Se não tiver, são piores. A não ser que decida
emigrar: a EURES, rede europeia de serviços de emprego, tem vagas disponíveis em toda a
Europa e algumas pedem trabalhadores portugueses. Veja quem o ajuda a candidatar-se.
COMO PROCURAR EMPREGO NA EUROPA?
Há várias formas: em sites comunitários como o da EURES (que tem quase 1,3 milhões de
vagas disponíveis no espaço europeu), ou o Eurojobs, em sites locais especializados em
determinadas áreas (como o NHS Jobs, para a área da Saúde) e até em redes sociais como o
Linkedln, onde pode utilizar a palavra-chave “portuguese" para verificar primeiro os empre-
gadores que procuram fluência em português. Outra opção é juntar-se a grupos online como o
"portuguese speaking jobs" no Linkedln.
Na EURES tem a garantia de não cair numa burla ou em contratos duvidosos - os anúncios
passam por conselheiros de cada país. Também pode frequentar as bolsas de emprego europeias
organizadas pela parceria EURES/Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP). O dia
24 de Abril é dedicado à Suíça, em Xabregas, Lisboa, e a 10 e 11 de Maio, no ISEL, vão juntar-
se patrões noruegueses, belgas, ingleses e suecos à procura de engenheiros portugueses.
Há empregadores que têm um responsável de recrutamento em Portugal, abrindo vagas
ciclicamente: é o caso da Disney Cruises, que este mês procurou empregados de mesa e de bar
(salário entre 1.135 e 1.515 euros) para cruzeiros temáticos nas Baamas.
QUAIS AS PROFISSÕES MAIS PROCURADAS?
Os empregadores europeus querem sobretudo profissionais ligados à construção civil, como
canalizadores, carpinteiros, electricistas, estucadores, jardineiros, ladrilhadores, montadores de
andaimes, pedreiros, pintores, serralheiros, serventes, montadores de isolamentos, armadores de
ferro e trabalhadores de estradas. Os empregos na área da saúde (sobretudo enfermeiros) e da
restauração, hotelaria e parques temáticos também estão entre os mais procurados, tal como a
engenharia (mecânica, electrónica, de estruturas, naval, mecatrónica, informática, civil e de
automação) e os operadores de máquinas.
QUE PAÍSES PREFEREM TRABALHADORES PORTUGUESES?
1
Revista Sábado de 12 a 18 de Abril de 2012, páginas 64-67

2. Os noruegueses, por exemplo. "Começaram com quatro países do Sul da Europa e agora
privilegiam os portugueses, porque nos consideram muito humildes e trabalhadores. Alguns
engenheiros portugueses até compraram casa na Noruega, com os conselheiros de serviço
público como fiadores", conta Alice Brandão, responsável da rede de conselheiros EURES em
Portugal, fá os alemães são mais complicados: "São muito rigorosos e os candidatos têm de ter
um excelente domínio da língua." Contudo, não há falta de trabalho: o país precisa de pelo
menos mais 800 mil funcionários qualificados na área da Saúde até 2020, pelo que, no fim de
Março, mais de 100 enfermeiros apareceram num encontro de agências de emprego alemãs, no
Porto. "São pessoas de topo com excelentes qualificações", disse então à Der Spiegel Joachim
Erhardt, chefe de enfermagem.
Segundo dados da EURES relativos a 2011, os países que mais recrutam em Portugal são
França, Suíça, Dinamarca, Espanha, Alemanha, Reino Unido, Irlanda, Ho- V landa, Suécia e
Noruega.
QUE PAÍSES PROCURAM O QUÊ?
França procura sobretudo enfermeiros, fisioterapeutas e operários da construção civil. A Suíça
quer enfermeiros, motoristas e operários da construção civil. A Noruega tem falta de
engenheiros, professores, cozinheiros e profissionais de saúde - e pede conhecimentos da língua,
pelo que o IEFP está a organizar v um curso de norueguês para Maio. Quem for para Espanha
encontrará sobretudo trabalho ligado à hotelaria e animação turística nas ilhas Canárias e
Baleares. "O tempo da construção civil já acabou, pois o sector está em crise", diz Alice
Brandão. No entanto, a Alemanha precisa de engenheiros, enfermeiros e motoristas e o Reino
Unido "tem carência na área do ensino", mas também procura enfermeiros, apoio geriátrico e
empregados na área da restauração e hotelaria.Na Irlanda estão a contratar operários fabris e, na
Holanda, engenheiros e trabalhadores sazonais para a área da floricultura. Nos países nórdicos,
os portugueses são necessários para restauração, hotelaria, saúde e engenharia.
O QUE DEVE FAZER ANTES DE PARTIR?
Primeiro, deve verificar se a empresa está legalmente constituída, através das embaixadas e
consulados, consultar a forma legal de contratação no país e a periodicidade do pagamento do
salário e ver se a oferta inclui seguro de acidentes de trabalho e protecção em caso de doença.
Não se esqueça de que, para ter acesso a cuidados de saúde, deve ter o cartão europeu de seguro
de doença- pode pedi-lo no centro distrital do Instituto da Segurança Social ou online. Muitas
empresas oferecem despesas de viagem e de alojamento,mas convém levar dinheiro suficiente
para dois a três meses - confronte o custo de vida com a remuneração prometida.
O QUE DEVE FAZER QUANDO LÁ CHECAR?

3. O primeiro passo (e o mais importante) é a inscrição no consulado português da área de
residência. Depois, deverá abrir uma conta bancária para receber o ordenado. A procura de casa
pode ser feita imediatamente, mas há senhorios em vários países que exigem os documentos de
inscrição no consulado e extractos bancários, pelo que os dois primeiros passos são essenciais.
QUEM PODE ACONSELHÁ-LO?
Pode ligar ou enviar emails para os conselheiros da rede EURES (estão em vários pontos do
País e os respectivos contactos em ec.europa.eu), que lhe dão informações sobre o custo de vida,
condições de trabalho e leis laborais, assim como fazem o encaminhamento consoante o perfil
do candidato. Também poderá obter estas e outras informações através da Direcção-Geral dos
Assuntos Consulares e Comunidades Portuguesas. Este organismo possui 150 Gabinetes de
Apoio ao Emigrante espalhados pelo País, que apoiam quem está a pensar em emigrar.
QUE APOIS LHE SÃO CONCEDIDOS?
Se está desempregado e vai à procura de emprego no espaço económico europeu ou na Suíça,
pode manter o subsídio de desemprego em Portugal por três a seis meses. Antes de partir, deve
informar o centro de emprego e solicitar os formulários U2, para países da União Europeia, ou o
E303, para a Islândia, Noruega, Liechtenstein e Suíça. Uma vez no país de destino, deverá
procurar casa. A maioria das empresas, principalmente nos países nórdicos, faculta alojamento
por dois a três meses, em apartamentos partilhados com três a quatro pessoas (é o que acontece
aos engenheiros portugueses que estão lá). Uma empresa na Roménia, que está a recrutar
contabilistas portugueses, também oferece a viagem. As refeições são habitualmente pagas em
vales. As condições de alojamento não são por norma oferecidas ao núcleo familiar. Por isso, o
melhor é esperar antes de pensar em ao levar a família.
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