4. Etapas da Pesquisa
Identificação
do Problema
Revisão
Bibliográfica
Aperfeiçoamen
to do Problema
Método:
Definir/ Elaborar
Coletar Dados
Processar e
Analisar Dados
Conclusões
Objeto de
estudo:
Conhecer bem
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5. Etapas das Pesquisas
• Tema e Objeto de Estudo
• Problema: Precisa ser bem delimitado, ser formulado como pergunta e
estar inserido no campo de atuação do pesquisador. O problema
também precisa ser passível de investigação, caso contrário não será
possível desenvolver uma pesquisa.
▫ Geralmente, quando um problema, a princípio, parece não ser possível de ser
respondido, deve-se procurar trabalhar sua delimitação, de modo a dividi-lo
em vários problemas, que poderão ser investigados em diferentes pesquisas.
• O tema e o problema precisam ser apresentados logo no início da
pesquisa, de modo a possibilitar toda a compreensão do estudo. Apesar
de poderem ser descritos em capítulos próprios, eles precisam estar
presentes no texto introdutório do trabalho. Devido à sua importância, é
frequente que em um único trabalho eles sejam explicitados diversas
vezes.
6. Etapas das Pesquisas
• Revisão de Literatura: Como o conhecimento científico é
evolutivo e há séculos vem se desenvolvendo, nenhuma
pesquisa pode começar do zero. Ou seja, toda investigação
deverá partir do conhecimento que se tem até o momento
presente acerca do tema investigado. Para isso, deve-se realizar
uma revisão de literatura:
▫ Levantamento das informações existentes no Brasil e no mundo
sobre o tema investigado. Considerando o seu objetivo, uma revisão
de literatura deve conter várias referências bibliográficas, incluindo
as mais recentes.
▫ Assim, deve-se responder a seguinte questão: no grau evolutivo do
conhecimento, em que estágio se encontram hoje as pesquisas
sobre o tema a ser pesquisado?
* Devido ao grande volume de produções, existem artigos científicos que têm
como objetivo principal realizar uma revisão de literatura sobre determinado
tema.
7. Etapas das Pesquisas
• Objetivos: devem ser divididos entre objetivos gerais e objetivos
específicos. No primeiro, deve-se apresentar o que a pesquisa pretende
alcançar e no segundo os passos que serão realizados para que isso
aconteça.
▫ Gerais: Resposta a pergunta do problema de pesquisa
▫ Específicos: Ações (passo a passo) a serem realizadas para que se
consiga alcançar os resultados do estudo.
• Os objetivos estão diretamente ligados a ações que deverão ser
realizadas pelo pesquisador. Por isso, seu descrição é feita através de
verbos no infinitivo (identificar, descrever, entender, analisar,...).
• Além disso, por serem norteadores de toda a pesquisa - eles serão
responsáveis pela definição do método, por exemplo -, os objetivos
devem ser descritos de forma clara e direta. Por isso, apresentamos os
passa a passo dos objetivos específicos através de tópicos.
8. Etapas das Pesquisas
• Referencial Teórico: Refere-se tanto às teorias
adotadas quanto aos estudo anteriores que serão
utilizados como base. Por esse motivo, eventualmente
o referencial teórico se mistura com a revisão de
literatura, e por isso, geralmente, eles são
desenvolvidos de forma conjunta.
• Deve ser entendido como as teorias já existentes,
descritas por outros pesquisadores, que serão
utilizadas como embasamento para o desenvolvimento
da pesquisa em questão.
9. Etapas das Pesquisas
• O Referencial Teórico adotado pode ser formado por:
▫ Uma única teoria, trabalhada por um único pesquisador em
diferentes obras ( menos recomendada);
▫ Uma única teoria, descrita por um pesquisador principal e
evoluída a partir de estudos de vários autores;
▫ Várias teorias de diferentes pesquisadores complementares
entre si.
• O Referencial Teórico além de possibilitar a compreensão do
tema e permitir a interpretação dos dados encontrados, é
muitas vezes fundamental para a definição dos critérios
adotados no método.
10. Formatos de Pesquisas
• Trabalho de Conclusão de Curso (TCC)
• Dissertações
• Teses
• Artigos
• Livros
• Periódicos especializados (revistas e jornais)
• Eventos (congressos, simpósios, encontros,...)
• Anais
Canais de Divulgação
13. Método Científico
Atividades sistemáticas,
racionais e estratégicas que
permitem alcançar os
objetivos definidos,
traçando um caminho,
destacando limitações, e
auxiliando nas decisões do
pesquisador.
Marconi & Lakatos, 2003
14. Método Científico
• Tipo de Pesquisa
• Amostra/ Participantes (quando houver)
• Instrumento(s) ou técnicas de coleta
• Procedimento(s) de coleta
• Procedimento(s) de análise dos dados
15. Tipos de Pesquisa
CRITÉRIOSDECLASSIFICAÇÃO
Métodos de
Raciocínio
Objetivos
Procedimentos
• Exploratória
• Descritiva
• Explicativa
• Bibliográfica
• Documental
• Estudo de Caso
• Outras
• Indutivo
• Dedutivo
• Hipotético-dedutivo
• Dialético
16. Tipos de Pesquisa Classificações
• As classificações quanto ao tipo da pesquisa podem variar
bastante no campo da Ciências Humanas e Sociais, inclusive
de um autor para outro. Por isso, é importante ressaltar que a
escolha de um tipo de pesquisa depende basicamente do
problema a ser respondido, da natureza do objeto, do objetivo
da pesquisa e da metodologia a ser utilizada.
• Assim, o pesquisador deve utilizar a classificação que, no
momento, adequa-se melhor a pesquisa que irá realizar.
(Zanella, 2009)
17. Tipos de Pesquisa Classificadas por procedimentos técnicos
• Bibliográfica
• Documental
• Estudo de caso
▫ É importante destacar que essa classificação não
pode ser considerada de forma rígida, já que
muitas vezes, as pesquisas “não se enquadram
facilmente num ou noutro modelo” (GIL, 2007.
p. 68).
18. Tipo de Pesquisa: Bibliográfica
• Pesquisas que se utilizam de dados de fontes secundárias (indiretas),
ou seja, que foram coletados a partir de trabalhos, reportagens ou
materiais escritos, processados, analisados por
outros autores.
• Exemplo: Artigos de revisão
bibliográfica sobre determinado tema.
• Este tipo de pesquisa restringe a identificação
e a discussão da produção bibliográfica
existente sobre o tema.
Toda pesquisa é do tipo Bibliográfica?
A pesquisa bibliográfica está presente
em todas as pesquisas?
19. Tipo de Pesquisa: Bibliográfica
• Vantagem:
▫ Possibilita abarcar os fenômenos, objetos de
estudo com grande extensão;
• Desvantagem:
▫ Como os dados não foram coletados, processados
e interpretados pelo próprio pesquisador, corre-
se o risco de se ter como base informações
equivocadas;
20. Tipo de Pesquisa: Documental
• Pesquisas que têm como
base dados coletados através
de documentos (escritos,
orais, audiovisuais,...).
• Estes dados diferenciam-se
das fontes bibliográficas por
serem fontes primárias, ou seja, o
pesquisador coleta as informações
diretamente da fonte originária.
21. Tipo de Pesquisa: Estudo de Caso
• Consiste no estudo profundo e exaustivo de um ou
poucos objetos, de maneira que permita seu amplo e
detalhado conhecimento.
• Diferentemente dos experimentos e levantamentos, o
Estudo de Caso possui metodologias mais flexíveis que
permitem realizar estudos nos quais o limite entre o
fenômeno e o contexto não são claramente definidos.
22. Tipo de Pesquisa: Estudo de Caso
• As pesquisas de Estudo de Caso podem apresentar os
seguintes propósitos:
▫ Explorar situações cujos limites não estejam claramente
definidos;
▫ Preservar o caráter unitário do objeto estudado;
▫ Formular hipóteses ou desenvolver teorias.
• Principal vantagem: Profundidade do estudo
23. Tipo de Pesquisa: Estudo de Caso
• Objeções:
▫ Falta de rigor metodológico
▫ Dificuldade de generalização
▫ Cuidado: “(...) é comum encontrar pesquisadores
inexperientes, entusiasmados pela flexibilidade metodológica
dos estudos de caso, que decidem adotá-lo em situações para
as quais não é recomendado. Como consequência, ao final de
sua pesquisa, conseguem apenas um amontoado de dados que
não conseguem analisar e interpretar”. (Gil, 2009, p.38)
▫ Tipos de perguntas: “O quê?” e “Como”
24. Tipos de Pesquisa Classificadas por objetivos
Exploratórias
▫ Buscam proporcionar maior familiaridade com o problema,
com vistas a torná-lo mais explícito ou a construir hipóteses.
Seu planejamento tende a ser bastante flexível, pois interessa
considerar os mais variados aspectos relativos ao fenômeno
estudado.
▫ “Pode-se afirmar que a maioria das pesquisas realizadas com
propósitos acadêmicos, pelo menos num primeiro momento,
assume o caráter de pesquisa exploratória (...)”.
Gil, 2002, p. 27
25. Tipos de Pesquisa Classificadas por objetivos
Descritivas
▫ “Têm como objetivo a descrição das características de
determinada população. Podem ser elaboradas também com a
finalidade de identificar possíveis relações entre variáveis. Às
vezes, elas vão além da simples identificação da existência de
relações entre variáveis, e pretendem determinar a natureza
dessa relação. Nesse caso, tem-se uma pesquisa descritiva que
se aproxima da explicativa. Há, porém, pesquisas que, embora
definidas como descritivas, com base em seus objetivos,
acabam servindo mais para proporcionar uma nova visão do
problema, o que as aproxima das pesquisas exploratórias”
Gil, 2002, p. 27
26. Tipos de Pesquisa Classificadas por objetivos
Explicativas
▫ Buscam identificar fatores que determinam ou contribuem
para a ocorrência de fenômenos. Estas pesquisas costumam
ser as que mais aprofundam o conhecimento da “realidade”,
pois têm como finalidade explicar a razão, o porquê das
coisas.
▫ “Pode-se dizer que o conhecimento científico está assentado
nos resultados oferecidos pelos estudos explicativos. Isso não
significa, porém, que as pesquisas exploratórias e descritivas
tenham menos valor (...)”
Gil, 2002, p. 27
27. MÉTODO INDUTIVO
Exemplo 1:
Cobre conduz energia.
Zinco conduz energia.
Cobalto conduz energia.
Ora, cobre, zinco e cobalto são metais.
Logo, (todo) metal conduz energia.
Exemplo 2:
Carlos estuda Direito
Maiara estuda Direito
Pedro estuda Direito
Mariana estuda Direito
Ora, Carlos, Maiara, Pedro e Mariana estão nesta sala (04 -
Faceli)
Logo (todos) que estão nesta sala (04 – Faceli) estudam Direito
Tipos de Pesquisa Métodos de raciocínio
28. MÉTODO INDUTIVO
O que é?
Um processo mental que parte de dados
particulares, suficientemente constatados, para
se inferir uma verdade geral ou universal, não
contida nas partes examinadas anteriormente
(as premissas).
Objetivos:
Alcançar conclusões prováveis, que possibilitem
generalizações, mesmo que ultrapassem as
informações das premissas nas quais o estudo se
baseou.
29. MÉTODO INDUTIVO
Características:
• A conclusão propõe informações sobre o fenômeno que a priori não estavam
nas premissas;
• O raciocínio indutivo caminha do mais específico para o mais geral;
• Enquanto as premissas enumeram alguns casos, a conclusão universaliza para
o todo;
• A conclusão fundamenta-se na causa ou na lei que rege o fenômeno ou fato,
constatada em um número significativo de casos (um ou mais) mas não em
todos;
• Quando descoberta uma relação constante entre duas propriedades ou
dois fenômenos, passa-se dessa descoberta à afirmação de uma relação
essencial e, em consequência, universal e necessária, entre essas
propriedades ou fenômenos;
• Mesmo que as premissas sejam verdadeiras, é possível que a conclusão
seja falsa.
30. MÉTODO INDUTIVO
Modo de aplicação (estrutura):
1. Observação dos fenômenos;
2. Agrupamento dos fatos;
3. Descoberta das relações entre eles;
4. Extensão da observação: Generalização da relação.
Ideias que embasam o Método Indutivo:
• Nas mesmas circunstâncias, as mesmas causas, produzem
os mesmos efeitos;
• Acredita-se que exista certa regularidade nas coisas/
fenômenos;
• O que é verdade para muitas partes, provavelmente
também é verdade para o todo.
Pedro, José, João ... são
mortais.
Ora, Pedro, José, João ... são
homens.
Logo, (todos) os homens são
mortais.
O método indutivo é
fundamental para as
pesquisas do tipo
Experimental. Exemplo:
Pesquisas com células
tronco.
31. MÉTODO INDUTIVO - Cuidados
• O método indutivo, na maior parte das vezes, tem um caráter quantitativo (é
necessário observações em quantidade suficiente para se propor uma
generalização);
• As observações se dão nas amostras da pesquisa, que devem ter quantidade
e representatividade adequadas;
• Amostras insuficientes e tendenciosas costumam induzir ao erro;
• Quando não se alcançam resultados condizentes, têm-se as falácias.
32. MÉTODO DEDUTIVO
Exemplo 1:
Todo vertebrado possui vértebras.
Todos os cães são vertebrados.
Logo, todos os cães têm vértebras.
Exemplo 2:
Todo metal conduz eletricidade.
O mercúrio é um metal.
Logo, o mercúrio conduz eletricidade.
Quais as características do método dedutivo?
33. MÉTODO DEDUTIVO
O que é?
• Um processo mental que parte de premissas verdadeiras e gerais para explicar
algo particular. No método dedutivo, diferentemente do método indutivo, as
informações a que se chega na conclusão necessariamente estão, explicita ou
implicitamente, nas premissas.
• A questão fundamental da dedução está na relação lógica que deve ser
estabelecida entre as proposições apresentadas. Assim, aceitando as premissas
como verdadeiras, as conclusões também o serão.
• Devido a sua sistematização – que parte do geral, para afirmar algo específico
– o método dedutivo possui um alcance limitado, já que a conclusão não pode
ultrapassar o conteúdo enunciado nas premissas.
Objetivo:
• O método dedutivo tem como propósito explicar o conteúdo das premissas.
Tipos de Pesquisa Métodos de raciocínio
35. MÉTODO DEDUTIVO
• Estrutura: Premissas Condicionais
Exemplo 1:
Se José tirar nota inferior a 5, será reprovado.
José tirou nota inferior a 5.
José será reprovado.
Exemplo 2:
Se José for bem nos exames, então tinha conhecimento das
matérias.
Ora José não tinha nenhum conhecimento das matérias.
Então, José não foi bem nos exames.
36. MÉTODO DEDUTIVO
Cuidado:
• Não é porque neste método a conclusão está implícita nas premissas que é
impossível cometer equívocos.
• Nestes casos, tratam-se de raciocínios falsos, com aparência lógica.
Exemplo 1:
As galinhas têm dois pés,
Homens têm dois pés,
Logo homens são galinhas.
Exemplo 2:
Os nazistas eram nacionalistas,
Norte-americanos são nacionalistas,
Logo norte-americanos são nazistas.
37. DEDUTIVO X INDUTIVO
“(...) os argumentos indutivos aumentam o conteúdo das premissas,
com o sacrifício da precisão, ao passo que os argumentos dedutivos
sacrificam a ampliação do conteúdo para atingir a ‘certeza’ ”
(Lakatos; Marconi, 2003, p. 92)
Raciocínio
Dedutivo
1. Os tigres são
carnívoros;
2. Melissa é um tigre;
3.Logo, Melissa é
carnívora
Raciocínio Indutivo
1.Foi observado em tigres o
comportamento
alimentar carnívoro
2. Logo, todo os tigres são carnívoros
38. DEDUTIVO X INDUTIVO
“Vale lembrar que os métodos indutivo e dedutivo não são
proposições que se opõem; eles compõem uma única cadeia de
raciocínio”.
Dedutivo Indutivo
Indutivo Dedutivo
“(...) A indução oferece-nos a probabilidade, e a dedução,
certezas”.
(Fachin, 2006, p. 33)
39. HIPOTÉTICO-DEDUTIVO
Conceitos relacionados à pesquisa:
• Objeto de Estudo
• Problema
• Hipótese
• Justificativa: Relevância Social e Relevância Teórica
• Método
• Conclusão ou Considerações Finais
40. HIPOTÉTICO-DEDUTIVO
Para Karl R. Popper:
Parte-se de um Problema (P1), para o qual se oferece uma solução provisória, a
Teoria-Tentativa (TT), passando-se depois a criticar a solução, com vistas a
Eliminação do Erro (EE). Por fim, inevitavelmente, o processo se renova,
surgindo Novos Problemas (P2).
A estrutura:
P1 TT EE P2
O processo:
Conhecimento prévio Problema Conjecturas Falseamento
41. HIPOTÉTICO-DEDUTIVO
Sobre conjectura:
• A conjectura é uma solução dedutiva, proposta em forma de
proposição, passível de teste.
• A conjectura é lançada para explicar ou prever aquilo que despertou
curiosidade ou dificuldade teórica e prática.
• Ela é construída de acordo com os conhecimentos existentes e a
falseabilidade.
• A conjectura pode ser entendida como hipótese.
42. HIPOTÉTICO-DEDUTIVO
Sobre falseamento:
• Falsear é tornar falsas as consequências deduzidas ou deriváveis da
hipótese/ conjectura;
• Quanto mais informativa – com mais conteúdo empírico – for uma
conjectura, mais falseável ela será;
• Quanto mais falseável uma conjectura, mais científica ela será.
43. HIPOTÉTICO-DEDUTIVO
Sobre confirmação de hipótese/ conjectura:
• Para negar uma hipótese, basta encontrar um único resultado
negativo;
• Para confirmar uma hipótese, não basta encontrar algum(s)
resultado(s) positivo(s)
• Quando encontram-se vários resultados positivos e nenhum
resultado negativo, tem-se uma hipótese ‘corroborada’.
Confirmar uma hipótese é utópico. O termo correto deve ser
corroborar, que transmite a ideia de provisoriedade.
É claro que todos os casos positivos coletados não confirmarão uma
hipótese, como quer a indução. Porém, um único caso negativo é
suficiente para falsear a hipótese, como quer Popper.
(Lakatos & Marconi, 2003)
44. MÉTODO DIALÉTICO
A Dialética: Vem do grego dialektiké e significa a arte do diálogo, a
arte de debater.
• A partir da Grécia Antiga: “Dialética era, na Grécia antiga, a arte
do diálogo. Aos poucos, passou a ser a arte de, no diálogo,
demonstrar uma tese por meio de uma argumentação capaz de
definir e distinguir claramente os conceitos envolvidos na
discussão”
• Na Modernidade: Modo de pensar as contradições da realidade,
buscando entendê-la como essencialmente contraditória e em
permanente transformação.
Leandro Konder, 2004.
Tipos de Pesquisa Métodos de raciocínio
45. MÉTODO DIALÉTICO
Dialética X Metafísica
• Heráclito: Um homem nunca toma banho duas vezes no
mesmo rio
• Aristóteles
• Hegel
• Marx
• Engels
• Parmênides: A essência profunda do ser é imutável.
• Kant
“A concepção metafísica prevaleceu ao longo da história, porque correspondia,
nas sociedades dividias em classes, aos interesses das classes dominantes”
(Konder, 2004)
46. MÉTODO DIALÉTICO
A Dialética - Contradições:
• Dialética é uma forma de pensar a realidade em constante mudança
por meio de termos contrários que dão origem a um terceiro, que os
concilia.
• É uma forma de filosofar que pretende chegar à verdade através da
contraposição e reconciliação de contradições.
• “Não podemos dizer ao mesmo tempo que um objeto é redondo e é
quadrado. Mas devemos dizer que o mais só se define com o menos,
que a dívida só se defini pelo empréstimo. “ (Henri Lefebvre)
• “A dialética não contrapõe a lógica, mas vai além da lógica,
desbravando um espaço que a lógica não consegue alcançar”
(Leandro Konder)
47. MÉTODO DIALÉTICO
A Dialética - Unidade:
• A Dialética reconhece que as contradições fazem parte de uma
mesma unidade. Ou seja, em uma moeda há duas faces (contradição),
mas essas faces formam um único objeto (unidade).
• Seguindo a orientação da Dialética, para se entender
uma moeda é necessário entender as duas faces em
harmonia com o todo.
Exemplo: A arte e a política são contradições, mas são também
manifestações sociais.
48. MÉTODO DIALÉTICO
A Dialética - Totalizações:
• A dialética também está preocupada em analisar situações através
da análise do todo: “A verdade é o todo” (Hegel)
• Mas ela reconhece que a visão do conjunto é provisória. A realidade
é sempre mais rica que o conhecimento que a gente tem dela.
• A realidade é maior que a soma das partes que a constituem. Por
isso é necessária a análise através da totalização.
• O todo é sempre relativo ao seu objeto de estudo. Por isso cabe ao
pesquisador identificar o nível de totalização que deve abarcar.
49. MÉTODO DIALÉTICO
O caminho da Dialética:
TESE ANTÍTESE SÍNTESE
Hegel: Para conseguirmos ir além das aparências e penetrar na
essência dos fenômenos, precisamos realizar operações de síntese e de
análise que esclareçam não só a dimensão imediata como também a
dimensão mediata delas.
50. MÉTODO DIALÉTICO
Leis fundamentais:
1. Ação recíproca ou "tudo se relaciona“:
• O mundo não é estático, mas está em constante processo, mudança, e
progresso;
• As ideias passam por mudanças ininterruptas de devir e decadência;
• As análises, na dialética, precisam se dar pela perspectiva do
movimento: “o fim de um processo é sempre o começo de outro”;
• As coisas (natureza e sociedade) não existem de forma isolada. Os
objetos e fenômenos estão organicamente ligados entre si, de forma
coerente, e sendo interdependentes uns dos outros.
• Necessidade de avaliar o objeto investigado a partir das condições
que o determina e, assim, o explica.
51. MÉTODO DIALÉTICO
Leis fundamentais: 1. Ação recíproca ou "tudo se relaciona"
Exemplo:
“Determinada mola de metal não pode ser considerada à parte do universo que a
rodeia. Foi produzida pelo homem (sociedade) com metal extraído da terra
(natureza). Mesmo em repouso, a mola não se apresenta independente do
ambiente: atuam sobre ela a gravidade, o calor, a oxidação etc., condições que
podem modificá-la, tanto em sua posição quanto em sua natureza (ferrugem). Se
um pedaço de chumbo for suspenso na mola, exercerá sobre ela determinada força,
distendendo-a até seu ponto de resistência: o peso age sobre a mola que também
age sobre o peso; mola e peso formam um todo, em que há interação e conexão
recíproca. A mola é formada por moléculas ligadas entre si por uma força de atração
de tal forma que, além de certo peso, não podendo distender-se mais, a mola se
quebra, o que significa o rompimento da ligação entre determinadas moléculas.
Portanto, a mola não distendida, a distendida e a rompida apresentam, de cada vez,
um tipo diferente de ligações entre as moléculas. Por sua vez, se a mola for
aquecida, haverá uma modificação de outro tipo entre as moléculas (dilatação).”
Lakatos & Marconi, 2003, p. 101
52. MÉTODO DIALÉTICO
Leis fundamentais:
2. Mudança dialética, negação da negação ou "tudo se transforma“:
• A tese é uma afirmação ou situação inicialmente dada. A antítese é uma oposição
à tese. Do conflito entre tese e antítese surge a síntese, que é uma situação nova
que carrega dentro de si elementos resultantes desse embate. A síntese, então,
torna-se uma nova tese, que contrasta com uma nova antítese gerando uma nova
síntese, em um processo em cadeia infinito.
• A filosofia descreve a realidade e a reflete, portanto, a dialética busca não
interpretar, mas refletir acerca da realidade. O reprimido ou negado permanece
dentro da totalidade.
• Tudo se desenvolve pela oposição dos contrários: filosofia, arte, ciência e religião
são vivos devido a esta dialética. Então, tudo está em processo de
constante devir.
53. MÉTODO DIALÉTICO
Leis fundamentais:
2. Mudança dialética, negação da negação ou "tudo se transforma“:
• Todo movimento, transformação ou desenvolvimento opera-se por meio das
contradições ou mediante a negação de uma coisa - essa negação se refere à
transformação das coisas. Dito de outra forma, a negação de uma coisa é o ponto
de transformação das coisas em seu contrário.
• A negação, por sua vez, é negada. Por isso se diz que a mudança dialética é a
negação da negação. Mas a negação da negação implica afirmação.
• Uma dupla negação em dialética não significa o restabelecimento da afirmação
primitiva.
• O ponto de partida é a tese, proposição positiva; essa proposição se nega ou se
transforma em sua contrária - a antítese. A segunda proposição, antítese, é, por
sua vez, negada, e obtém-se a terceira proposição – síntese -, que é a negação da
tese e antítese, mas por intermédio de uma proposição positiva superior.
54. MÉTODO DIALÉTICO
Leis fundamentais:
3. Passagem da quantidade à qualidade ou mudança qualitativa:
• Trata-se aqui de analisar a mudança contínua e lenta ou a
descontínua, através de
"saltos".
• A mudança das coisas não pode ser indefinidamente quantitativa: em
determinado momento passa-se por uma mudança de caráter
qualitativo.
• A mudança qualitativa deve ser entendida como a passagem de uma
qualidade ou de um estado para outro.
ÁGUA GELO
55. MÉTODO DIALÉTICO
Leis fundamentais:
4. Contradição ou luta dos contrários
• Considerando que toda realidade é movimento, que tudo está em
constante transformação: Qual o motor da mudança?
• “A dialética parte do ponto de vista de que os objetos e os fenômenos
da natureza supõem contradições internas, porque todos têm um lado
positivo e um negativo, um passado e um futuro; todos têm elementos
que desaparecem e elementos que se desenvolvem; a luta desses
contrários, a luta entre o velho e o novo, entre o que morre e o que
nasce, entre o que aparece e o que evolui, é o conteúdo interno do
processo de desenvolvimento, da conversão das mudanças
quantitativas em mudanças qualitativas” (Stalin).
56. MÉTODO DIALÉTICO
Leis fundamentais:
4. Contradição ou luta dos contrários
I. A contradição interna: A planta surge da semente e sua aparição
depende do desaparecimento dela.
II. A contradição é inovadora: É na criança e contra ela que nasce o
adolescente.
III. A unidade dos contrários: Existe em um dia um período de luz e um
de escuridão. No entanto, as 12h de luz e as 12h de escuridão
compõem um único dia de 24h.
58. Perguntas que o projeto deve responder
• Quem?, Quando?, Onde?
• O quê?
• Por quê?
• Para quê?
• Como?
• Em que tempo?
1. Identificação
2. Tema/Embasamento
Teórico
3. Justificativa
4. Objetivo Geral
6. Objetivos Específicos
e 7. Metodologia
8. Cronograma
59. Estrutura do Projeto de Pesquisa – Modelo 1
• Introdução (apresentação do objeto e da pesquisa +revisão bibliográfica /
referencial teórico + hipótese)
• Justificativa (relevância teórica e social/ aplicada)
• Objetivos (gerais e específicos)
• Método (tipo de pesquisa + amostra + procedimentos de coleta e análise)
• Cronograma
• Referências Bibliográficas
• Anexos
• Apêndices (Anexos desenvolvidos pelo próprio autor)
60. Estrutura do Projeto de Pesquisa – Modelo 2
• Introdução (apresentação do objeto e da pesquisa +revisão bibliográfica )
• Justificativa (relevância teórica e social/ aplicada)
• Hipótese
• Referencial Teórico
• Objetivos (gerais e específicos)
• Método (tipo de pesquisa + amostra + procedimentos de coleta e análise)
• Cronograma
• Referências Bibliográficas
• Anexos
• Apêndices (Anexos desenvolvidos pelo próprio autor)
61. Titulo do Projeto ou da Pesquisa
• Geralmente é a última coisa a ser definida
• Não pode ser nem muito curto e nem muito longo
• Geralmente contém:
▫ Tema
▫ Objetivo (ação)
▫ Objeto de estudo
▫ Delimitação (espacial ou temporal)
▫ Método de pesquisa (opcional)
Exemplos:
62. Introdução
• Apresentação do objeto e da pesquisa
• Referencial Teórico:
▫ 1. Definição de termos
▫ 2. Teoria de base
▫ 3. Revisão bibliográfica ou de literatura
Uma boa revisão de literatura deve:
Apresentar ao leitor os resultados das pesquisas recentes sobre
o assunto, e identificar pontos de consenso, bem como
controvérsias e lacunas que merecem ser esclarecidas.
ALVES-MAZZOTTI, 2006, p.27
63. Introdução
• Alguns autores denominam uma das etapas da introdução
de revisão da literatura, outros como referencial teórico.
• O importante é apresentar o levantamento bibliográfico
preliminar que dará suporte e fundamentação teórica ao
estudo.
• Atenção: não se trata de uma relação de referências
bibliográficas (nomes de livros, artigos e autores).
(MARTINS, Gilberto de Andrade, 2000)
64. Introdução – Teoria de Base
• “(...) É imprescindível correlacionar a pesquisa com o universo
teórico, optando-se por um modelo teórico que serve de
embasamento à interpretação do significado dos dados e fatos
colhidos ou levantados. Todo projeto de pesquisa deve conter as
premissas ou pressupostos teóricos sobre os quais o pesquisador (o
coordenador e os principais elementos de sua equipe)
fundamentará sua interpretação.”
(Laconi & Markatos, 2003, p. 224)
65. Justificativa
• Apresentação dos motivos práticos e acadêmicos (relevância social e teórica)
pelos quais a pesquisa deve ser realizada;
• Deve-se responder também por quais razões o tema e o problema em questão
foram escolhidos (especialmente argumentos racionais, embasados em
evidências)
• Azevedo (1999), propõe que na justificativa sejam respondidas as seguintes
questões:
▫ O que esta pesquisa pode acrescentar à ciência onde se inscreve? (relevância científica)
▫ Que benefício poderá trazer à comunidade com a divulgação do trabalho? (relevância
social)
▫ O que levou o pesquisador a se inclinar e, por fim, escolher, por este tema? (interesse)
▫ Em termos gerais, quais são as possibilidades concretas de esta pesquisa vir a se
realizar (viabilidade)
66. Justificativa
“A justificativa difere da revisão da bibliografia e, por este
motivo, não apresenta citações de outros autores. Difere,
também, da teoria de base, que vai servir de elemento
unificador entre o concreto da pesquisa e o conhecimento
teórico da ciência na qual se insere. Portanto, quando se
trata de analisar as razões de ordem teórica ou se referir ao
estágio de desenvolvimento da teoria, não se pretende
explicitar o referencial teórico que se irá adotar, mas apenas
ressaltar a importância da pesquisa no campo da teoria.”
(Marconi & Lakatos, 2003, p. 219)
67. Objetivos Gerais
• Geralmente se resume a encontrar a resposta do problema
inicialmente proposto;
• Precisa apresentar uma finalidade de caráter intelectual;
• É descrito através de verbos no infinitivo (Ex.: Identificar,
compara, entender, analisar, ...)
68. Objetivos Específicos
• Passo a passo que deverá ser seguido ao longo da pesquisa, para
que se alcance a resolução do problema proposto (dos objetivos
gerais);
• Referem-se a ações e sistematizam as etapas da pesquisa;
• São essenciais para guiar o pesquisa;
• Também são descritos através de verbos no infinitivo.
Cuidado com a quantidade de objetivos propostos para o seu
trabalho. Lembre-se que todos eles deverão ser realizados e que cada um
exigirá esforço e trabalho específicos.
69. Objetivos Específicos
Alguns Exemplos:
• Revisar a bibliografia sobre “X”;
• Elaborar questionário com perguntas fechadas (...);
• Aplicar os questionários;
• Coletar e analisar a jurisprudência selecionada;
• Identificar como se dá a gestão por processo da empresa “X”
70. Método
• Descreve as técnicas e estratégias adotadas para o desenvolvimento
da pesquisa de forma científica
▫ Tipo de Pesquisa
▫ Tipo de Amostragem (Caracterização e Seleção)
▫ Instrumento(s) ou técnicas de coleta
▫ Procedimento(s) de coleta
▫ Procedimento(s) de análise dos dados
71. Cronograma
• Planejamento das atividades a serem realizadas ao longo da pesquisa no
tempo disponível;
• Geralmente é expresso através de uma tabela.
Tarefas / Meses Março Abril Maio Junho Julho
1. Revisar a bibliografia X X
2. Selecionar textos relevantes X
3. Realizar os fichamentos de leitura X X
4. Elaborar o sumário definitivo X
5. Redigir o trabalho X X X
6. Entregar versão final ao prof. e ensaiar banca X
72. Redação do Projeto de Pesquisa
• Impessoal – 3° pessoa do singular ou 1° pessoa do plural
• Objetiva
• Clara
• Precisa
• Coerente
• Concisa
• Simples
• Formato ABNT + Normas Faceli
73. Redação do Projeto de Pesquisa: Dicas
1. Não alongue as frases com o uso abusivo de “o qual”, “cujo” e gerúndios.
2. Encadeie as frases e os parágrafos logicamente .
3. Evite apelar para generalizações (como “a maioria acha”, “todos sabem”).
4. Evite repetir palavras, especialmente verbos e substantivos. Use sinônimos.
5. Evite modismos lingüísticos (como “em nível de”, “diferenciada”, etc.).
6. Evite as redundâncias (como “os alunos são a razão de ser da Escola Prof. Pegado”).
7. Abstenha-se de superlativos, aumentativos, diminutivos e adjetivos em demasia.
8. Faça poucas citações diretas; opte por reescrevê-las, creditando-as aos seus
autores.
9. Use as notas de rodapé para definições e informações que, acabam truncando por
demais o texto.
10. Lembre-se que você está escrevendo para um leitor real.
Azevedo, 1999
74. Redação do Projeto de Pesquisa: Dicas
“(...) O trabalho (científico) deve ser claro, afinal que contribuição científica
ele trará se não permitir ao leitor a sua compreensão? Deve também, ser
preciso, exato contundente, o autor precisa expor suas idéias em poucas
palavras, ir direto ao assunto, para que não corra o risco de “se perder” em
frases e parágrafos muito longos. Além disso, o trabalho deve harmonioso, ter
lógica, nexo entre os fatos e as idéias apresentadas; os capítulos ou partes
devem guardar relação entre si. E por fim o texto deve ser escrito
corretamente, evitando-se jargões, gírias, expressões chulas... deve-se
respeitar as regras do nosso português, especialmente a concordância verbal
e nominal, a acentuação...”
(OLIVEIRA, Renata Domingues, 2011, p. 7)
75. Título e Subtítulo
• Geralmente acabam sendo definidos ao final do trabalho;
• O título de uma pesquisa não corresponde ao tema, nem à delimitação do
tema, mas emana dos objetivos geral e específicos, quase como uma "síntese"
dos mesmos. Pode comportar um subtítulo: neste caso, o título será mais
abrangente, ficando a caracterização para o subtítulo
76. Referências
AQUINO, Italo de Suza. Como Escrever Artigos Científicos: Sem Arrodeio e Sem Medo da
ABN. São Paulo: Saraiva: 2010.
AZEVEDO, Israel Belo de. O prazer da produção científica; diretrizes para elaboração de
trabalhos acadêmicos. 7. ed. Prefácio de Hugo Assmann. Piracicaba: UNIMEP, 1999.
BITTAR, Eduardo C. B. Metodologia da Pesquisa Jurídica. 14°ed. São Paulo: Saraiva, 2016.
CARVALHO, Alex Moreira. Aprendendo Metodologia Científica. 4°ed. São Paulo: O nome da
Rosa, 2006.
GIL, Antônio Carlos. Como Elaborar Projetos de Pesquisa. 3° ed. São Paulo: Atlas, 2002.
MARCONI, Maria de Andrade; Lakatos, Eva Maria. Fundamentos de Metodologia
Científica. 5°ed. São Paulo: Atlas, 2003.
WALLIMAN, Nicholas. Métodos de Pesquisa. São Paulo: Saraiva, 2015.