O documento discute a necessidade de mudanças para um estilo de vida mais sustentável e igualitário. A mudança não é fácil e tem diferentes significados para pessoas em situações socioeconômicas distintas. Investimentos em fontes renováveis de energia podem gerar benefícios econômicos e ambientais.
2. Suicídio coletivo
Vilmar Demaman
ou mudança?
“Estamos diante não é a mesma para todo mundo. Enquanto
O
de uma verda- nde alguns vêem problemas para uns mudar vai significar consumir
deira emergência outros vêem solução. Enquanto menos, rever hábitos desperdiçadores, mo-
planetária. A crise uns compram lenço para chorar dificar sistemas concentradores de renda e
os prejuízos anunciados com as mudanças produtores de miséria, para outros, milhões
climática não é um
climáticas, outros se preparam para vender de excluídos, que vivem na pobreza e nem
assunto político. É lenços e também tecnologias e conhecimentos sempre têm o que comer no dia seguinte,
um desafio moral e para uma sociedade de baixo ou nenhum mudar vai significar consumir mais. Para
espiritual para toda carbono. essas pessoas é até crueldade falar sobre a
a humanidade.” A mudança entre um estilo de vida que importância e necessidade de preservação da
Al Gore, ex-vice- não se importa com o meio ambiente ou biodiversidade, da mata atlântica, das baleias,
presidente dos com a miséria e outro que se importa tem se do mico-leão-dourado, sem também oferecer
Estados Unidos, tornado cada vez mais visível por qualquer possibilidades e alternativas econômicas
um dos vencedores indicador que se adote. Para se ter uma idéia sustentáveis para que saiam da situação de
do Prêmio Nobel da mudança, por volta da década de 70 a miséria em que se encontram.
da Paz de 2007 poluição era percebida como positiva, um Então, se no século passado a ênfase da
sinônimo de progresso. Na década seguinte, mudança estava mais em seus aspectos am-
o negócio passou a ser reduzir a poluição e bientais, hoje, a ênfase é na sustentabilidade,
mais ou menos uma década depois a busca uma idéia que associa o ambiental ao social
pela poluição zero. Poluição passou a ser e ao econômico e que vai além do presente,
sinônimo de desperdício, prejuízo financeiro projetando nossas preocupações para o
com multas e embargos, etc. Na entrada do campo da ética e futuro, por que cada vez
* Vilmar é escritor e jornalista am- século 21, a mudança evoluiu para a busca fica mais claro que não recebermos o planeta
biental, é fundador da REBIA – Rede de tecnologias limpas e conhecimentos de herança de nossos pais, mas o estamos
Brasileira de Informação Ambiental e capazes de reparar os danos e ainda ganhar tomando de empréstimo de nossos filhos e
editor da Revista do Meio Ambiente dinheiro com isso. netos, como bem disse Henry Brown.
e do www.portaldomeioambiente. O desafio agora é aumentar a velocidade Um aspecto da mudança que nos dá es-
org.br Em 1999, ganhou o Prêmio dessa mudança por que, segundo os cientis- perança é que ela não se dá por acaso muito
Global 500 da ONU para o Meio tas, corremos o risco de, a partir de 2050, menos é obra ou depende de algum ‘salvador
Ambiente e em 2003 o Prêmio passarmos do ponto de retorno, quando da pátria’, mas resulta do esforço coletivo
Verde das Américas começará o colapso do Planeta. Exagero ou e continuado de uma verdadeira ‘confraria
não, a prudência requer pre- de amigos do planeta’ que cresce a cada dia
caução de nossa parte, por e que, de forma incansável e muitas vezes
que não dá para adotar a ao preço de perder a própria vida, como
suicida atitude de esperar o Chico Mendes, não se deixou – e não
para ver. se deixa - abater diante da enormidade ou
Entretanto, mudar não urgência da tarefa, por que em vez de tentar
é fácil! E uma das carac- encontrar desculpas para não fazer nada,
terísticas da mudança encontrou um jeito de continuar lutando
que a tornam mais por este mundo melhor, que é possível, mas
desafiadoras é que ela que começa aqui, agora, em nós.
2 REVISTA ECOLÓGICA – Dezembro 2008
3. SUMÁRI
8 11 15 18
6 [ARTIGO]
Construção Verde
Edição 1 - Ano I
Dezembro de 2008
Publicação Mensal da
[ENERGIA LIMPA] QI - Empresarial Consultoria e Serviços Ltda
Fontes renováveis podem gerar 50% CNPJ: 02.375.616/0001-72
8
Fone: (62) 3622-8074
da eletricidade mundial Rua M3A, Q. 27, L. 22 – P. Laranjeiras
Berlim (Alemanha) e São Paulo (SP) — Segundo estudo lançado pelo Greenpeace, 74855-560 Goiânia-GO
investimentos em fontes limpas podem resultar em indústria com faturamento www.revistaecologica.net
contato@revistaecologica.net
de US$ 360 bi/ano.
10 [ P R Ê M I O A M B I E N TA L ]
CREA-GO: Iniciativas ambientais são premiadas
EXPEDIENTE
DIRETOR COMERCIAL
Bosco Carvalho
[MEIO AMBIENTE] EDITORA
11 Reduções no efeito estufa Izabela Carvalho
Documento entregue ao Ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, considera o MTBDRT-GO 1058
Plano Nacional de Mudanças Climáticas do governo insuficiente para atender a
DIRETOR DE ARTE
urgência de redução de emissões de gases que causam o aquecimento global. Carlos Nascimento
DIRETORA INTERNACIONAL
15 [CONSTRUÇÃO]
Casas que mantêm o calor do lado de fora!
Elke Seiwert Carvalho
COLABORADORA
Antonia de Castro
18 [MERCADO DE TRABALHO]
Empregos verdes. Será?
4. [ C A R T A P A R A O L E I T O R ]
Palavra do diretor
Bosco Carvalho
Nunca fui um ativista ambiental, o processo de coleta seletiva. E como minha irmã Izabela, primeira jornalista
nem mesmo um eco-chato. Mas as empresas se tornaram milionárias goiana, que é também perita ambiental
quando tinha uns 14 (hoje tenho 56), reciclando. e do apoio no lado internacional, por
dizia para meus tios fazendeiros, que Hoje, depois de quase 4 anos de parte de minha companheira, a Elke.
se secar os brejos e derrubar as matas volta ao Brasil, edito desta revista. Irei Ela que aos 13 anos já questionava, na
ciliares, não era bom. Eles riam de apresentar exemplos de atos ecológicos Alemanha, a energia atômica, dão-me
mim. O fio d’água que corria numa de sucesso. E até de como geri-los a força e a coragem de iniciar novos
parte da fazenda, hoje só existe como com vantagens para todos. Não só as projetos, com uma idade na qual,
lembrança... Felizmente já entende- ligadas ao capital…Escolhi o caminho muitos e muitas já se aposentaram
ram que é preciso fazer mais que só do exemplo, pois vejo que é possível ou estão a caminho...Sim, nós po-
destruir menos. motivar mais que só com críticas. A deremos salvar o planeta do colapso
Em 84, decepcionado com o crítica dura e inconseqüente, só divide total, se agirmos todos nesta direção e
Brasil, resolvi sair daqui. Passei pela mais o que já está separado. principalmente se superarmos nossos
Suíça, Alemanha, Inglaterra, Índia e O sucesso de minhas inciativas, limites pessoais.
USA. Em março de 1985, fixei-me na divido com o time. Com o Carlos,
Alemanha. Lá, vi como introduziram que cuida do visual da revista. Com Bosco Carvalho
4 REVISTA ECOLÓGICA – Dezembro 2008
5.
6. [ A R T I G O ]
Construção verde
U
m grupo formado por
quatro pesquisadores do
Instituto Nacional de
Pesquisas da Amazônia (INPA),
em Manaus, desenvolveu
um tijolo para a construção
civil que utiliza resíduos de
espécies frutíferas da maior
floresta tropical do mundo
como matéria-prima, algo bem
diferente dos produtos convencio-
nais feitos de argila.
A novidade, que levou oito
meses para ser concluída e está
em processo de patenteamento, é
confeccionada com o ouriço e com a
casca da castanha-do-pará (Ber-
tholletia excelsa) e com fragmentos
vegetais do tucumã (Astrocaryum
aculeatum), palmeira que chega a
medir 20 metros de altura.
O projeto de desenvolvimen-
to do tijolo ficou com a segunda
colocação na categoria “Econômica
– Tecnológica” do prêmio Professor
Samuel Benchimol 2008, concedido
pelo Ministério do Desenvolvimen-
to, Indústria e Comércio Exterior a
iniciativas que visam ao desenvolvi-
mento sustentável da Amazônia.
De acordo com o idealizador do
produto, Jadir Rocha, pesquisador
titular da Coordenação de Pesquisa
em Produtos Florestais do INPA,
os componentes vegetais são tri-
turados e aglutinados com resinas prensagem em altas temperaturas.
fenólicas, obtidas pela reação de “Além das matérias-primas serem vegetais e, por
condensação e polimerização entre isso, poderem ser recicladas após o uso em constru-
um fenol e um aldeído (compos- ções, outra novidade é que o tijolo se mostrou excelen-
tos químicos orgânicos), para em te isolante térmico. Ele tem um sistema de encaixe tipo
seguida passar por um processo de macho-fêmea, sem precisar de massa ou cimento, o que
6 REVISTA ECOLÓGICA – Dezembro 2008
7. [ A R T I G O ]
cionais”, afirmou. Participaram do tou.
trabalho as pesquisadoras Cynthia Uma das justificativas para o
Pontes, Tereza Bessa e Vânia Lima, desenvolvimento do projeto foi a
do Laboratório de Engenharia grande disponibilidade de maté-
da Madeira do Inpa. ria-prima na região amazônica. De
Rocha conta que o acordo com o Instituto Brasileiro
tijolo, que ainda passará de Geografia e Estatística (IBGE),
por novos estudos antes são produzidas anualmente mais de
de chegar ao mercado, 30 toneladas de castanha-do-brasil
poderá ser utilizado em no Norte do país. Estima-se que se-
qualquer tipo de edi- jam gerados pelo menos duas vezes
ficação até quatro andares. mais resíduos, que normalmente
Segundo ele, é possível construir são jogados no lixo após a colheita
uma casa popular de cerca de 40 do fruto.
metros quadrados, por exem- “Ser agraciado com o prêmio
plo, com aproximadamente 5 Professor Samuel Benchimol é
mil tijolos. extremamente gratificante, pois se
“O desenvolvimento do tijolo traduz no reconhecimento dessa
foi motivado pela necessidade de proposta para o desenvolvimento
pesquisas voltadas para o aproveita- sustentável da floresta amazônica”,
mento e a valorização da potencia- disse Rocha, ressaltando que a
lidade da biodiversidade vegetal da tecnologia do tijolo vai ao encontro
Amazônia. É importante diminuir dos planos de governo e prioridades
a pressão sobre os estoques de de políticas públicas da região por
espécies arbóreas economicamente se enquadrar nos objetivos do Plano
desejáveis, que vêm sendo reduzidas Amazônia Sustentável (PAS), do
drasticamente na natureza”, ressal- Ministério do Meio Ambiente.
facilita e reduz o tempo de construção das paredes e
divisórias”, disse Rocha à Agência FAPESP.
“Os resultados dos testes em laboratório foram
bastante satisfatórios. As matérias-primas utilizadas
na sua confecção são de alta durabilidade, conferindo
resistência mecânica semelhante à dos tijolos conven-
Dezembro 2008 – REVISTA ECOLÓGICA 7
8. [ E N E R G I A L I M P A ]
Fontes renováveis M
etade da eletricidade con-
sumida no mundo poderia
ser gerada por fontes reno-
podem gerar 50% da váveis, diz a segunda edição do estudo
[R]evolução Energética: Perspectivas
para uma Energia Global Sustentável,
eletricidade mundial lançado na Alemanha. Veja no http://
www.greenpeace.org/raw/content/
brasil/documentos/energia/sumario-
executivo-r-evolu-o.pdf.
Berlim (Alemanha) e São Paulo (SP) — Segundo estudo Atualmente, apenas 13% da demanda
lançado pelo Greenpeace, investimentos em fontes mundial de energia primária é suprida
limpas podem resultar em indústria com faturamento pelas renováveis. De acordo com a
pesquisa elaborada pelo Centro Aero-
de US$ 360 bi/ano.
espacial da Alemanha, por encomenda
do Greenpeace e da Comissão Européia
de Energia Renovável (EREC, na sigla
em inglês), investimentos agressivos
em renováveis poderiam resultar em
uma indústria com faturamento de
US$ 360 bilhões anuais.
Para ler o relatório na íntegra, em
inglês, um arquivo pdf com 212 páginas
acesse o http://www.greenpeace.org/
raw/content/international/press/re-
ports/energyrevolutionreport.pdf
Dentro do cenário traçado, as
termelétricas fósseis desapareceriam,
o que geraria uma economia de US$
18 trilhões na compra de combustíveis
fósseis - valor mais que suficiente para
financiar o aumento das renováveis na
matriz energética mundial.
A adoção de fontes alternativas de
energia é fundamental para combater
as mudanças climáticas, que já estão
alterando ecossistemas e provocando
cerca de 150 mil mortes por ano. Um
aquecimento global médio de 2°C
ameaçará milhões de pessoas com o
aumento de fome, malária, inunda-
ções e escassez de água. O principal
gás responsável pelo efeito estufa é o
dióxido de carbono (CO²), produ-
zido pela queima de combustíveis
Energia de graça e em fartura para
a humanidade, gerada pelos ventos
8 REVISTA ECOLÓGICA – Dezembro 2008
9. [ E N E R G I A L I M P A ]
fósseis para a geração de eletricidade dois dígitos até 2050, e ultrapassar o tamanho da atual
Usinas e transporte. indústria de combustíveis fósseis. Hoje, o mercado de
nucleares ainda O cenário [R]evolução Energética energia renovável movimenta US$ 70 bilhões e dobra de
muito usadas tem como meta para 2050 a redução de tamanho a cada três anos”, avalia Oliver Schäfer, diretor
na europa, 50% das emissões mundiais de CO², de Política da EREC.
como fonte de em relação aos níveis de 1990, a fim “A indústria de renováveis está pronta para respon-
energia, mas de manter o aumento da temperatura der à necessidade de fazer da revolução energética uma
um perigo real, global abaixo de 2°C. A eficiência realidade. O que impede uma reestruturação do setor
a longo prazo, energética tem o papel principal na energético mundial é a falta de vontade política”, com-
para o meio redução destas emissões. O estudo pleta Schafer.
ambiente considera a adoção de padrões rígidos “A proposta do cenário [R]evolução energética pode
de eficiência, essenciais para a redução ser perfeitamente aplicada nacionalmente. O potencial de
da demanda energética e também energias renováveis como eólica, solar e cogeração a bio-
para a redução dos custos energéticos massa é extremamente alto e a implantação destas energias
globais. Esta redução pode ser obtida vai reduzir a construção de mais termelétricas fósseis no
em indústrias, residências e nos setores futuro”, diz Ricardo Baitelo, coordenador da campanha
comercial e público. de energias renováveis do Greenpeace no Brasil.
Empregos – No contexto da atual “A intensificação de programas de eficiência energética
instabilidade econômica, outro benefício e a redução dos gastos com combustíveis fósseis serão
do uso de renováveis é a geração de tão positivos para o meio ambiente quanto para a nossa
postos de trabalho, muito maior que economia, haja visto o aumento das tarifas de eletricidade
nos mecanismos de geração a partir por conta da operação excessiva das termelétricas neste
de fontes fósseis. ano”, diz Baitelo.
“O mercado global de energia
renovável pode crescer a taxas de
Dezembro 2008 – REVISTA ECOLÓGICA 9
10. [ P R Ê M I O A M B I E N T A L ]
CREA-GO: Iniciativas
ambientais são reconhecidas
do CREA-GO, engenheiro Agrônomo Francisco de
P
rojetos de soluções ambientais de aplicabilidade Almeida.
recebem o reconhecimento do Conselho Regio- Em 2008, as modalidades abrangidas pelo prêmio
nal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia foram: Urbanismo (1 prêmio); Educação Ambiental
do Estado de Goiás (CREA-GO) por meio do Prêmio (1 prêmio); Geologia e Minas (1 prêmio); Saneamento
CREA Goiás de Meio Ambiente 2008. Ao todo, são (1 prêmio); Produção Limpa (1 prêmio); Produção
10 premiações e uma menção honrosa. Os vencedores Agronômica (1 prêmio); Meio Ambiente Rural (1
recebem um certificado e uma estatueta em forma de prêmio); e Imprensa (1 prêmio para meios impressos,
seriema. 1 prêmio para rádio, e 1 prêmio para televisão). Além
O CREA-GO recebeu número recorde de projeto disso, também foi concedida uma “Menção Honrosa” a
inscritos, 93 inscrições e finalizou o julgamento dos in- um projeto de destaque inscrito no prêmio. O prêmio
dicados à sétima edição do prêmio dia 4 de novembro. será outorgado apenas ao primeiro colocado de cada
Desde a primeira edição do prêmio, em 2001, foram categoria.
inscritos 453 projetos/programas, dos quais 64 foram A estatueta em forma de seriema de autoria do
premiados e 14 receberam menção honrosa. artesão goiano Hélio Rodrigues de Miranda, elaborada
O Prêmio CREA Goiás homenageia, de forma com a utilização de resina acrílica, na cor bronze dou-
diferenciada, profissionais, personalidades, entidades rado, com base em granito. Ave típica da região central
de classe, instituições de ensino, municípios, pessoas do Brasil, conhecida popularmente como “siriema”, é o
jurídicas, propriedades rurais e programas que venham símbolo do Prêmio CREA Goiás de Meio Ambiente.
ou tenham contribuído por suas posições, ações e pro- Foi escolhida por representar a resistência e a força
jetos, na luta pela preservação, defesa ou conservação da natureza. A seriema consegue sobreviver tanto no
do meio ambiente no Estado de Goiás. cerrado virgem, quanto nas regiões mais desenvolvidas,
“Acredito que o principal legado deste prêmio é o como a região sudoeste do Estado. O nome científi-
aval do CREA-GO a estes trabalhos desenvolvidos co da seriema é Cariama cristata. Ela se alimenta de
por pessoas abnegadas, em compartilhar as soluções gafanhotos, artrópodes, cobras e animais de
dos problemas oriundos do descuido da sociedade na pequeno porte. Também pode se alimentar
preservação do meio ambiente. É importante ressaltar de sementes e frutas. A seriema possui uma
ainda que os projetos premiados têm uma aplicabili- espécie de crista em cima do bico e é uma
dade expressiva dentro do nosso Estado e servem de das raras aves que tem pestana.
modelo para que se consiga consolidar políticas de
sustentabilidade ambiental”, acrescenta o presidente
10 REVISTA ECOLÓGICA – Dezembro 2008
11. [ M E I O A M B I E N T E ]
Reduções no
efeito Estufa
Documento entregue ao Ministro do
Meio Ambiente, Carlos Minc, considera o
Plano Nacional de Mudanças Climáticas
do governo insuficiente para atender a
urgência de redução de emissões de gases
que causam o aquecimento global.
Dezembro 2008 – REVISTA ECOLÓGICA 11
12. [ M E I O A M B I E N T E ]
D
ocumento entregue ao Ministro
do Meio Ambiente, Carlos
Minc, considera o Plano
Nacional de Mudanças Climáticas
do governo insuficiente para atender
a urgência de redução de emissões
de gases que causam o aquecimento
global. Pede ainda que seja elaborado
um novo plano.
As principais organizações da
sociedade civil ligadas ao tema das
mudanças climáticas entregam, ao
ministro do Meio Ambiente, Carlos
Minc, um “manifesto” exigindo que o
país assuma posição firme e imediata
em prol da fixação de metas de redução
de emissões de gases de efeito estufa
(GEE), que devem ser quantificáveis,
reportáveis e verificáveis. A iniciativa
deve constar do Plano Nacional de
Mudanças Climáticas a ser alinhavado
pelo Executivo, da Política Nacional de
Mudanças Climáticas (em elaboração
no Congresso Nacional) e da posição definitivo do Plano. A expectativa da sociedade é que a lei
brasileira nas tratativas para fixação represente um avanço significativo do compromisso da
de compromissos internacionais nas sociedade brasileira no combate ao aquecimento global,
próximas Conferências das Partes. reafirmando a liderança brasileira no tema nas negociações
A definição de metas segundo os internacionais e no plano interno do país.
signatários do manifesto proporciona Demandam ainda que o governo federal dê mais prazo
oportunidade para a criação de soluções para que a sociedade possa apresentar suas propostas e
tecnológicas inovadoras, garantindo a participar de modo efetivo da consulta pública ao Plano
médio e longo prazo a competitividade Nacional de Mudanças Climáticas. Com apenas 30 dias
da economia brasileira. O manifesto para a manifestação da sociedade, a consulta pública se
também considera que a formulação encerra esta semana. A falta de tempo para uma discussão
de um Plano sem um marco legal mais profunda por parte da sociedade desagradou os
inovador e criador de instrumentos ambientalistas, que consideram o prazo exíguo dado pelo
jurídicos é insuficiente. As ONGs governo “incompatível com um trabalho sério e conseqüente
Poluição em
reafirmam a necessidade da aprovação para a construção de uma matéria de tal magnitude, de
SP, já mata
urgente da Lei de Política Nacional de alto impacto socioeconômico e ambiental”.
mais que
Mudanças Climáticas no Congresso No documento, eles repudiam a hipótese de que o
outras doenças
Nacional, antes de se fixar o conteúdo Plano governamental, da maneira como foi elaborado,
‘modernas’.
12 REVISTA ECOLÓGICA – Dezembro 2008
13. [ M E I O A M B I E N T E ]
seja levado à próxima Conferência
das Partes da Convenção do Clima no
mês em Dezembro na Polônia devido
à sua “incompletude, falta de consulta
pública adequada e ausência de metas de
redução das emissões de gases de efeito
estufa”. Essas são algumas das críticas
das ONGs que assinam o manifesto,
entre elas: Instituto Socioambiental
(ISA), Conservation International
(CI), Fundação O Boticário, Governos
Locais pela Sustentabilidade (ICLEI),
Greenpeace, Instituto de Pesquisas
da Amazônia (IPAM), SOS Mata
Atlântica, Instituto Internacional de
Educação do Brasil - IEB, Sociedade de
Pesquisa em Vida Selvagem - SPVS, The
Nature Conservancy (TNC), Instituto
Bioatlântica (IBIO). O manifesto foi
articulado pelo Observatório do Clima
(http://www.oc.org.br).
Manifesto por outro Plano Nacional
de Mudanças Climáticas as entidades
signatárias do presente documento
vêm a público afirmar que o país deve
assumir posição firme e imediata em
prol da fixação de metas de redução de
emissões de gases de efeito estufa, que
devem ser quantificáveis, reportáveis
e verificáveis. Tais iniciativas devem
constar da Política e do Plano Na-
cional de Mudanças Climáticas e dos
compromissos internacionais a serem
fixados nas próximas Conferências das
Partes. A definição de metas proporciona
oportunidade de soluções tecnológicas
inovadoras, garantindo a médio e longo
prazo a competitividade da economia
brasileira.
O Plano não apresenta “adicionalidade” e
representa apenas um bom levantamento
das iniciativas em curso. Revela graves
deficiências, tais como:
ausência de avanços sobre as principais
fontes de emissões brasileiras, a mudança
do uso do solo e desmatamento;
omissão quanto ao papel dos estados
e municípios;
não estabelecimento de medidas espe-
cíficas para biomas não-amazônicos;
Dezembro 2008 – REVISTA ECOLÓGICA 13
14. [ M E I O A M B I E N T E ]
absoluta falta de prazos e alocação represente um avanço significativo do do Clima, dada sua incompletude,
de recursos para medidas prioritárias compromisso da sociedade brasileira falta de consulta pública adequada,
no bioma amazônico, tais como re- no combate ao aquecimento global, e ausência de metas de redução das
gularização fundiária, implantação reafirmando a liderança brasileira no emissões de gases de efeito estufa.
das Unidades de Conservação e tema nas negociações internacionais Assinam: Instituto Socioambiental
iniciativas que inibam a impunidade e no plano interno do país. (ISA), Conservation International
dos desmatadores; Considera-se o prazo exíguo (CI), Fundação O Boticário, ICLEI
inclusão indevida da expansão dado pelo governo para comentários Governos Locais pela Sustentabilidade,
da energia nuclear; e contribuições ao Plano Nacional de Greenpeace, Instituto de Pesquisas
ausência de propostas de melhoria Mudanças Climáticas incompatível da Amazônia (IPAM), SOS Mata
dos programas existentes para energias com um trabalho sério econseqüente Atlântica, Instituto Internacional de
renováveis e de mecanismos efetivos para a construção de uma matéria de Educação do Brasil (IEB), Sociedade de
para ampliação da base tecnológica de tal magnitude, de alto impacto socioe- Pesquisa em Vida Selvagem (SPVS),
geração desse tipo de energia; conômico e ambiental. Espera-se que o The Nature Conservancy (TNC), Ins-
indefinição de um plano para governo não apresente o referido Plano tituto Bioatlântica - IBIO. O manifesto
geração descentralizada de energia como definitivo, antes de ampliar a foi articulado pelo Observatório do
elétrica; consulta à sociedade brasileira. Clima (http://www.oc.org.br).
negligência da importância dos Repudia-se também a hipótese de
oceanos como maiores sumidouros apresentação do documento na próxima
do planeta; Conferência das Partes da Convenção
inexistência de previsões sobre
transporte sustentável, de modo a
melhorar o transporte público nas
cidades brasileiras, desestimular o
transporte individual e reduzir emissões
provenientes do setor;
falta de instrumentos econômicos
e financeiros suficientes e significativos
para viabilização da implementação
do Plano;
abordagem insuficiente de
questões relativas a resíduos sólidos
e saneamento;
negligência quanto aos impac-
tos na saúde e ausência de medidas
preventivas e ações práticas;
não inclusão do mapeamento de
vulnerabilidades como instrumento
para medidas de adaptação;
falta de salvaguardas socioambientais
para produção de biocombustíveis.
Esses fatores, entre outras deficiên-
cias, revelam que a formulação de um
Plano sem um marco legal inovador
e criador de instrumentos jurídicos é
insuficiente. Registra-se, portanto, a
necessidade da aprovação urgente da
Lei de Política Nacional de Mudanças
Climáticas no Congresso Nacional, que
14 REVISTA ECOLÓGICA – Dezembro 2008
15. [ C O N S T R U Ç Ã O ]
Casas que mantêm
o calor do lado de fora!
A tecnologia simplifica na hora de assim não traz os vícios do sistema
A
o longo da trajetória humana construir, explica Maurício. As placas tradicional. A mão de obra é reduzida:
sobre a Terra, os homens de EPS são revestidas por estruturas um mestre de obras para garantir prumo,
sempre buscam inovações de micro concreto armado (em treliças alinhamento e esquadro e pedreiros
e alternativas que lhes ofereça mais de aço). Isto dispensa o uso de vigas e para desempenar paredes.
segurança e conforto nas construções. pilares na obra. Na obra que utiliza a Maurício salienta que as paredes
Neste quesito, a preocupação com a tecnologia, desperdício de materiais do sistema são aliadas na economia de
qualidade e rapidez, além de evitar é coisa do passado. energia. “Elas mantêm a temperatura
o desperdício, tem sido cada vez Segundo o engenheiro, os painéis do ambiente. Isto dispensa o uso de
maior. A HI-TECH, do segmento possuem 1,20 m de largura básica, refrigeração. “Isto é possível graças à
da construção civil, fundada há doze sendo múltiplo de 5 cm, tanto na alta performance térmica do EPS,
anos em São Paulo, agora no mercado largura quanto na altura, o que dá total reforçado com aço e argamassa, o
de Goiânia, oferece uma tecnologia, liberdade de aplicação ao arquiteto. que dá ao projeto uma possibilidade
há décadas utilizado nos Estados Após serem ‘costurados’, os painéis de manutenção do clima interno,
Unidos e Europa, capaz de atender recebem a aplicação de argamassa de economizando energia elétrica.
às necessidades mais exigentes. cimento/areia. Antes disto é feita a O engenheiro garante ainda que
O engenheiro e diretor da HI- colocação dos dutos rígidos ou flexíveis não existe nenhuma restrição na
TECH, Maurício Valério Silveira, de hidráulica e elétrica. O momento de construção da casa com o uso de EPS,
explica que é um processo simples, a passar a fiação e tubulação é quando conhecido comercialmente com Isopor.
partir da utilização de painéis, feitos a casa já está levantada. As paredes e o chão podem receber
sob medida, que atendem a qualquer As placas chegam ao canteiro de todo o tipo de acabamento. Já as vigas
tipo de projeto arquitetônico. obras seguindo o projeto previamente e pilares de concreto são dispensáveis
elaborado. O sistema é vantajoso do nesse tipo de construção, a não ser
início ao fim, já que durante a montagem em locais onde os vãos de janelas,
das placas, não é necessário principalmente salas com vista para
contratar pedreiro espe- o exterior, com vãos grandes e cargas
cializado. O engenheiro elevadas. “Os painéis da HI-TECH
afirma que quanto são totalmente integráveis com as
menos souber de mais diversas estruturas ou formas
construção civil, estruturais, sejam elas metálicas, em
melhor, pois concreto ou de madeira.”
Outro ponto a favor é que a parede
Dezembro 2008 – REVISTA ECOLÓGICA 15
16. [ C O N S T R U Ç Ã O ]
detém rigidez
suficiente para
sustentar-se. É
A casa auto-portante até 7 m de
ilustrada altura, para uma carga de até
abaixo foi 30 T/ml.
montada em Este sistema norte-americano de
24hs argamassa armada cria uma continuidade entre as
paredes estruturais, internas ou externas. A tecnologia
também pode ser empregada como piso de ambientes
ou laje de cobertura, o que cria um bloco monolítico de
painéis estruturais.
A tecnologia foi desenvolvida a partir de uma tecno-
logia norte-americana, que teve como principal preocu-
pação, evitar mortes em caso de terremotos, furacões ou
tornados nos EUA.
Economia – Um ponto interessante desta tecnologia é o
fato de ser uma construção limpa, rápida, de mão-de-obra
reduzida e ser econômica, se for levada em consideração
a ausência da parte estrutural, que em média custa de 20
a 30% do valor da obra.
Maurício explica que, o custo final da obra é variável,
uma vez que cada construção tem o seu acabamento
previamente definido. Também, em cada região há va-
lores e condições específicas de logística e mão-de- obra
variado. Além de que o preço por m² de área construída
é indefinido.
A título de comparação o engenheiro diz que um
construtor cobra em média, R$ 1.300 pelo m² de uma
construção tradicional. Já, se a mesma for pelo sistema
de argamassa armada, o valor cobrado pelo empreiteiro
é em média R$ 1.000 o m².
O preço da parede de alvenaria convencional pronta,
incluindo o material e a mão-de-obra, sai entre R$ 45 e
R$ 60 o m². Já a feita com isopor custa em torno de R$
100 o m². De acordo com o engenheiro a utilização dos
painéis HI-TECH podem gerar uma economia de 40%
na etapa estrutural.
Maurício salienta que quanto menor a casa, e se for
térrea, menor será a economia unitária. Outro fator de
redução de custo é a quantidade, ou seja, quem fizer
300 casas populares, por exemplo, utilizando a mesma
logística pode conseguir um ganho maior. O engenheiro
afirma que em construções individuais, acima de 100 m²
AC, a economia é evidente, pela eliminação da fundação,
madeiramento, mão de obra especializada de carpinteiro
e armador. Segundo ele, a redução do tempo de execução
da obra, do número de pessoal e a alta produtividade são
os grandes aliados dos painéis.
Resistência – O engenheiro garante que as casas com
painéis HI-TECH são seguras e têm estrutura igual ou
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17. [ C O N S T R U Ç Ã O ]
até superior as tradicionais. “Imagine diferenciada e mais barata do que a
uma mesa com 4 pernas e a tampa convencional, a maioria das pessoas
da mesa. Se uma perna quebra, você
perde a mesa e o estrago do que está
que optou por este tipo de construção
pertence às classes A e B. A empresa
Acordo internacional
em cima dela é enorme. Agora, numa assina construções nos estados de São O Brazilian-European Center for Sus-
caixa de papelão, você pode recortar, Paulo, Rio de Janeiro e Paraná. tainability (BECS) e a Revista ECOLÓGICA,
colocar de cabeça pra baixo, portas, Em geral, quem opta pelo sistema através da QI-Empresarial Consultoria e
janelas e até um dos cantos. Ela não está de olho na limpeza da obra que, Serviços Ltda., firmaram um acordo de
cooperação e apoio mútuos.
cai. Pode até amassar e deformar, em média, tem redução de 15%. Outro A Dra. Heike Bradl, co-fundadora do
mas não cai.” item fundamental é a rapidez. Este BECS firmou no início desta semana, um
Segundo Maurício, os painéis HI- pode fazer a duração da obra cair pela acordo com nossa revista, representada
TECH resistem a mais de 40 T/ml metade, já que o material é leve e de pelo Diretor Operacional, publicitário José
Bosco dalla Pietà Carvalho Seiwert, que
(toneladas por metro linear). “É uma fácil manuseio. possibilita a troca de informações cien-
resistência que permite uma edifica- O sistema HI-TECH é financiável tíficas e de transferência de tecnologia,
ção de mais de 5 andares, podendo pela CAIXA Econômica Federal. Possui pesquisa e apoio logístico para assuntos
chegar a mais andares aumentando patente no INPI e todos os testes de voltados à sustentabilidade, redução,
a resistência da argamassa a ser uti- compressão, resistência ao fogo e ao reutilização e reciclagem de resíduos e
temas correlatos.
lizada”, afirma. choque de corpo mole e duro, acústica, Heike já esteve várias vezes no Brasil,
Há ainda resistência a novidades estanqueidade, segurança estrutural, principalmente em Goiânia. Aprendeu com
quando o assunto é a casa própria. avaliação de durabilidade, avaliação extrema facilidade e rapidez nosso idioma
E, embora seja uma construção de pós-ocupação, foram realizados no e estará entre nós por uns meses, a partir
de fevereiro próximo. Ela é doutora em
Instituto de Pesquisas Tecnológicas mecânica de solos, geóloga especializada em
da Universidade de São Paulo (IPT meio ambiente. Dirigiu inúmeros projetos de
Onde encontrar: Telefone: da USP) e pelo Laboratório de Ma- saneamento ambiental na Bilfinger Berger
(62) 3282-8172 teriais de Construção Civil (LMCC) Bau AG Mannheim. Leciona atualmente
QI Empresarial (62) 8143-9358 da Universidade de Santa Maria no no Campus Birkenfeld de Meio Ambiente
(Universidade de Trier).
www.qiempresarial.com Rio Grande do Sul.
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18. [ M E R C A D O D E T R A B A L H O ]
Empregos verdes.
Será?
empregos, distribui melhor a renda e sustentável e com baixas emissões de
Peter Poschen, principal conselheiro gera demanda. carbono”, gerido pela OIT foi elaborado
para o desenvolvimento sustentável da “Dinheiro injetado na mão do por Poschen e sua equipe.
Organização Internacional do Trabalho consumidor só cobre créditos ante- A situação no Brasil é mista: lidera
(OIT) disse há alguns dias atrás, que riores. Não garante a geração de novas em áreas como biocombustíveis e reci-
apesar da Alemanha ter dito que os demandas. E o risco de concentração clagem, apesar da falta de políticas claras
países da União Européia deveriam cresce”, explica Poschen. que gerem empregos nas construções
diminuir as ações de redução de CO² Afirma que os USA já possuem que reduzem o consumo de energia,
diante da crise mundial. Poschen no projetos para gerar empregos verdes. ou na preservação da Amazônia. Estas
entanto diz que a crise é, de fato, uma US$ 100 bilhões de investimentos irão áreas trazem, com segurança, lucro”,
oportunidade para que as políticas gerar 2 mihões de novas ocupações. diz Poschen.
ambientais se desenvolvam, com a “O Brasil já tem cerca de 1 milhão Ele vai além: “o Brasil poderia
criação de “empregos verdes” (aqueles de “empregos verdes”, divididos entre economizar energia suficiente para
exercidos em atividades ambientalmente a reciclagem e a produção de biocom- alimentar uma cidade quase do tamanho
sustentáveis). bustíveis”, acrescenta Poschen. Mas diz de Goiânia se a reciclagem do alumí-
A crise de 1929 exigiu ações do também, que o país precisa investir nio aumentasse. Hidrelétricas geram
governo para resolver os problemas na criação de “empregos verdes”, para empregos só durante a construção e
econômicos que resultaram em obras economizar energia. lavouras de cana-de-açúcar mecanizam
para alavancar o desenvolvimento O relatório “Empregos Verdes: cada vez mais o corte”, finaliza.
dos USA e outros países logo em Trabalho decente em um mundo
seguida a ela.
Poschen diz que o que governo
fizer em função da crise resultará
em uma chance de “repensar a
infra-estrutura no século 21”.
“É mais uma questão de cálcu-
los que de consciência ambiental.
Inconsciência energética só dá
prejuízo”, disse ele. Quando um
país investe em economia na cons-
trução civil, por exemplo, aposta
numa tecnologia que irá dar lucro
em poucos meses, pois um prédio
que consome menos energia é
mais barato de se manter.
Poschen estimula os países
a investir em áreas que gerem
“empregos verdes” – ocupações
voltadas a frear o aquecimento da
Terra: como reciclar e produzir
biomassa. Uma atitude assim gera
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