Relatório de aulas práticas de análise experimental do comportamento
1. UNIÃO METROPOLITANA DE EDUCAÇÃO
THAIALA SANTOS CARVALHO
YASMIN BEHRMANN PEREIRA
RELATÓRIO DE AULAS PRÁTICAS DE ANÁLISE EXPERIMENTAL DO
COMPORTAMENTO
ITABUNA – BA
2012
2. 2
THAIALA SANTOS CARVALHO
YASMIN BEHRMANN PEREIRA
RELATÓRIO DE AULAS PRÁTICAS DE ANÁLISE EXPERIMENTAL DO
COMPORTAMENTO
Trabalho apresentado à disciplina
de Análise Experimental do
Comportamento, turma do III
semestre do curso de Psicologia,
turno noturno, como crédito
parcial do segundo bimestre.
Orientadora:
Souza.
ITABUNA – BA
2012
ProfªMs.
Kellen
4. 4
1) INTRODUÇÃO
O behaviorismo de Skinner dedica-se ao estudo das respostas. O mesmo se
preocupava em descrever e não em explicar o comportamento. A sua pesquisa
tratava apenas do comportamento observável, pois acreditava que a tarefa da
investigação científica era estabelecer as relações funcionais entre as condições
de estímulo controladas pelo pesquisador e as respostas subsequentes do
organismo. "Pode-se dizer que as bases fundamentais que norteiam a obra de
Skinner estão vinculadas a sua pretensão de fazer da Psicologia uma ciência e,
para compreender essas bases filosóficas, precisamos identificar os modelos de
ciência que ele adota." (Micheletto, 2001, p. 31). Assim, nos aproximamos da
abordagem comportamentalista radical - definida pelo próprio Skinner
(1974/1995a), inclusive, como a de uma filosofia da ciência. Para o teórico
supracitado as características essenciais da ciência, não são determinadas por
conceitos, instrumentos ou métodos rígidos, mas, sim, atitudes. Skinner
(1953/1970) comenta: “A ciência é, antes de tudo, um conjunto de atitudes”.
O mesmo iniciou seus estudos sobre a Análise do Comportamento ao ter acesso
aos livros de Pavlov e Watson, que lhe despertaram um grande interesse
científico acerca da natureza humana. Ao analisar os conceitos criados por estes
teóricos, podemos destacar quatro deles como de grande relevância sem seus
experimentos. São eles: Condicionamento: É uma forma de aprendizagem em
que um estímulo previamente neutro passa, após o emparelhamento com um
estímulo incondicionado, a eliciar uma resposta reflexa. (MOREIRA;
MEDEIROS, 2007, p.46) Ou seja, quando um estímulo neutro é emparelhado
com um reflexo e eventualmente se torna capaz de eliciar respostas reflexas.
Reforçamento: eventos que ocorrem tornando uma reação mais frequente,
aumentando a possibilidade desta se repetir. Extinção: Há o conceito de
extinção que tende a diminuir a frequência do comportamento ao remover o
reforço que influenciou a resposta, ou seja, o comportamento não é mais
reforçado ocasionando a redução da frequência da resposta. “É a suspensão de
uma consequência reforçadora anteriormente produzida por um comportamento.
Tem como efeito o retorno da frequência do comportamento ao seu nível
operante.” (MOREIRA; MEDEIROS, 2007, p. 62) Modelagem: “É uma técnica
usada para se ensinar um comportamento novo por meio de reforço diferencial
de aproximações sucessivas do comportamento-alvo”. (MOREIRA; MEDEIROS,
2007, p. 62) Portanto, entende-se como modelagem o reforçamento diferencial
de algumas respostas que vão levar à resposta final desejada. ). Skinner
escreveu que: “O comportamento operante molda o comportamento como um
escultor molda um pedaço de argila” (1953).
Com o objetivo de demonstrar sua teoria, Skinner desenvolveu uma caixa, a qual
foi denominada Caixa de Skinner e possibilita o condicionamento operante da
resposta de pressão à barra. A teoria Skinneriana consiste na proposição de que
a resposta do indivíduo é mantida por suas consequências (estímulo reforçador).
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Assim, na caixa de Skinner, o sujeito experimental – nesse caso o rato – terá a
resposta de pressão à barra (RPB) reforçada pela apresentação contingente de
uma gota de água. Este trabalho tem como objetivo principal demostrar os
métodos e os resultados encontrados a partir do condicionamento operante com
o sujeito experimental (rato), feito no laboratório de Análise experimental do
Comportamento.
2) METODOLOGIA
(2.1) Sujeitos:
Rato albino do sexo masculino em primeira situação laboratorial (sem
experiências ou vivências), com sistema auditivo acurado e alta sensibilidade
visual à luz, eles não enxergam cores, mas são capazes de perceber as
diferenças
entre
intensidades
luminosas
e,
igualmente
em
diferentes
frequências. Chamado ingênuo da espécie (RATTUS NORVEGICUS) da
linguagem Winstar que recebeu o nome de Fabian, possuindo uma identificação.
Os ratos começaram os experimentos com aproximadamente 80 dias, com peso
200g. O local onde vive é chamado biotério ou viveu.
(2.2) Equipamentos e material
A observação foi realizada no Laboratório de Análise Experimental do
Comportamento da UNIME onde os sujeitos se encontravam em caixas de
condicionamento operante, modelo INSIGHT, tendo por tamanho 35x25. Estas
estão equipadas com barras que podem ser acionadas mecanicamente pelo
sujeito. Cada caixa operante é conectada a um equipamento que contém um
cronômetro e que permite que diversas alterações sejam produzidas, automática
ou manualmente, no interior da caixa operante: liberação de água, apresentação
de luzes e sons. Além disso, foram utilizadas folhas de registro específicas para
cada exercício e lápis para registro das informações. Há também outra caixa
externa onde se pode utilizar controle de cronômetro, de luz (não utilizado), de
som, de reforço manual bem como de reforço automático, todos conectados à
caixa citada anteriormente onde o animal é colocado. Os alunos que realizaram
os experimentos trajavam jaleco e sapato fechado, a fim de se precaverem de
qualquer acidente e assim respeitando as regras do laboratório.
6. 6
(2.3) Ambiente experimental
O ambiente consiste numa sala mediana, de formato retangular, possuindo três
portas, além de doze mesas medias com um equipamento em cada mesa e
cadeiras para os experimentadores. A iluminação e temperatura são artificiais,
sendo uma dada temperatura produzida por um aparelho condicionador de ar.
Nessa aula, alunos, de ambos os sexos e em duplas,constantemente realizavam
experimentos. Essa situação nem sempre propiciava o silêncio necessário para
a não interferência nos experimentos.
Nesse ambiente ainda, possui outra sala onde os sujeitos ficam quando não
estão passando pelo processo de experimentação. Os mesmos ficam dentro de
uma caixa denominada caixa-viveiro, havendo uma tampa de aço com divisória
para comedouro e bebedouro, são alimentados com ração e ingerem água
mineral. Todos esses procedimentos de manutenção do sujeito estão ao
comando de José Carlos, um ajudador da instituição e responsável pelo
laboratório experimental. São numerados de acordo com as caixas operantes,
sendo que o número do sujeito referido anteriormente foi sete.
(2.4) Procedimento Geral
Quanto à duração das sessões podemos dizer que foram aproximadamente de
35 a 40 minutos, sendo que na primeira modelagem o período foi de 59 minutos.
Os dias dos experimentos eram realizados as quintas-feiras a partir de
20h30min. O total de visitas ao laboratório foi de dez dias, sendo que nove foram
de experimentos e um para primeiro contato com o ambiente onde seriam
realizados tais procedimentos. A privação de água dos ratos foi de 36 horas na
maioriadas sessões, exceto na última, que foi de 48 horas. Assim que o animal
era colocado na caixa, o cronômetro erainiciado juntamente com a observação e
7. 7
o registro. Ao que se refere à iluminação da sala, notamos que era sempre
baixa.
(2.5) Procedimentos específicos
EXERCÍCIO 1- AVALIAÇÃO DE REPERTÓRIO INICIAL DO SUJEITO EM
SITUAÇÃO EXPERIMENTAL
Este primeiro exercício tem como objetivo mapear o que o sujeito experimental
faz quando é colocado em um novo ambiente, ou seja, registrar todos os
comportamentos executados por este sujeito experimental. Observamos que ao
ser colocado na caixa o sujeito ficou bastante agitado, conhecendo todos os
cantos
da
caixa.
Houve
momentos
de
quietude,
porém
voltava
ao
comportamento anterior. A caixa estava no automático e o sujeito pressionou a
barra somente uma vez. Ocronômetro foi ligado desde o início, tendo como
duração total de 30 minutos.
EXERCÍCIO 2-INSTALAÇÃO DE RESPOSTAS OPERANTES
Este procedimento consiste em fazer com que o sujeito experimental emita
respostas de pressionar a barra, por meio da liberação da gota d’água. Sendo
este realizado em duas fases. Na primeira fase (instalação de respostas), antes
de colocar o sujeito na caixa acionamos o reforço da caixa de controle, para que
ao chegar no bebedouro encontrasse água e posteriormente associar o “clic” da
barra com a água. Conseguindo esse resultado passamos para a segunda fase
(fortalecimento de uma resposta), que consiste na liberação de água
imediatamente após as ocorrências de respostas que se aproximem cada vez
mais da resposta final, que seria pressionar a barra. Após essas duas fases
iniciamos as sessões de modelagem, no total de quatro. Na primeira sessão de
modelagem observamos que o sujeito demorou 17min para completar a
sequência de desempenhos intermediários. A segunda já foi mais rápida na
resposta, no quinto minuto ele já pressionou a barra. Porém, o que dificultou um
pouco foi um problema na caixa de comportamento operante que parou o
experimento por aproximadamente 2 minutos. Nas duas últimas sessões ocorreu
o esperado, o sujeito já entrou na caixa cheirando, tocando e depois
8. 8
pressionando a barra. A duração das duas sessões foi de aproximadamente 35
minutos.
EXERCICIO 3 - FORTALECIMENTO DE RESPOSTAS OPERANTES
O objetivo desse procedimento foi de reforçar com água o comportamento do
sujeito de pressão a barra coma caixa ligada no automático. No primeiro minuto
dentro da caixa o sujeito novamente foi se movimentando por toda a caixa,
somente no segundo minuto pressionou a barra. O resultado foi suficiente,
porem houve intervalos de 3 a 4 minutos.
EXERCICIO 4- ENFRAQUECIMENTO DE RESPOSTAS OPERANTES
Objetiva-se em verificar quais efeitos podem ser observados ao ser retirado o
reforço (água), do ambiente, ao pressionar a barra. Este exercício envolveu três
fases. Na primeira fase foram liberados 10 reforços em CRF, isto é, a caixa de
controle foi mantida na posição automática até o sujeito receber 10 reforços.
Nessa primeira fase registramos 19 pressões a barra. Logo após os 10 reforços,
o bebedouro foi desligado. Na segunda fase, a chave de controle do bebedouro
foi colocada na posição “desliga”, ou seja, a água não a era liberada após as
respostas de pressão a barra.Esta fase foi finalizada quando o sujeito
permaneceu três minutos consecutivos sem pressionar a barra.Na terceira fase,
o recipiente com água foi retirado e a chave “reforço” foi acionada, ou seja, ao
pressionar a barra o som associado ao reforço era emitido, porém o reforço não
era liberado. Esta fase foi finalizada aos três minutos consecutivos com 26
respostas de pressão à barra.
EXERCÍCIO 5- MANUTENÇÃO DE RESPOSTAS OPERANTES
Consiste em observar o comportamento do sujeito quando o reforço for liberado
em algumas respostas e não em todas. Este exercício envolveu duas fases. Na
primeira fase, em todas as repostas de pressão à barra foi liberado o reforço
(CRF), ou seja, a caixa de controle foi colocada na posição automática. Todas
as respostas de pressão a barra foram registradas minuto a minuto. Vale
informar que esta fase necessitou ser repetida devido a um erro de anotação. Na
segunda fase, a cada duas vezes (FR2) que o sujeito pressionava a barra era
liberado o reforço. Após 15 reforços em FR2 o reforço passou a ser liberado
9. 9
apenas em FR3 e assim sucessivamente até serem liberados 15 reforços em
FR6. O fim da sessão se dá a depender do desempenho do sujeito experimental,
que no referido animal durou até FR4.
2) Resultados
EXERCÍCIO 1- AVALIAÇÃO DE REPERTÓRIO INICIAL DO SUJEITO EM
SITUAÇÃO EXPERIMENTAL
Freq. Acumulada de pressão à barra
1.2
1
0.8
0.6
Freq. Acumulada de
pressão à barra
0.4
0.2
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9 10 11 12
Fig1. – Frequência acumulada de resposta de pressão à barra por minuto
para avaliar o repertório inicial do sujeito.
- Realizado no dia 30/08/12, o sujeito (Fabian) não alcançou o objetivo
proposto. O que aconteceu apenas foi o “conhecimento” da caixa,
pressionando a barra apenas uma vez no 11º minuto do experimento.
10. 10
EXERCÍCIO 2-INSTALAÇÃO DE RESPOSTAS OPERANTES
280
260
240
220
200
180
160
140
120
100
80
60
40
20
0
Series1
Series2
Series3
Series4
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29
Fig2. – Frequência acumulada de quatro sessões de modelagem na
instalação de respostas operantes.
- Neste exercício o objetivo foi alcançado, nas sessões observamos que ele
foi gradativamente sendo condicionado a pressionar à barra. Na primeira
demorou 17 minutos (06/09/12), na segunda 5 (27/09/12), na terceira 4
(04/10/12) e na quarta 3 minutos (11/10/12). Sendo que nesta última
pressionou 260 vezes.
EXERCICIO 3 - FORTALECIMENTO DE RESPOSTAS OPERANTES
Freq. Acumulada de pressão a barra
90
80
70
60
50
Freq. Acumulada de
pressão a barra
40
30
20
10
0
1 3 5 7 9 11 13 15 17 19 21 23 25 27 29
Fig3. – Frequência acumulada do fortalecimento de respostas operantes
11. 11
- Através deste experimento conseguimos fortalecer o sujeito ao objetivo
esperado. Porém, observamos que o mesmo respondeu aos reforços
menos vezes neste experimento do que no anterior (4ª modelagem).
Realizado dia 18/10/12.
EXERCICIO 4- ENFRAQUECIMENTO DE RESPOSTAS OPERANTES
Freq. Acumulada da pressão a barra
100
90
80
70
60
50
40
30
20
10
0
Freq. Acumulada da
pressão a barra
1 3 5 7 9 11 13 15 17 19 21 23 25 27 29 31
Fig 4 - Frequência acumulada de pressão à barra por minutos no
enfraquecimento de respostas operantes.
- No exercício proposto verificamos que o sujeito de fato foi condicionado,
pois não nos pareceu fácil realizar o enfraquecimento das respostas.
Houve intervalos de dois minutos, que se aproximando de passar para a
fase III o sujeito pressionava. Procedimento aplicado em 25/10/12.
12. 12
6) Referência
Moreira M.B.&Medeiros C.A (2007). Princípios Básicos da Análise do
comportamento. Porto Alegre: Artmed.
http://www.buk.xpg.com.br/textos/monosub03.htm