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A interface grupos no ning 20112011

  1. 1 A interface Grupos no NING: ruído na clusterização em redes sociais Vivianne Amaral * Resumo O artigo apresenta análise da interface Grupos da plataforma de redes sociais NING sob o ponto de vista da usabilidade e sua contribuição ao fenômeno da clusterização, típico de redes sem escala. Utilizando o método subjetivo, identifica um problema classificado como ruído e geral e propõem diálogo entre a área de design de interfaces e a nova ciência das redes ou conectividade distribuída. Palavras-chave: Design de interface. Redes sociais. Clusterização. NING. Introdução A noção de rede, na sua conceituação atual, é transversal e está presente no campo técnico e social contemporâneo como um conceito instrumental em várias áreas. Sua aplicação está no paradigma da mudança científica no século XX, juntamente com a abordagem sistêmica, a física quântica, a cibernética, a matemática não–linear, a teoria do caos e a teoria da complexidade. (RECUERO, 2009) A abordagem reticular também permeia os estudos sobre a interação social no ciberespaço. Para Recuero (2009, p. 21), ”a abordagem de rede fornece ferramentas únicas para o estudo dos aspectos sociais do ciberespaço: permite estudar, por exemplo, a criação de estruturas sociais, suas dinâmicas, tais como a criação de capital social e sua manutenção, a emergência da cooperação e da competição; as funções das estruturas e, mesmo as diferenças entre os variados grupos e seu impacto nos indivíduos.” Com o desenvolvimento das tecnologias de comunicação, os fenômenos da interação em rede passam a acontecer e ser estudados no ambiente web, nas plataformas de redes sociais e de mídia social. Com isso, o design de interfaces ganha novos desafios: criar ambientes telemáticos de interação que sustentem (e aproveitem) as dinâmicas naturais de sistemas sociais da alta conectividade que emergem nas redes sociotécnicas. Entre as muitas plataformas disponíveis na web destaca-se o NING, lançada em fevereiro de 2007, como serviço gratuito para a construção de redes sociais. Em 2009, a plataforma passou a cobrar por seus serviços de hospedagem e suporte das redes sociais, mantendo a opção gratuita com recursos restritos. Conforme dados de 2011, 4% de seus usuários estão no Brasil. NING EM NÚMEROS - + 90.000 clientes no mundo inteiro (Julho 2011) - 65 milhões de visitantes únicos mensais globalmente - 233 países e territórios em todo o mundo estão usando a plataforma * Graduação em Comunicação Social, trabalha com mídia social, é netweaver, realiza tutoria presencial e on- line, aluna especial da disciplina Interfaces Gráficas no Pós-Graduação de Design e Expressão Gráfica – UFSC. Contato: bioconex@gmail.com.
  2. 2 - Uma nova comunidade NING é criada a cada 10 minutos - Perfil de usuário: ricos, entre os 30-45 anos de idade - Quase 50% dos sites Ning tem integração com aplicações sociais externas - Top 5 recursos de Redes Ning: Inbox / Fórum, Fotos, Perfis, Blog, Vídeo - Top 5 categorias de Ning Networks: Educação, Negócios / Brand, Entretenimento, Música, Terceiro Setor Quadro 1 – Informações sobre o NING em 2011. (NING, 2011a) É utilizada por ativistas, educadores, empresas, artistas, formadores de opinião, empreendedores sociais, comerciantes, religiosos. Nela é muito fácil criar uma rede e convidar amigos, que por sua vez poderão convidar seus amigos e assim sucessivamente (viral loop), chegando a constituir comunidades com mais de 100 mil membros como a dedicada ao 50 Cent, astro do hip-hop norte-americano. Numa rede social NING, os usuários podem compartilhar imagens, músicas, vídeos, textos, opiniões e criar grupos em torno de tópicos de interesse comuns e afinidades. A criação de grupos de pessoas que interagem tendo como atração tópicos de interesse comum e afinidades atendem a uma dinâmica natural de sistemas abertos, emergentes e complexos: a clusterização ou aglomeramento. Na web, em um cluster ou grupo, a facilidade para identificar e convidar pessoas, a comunicação distribuída (todos têm acesso direto a todos, sem mediação de terceiro) e a facilidade para acompanhar o fluxo da conversa e contribuir com ela são atributos essenciais para a satisfação dos usuários e o alcance de seus objetivos na navegação. Identificar como a interface Grupos do NING oferece suporte ao processo de clusterização nas comunidades que hospeda é o objetivo da análise compartilhada neste artigo. O método é subjetivo, baseado na experiência de uso, questionário e identificação de problemas com a interface na comunidade Criadores NING. O texto está organizado da seguinte maneira: a seção 1 apresenta o conceito de redes sociais, uma breve história de seu uso e o conceito de redes sociotécnicas; a seção 2 apresenta os conceitos de interação mediada por computador e uma tipologia de redes associada, clusterização e interface social. A seção 3 traz a análise da interface Grupos do NING, seguida pela Conclusão. Seção 1 Redes sociais e redes sociotécnicas O uso do conceito rede para o estudo dos fenômenos sociais não é novo. Conforme Sônia Acioli (2007 apud AMARAL, 2009, p.11): “Falar em redes significa trabalhar com concepções variadas nas quais parecem misturar-se idéias baseadas no senso comum, na experiência cotidiana do mundo globalizado ou ainda em determinado referencial teórico-conceitual. Existe, portanto uma diversidade de definições, que, no entanto parecem conter um núcleo semelhante relacionado à imagem de fios, malhas, teias que formam um tecido comum”. O matemático Leonardo Euler utilizou a metáfora da rede pela primeira vez em 1736, em um artigo, dando origem a teoria dos grafos, que pode ser aplicada a qualquer sistema para análise das interações de seus elementos, inclusive os sistemas sociais humanos. No século XX, a teoria foi explorada pelo psicoterapeuta Jacob Levy Moreno, com a criação da Sociometria e também deu origem à Análise Estrutural de Redes Sociais, atualmente uma abordagem interdisciplinar fundamentada no postulado de que os atores sociais se
  3. 3 caracterizam mais pelas suas relações do que pelos seus atributos (gênero, idade, classe social). Entre os primeiros estudos de identificação de redes sociais estão os desenvolvidos pelo antropólogo W. Lloyd Warner e pelo psicólogo Elton Mayo, na década de 30. Numa investigação realizada na fábrica Hawthorne, em Chicago, os pesquisadores observaram o comportamento de um grupo de trabalhadores no ambiente da fábrica e usaram sociogramas para registrar as estruturas informais de seus grupos de relacionamento. (SILVA, 2003 apud AMARAL, 2009, p.12). A partir da década de 60, são realizadas inúmeras aplicações do conceito e pesquisas em várias áreas, destacando-se Janet Jacobs, que associa o conceito ao de capital social em seu livro "Morte e Vida das Grandes Cidades Americanas" e Stanley Milgram com seus estudos sobre os seis graus de separação. Nos anos 70, Mark Granovetter descreve as interações sociais como laços fortes e laços fracos, relacionando-os com o processo de clusterização. No final da década de 90 e início do século XXI, temos as pesquisas de Ducan Watts e Steven Strogat (sincronicidade, mundo pequeno, clusterização), Nicholas Cristakis (contágio e vida social) e de Albert- Làzslo-Barabási que apresenta o conceito de redes sem escalas, classificação em que a web e Internet se enquadram, e que são sistemas emergentes, com conectividade distribuída, com crescimento incremental e conexão preferencial (hubs). (BARABÁSI, 2009). Nos últimos anos do século XX e início do século XXI, novos estudos incluindo o padrão rede são divulgados. Fritojf Capra apresenta sua proposição de uma visão unificada da vida e das ciências com referência na existência de um conjunto de padrões de organização que perpassa toda a vida, em todos os níveis e em todas as manifestações, o padrão rede, autopoiético e emergente. Manuel Castells lança a "A Era da Informação", uma trilogia onde demonstra o caráter informacional e tecnológico do mundo contemporâneo e afirma: “A internet não é simplesmente uma tecnologia: é um meio de comunicação e a infraestrutura material de determinada forma organizacional: a rede”. (CASTELLS, 2003, p. 28). A abordagem de redes também permeia os estudos sobre a interação social no ciberespaço. As redes sociais cuja interatividade e comunicação são mediadas por computadores e Internet são chamadas rede sociotécnicas: “estas redes são sociotécnicas no sentido de que os elementos heterogêneos que eles conectam (sujeitos, técnicas, linguagens) interagem oferecendo uns aos outros novas possibilidades, novos objetivos, novas funções. Permutando competências, sociedades e tecnologias interagem constituindo-se de forma reticular“. (MAIA, 2010 , p. 22). O resultado deste hibridismo entre teias de relações humanas e as tecnologia de comunicação baseadas na internet é a intensificação da conectividade e a mudança para um maior grau de distribuição na comunicação da sociedade, dando origem a novas formas de sociabilidade, de produção social e, consequentemente, origem a novos campos de pesquisa. Com vistas aos objetivos do artigo, no estudo sobre redes sociotécnicas destaco entre os diversos pesquisadores em atividade no Brasil, Raquel Recuero (Universidade Católica de Pelotas) Alex Primo (LIMC/Universidade Federal do Rio Grande do Sul), Augusto de Franco (Escola de Redes). Seção 2 Interação, clusterização e interface social
  4. 4 Alex Primo, coordenador do Laboratório de Interação Mediada por Computador – Limc, Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS, faz importante contribuição para a compreensão da natureza das novas interações, com as distinções entre interação mútua e interação reativa. A interação mútua é sistêmica. Nela dois ou mais interagentes encontram-se em uma relação de trocas constantes, através de processos de negociação. Seus elementos são interdependentes e a afetação é mútua e o sistema total se modifica no processo de interação. Como conseqüência, esses sistemas estão voltados para a evolução e desenvolvimento, são abertos e emergentes. Em oposição, os sistemas de interação reativa são fechados, apresentando relações lineares e unilaterais, no qual o reagente tem pouca ou nenhuma condição de alterar o agente. São consideradas interações fracas e limitadas. (DICIONÁRIO SOCIAL, 2011a, 2011b). Raquel Recuero é pesquisadora-colaboradora do Center for Society and Cyberstudies, do Digital Media and Learning Research Hub e professora–orientadora no Programa de Pós- Graduação em Comunicação na Universidade Católica de Pelotas - UCPEL. A pesquisadora relaciona os dois tipos de interação conceituados por Primo com sua tipologia de redes na internet: redes emergentes, redes associativas e redes híbridas. As redes associativas apresentam predominância da interação reativa e redes emergentes são aquelas caracterizadas pelas interações mútuas, cujas conexões entre os nós têm origem nas trocas sociais realizadas na interação e pela conversação e constituem uma estrutura emergente. Caracterizadas pelos laços mais fortes e maior transitividade, são normalmente pequenas, devido ao alto investimento pessoal necessário para manter a qualidade da interação. Já as redes associativas ou de filiação estão relacionadas à interação reativa. São formadas a partir dos mecanismos de associação (convites) de sites de redes sociais, por exemplo, a lista de “amigos” com quem não interagimos. As pessoas estão conectadas ao sistema e pouco entre si. A rede associativa é mais estável, caracterizada por uma interação reativa com efeito social, mas com baixo investimento pessoal para a manutenção dos laços. Além dessas, a pesquisadora apresenta a rede híbrida, aquela em que os dois tipos citados estão presentes. (RECUERO, 2009). Augusto de Franco, criador e netweaver da Escola de Redes, especialista em desenvolvimento local, apresenta uma visão de redes sociais como sistema emergente, com especial atenção às topologias de redes (centralizada, descentralizada e distribuída) conforme definidas por Paul Baran em 1964 e aos fenômenos da interação em redes sem escala: clustering (aglomeração), swarming (enxameamento, auto-organização emergente), crunching (encolhimento do mundo social), crowdsourcing (colaboração em grande escala). Destaca a democracia como fenômeno emergente da conectividade distribuída tendo como referência a formulação “a fenomenologia é função da topologia”, ou seja, os fenômenos sociais de cooperação, colaboração e competição decorrem da forma como a conectividade das pessoas está organizada (Franco, 2011b). Entre os fenômenos da interação, tem interesse especial para a análise de interfaces tipo Grupos, o da clusterização: Sabemos agora que a clusterização está presente na WEB, identificámo-la nas redes físicas que conectam os computadores na Internet, os economistas detectaram-na na rede que descreve como as empresas se vinculam por relações de propriedade; os ecologistas veem-nas em cadeias alimentares que quantificam como as espécies alimentam umas as outras nos ecossistemas; e os biólogos celulares descobriram como a clusterização caracteriza a rede de moléculas envolvidas em uma célula. A descoberta de que a clusterização é onipresente alçou-a rapidamente da condição de
  5. 5 características específica da sociedade à posição de propriedade genérica das redes complexas [...]. (BARABÁSI, 2009, p. 45). Os clusters, nas redes sociais humanas, são grupos de pessoas em que todos interagem com todos ou pelo menos estão proximamente conectados entre si. É um campo de influências mútuas, de alta transitividade (praticamente todos se conhecem). Culturalmente expressamos a tendência ao aglomeramento formando grupos para realização de objetivos que podem ser grandiosos como salvar a Floresta Amazônica ou de puro divertimento como homenagear um cantor de rock da década de 70. Na web, a clusterização acontece, na maior parte das vezes, em interfaces que oferecem recursos para a criação de Grupos e Fóruns. Assim, o design da interface tem influência direta no processo de clusterização. Para Bonsiepe (1997 apud GONÇALVES, 2011a), no contexto do design, independentemente do suporte, identifica-se um diagrama ontológico que envolve três domínios: 1º domínio: usuário que quer realizar uma ação; 2º domínio: tarefa que o usuário quer cumprir; 3º domínio: ferramenta/informação que o usuário precisa para realizar a ação. A interface é o espaço onde se estrutura a interação entre esses domínios. A mediação da interação entre o objeto (material ou imaterial) e o usuário é realizada pela interface, e ela deve dialogar com o usuário, mostrando a ele como interagir com o objeto. “O conceito de ‘interaction design’ tem a vantagem de ressaltar a maneira de agir do usuário, vale dizer, a maneira como ele lida com o aplicativo.” (BONSIEPE, 2011, p. 99). A criação de ambientes para a convivência e interação social é um produto do design de interfaces sociais, aquelas que propiciam a comunicação multilocal, com a formação de comunidades on-line ou virtuais com a possibilidade de compartilhamento de mensagens, documentos, vídeos, áudio e de vivência espacial. São os MUDs, ambientes multiusuários de chats, blogs, portais de relacionamento tipo Orkut, Faceboock, e plataformas para redes sociais como o NING. (GONÇALVES, 2011b). Seção 3 Ruído na clusterização O objeto da análise é a interface Grupos do NING, abordando-se sua usabilidade como ferramenta para a clusterização. Nas redes sociais, a clusterização é importante porque os grupos são os espaços de maior possibilidade de desenvolvimento da interação mútua, dos laços fortes e são os espaços onde surgem comunidades de estudos, de ação, projetos. São os clusters que produzem muito da riqueza social e de conhecimento nas redes. Nas interfaces para redes sociais na web, as tarefas que o usuário desenvolve para clusterizar ou agrupar, usando a ferramenta Grupos são: criar grupos, encontrar pessoas com quem tem afinidade; encontrar temas/tópicos de interesse; aderir ou solicitar afiliação, aceitar convites, convidar; conhecer as pessoas do grupo; explorar o conteúdo disponível (arquivos depositados, conversas); interagir na conversa, acompanhar a conversa de outros, compartilhar documentos, vídeos, áudio, textos e links internamente no grupo, compartilhar produção do grupo na web (Twitter, Faccebook etc.); realizar produção conjunta de vídeos, áudios e documentos, sair do grupo. No caso específico do NING, estas ações estão contempladas, com exceção da produção conjunta de vídeos, áudios e documentos, apesar de que, nos associações pagas, é possível aceder ao código base da plataforma e proceder a alterações em sua estrutura, tornando-a mais personalizada, por exemplo, inserindo um wiki.
  6. 6 Atuando como criadora e administradora de algumas comunidades NING e também como usuária comum1 identifiquei algumas questões em relação à usabilidade, em especial, a concorrência entre duas ferramentas oferecidas na interface Grupos, o Fórum de Discussão e a Caixa de Recados. Ela cria um ruído no processo de clusterização por seu impacto negativo no acompanhamento e participação na conversa em fluxo que acontece no Grupo. Na avaliação de interfaces, ruído é um tipo de problema referente a um aspecto da interface que, sem consistir em barreira ou obstáculo ao usuário, causa diminuição no seu desempenho. Ainda em relação à classificação do problema, pode-se considerá-lo como geral, isto é, afeta a todos os usuários. (GONÇALVES, 2011c). A metodologia da análise é subjetiva, tendo como referência minha experiência de criadora, administradora e usuária na plataforma, mais as avaliações sobre o problema, identificadas a partir de pesquisa com a expressão grupos na Comunidade Criadores do NING, que reúne criadores e administradores de redes sociais na plataforma; na observação sobre o funcionamento dos Grupos na comunidade da Escola de Redes e em questionário enviado a cinco usuários/criadores/administradores do NING. A interface foi analisada conforme o conceito de usabilidade considerando-se a recomendação: “A avaliação de usabilidade de um sistema interativo deve verificar o desempenho (a eficácia e eficiência) da interação humano-computador e obter indícios do nível de satisfação com o usuário, identificando problemas de usabilidade durante a realização de tarefas específicas em seu contexto de uso”. (GONÇALVES, 2011c) Conforme a International Organization for Standardization, usabilidade é a medida pela qual um produto pode ser usado por usuários específicos para alcançar objetivos específicos com efetividade, eficiência e satisfação em um contexto de uso específico (ISO 9241-11). A efetividade ou eficácia permite que o usuário alcance os objetivos iniciais de interação, e tanto é avaliada em termos de finalização de uma tarefa quanto também em termos de qualidade do resultado obtido; a eficiência está relacionada à quantidade de esforço e recursos necessários para se chegar a um determinado objetivo e a satisfação diz respeito às emoções que os sistemas proporcionam aos usuários em face dos resultados obtidos e dos recursos necessários para alcançar tais objetivos. (WIKIPÉDIA, 2011. GONÇALVES, 2011c) A criação de um grupo é apresentada na plataforma como “uma ótima maneira de organizar os membros de sua rede NING em torno de um tópico”. Membros são aqueles usuários que se associam a uma rede social que utiliza a plataforma. Não havendo restrição do criador da comunidade, qualquer membro pode criar um grupo e, se for permitido pelo criador do grupo, qualquer membro pode convidar pessoas. Os recursos de comunicação oferecidos são fórum de discussão, caixa de texto, caixa de recados, leitor RSS, compartilhamento pelo Twitter e Facebook. Destes recursos pode-se são utilizados para a interação mútua apenas o Fórum de Discussão e a Caixa de Recados, que na configuração está identificada pela expressão Comentários. O processo de criação pode ser realizado pela página pessoal, onde, após clicar em Grupos, no menu à esquerda da tela, abre-se a página que tem todos os grupos dos quais o usuário participa e o botão + Adicionar que dá acesso à caixa de configuração de um novo 1 Por exemplo: como criadora e administradora: http://ecoformacao.ning.com/ e http://nheengatu.ning.com/. Como membro: http://escoladeredes.ning.com/.
  7. 7 grupo ou pela página Grupos, que oferece uma visão geral de todos os grupos da comunidade e o botão +Adicionar. Imagem 1 - Caixa de configuração de um grupo no NING. (http://ecoformacao.ning.com) O problema detectado inicia no processo de criação de grupo, pois membros menos experientes podem naturalmente aceitar a configuração sugerida, que vem com os dois recursos, Caixa e o Fórum, habilitados. Não há informação sobre a função de cada deles. As Suas funcionalidades estão descritas na quadro a seguir, com grifo nas duas que queremos destacar. FÓRUM DE DISCUSSÕES CAIXA DE RECADOS Barra de edição Barra de edição Compartilhar imagem, vídeo, documento Compartilhar imagem, vídeo, documento Opção para o recebimento de mensagens na caixa Opção para o recebimento de mensagens na caixa de correio pessoal quando houver postagens de correio pessoal quando houver postagens Postagens encadeadas: enunciado-resposta Sem encadeamento Postagens não aparecem na página inicial da Postagens aparecem na página inicial da comunidade em Atividades Recentes comunidade em Atividades Recentes Quadro 2 – Funcionalidades dos recursos Fórum de Discussões e Caixa de Recados. Iniciaremos analisando a importância da funcionalidade relacionada ao stream ou feed de atividades, Postagens aparecem na página inicial da comunidade em Atividades Recentes. Necessário para o fortalecimento de um grupo é o reconhecimento de sua importância pela comunidade maior da rede, o que acontece a partir do conhecimento que esta tem de suas atividades. Para que isso ocorra, a visibilidade das atividades do grupo para a comunidade geral é condição fundamental. Usualmente, nas plataformas de redes sociais a visibilidade é fruto da aparição das postagens individuais em áreas de registro de stream. No NING a área de stream é denominada Atividades Recentes e está localizada na primeira página. Como podemos observar no quadro 01, apenas as postagens feita no recurso Caixa de comentários aparecem na área de fluxo na home page da comunidade. Recuero (2009, p. 108-113) explica que em redes sociotécnicas a visibilidade é um valor por si só, mas dá origem a outros valores, igualmente importantes como reputação e popularidade. A visibilidade está relacionada com a capacidade de um ator ou nó da rede se
  8. 8 fazer visto pelos outros e está associada ao capital social relacional. Reputação, um dos principais valores construídos nas redes sociais, está ligada às qualidades percebidas nos atores pelos outros membros e implica três elementos: o “eu, e o “outro” e a relação entre os dois, é diretamente relacionada à participação nas conversas, compartilhamento e distribuição de informações. Há diversos tipos de reputação e todos os nós possuem em menor ou menor grau algum tipo de percepção por sua audiência. A popularidade, outro valor relacionado à visibilidade e à audiência, mostra a posição de um ator em sua rede social. Está relacionada à quantidade de comentários que as postagens de um integrante recebe, à quantidade de seguidores e amigos, número de visitas ao perfil. Por estes motivos, o aparecimento das postagens em Atividades Recentes gera valor para o grupo, para o criador do grupo e para o autor das mesmas. Em relação à importância da funcionalidade Postagens encadeadas: enunciado-resposta sabe-se que na interação mútua, que caracteriza um processo de clusterização, o acompanhamento da conversa que se desenvolve no grupo é condição para a participação na mesma. Contudo, apenas no Fórum de discussão é que temos o sistema de encadeamento de postagem–resposta que possibilita o acompanhamento da conversa como fluxo, de sua sequência no tempo e que as respostas sejam feitas no contexto de ideias e situação em que foram originadas. Em postagem em seu blog, Raquel Recuero (2011) destaca a importância da percepção do contexto na comunicação mediada por computador: Uma das maiores riquezas do estudo das redes sociais na Internet é poder perceber, justamente, o contexto dentro do qual emergem as informações e as conversações que vão gerar seu espalhamento. Afinal, essas redes são constituídas pelas conversações e são essas conversações que vão dar sentido para os valores que emergem nesses grupos. [...] O contexto, assim, é importante para se compreender não apenas os valores gerados pelas redes sociais, mas também, para se compreender as motivações e intenções na difusão de determinadas informações. Mais do que isso, o contexto é também importantíssimo para que se compreenda o potencial das conversações e suas dinâmicas no ambiente do ciberespaço. Assim, a clusterização, um fenômeno espontâneo de redes sem escala, é perturbada pela impossibilidade de se acompanhar o fluxo da conversação no grupo e pela falta de visibilidade, caso se exclua a Caixa de Recados para forçar o uso do Fórum. A perturbação acontece pela má alocação das funcionalidades nos recursos Fórum de Discussão e Caixa de Recados, já que o criador do grupo, seja qual for a escolha que faça, sempre terá prejuízo. A preferência por um dos recursos implica na opção entre duas situações igualmente importantes para o fortalecimento do grupo e consequentemente para o processo de clusterização: sua visibilidade diante da comunidade maior da rede (incluindo aqui a visibilidade das pessoas ativas) e a possibilidade de se acompanhar o fluxo da conversa e participar dela sem perder o contexto de enunciação das ideias. Por outro lado, deixar os dois recursos habilitados também gera desconforto. Quando os dois recursos estão habilitados pelo criador do grupo, acontece uma concorrência entre eles pela atenção (e uso) do usuário. Os dois recursos estão na primeira página do grupo, mas apenas as mensagens postadas na Caixa de Recados são imediatamente visíveis ao usuário, sendo mais sedutor e fácil postar ali do que entrar em um Fórum. A postagem na Caixa é uma ação direta, quase um impulso.
  9. 9 Imagem 2 - Página inicial Grupo: Fórum e Caixa de Recados. (http://ecoformação.ning.com) Outro atrator que identificamos para a preferência de postagem na Caixa de Recados é que apenas as postagens feitas aqui aparecem na página inicial da rede em Atividades Recentes, o que além de dar visibilidade ao grupo também é uma forma de se conseguir visibilidade pessoal, o que tem impacto direto na reputação e popularidade do membro diante da comunidade. Vimos também que a desvantagem da Caixa de Comentários está relacionada ao não encadeamento de postagem-resposta, o que impede o fluxo da interação mútua na conversação e à identificação do contexto. Do ponto de vista da satisfação do usuário, a confusão gerada na Caixa de Recados pela descontinuidade do fluxo da conversa gera cansaço e frustração, principalmente quando o assunto o interessa e as postagens são extensas, com imagens e vídeos, pois há necessidade de investir tempo e esforço cognitivo para localizar a sequência da conversa e descobrir o contexto de suas formulações. O sistema de organização das postagens por entrada e não relacionado (postagem-resposta) também dificulta a sistematização do conhecimento que é gerado nas conversações, gerando mais frustração. Em relação à avaliação do desempenho, considerando-se que o alcance dos objetivos dos usuários/atores em uma rede social depende da facilidade de interação e esta do desenvolvimento fluído da conversação, podemos considerar que os problemas detectados causam um aumento no esforço cognitivo e no tempo dedicado às atividades para sustentar a interação mútua no processo de clusterização, perturbando o usuário na obtenção dos seus objetivo de navegação. Dos cinco questionários enviados, apenas um foi respondido. A entrevistada é uma usuária freqüente do NING e atua em conjunto com outras pessoas como administradora de comunidade. Ela considera que a interface Grupo tem limitações, mas localiza os problemas nas pessoas e não na interface. Para ela, as pessoas ainda não acharam um modo de usar a ferramenta para colaboração/participação/interação.
  10. 10 Também na comunidade Criadores, as duas respostas à postagem em que descrevi o problema da concorrência entre as funcionalidades mostraram que o problema é percebido como uma perturbação cuja origem não está clara. Vivianne – 15 de setembro de 2011 Olá, estou fazendo uma trabalho acadêmico na área de design de interação e estou analisando o Grupos do Ning do ponto de vista da clusterização. Algo que observei como administradora e como usuária é uma concorrência entre a caixa de comentário/recado e o Fórum de discussão em Grupos, pois quando os dois recursos ficam habilitados há uma tendência das pessoas postarem na caixa comentários e não entrarem nos fóruns. Os principais problemas que decorrem disto são a dificuldade de acompanhar o fluxo da conversa e também responder diretamente à alguma contribuição, já que em comentários não dá para responder encadeado, e também a gestão da conversação e do conhecimento que é gerado na interação. Vcs já observaram isto em suas redes? Resposta 01 – 15 de setembro 2011 Olá Vivianne, Percebo isso claramente em minha rede... realmente os comentários são muito mais frequentes e seriam melhores aproveitados se fossem postados no fórum...Não sei analisar o porquê, apenas atesto este fato. Abraços. Resposta 02 – 21 de setembro de 2011 Concordo com vc Viviane, já senti esta dificuldade. Precisamos do parecer técnico de alguém de T.I. para ver como resolver! Quadro 3 – Conversa no Grupo Criadores Brasileiros,. (NING Creators, 2011) Considerações Finais A interface Grupos mostra uma situação em que os benefícios das funcionalidades projetadas em Fórum de Discussão e Caixa de Recados estão mal distribuídos, pois nenhuma delas oferece as vantagens integrais ao usuário. Em decorrência dos problemas identificados, usuários desistem do acompanhamento e da participação no grupo, enfraquecendo o processo de clusterização, e o status da interação pode passar de mútua para associativa. No entanto, apesar do desconforto existir, a percepção do problema como decorrente de um erro de interface não é comum. Como o problema detectado não é grave, pois não chega a impedir que o usuário realize seus objetivos, convive-se com ele, não obstante o prejuízo no desempenho, a frustração e os impactos que causa na clusterização. Mesmo que a Caixa de Recados tenha sido criada para ser um mural de recados, notas, avisos para a audiência geral do Grupo, a prática de usuários não está restrita a esta função e pelas razões apontadas, entre outras, o recurso é também utilizado para conversação. Mesmo nos Grupos de Criadores NING acontece a distorção da função para a qual a ferramenta foi projetada, o que confirma que é um problema geral, que afeta a todos os usuários, independentemente de domínio técnico.
  11. 11 Além disso, a partir do uso que os usuários da plataforma fazem da Caixa de Recados, percebe-se o desejo por um lugar onde se possa estabelecer uma conversa aberta, breve, mais geral, que possivelmente não justifique a criação de um Fórum. Na Comunidade de Criadores são inúmeras as solicitações para que as postagens no Fórum de Discussão apareçam no stream Atividades Recentes, o que resolveria uma parte do problema, aquela relacionada à visibilidade, reputação e popularidade. Da mesma forma, dotar a Caixa de Recados de um sistema de respostas pode ajustá-la ao uso atual que grande parte dos usuários faz da ferramenta. No entanto, não é objetivo do trabalho propor soluções. O exercício feito está mais interessado em conectar a área de design de interfaces com as questões desafiadoras que surgem com a conectividade intensiva da sociedade contemporânea e com a interação nas redes sociotécnicas sem escala. Que diálogo há ou podemos tecer entre as interfaces atuais e fenômenos da interação como clustering (aglomeração), swarming (enxameamento, auto- organização emergente), crunching (encolhimento do mundo social), crowdsourcing (colaboração em grande escala)? Como desenvolver interfaces que aproveitem os fenômenos espontâneos da conectividade distribuída ao invés de restringi-los ou ignorá-los? Referências ALVES, Maria Bernardete Martins; BEM, Roberta Moraes de.; GARCIA, Thais. Procedimentos para apresentação e normalização de trabalhos acadêmicos: referências (NBR 6023:2002). Florianópolis, 2010. 54 slides, color. Disponível em: <http://www.bu.ufsc.br/design/moduloIIIatualizado.pdf>. Acesso em: 10 out. 2011. ALVES, Maria Bernardete Martins; BEM, Roberta Moraes de.; GARCIA, Thais. Procedimentos para apresentação e normalização de trabalhos acadêmicos: citação (NBR 10520:2002). Florianópolis, 2010. 27 slides, color. Disponível em: <http://www.bu.ufsc.br/design/moduloIIIatualizado.pdf>. Acesso em: 10 out. 2011. AMARAL, Vivianne. Aproximações: redes operativas e grupos operativos. [S. l.] 2009. Disponível em: <http://pt.scribd.com/doc/40916264/Aproximacoes-0502010-viviamaral>. Acesso em 06 out. 2011. BARABÁSI, Albert-Laszló. Linked: a nova ciência dos networks. [S. l.], Leopardo, 2009. BONSIEPE, Gui. Design, Cultura e Sociedade. São Paulo: Blucher. 2011. CRIADORES BRASILEIROS. Fórum na comunidade NING Creators. Disponível em: http://creators.ning.com/group/braziliancreators/forum. Acesso em 21 set. 2011. FRANCO. Augusto. FLuzz: vida humana e convivência social nos novos mundos altamente conectados do terceiro milênio [S. l.] 2011. Disponível em: < http://www.slideshare.net/augustodefranco/fluzz-incio-captulo-0>. Acesso em 15 set. 2011. GONÇALVES, Berenice. Interfaces: conceitos. Florianópolis. 2011a. Apresentação em Power point da disciplina Interfaces Gráficas, Pós-Graduação em Design e Expressão Gráfica. UFSC.
  12. 12 Disponível em: <http://moodle.ufsc.br/course/view.php?id=12296>. Acesso restrito com matrícula e senha. ________. Aplicações do conceito de interface. Florianópolis. 2011b. Apresentação em Power point da disciplina Interfaces Gráficas, Pós-Graduação em Design e Expressão Gráfica. UFSC. Disponível em: <http://moodle.ufsc.br/course/view.php?id=12296>. Acesso restrito com matrícula e senha. ________. Métodos de avaliação. Florianópolis. 2011c. Apresentação em Power point da disciplina Interfaces Gráficas, Pós-Graduação em Design e Expressão Gráfica. UFSC. Disponível em: <http://moodle.ufsc.br/course/view.php?id=12296>. Acesso restrito com matrícula e senha. INTERAÇÃO MÚTUA. In: Dicionário Social. Limc-UFRGS, [S. l.], 2011. Disponível em: <http://www6.ufrgs.br/co-link/dicionariosocial/view_text.php?wikipage=//interacao_mutua>. Acesso em 20 set. 2011. INTERAÇÃO REATIVA. In: Dicionário Social. Limc-UFRGS, [S. l.], 2011. Disponível em: < <http://www6.ufrgs.br/co-link/dicionariosocial/view_text.php?wikipage=//interacao_reativa>. Acesso em 20 set. 2011. MAIA, Renata Abreu. Mediação sociotécnica em plataformas colaborativas de webcasting: um estudo sobre formatos híbridos. Orientado por Geane de Carvalho Alzamora. Belo Horizonte, 2010. 170 f. Dissertação (Mestrado em Comunicação Social) – Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, Faculdade de Comunicação e Artes, Programa de Mestrado em Comunicação Social, Belo Horizonte, 2010. Disponível em:< http://www.biblioteca.pucminas.br/teses/Comunicacao_MaiaRA_1.pdf>. Acesso em 27 set. 2011. NING. History: about NING. Palo Alto, Califórnia: NING, Inc. . 2011a. Disponível em <http://about.ning.com/corporate/history/>. Acessado em 08 out. 2011. __________. Introduction to groups. Palo Alto, Califórnia: NING, Inc. . 2011. Disponível em: <http://help.ning.com/cgi-nin/ning.cfg/php/enduser/std_adp.php?p_faqid=3411&p_sid=M9PWbaGk>. Acessado em 05 set. 2011b. RECUERO, Raquel. Redes Sociais na Internet. Porto Alegre: Sulina, 2009. ________. Redes Sociais na Internet, Conversação e Contexto. Pontomidia, 2011. [S. l.], 03 jan. 2011. Disponível em: <http://www.pontomidia.com.br/raquel/arquivos/redes_sociais_na_internet_conversacao_e_contexto.html>. Acessado em 08 out. 2011. USABILIDADE. In: WIKIPÉDIA a enciclopédia livre. Flórida: Wikimedia Foundation, 2011. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Usabilidade>. Acesso em 07 out. 2011.
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