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FACELI - D1 - Zilda Maria Fantin Moreira - Linguagem Jurídica - AULA 05

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  1. 1. LINGUAGEM JURÍDICA PROFª MSc. ZILDA M. FANTIN
  2. 2. UNIDADE V RECURSOS ESTILÍSTICOS
  3. 3. 5.1DENOTAÇÃO E CONOTAÇÃO O homem conjuga duas formas de conhecimento: o intelectivo, cognoscitivo, referencial, objetivo (denotativo) e o subjetivo, afetivo (conotativo).
  4. 4. Um texto estruturado de forma ambígua em relação ao sistema de expectativas, que é o código denotativo, leva o leitor a uma dificuldade maior na decodificação, mas lhe assegura um tipo de informação não veiculada pela linguagem denotativa (função poética).
  5. 5. Segundo Xavier (2001, p. 21-22), “Diz-se que uma palavra é empregada em sentido denotativo ou referencial quando se reporta ao conteúdo literal que lhe atribuem os dicionários, apresentando a significação delimitada numa área precisa”. Ex.: Eles saíram à caça da raposa.
  6. 6. Palma e Ricciardi (1983, p. 6) descrevem que “É pela denotação – propriedade que um signo linguístico tem de remeter a um objeto exterior à língua – que fornecemos, a respeito das coisas, respostas que procuram ser racionais, lógicas, coletivas, inequívocas, traduzíveis e mais rápidas quanto à decodificação. Movendo-se no perímetro da língua, os signos linguísticos são transparentes e a função representativa ou referencial predomina.
  7. 7. Na Conotação, “A palavra empregada não pode ser descrita no puro âmbito gramatical, pois dele transcendeu para o da estilística e somente o contexto poderá determinar-lhe os contornos de sentido. A base do sentido conotativo é a metaforização” (XAVIER, 2001, p. 22). Ex.: Aquele advogado, na tribuna, é uma raposa.
  8. 8. 5.2 ESTILO Estilo: Etimologicamente, a palavra estilo procede do latim stilu, que era um ponteiro de ferro com o qual os antigos escreviam sobre tábuas enceradas. Por metonímia, o sentido ampliou-se abarcando a significação geral do modo ou maneira particular de alguém utilizar-se da língua. O estilo pode ser:
  9. 9. Gramatical ou Lógico  Modo de se utilizar da língua conforme preceitos da gramática. Suas qualidades são a correção, a clareza, a concisão, a harmonia e a propriedade. Literário ou Expressivo  Sinônimo de criação, pois fruto de natureza inata, do poder indutivo e inapreendível, ao contrário do anterior, que comporta dons adquiridos pelo esforço e pelo estudo. Suas qualidades são a propriedade ou eficácia e originalidade (TAVARES, 1981).
  10. 10. Verossimilhança  Semelhante ao verdadeiro, passível de ocorrer, em um determinado cenário, real ou ficcional. Essa verdade pode ser uma verdade particular, só possível dentro da coerência interna de sua história. Por exemplo: A fala do personagem deve corresponder à sua região, à sua classe social, à sua faixa etária. O fato de um animal falar numa fábula é coerente dentro da história.
  11. 11. 5.3 FIGURAS DE LINGUAGEM Quando há sentido conotativo, tem-se a linguagem figurada, ou seja, as figuras de linguagem
  12. 12. 5.3 FIGURAS DE LINGUAGEM “Figura é um recurso de linguagem que consiste em apresentar uma ideia por meio de combinações incomuns de palavras. A figura resulta de um desvio da norma”.
  13. 13. “A linguagem figurada é um recurso que facilita ou promove nossa criatividade linguística”.
  14. 14. 5.3.1 Categorias das Figuras de Linguagem Há diferença na classificação das figuras de linguagem entre os gramáticos e nem sempre concordam com a divisão das figuras em determinadas categorias. Uma mesma figura é classificada como pertencente a uma categoria por uns e a outra, por outros.
  15. 15. Faraco, Mesquita e Sacconi classificam as figuras de linguagem em: Figuras de Palavras ou Tropos: caracterizam-se por apresentar sempre uma mudança, uma substituição ou transposição do sentido real para o sentido figurado da palavra. São elas a Comparação (ou Símile), Metáfora, Catacrese, Metonímia, Sinédoque, Perífrase, Antonomásia.
  16. 16. Figuras de Pensamento: processos que introduzem uma ideia diferente daquela que a palavra habitualmente exprime. O enunciado expressa ideia diferente daquela que a forma linguística parece indicar. São elas a Antítese, Ironia, Eufemismo, Hipérbole, Reticência, Gradação (ou clímax), Apóstrofe, Prosopopeia (ou personificação, ou animismo), Paradoxo (ou oxímoro), Litotes.
  17. 17. Figuras de Sintaxe ou de Construção: apresentam algum tipo de modificação na estrutura da oração. Disposição inesperada, incomum das palavras na frase ou de concordância irregular. São elas a Repetição (ou Iteração), Anástrofe, Elipse, Zeugma, Silepse, Pleonasmo, Polissíndeto, Anacoluto, Hipérbato, Anáfora, Assíndeto, Aliteração, Anadiplose.
  18. 18. Ernani Terra (1996) classifica as figuras de linguagem em figuras de som, figuras de construção, figuras de pensamento e figuras de palavras, ou seja, ele acrescenta um quarto grupo: as figuras de som – as que destacam os sons das palavras, como a onomatopeia, a aliteração e a assonância.
  19. 19. Segundo Paschoalin e Spadoto (1996), as figuras de linguagem ocorrem por meio de recursos semânticos (quando trabalha a palavra do ponto de vista de seu significado), como no eufemismo; recursos fonéticos (quando destaca os sons das palavras), como na aliteração; recursos sintáticos (quando trabalha a construção da frase), como no pleonasmo.
  20. 20. 5.3.2 Tipos de Figuras de Linguagem
  21. 21. ALEGORIA Consiste numa série de figuras (metáforas, comparações etc.) que transferem a narrativa (personagens e ações) para o plano do símbolo ou da fábula. Ex.: “Esta árvore do Estado, de cujas ramas pendem troféus ganhos no Oriente, tem as raízes apartadas do tronco por infinitas léguas...” (J. Freire)
  22. 22. ALITERAÇÃO Repetição de um mesmo fonema consonantal. (Ver assonância) Ex.: “Boi bem bravo, bate baixo, bota baba, boi berrando...” (Guimarães Rosa)
  23. 23. AMBIGUIDADE Duplo sentido, duas ou mais interpretações. Ex.: “Deixa-me, fonte! Dizia A flor, tonta de terror. E a fonte, sonora e fria, Cantava, levando a flor.” (Vicente de Carvalho) (fria oposto de quente ou como insensível, indiferente?)
  24. 24. ANTÍTESE Uso de opostos. A antítese consiste em realçar uma ideia ou um conceito por meio de palavras de sentido oposto. (Ver paradoxo) Ex.: “Era o porvir – em frente do passado, A liberdade – em face à escuridão”. (C. Alves)
  25. 25. ANTONOMÁSIA É a substituição de um nome próprio por um nome comum ou por uma expressão a ele ligada. Essa palavra ou expressão designa uma característica do ser cujo nome substitui ou uma qualidade que se atribui a este ser, ou fato que a distingue. (Ver epíteto) Ex.: Pelé (Edson Arantes do Nascimento) Mártir da Independência (Tiradentes) O poeta dos escravos (Castro Alves) O Dante Negro (Cruz e Souza)
  26. 26. ANTONOMÁSIA “O Promotor de Justiça veste-se de Catão para punir um homem comum, que praticou o adultério pela astúcia de uma mulher sedutora, que além de o envolver com propostas maliciosas, entorpeceu-lhe a razão pelas ameaças de destruir-lhe o casamento, chantagem ignóbil que representa, ela sim, uma imoralidade a ser repudiada pela intransigência do Ministério Público”. (Exemplo de texto jurídico – “Catão” com o sentido de moralista austero e reforça a ideia de intransigência dada ao Promotor de Justiça).
  27. 27. Há antonomásia na construção bastante comum na linguagem jurídica: sentença draconiana (injusta e demasiado severa), usada por identificação a Draco, legislador excessivamente rigoroso, tanto que injusto.
  28. 28. APÓSTROFE Invocação ou interpelação que se faz a alguém. Ex.: “Deus! Ó Deus! Onde estás que não me respondes?” (Castro Alves)
  29. 29. ASSÍNDETO Ausência da conjunção coordenativa. (Ver polissíndeto) Ex.: “Escrevia, lia, dormia, acordava, levantava-me, tornava a deitar-me”. (Graciliano Ramos)
  30. 30. ASSONÂNCIA Repetição de um mesmo fonema vocálico. Ex.: “E bamboleando em ronda dançam bandos tontos e bambos de pirilampos”. (Guilherme de Almeida)
  31. 31. CATACRESE Uso de termos em outro sentido por faltar palavras na língua. Segundo Faraco, a catacrese é, a rigor, uma metáfora que se desgastou com o tempo, em que já não se sente nenhum vestígio de inovação. Ex.: Folha do livro, Pele do tomate, Céu da boca, Asa da xícara, Pé da mesa.
  32. 32. COMPARAÇÃO É uma figura que consiste em estabelecer uma relação de qualidade entre os termos da oração para destacar a semelhança entre eles. Comparação ou Símile, para Faraco, mas outros consideram o símile como metáfora. Ex.: “A sombra das roças é macia e doce, é como uma carícia”. (Jorge Amado)
  33. 33. A comparação metafórica compara elementos de universos diferentes. Ex.: Macarrão é mais barato do que carne. (comparação simples – compara elementos do mesmo universo).
  34. 34. “O acusado agiu como um leão que ataca o cordeiro; sabia de sua força e valeu-se dela para atemorizar a indefesa vítima”. (Exemplo de texto jurídico).
  35. 35. ELIPSE Consiste na omissão de um termo não empregado anteriormente. (Ver zeugma) Ex.: Na estante, livros e mais livros. (havia) Haveremos de vencer! (nós) Toda a cidade parada por causa do calor. (estava)
  36. 36. EPÍTETO Cognome, palavra ou frase que qualifica pessoa ou coisa. Ex.: “Caim” para designar assassino de irmão.
  37. 37. EUFEMISMO É o recurso que utilizamos para amenizar o que pensamos. Consiste na substituição de uma palavra ou expressão com sentido desagradável por outra, com a finalidade de amenizar seu significado. Ex.: Aquele rapaz não é legal, ele subtraiu dinheiro. Eu não fui feliz nos exames. Seu corpo será levado ao campo santo. (cemitério)
  38. 38. GRADAÇÃO (ou clímax) Enumeração de qualidades numa ordem crescente ou decrescente, ideia de intensificação ou decréscimo progressivo de significados. Ex.: A vida, o céu, o mar, o infinito, tudo parecia sem graça longe dela.
  39. 39. HIPÉRBOLE Recurso utilizado para exagerar uma ideia. Ocorre quando se usa uma expressão exagerada, geralmente para dar maior ênfase à frase. Ex.: Já lhe disse isso um milhão de vezes. Quando o filme começou, voei para casa. Estamos todos morrendo de sede.
  40. 40. IRONIA Consiste na inversão dos sentidos. É uma figura que exprime um conceito contrário do que se pensa ou do que realmente se quer dizer. Ex.: Que alunos inteligentes! Não sabem nem somar. Se você gritar mais alto, eu agradeço. Parabéns pela sua grande ideia: conseguiu estragar todos os meus planos.
  41. 41. METÁFORA Comparação mental, comparação sem os termos comparativos. A metáfora é uma figura que consiste em empregar um termo com um sentido que se lhe associa por força de uma comparação de ordem subjetiva. A comparação fica subentendida. Ex.: “Fecha-se a pálpebra do dia”.
  42. 42. “O acusado agiu como um leão que ataca o cordeiro; sabia de sua força e valeu-se dela para atemorizar a indefesa vítima”. (Exemplo de texto jurídico – “cordeiro” no lugar de “vítima”)
  43. 43. “Sentido, senhores! Quando o tribunal popular cair é a parede da justiça que ruirá! Pela brecha hiante vazará o tropel desatinado e os mais altos tribunais no alto de sua superioridade!” (Roberto Lyra). (Exemplo de texto jurídico - o tribunal tornou-se a parede mestra; um elemento assumiu as características do outro)
  44. 44. METONÍMIA Troca de um termo por outro por haver uma relação externa entre eles. Essa relação pode ser de: abstrato pelo concreto, autor pela obra, efeito pela causa, continente pelo conteúdo, instrumento pela pessoa, nome do inventor substitui o nome do invento, símbolo pela coisa simbolizada, classe pelo indivíduo, o nome do produto é substituído pelo nome do lugar onde é feito.
  45. 45. METONÍMIA “ A metonímia é a transferência do nome por contiguidade dos sentidos (temporal, especial, causal)”. Ex.: Ele é um bom de garfo.
  46. 46. PARADOXO (ou Oxímoro) Tipo de antítese que se expressa de uma forma mais radical, ideias antagônicas. Ex.: “Menino do rio, Calor que provoca arrepio”. (Caetano Veloso)
  47. 47. PARONOMÁSIA Ocorrência próxima de palavras com som semelhante, mas de significados diferentes. (Ver trocadilho) Ex.: “O que não pôde Marte, pôde a Morte”. (Getúlio Baia)
  48. 48. PLEONASMO Consiste na repetição de ideias. Redundância. Emprego de palavras ou expressões de significado semelhante, próximas uma da outra, para reforçar a ideia. Ex.: O canário cantou um canto melodioso. Vi com meus próprios olhos. Estes versos, eu os li ontem.
  49. 49. POLISSÍNDETO Repetição de conjunção coordenativa. Ex.: “... as casas são pobres, e os homens pobres, e muitos são parados e doentes e indolentes...” (Rubem Braga)
  50. 50. PRETERIÇÃO Consiste em tratar de assunto e ao mesmo tempo afirmar que ele será evitado. Ex.: “Não pretendo aqui lembrar que o réu é um herói de guerra, duas vezes condecorado com atos de bravura”. (H. Pontes)
  51. 51. “Unamos agora os pés e demos um salto por sobre a escola, a enfadonha escola, onde aprendi a ler, a escrever, contar, dar caçoletas e apanhá-las e ir fazer diabruras, ora nos morros, ora nas praias, onde quer que fosse propício a ociosos” (Machado de Assis) (Um salto por sobre a escola, mas fala dela)
  52. 52. “Não vos pintarei os tumultos, a grita da multidão: o sangue de todos os lados, o corpo do filho estendido sobre o cadáver do pai, as mães em lágrimas correndo com os filhinhos ao colo, os irmãos erguendo um contra os outros as espadas fraticidas, o incêndio, a ruína, a desolação por toda parte...” (Costa e Cunha). Eu poderia fazer-lhe notar que ela conhecia sobremaneira a beleza das obras do espírito... mas por que me alongar...?
  53. 53. “Não vos direi o que pensam tantas pessoas, que certos poderosos, depois de uma juventude tempestuosa, não alcançaram a posição que ocupam, senão por meio de intrigas sujas, e que em seguida traficaram com a sua função e edificaram a sua fortuna por meios desonestos”.
  54. 54. PROLEPSE Consiste em prever as objeções do interlocutor ou adversários e refutá- las antecipadamente. Ex.: “Objetar-me-eis com a guerra! Eu vos respondo com o arbitramento. O porvir é assaz vasto para comportar esta grande esperança”. (Rui Barbosa)
  55. 55. “Ora (direis) ouvir estrelas! Certo Perdeste o censo! E eu vos direi, no entanto, Que, para ouvi-las, muita vez desperto E abro as janelas, pálido de espanto”. (Olavo Bilac)
  56. 56. PROSOPOPÉIA (ou personificação ou animismo) Atribui características humanas a seres inanimados. Atribuição de características de seres animados a seres inanimados ou irracionais; coisas ou animais agem como pessoas. Ex.: O céu está mostrando sua face mais bela. O cão mostrou grande sisudez. “Uma ilusão gemia em cada canto, Chorava em cada canto uma saudade!” (Luís Guimarães Jr.)
  57. 57. SILEPSE A concordância é feita com a ideia que se quer transmitir (gênero, número e pessoa). Ex.: São Paulo já está fria nessa época do ano.
  58. 58. SÍMILE É uma comparação reduzida em que os termos comparados estão presentes. É mais que uma comparação já que a partícula comparativa desapareceu. O símile é também considerado uma metáfora (uma metáfora impura). Ex.: “O homem não é senão um caniço, o mais frágil da natureza, mas é um caniço pensante”. (PASCAL, apud DUBOIS et al., 1974).
  59. 59. SINÉDOQUE Tipo especial de metonímia que se baseia numa relação de todo ou parte. Essa relação pode ser de: a parte substitui o todo; o nome do gênero substitui uma de suas espécies; o nome do indivíduo passa a indicar toda uma espécie ou grupo; singular pelo plural; matéria de que é feito um produto substitui o nome do produto; a marca do produto substitui o produto; características, hábitos, traços físicos ou psicológicos, aparência, vícios de um ser ou coisa substituem o nome do ser.
  60. 60. Ex.: Os mortais pensam e falam. “O sertanejo é, antes de tudo, um forte”. (Euclides da Cunha)
  61. 61. “Aquele que usa arma para resolver seus problemas, aquele que faz da força e da violência a razão de viver, de obter suas vantagens, não pode ser considerado um elemento comum. Elemento comum exerce um direito. E nós, hoje, estamos tão somente exigindo justiça. Não é o Ministério Público que quer a condenação. O Ministério Público só tem o dever de instruir Vossas Excelências daquilo que a lei dita, daquilo que é norma legal para se viver em sociedade”. (Fagundes, 1987:72)
  62. 62. Exemplo de texto jurídico – emprego do plural pelo singular. O recurso permite traduzir a ideia de que não só o Promotor Público, que enuncia o discurso, considera necessária a condenação do réu. Ele é porta-voz do Ministério Público e representa o pensamento de toda a categoria.
  63. 63. SINESTESIA Consiste na fusão de sensações diferentes numa mesma expressão. Essas sensações podem ser físicas (gustação, audição, visão, olfato e tato) ou psicológicas (subjetivas). Mescla, numa expressão, de sensações percebidas por diferentes órgãos do sentido.
  64. 64. Ex.: Milagrosa aquela mancha verde (sensação visual) e úmida, macia (sensações táteis), quase irreal. “A luz gelada e pálida diluindo...” (Cruz e Souza)
  65. 65. “A vítima sentiu em sua carne a violência do acusado; viu o movimento da faca ferir seus órgãos vitais; ouviu as palavras duras e impiedosas do agressor e pretende, ainda, a defesa, demonstrar que o réu não cometeu tentativa de homicídio, mas tão- somente lesão corporal culposa?” (Exemplo de texto jurídico – para realçar a ideia de sofrimento da vítima, destacam-se o sentir, o ver e o ouvir).
  66. 66. TROCADILHO Repetição de termos iguais, mas com significados diferentes com efeito humorístico. Ex.: “Seu Irineu Boaventura não era tão bem-aventurado assim, pois sua saúde não era lá para que se diga...” (Stanislaw Ponte Preta)
  67. 67. ZEUGMA Consiste na omissão de um termo já empregado anteriormente. Ex.: Ele come carne, eu verduras. Ele prefere um passeio pela praia; eu, cinema. “Os nomes retomam seu antigo significado, os seres, sua antiga aparência; nós, nossa alma de então” (Proust)
  68. 68. 3.2.1Diferença entre Metáfora, Metonímia e Sinédoque
  69. 69. A I B Termo de Partida Termo Intermediário (procede a passagem de A a B) Termo de Chegada METÁFORA
  70. 70. Metáfora  representa uma troca de palavra por outra por haver entre elas alguma semelhança.
  71. 71. A B METONÍMIA Metonímia  É a substituição de uma palavra por outra, quando existe uma proximidade de sentidos que permite essa troca, uma relação de contiguidade.
  72. 72. Sinédoque  Substituição de um termo por outro, havendo ampliação ou redução do sentido usual da palavra, uma relação de parte e todo. A B SINÉDOQUE
  73. 73. ENFIM... As três figuras representam uma troca de palavra por outra por haver entre elas alguma relação.
  74. 74. 3.2.2 Diferença entre Comparação – Símile – Metáfora
  75. 75. Há divergência entre os autores em relação à diferença entre Comparação, Símile ou Metáfora.
  76. 76. Para Faraco, Comparação ou Símile, são iguais, mas outros consideram o símile como Metáfora, mas José de Nicola (1998) faz uma distinção entre essas figuras.
  77. 77. Na comparação, há a partícula comparativa. Ex.: Clarissa, que mora na minha rua, é bela como uma deusa.
  78. 78. O símile não possui a partícula comparativa, mas mantém os dois termos comparados; ele é mais que uma comparação já que a partícula comparativa desapareceu. Ex.: Clarissa, que mora na minha rua, é uma deusa.
  79. 79. Na metáfora, não há nem a partícula comparativa nem um dos termos – o termo de partida para a comparação. Ex.: A deusa da minha rua. O termo de chegada “deusa” foi colocado no lugar do termo de partida “Clarissa”).
  80. 80. EXEMPLOS DE METÁFORA “Oh! Quanto me pesa este coração, que é de pedra! Este coração que era de asas de música e tempo de lágrimas” (C.M.). “Senhor, nada valho / Sou a planta humilde dos quintais” (Cora Coralina).
  81. 81. “Palavras não matam / nem provocam inverno atômico / e na voz do poeta (abelhas na colmeia) / podem até conter uma ideia”. (Régis Bonvicino) “... jogara pessoas inocentes na lama da calúnia...” “... um fiapo de gente encostado ao poste ...”
  82. 82. “Quando em meu peito rebentar-se a fibra, Que o espírito enlaça à dor vivente Não derramam por mim nenhuma lágrima” (Álvares de Azevedo). Eufemismo (rebentar... = morrer) Prosopopeia (o espírito enlaça) Metáfora (fibra = coração)
  83. 83. EXEMPLOS DE METONÍMIA Nas horas de folga lia Camões. Li Jô Soares dezenas de vezes. (O autor pela obra) A América reagiu e combateu. A terra inteira chorou a morte do santo pontífice. O ginásio aplaudiu a seleção. (O continente pelo conteúdo ou o lugar pelos habitantes = os habitantes, as pessoas)
  84. 84. A cidade inteira (metonímia) viu assombrada, de queixo caído, o pistoleiro sumir de ladrão fugindo nos cascos de seu cavalo." (cascos = o todo pela parte = sinédoque) “Difícil conduzir aquela bondade trôpega ao cárcere, onde cumpriam pena os malfeitores” (Graciliano Ramos). A infância deve ser protegida pelos órgãos públicos. (O abstrato pelo concreto = pessoas, crianças)
  85. 85. Não é paternalismo de nenhum mecenas arquimilionário. (mecenas = protetor, o indivíduo pela espécie ou classe) Para os artistas ele foi um mecenas. (O indivíduo pela espécie, nome próprio pelo nome comum) “Porém, já cinco sóis eram passados” (Camões). (= cinco dias)
  86. 86. O aço de Zé Grande espelha reflexos dos cristais. (A matéria pelo objeto = faca) Não te afaste da cruz. (O símbolo e o objeto simbolizador = religião) Fumei um saboroso havana. (O lugar e o produto do lugar = charuto) “Os aviões semeiam a morte” (O efeito pela causa = bombas mortíferas)
  87. 87. As penas mais brilhantes do país reverenciaram a memória do grande morto. (O instrumento pela pessoa que o utiliza – penas, canetas = escritores) “Andai como filhos da luz”, recomenda-os o Apóstolo. (= São Paulo apóstolo de Cristo - a espécie ou classe pelo indivíduo) O trono estava abalado. (O sinal pela coisa significada – trono = o império)
  88. 88. EXEMPLOS DE SINÉDOQUE As chaminés (fábricas) forjam a grandeza de São Paulo. Não tinha um teto (casa) onde se abrigasse. Vários brasileiros vivem sem teto. (A parte pelo todo) Os mortais (os humanos) pensam e sofrem neste mundo. (A qualidade pela espécie; mortais envolvem também os animais )
  89. 89. O paulista é tímido; o carioca, atrevido. O homem (os homens) é mortal. (Singular pelo plural) “Se os deuses se vingam, que faremos nós os mortais” (Vitório Bergo).
  90. 90. Ganharás o pão (alimento) com o suor (trabalho) do teu rosto. (pão está contido na ideia de alimento: sinédoque; e suor: metonímia – efeito pela causa)
  91. 91. EXEMPLOS DE COMPARAÇÃO "Amou daquela vez como se fosse máquina / Beijou sua mulher como se fosse lógico” (Chico Buarque). “As árvores que debruam as calçadas são como blocos compactos de algas” (Érico Veríssimo). “Olhe, meu filho, os homens são como formigas” (Érico Veríssimo).
  92. 92. EXEMPLOS DE SÍMILE Minha boca é um túmulo. A turma era um mercado de peixes. A Amazônia é o pulmão do mundo. “Veja bem, nossa casa é uma porta entreaberta”. A ignorância é a noite do espírito. Fulano não é flor que se cheire. Isso é um bicho-de-sete-cabeças.
  93. 93. 5.4 OUTROS RECURSOS ESTILÍSTICOS a) CHARGE: POENTE EM BRASÍLIA
  94. 94. O recurso usado, na charge anterior, é a figura da pizza no lugar do sol, sugerindo que, em Brasília, fazendo intertextualidade com a frase “tudo acaba em pizza”, nada é levado a sério, tudo termina em festa.
  95. 95. b) “Quem passou pelo Nacional passa em qualquer lugar”. (Propaganda do cursinho pré-vestibular do Colégio Nacional) – Polissemia: passou = estudou e passa = será aprovado. “Comece Direito!” (Propaganda do II exame de seleção para estagiário do Ministério Público do ES) – Polissemia: direito = no sentido de curso de direito e sinônimo de certo (inicie sua carreira jurídica sendo estagiário do Ministério P. do ES).
  96. 96. “O fim da picada” (Nome de livro que conta a história da recuperação de um drogado). Polissemia da palavra picada que mantém o sentido denotativo e conotativo, além de intertextualidade com a expressão “fim da picada”, no sentido de ser a última coisa que se espera.
  97. 97. O Comprositor – nome de um artigo de José Augusto de Carvalho (A Gazeta, 13/12/2002), referindo-se a Nestor de Holanda que se apoderou de uma marchinha que uma jovem compositora lhe mostrara e que ele gravou como sendo de sua autoria e ainda pagou a alguns pilantras para cooperarem na farsa. O neologismo foi formado com comprou e compositor.
  98. 98. “Quem Roriz por último Roriz melhor” (A Gazeta, 8/07/2007 – Agamenon). Intertextualidade com a frase “Quem ri por último ri melhor”. Agamenon, criticando, de forma irônica, a situação do senador Joaquim Roriz, envolvido em escândalo de corrupção: “Com medo de que sua fama de corrupto pudesse prejudicar sua imagem de trambiqueiro, o senador Joaquim Horrorível (neologismo) renunciou ao cargo e ainda disse: ‘Eu cargo para a opinião pública’”.
  99. 99. “O juiz julga por aquilo que houve e não por aquilo que ouve”. – jogo com palavras homônimas. “Bonita tonalidade cadavérica”. (do texto “A vontade do falecido”) – emprego de adjetivação fora do comum para significar muito branco, cor de defunto.
  100. 100. Atividades XVI, XVII, XVIII, XIX, XX, XXI
  101. 101. “O estilo é a arte de dizer o máximo com o mínimo de palavras” (Jean Cocteau).

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