SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 16
PPRROOGGRREESSSSOO EE FFIICCÇÇÃÃOO CCIIEENNTTÍÍFFIICCAA 
DDIISSTTÓÓPPIICCAA NNOO SSÉÉCCUULLOO XXXX 
Vítor Vieira Ferreira 
Mestrando pelo Programa Interdisciplinar de Pós-Graduação em 
Linguística Aplicada da Universidade Federal do Rio de Janeiro 
Bolsista da CAPES 
14º Seminário Nacional de História da Ciência e da Tecnologia –– BBeelloo HHoorriizzoonnttee,, MMGG
Reflexões sobre o texto literário 
• A literatura enquanto discurso: partimos aqui do 
pressuposto de que toda obra literária, na 
medida em que dispõe de um suporte verbal que 
a signifique, é completamente perpassada por 
constrangimentos de ordem social, política, 
ideológica, enfim, histórica. 
• Importância para a História Cultural: produções 
simbólicas como fontes historiográficas.
Sobre a Ficção Científica – principais 
marcos históricos do gênero 
• Os primeiros nomes: Jonathan Swift (As 
Viagens de Gulliver), Mary Shelley 
(Frankenstein), Julio Verne (Viagem ao centro 
da terra) e H.G. Wells (A máquina do tempo) 
• FC como gênero distinto: Hugo Gernsback e 
sua Amazing Stories (1926)
Sobre a Ficção Científica 
• Suporte multi-semiótico 
• Primazia de contos e romances – narrativa 
como elemento predominante
Sobre a Ficção Científica
Sobre a Ficção Científica 
• Ficção Científica: imaginário 
do século XX (CARDOSO, 1998)
Século XX, progresso, 
modernidade 
• Século XX como construção 
histórica única: progresso como 
elemento distintivo (ALEXANDER, 
2002:15). 
• Conceito presente desde o século 
XV e se vincula com a ideia de 
modernidade.
Século XX, progresso, 
modernidade 
• Modernidade em Koselleck: a modernidade se funda a 
partir de uma temporalização da história e que se 
contrapõe às concepções cronológicas anteriores que 
viam no futuro a realização profética do final dos tempos 
(escatologia cristã). Esta ideia de futuro como fim 
permanece até o advento da filosofia da história, 
“emancipad[a] da submissão absolutista e da tutela da 
Igreja” (KOSELLECK, 2011:36) e dos prognósticos 
racionais, cada vez mais estes últimos influenciados 
pelas transformações sociais que o progresso, em suas 
mais diversas instâncias, promovia – o “profectus” 
espiritual dá lugar ao “progressus” mundano.
O homem se lança na história – o 
pensamento utópico 
• O termo: origem como a junção 
dos termos gregos οὐ(significando 
não, negação e que se reduz a “u”)e 
τόπος (lugar, região) acrescida do 
sufixo –ia, também indicando lugar. 
• O conceito: superação positiva do 
status quo.
O pensamento utópico ao longo da 
história (LIMA,2008)
O homem se lança na história – o 
pensamento utópico 
• Com a modernidade, o pensamento 
utópico se volta cada vez mais para a 
realidade histórica que o engendra com 
vistas a uma transformação do tempo 
presente a partir de um ideal 
anteriormente imaginado.
O século XX, Ficção Científica Distópica 
• Distopia: extrapolação negativa do status quo à 
época de sua funcionalização ficcional. 
• Distopias clássicas: 
– “Nós” de Yevgeny Zamyatin (publicado em 1924); 
– “Admirável Mundo Novo” de Aldous Huxley (1932), 
– “1984” de George Orwell (1949); 
– “Fahrenheit 451” de Ray Bradbury (1953); 
– “Laranja Mecânica” de Anthony Burgess (1962) 
– “O caçador de androides” de Philip K. Dick (1968).
O século XX, Ficção Científica Distópica 
• Elementos para a formação do pensamento 
distópico: 
– Ruptura com a tradição racionalista, de Nietzsche aos 
desconstrucionistas, passando pela Escola de 
Frankfurt 
– Guerras Mundiais, regimes totalitários, holocausto, 
Hiroshima e Nagasaki 
– Guerra Fria e ameaça nuclear 
– Desilusão com o sonho socialista 
– Capitalismo e suas mazelas sociais
Comentários finais 
• Permanência do discurso distópico em narrativas 
ficcionais nas primeiras décadas do séc. XXI. 
• Negação do pensamento utópico como 
legitimação do status quo. 
• Descrédito quanto à razão e a ciência se 
consolidam no pós-modernismo e sua rejeição a 
projetos emancipatórios possibilitados pela razão 
e pelo conhecimento.
Comentários finais 
• Relevância dos estudos e pesquisas sobre a 
FC, gênero ainda considerado como 
paraliteratura. 
• Relevância das narrativas de FC como fonte 
historiográfica de especial valor para a 
História das Ciências.
Bibliografia 
ALEXANDER, Jeffrey C. Between progress and apocalypse: social theory and 
the dream of reason in the twentieth century. In: ALEXANDER, Jeffrey C.; 
SZTOMPKA, Piotr (Orgs.). Rethinking progress: movements, forces, and 
ideas at the end of the 20th century. Boston: Unwin Hyman, 1990. 
CARDOSO, Ciro Flamarion. A Ficção Científica, imaginário do Século XX. 
1998. Disponível em: 
http://pt.scribd.com/doc/48165239/A-FICCAO-CIENTIFICA 
KOSELLECK, Reinhart. Futuro passado contribuição à semântica dos tempos 
históricos. Tradução de Wilma Patrícia Maas e Carlos Almeida Pereira. Rio 
de Janeiro: Contraponto, 2006. 
LIMA, Carlos. Genealogia dialética da utopia. Rio de Janeiro: Contraponto, 
2008.

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Teoria da história o conhecimento histórico (positivismo, marxismo, annales...
Teoria da história   o conhecimento histórico (positivismo, marxismo, annales...Teoria da história   o conhecimento histórico (positivismo, marxismo, annales...
Teoria da história o conhecimento histórico (positivismo, marxismo, annales...Professor: Ellington Alexandre
 
Teoria da nova história
Teoria da nova históriaTeoria da nova história
Teoria da nova históriaBen Oliveira
 
História dos annales trajetória
História dos annales   trajetóriaHistória dos annales   trajetória
História dos annales trajetóriaHelio Smoly
 
Antropologia do colonialismo
Antropologia do colonialismoAntropologia do colonialismo
Antropologia do colonialismoZelinda Barros
 
Nova história cultural e a micro história
Nova história cultural e a micro históriaNova história cultural e a micro história
Nova história cultural e a micro históriaGabriel
 
Adolfo yanez casal cap.3 para uma epistemologia do discurso
Adolfo yanez casal   cap.3 para uma epistemologia do discursoAdolfo yanez casal   cap.3 para uma epistemologia do discurso
Adolfo yanez casal cap.3 para uma epistemologia do discursoRaquel Marcelino Viegas
 
A história e fonte histórica
A história e fonte históricaA história e fonte histórica
A história e fonte históricarobson30
 
Introdução ao Estudo da História - Fontes Históricas
Introdução ao Estudo da História - Fontes HistóricasIntrodução ao Estudo da História - Fontes Históricas
Introdução ao Estudo da História - Fontes Históricasseixasmarianas
 

Mais procurados (20)

A revolução da historiografia
A revolução da historiografiaA revolução da historiografia
A revolução da historiografia
 
Escola dos annales
Escola dos annalesEscola dos annales
Escola dos annales
 
Teoria da história o conhecimento histórico (positivismo, marxismo, annales...
Teoria da história   o conhecimento histórico (positivismo, marxismo, annales...Teoria da história   o conhecimento histórico (positivismo, marxismo, annales...
Teoria da história o conhecimento histórico (positivismo, marxismo, annales...
 
Historiografia da História
Historiografia da HistóriaHistoriografia da História
Historiografia da História
 
História aula 1
História aula 1História aula 1
História aula 1
 
A escola dos annales e o positivismo
A escola dos annales e o positivismoA escola dos annales e o positivismo
A escola dos annales e o positivismo
 
Teoria da nova história
Teoria da nova históriaTeoria da nova história
Teoria da nova história
 
História dos annales trajetória
História dos annales   trajetóriaHistória dos annales   trajetória
História dos annales trajetória
 
Antropologia do colonialismo
Antropologia do colonialismoAntropologia do colonialismo
Antropologia do colonialismo
 
Documento e monumento
Documento e monumentoDocumento e monumento
Documento e monumento
 
O que é história
O que é históriaO que é história
O que é história
 
Nova história cultural e a micro história
Nova história cultural e a micro históriaNova história cultural e a micro história
Nova história cultural e a micro história
 
2.introdução á história.14
2.introdução á história.142.introdução á história.14
2.introdução á história.14
 
2.introdução á história.15.
2.introdução á história.15.2.introdução á história.15.
2.introdução á história.15.
 
Adolfo yanez casal cap.3 para uma epistemologia do discurso
Adolfo yanez casal   cap.3 para uma epistemologia do discursoAdolfo yanez casal   cap.3 para uma epistemologia do discurso
Adolfo yanez casal cap.3 para uma epistemologia do discurso
 
O que é história
O que é históriaO que é história
O que é história
 
Aula 1 o que é história
Aula 1   o que é históriaAula 1   o que é história
Aula 1 o que é história
 
A história e fonte histórica
A história e fonte históricaA história e fonte histórica
A história e fonte histórica
 
Escola dos annales
Escola dos annalesEscola dos annales
Escola dos annales
 
Introdução ao Estudo da História - Fontes Históricas
Introdução ao Estudo da História - Fontes HistóricasIntrodução ao Estudo da História - Fontes Históricas
Introdução ao Estudo da História - Fontes Históricas
 

Semelhante a Progresso e Ficção Científica Distópica no Século XX

História - Introdução 2014 ok
História - Introdução 2014 okHistória - Introdução 2014 ok
História - Introdução 2014 okFabio Salvari
 
4 dossie da vida dos gladiadores
4   dossie da vida dos gladiadores4   dossie da vida dos gladiadores
4 dossie da vida dos gladiadoresAmanda Cardoso
 
Teoria da hitória aula basica
Teoria da  hitória aula basicaTeoria da  hitória aula basica
Teoria da hitória aula basicaWilton Silva
 
RAGO_Margareth_O efeito Foucault na historiografia brasileira.pdf
RAGO_Margareth_O efeito Foucault na historiografia brasileira.pdfRAGO_Margareth_O efeito Foucault na historiografia brasileira.pdf
RAGO_Margareth_O efeito Foucault na historiografia brasileira.pdfElisaCaetano12
 
APRESENTAÇÃO DO SEMINÁRIO TEMPO E NARRATIVA
APRESENTAÇÃO DO SEMINÁRIO TEMPO E NARRATIVA APRESENTAÇÃO DO SEMINÁRIO TEMPO E NARRATIVA
APRESENTAÇÃO DO SEMINÁRIO TEMPO E NARRATIVA Cristiano Gomes Lopes
 
Pós-modernidade
Pós-modernidadePós-modernidade
Pós-modernidadebruxow
 
A teoria da Historia e o romance historico em Lukacs
A teoria da Historia e o romance historico em LukacsA teoria da Historia e o romance historico em Lukacs
A teoria da Historia e o romance historico em LukacsCarlo Romani
 
Períodos da Filosofia
Períodos da FilosofiaPeríodos da Filosofia
Períodos da FilosofiaRobson Santos
 
Aula para 2o ano filosofia
Aula para 2o ano filosofiaAula para 2o ano filosofia
Aula para 2o ano filosofiaMarcus Vinicios
 
Breves comentários críticos sobre o conceito de cultura em tempos de Pós-Mode...
Breves comentários críticos sobre o conceito de cultura em tempos de Pós-Mode...Breves comentários críticos sobre o conceito de cultura em tempos de Pós-Mode...
Breves comentários críticos sobre o conceito de cultura em tempos de Pós-Mode...Vítor Vieira
 
A Nova História Cultural - resenha e orientaões
A Nova História Cultural - resenha e orientaõesA Nova História Cultural - resenha e orientaões
A Nova História Cultural - resenha e orientaõesMelissaVicente8
 
História-e-Memória.pdf
História-e-Memória.pdfHistória-e-Memória.pdf
História-e-Memória.pdfalealmeida14
 
Durval muniz de albuquerque júnior 02
Durval muniz de albuquerque júnior 02Durval muniz de albuquerque júnior 02
Durval muniz de albuquerque júnior 02Linguagens Identidades
 
Durval muniz de albuquerque júnior 02
Durval muniz de albuquerque júnior 02Durval muniz de albuquerque júnior 02
Durval muniz de albuquerque júnior 02Linguagens Identidades
 
Tais belo1
Tais belo1Tais belo1
Tais belo1Daiane
 
O tempo presente o trabalho do historiador e a relação passadopresente no est...
O tempo presente o trabalho do historiador e a relação passadopresente no est...O tempo presente o trabalho do historiador e a relação passadopresente no est...
O tempo presente o trabalho do historiador e a relação passadopresente no est...JONASFERNANDESDELIMA1
 
O tempo presente o trabalho do historiador e a relação passadopresente no est...
O tempo presente o trabalho do historiador e a relação passadopresente no est...O tempo presente o trabalho do historiador e a relação passadopresente no est...
O tempo presente o trabalho do historiador e a relação passadopresente no est...RafaelyLeite1
 

Semelhante a Progresso e Ficção Científica Distópica no Século XX (20)

História - Introdução 2014 ok
História - Introdução 2014 okHistória - Introdução 2014 ok
História - Introdução 2014 ok
 
4 dossie da vida dos gladiadores
4   dossie da vida dos gladiadores4   dossie da vida dos gladiadores
4 dossie da vida dos gladiadores
 
Teoria da hitória aula basica
Teoria da  hitória aula basicaTeoria da  hitória aula basica
Teoria da hitória aula basica
 
Super 100 história
Super 100 históriaSuper 100 história
Super 100 história
 
RAGO_Margareth_O efeito Foucault na historiografia brasileira.pdf
RAGO_Margareth_O efeito Foucault na historiografia brasileira.pdfRAGO_Margareth_O efeito Foucault na historiografia brasileira.pdf
RAGO_Margareth_O efeito Foucault na historiografia brasileira.pdf
 
APRESENTAÇÃO DO SEMINÁRIO TEMPO E NARRATIVA
APRESENTAÇÃO DO SEMINÁRIO TEMPO E NARRATIVA APRESENTAÇÃO DO SEMINÁRIO TEMPO E NARRATIVA
APRESENTAÇÃO DO SEMINÁRIO TEMPO E NARRATIVA
 
História e crise dos paradigmas
História e crise dos paradigmasHistória e crise dos paradigmas
História e crise dos paradigmas
 
Pós-modernidade
Pós-modernidadePós-modernidade
Pós-modernidade
 
A teoria da Historia e o romance historico em Lukacs
A teoria da Historia e o romance historico em LukacsA teoria da Historia e o romance historico em Lukacs
A teoria da Historia e o romance historico em Lukacs
 
Períodos da Filosofia
Períodos da FilosofiaPeríodos da Filosofia
Períodos da Filosofia
 
Aula para 2o ano filosofia
Aula para 2o ano filosofiaAula para 2o ano filosofia
Aula para 2o ano filosofia
 
Breves comentários críticos sobre o conceito de cultura em tempos de Pós-Mode...
Breves comentários críticos sobre o conceito de cultura em tempos de Pós-Mode...Breves comentários críticos sobre o conceito de cultura em tempos de Pós-Mode...
Breves comentários críticos sobre o conceito de cultura em tempos de Pós-Mode...
 
A Nova História Cultural - resenha e orientaões
A Nova História Cultural - resenha e orientaõesA Nova História Cultural - resenha e orientaões
A Nova História Cultural - resenha e orientaões
 
História-e-Memória.pdf
História-e-Memória.pdfHistória-e-Memória.pdf
História-e-Memória.pdf
 
Módulo 0
Módulo 0Módulo 0
Módulo 0
 
Durval muniz de albuquerque júnior 02
Durval muniz de albuquerque júnior 02Durval muniz de albuquerque júnior 02
Durval muniz de albuquerque júnior 02
 
Durval muniz de albuquerque júnior 02
Durval muniz de albuquerque júnior 02Durval muniz de albuquerque júnior 02
Durval muniz de albuquerque júnior 02
 
Tais belo1
Tais belo1Tais belo1
Tais belo1
 
O tempo presente o trabalho do historiador e a relação passadopresente no est...
O tempo presente o trabalho do historiador e a relação passadopresente no est...O tempo presente o trabalho do historiador e a relação passadopresente no est...
O tempo presente o trabalho do historiador e a relação passadopresente no est...
 
O tempo presente o trabalho do historiador e a relação passadopresente no est...
O tempo presente o trabalho do historiador e a relação passadopresente no est...O tempo presente o trabalho do historiador e a relação passadopresente no est...
O tempo presente o trabalho do historiador e a relação passadopresente no est...
 

Último

BRASIL - DOMÍNIOS MORFOCLIMÁTICOS - Fund 2.pdf
BRASIL - DOMÍNIOS MORFOCLIMÁTICOS - Fund 2.pdfBRASIL - DOMÍNIOS MORFOCLIMÁTICOS - Fund 2.pdf
BRASIL - DOMÍNIOS MORFOCLIMÁTICOS - Fund 2.pdfHenrique Pontes
 
Recurso Casa das Ciências: Sistemas de Partículas
Recurso Casa das Ciências: Sistemas de PartículasRecurso Casa das Ciências: Sistemas de Partículas
Recurso Casa das Ciências: Sistemas de PartículasCasa Ciências
 
Dança Contemporânea na arte da dança primeira parte
Dança Contemporânea na arte da dança primeira parteDança Contemporânea na arte da dança primeira parte
Dança Contemporânea na arte da dança primeira partecoletivoddois
 
HABILIDADES ESSENCIAIS - MATEMÁTICA 4º ANO.pdf
HABILIDADES ESSENCIAIS  - MATEMÁTICA 4º ANO.pdfHABILIDADES ESSENCIAIS  - MATEMÁTICA 4º ANO.pdf
HABILIDADES ESSENCIAIS - MATEMÁTICA 4º ANO.pdfdio7ff
 
Cultura e Sociedade - Texto de Apoio.pdf
Cultura e Sociedade - Texto de Apoio.pdfCultura e Sociedade - Texto de Apoio.pdf
Cultura e Sociedade - Texto de Apoio.pdfaulasgege
 
Aula 1, 2 Bacterias Características e Morfologia.pptx
Aula 1, 2  Bacterias Características e Morfologia.pptxAula 1, 2  Bacterias Características e Morfologia.pptx
Aula 1, 2 Bacterias Características e Morfologia.pptxpamelacastro71
 
VALORES HUMANOS NA DISCIPLINA DE ENSINO RELIGIOSO
VALORES HUMANOS NA DISCIPLINA DE ENSINO RELIGIOSOVALORES HUMANOS NA DISCIPLINA DE ENSINO RELIGIOSO
VALORES HUMANOS NA DISCIPLINA DE ENSINO RELIGIOSOBiatrizGomes1
 
PRIMEIRO---RCP - DEA - BLS estudos - basico
PRIMEIRO---RCP - DEA - BLS estudos - basicoPRIMEIRO---RCP - DEA - BLS estudos - basico
PRIMEIRO---RCP - DEA - BLS estudos - basicoSilvaDias3
 
Geometria 5to Educacion Primaria EDU Ccesa007.pdf
Geometria  5to Educacion Primaria EDU  Ccesa007.pdfGeometria  5to Educacion Primaria EDU  Ccesa007.pdf
Geometria 5to Educacion Primaria EDU Ccesa007.pdfDemetrio Ccesa Rayme
 
DIA DO INDIO - FLIPBOOK PARA IMPRIMIR.pdf
DIA DO INDIO - FLIPBOOK PARA IMPRIMIR.pdfDIA DO INDIO - FLIPBOOK PARA IMPRIMIR.pdf
DIA DO INDIO - FLIPBOOK PARA IMPRIMIR.pdfIedaGoethe
 
Guia completo da Previdênci a - Reforma .pdf
Guia completo da Previdênci a - Reforma .pdfGuia completo da Previdênci a - Reforma .pdf
Guia completo da Previdênci a - Reforma .pdfEyshilaKelly1
 
Aula - 2º Ano - Cultura e Sociedade - Conceitos-chave
Aula - 2º Ano - Cultura e Sociedade - Conceitos-chaveAula - 2º Ano - Cultura e Sociedade - Conceitos-chave
Aula - 2º Ano - Cultura e Sociedade - Conceitos-chaveaulasgege
 
PLANEJAMENTO anual do 3ANO fundamental 1 MG.pdf
PLANEJAMENTO anual do  3ANO fundamental 1 MG.pdfPLANEJAMENTO anual do  3ANO fundamental 1 MG.pdf
PLANEJAMENTO anual do 3ANO fundamental 1 MG.pdfProfGleide
 
DIGNITAS INFINITA - DIGNIDADE HUMANA -Declaração do Dicastério para a Doutrin...
DIGNITAS INFINITA - DIGNIDADE HUMANA -Declaração do Dicastério para a Doutrin...DIGNITAS INFINITA - DIGNIDADE HUMANA -Declaração do Dicastério para a Doutrin...
DIGNITAS INFINITA - DIGNIDADE HUMANA -Declaração do Dicastério para a Doutrin...Martin M Flynn
 
QUARTA - 1EM SOCIOLOGIA - Aprender a pesquisar.pptx
QUARTA - 1EM SOCIOLOGIA - Aprender a pesquisar.pptxQUARTA - 1EM SOCIOLOGIA - Aprender a pesquisar.pptx
QUARTA - 1EM SOCIOLOGIA - Aprender a pesquisar.pptxIsabellaGomes58
 
HORA DO CONTO4_BECRE D. CARLOS I_2023_2024
HORA DO CONTO4_BECRE D. CARLOS I_2023_2024HORA DO CONTO4_BECRE D. CARLOS I_2023_2024
HORA DO CONTO4_BECRE D. CARLOS I_2023_2024Sandra Pratas
 
Slide de exemplo sobre o Sítio do Pica Pau Amarelo.pptx
Slide de exemplo sobre o Sítio do Pica Pau Amarelo.pptxSlide de exemplo sobre o Sítio do Pica Pau Amarelo.pptx
Slide de exemplo sobre o Sítio do Pica Pau Amarelo.pptxconcelhovdragons
 
Slides Lição 3, Betel, Ordenança para congregar e prestar culto racional, 2Tr...
Slides Lição 3, Betel, Ordenança para congregar e prestar culto racional, 2Tr...Slides Lição 3, Betel, Ordenança para congregar e prestar culto racional, 2Tr...
Slides Lição 3, Betel, Ordenança para congregar e prestar culto racional, 2Tr...LuizHenriquedeAlmeid6
 
A Inteligência Artificial na Educação e a Inclusão Linguística
A Inteligência Artificial na Educação e a Inclusão LinguísticaA Inteligência Artificial na Educação e a Inclusão Linguística
A Inteligência Artificial na Educação e a Inclusão LinguísticaFernanda Ledesma
 
Currículo escolar na perspectiva da educação inclusiva.pdf
Currículo escolar na perspectiva da educação inclusiva.pdfCurrículo escolar na perspectiva da educação inclusiva.pdf
Currículo escolar na perspectiva da educação inclusiva.pdfIedaGoethe
 

Último (20)

BRASIL - DOMÍNIOS MORFOCLIMÁTICOS - Fund 2.pdf
BRASIL - DOMÍNIOS MORFOCLIMÁTICOS - Fund 2.pdfBRASIL - DOMÍNIOS MORFOCLIMÁTICOS - Fund 2.pdf
BRASIL - DOMÍNIOS MORFOCLIMÁTICOS - Fund 2.pdf
 
Recurso Casa das Ciências: Sistemas de Partículas
Recurso Casa das Ciências: Sistemas de PartículasRecurso Casa das Ciências: Sistemas de Partículas
Recurso Casa das Ciências: Sistemas de Partículas
 
Dança Contemporânea na arte da dança primeira parte
Dança Contemporânea na arte da dança primeira parteDança Contemporânea na arte da dança primeira parte
Dança Contemporânea na arte da dança primeira parte
 
HABILIDADES ESSENCIAIS - MATEMÁTICA 4º ANO.pdf
HABILIDADES ESSENCIAIS  - MATEMÁTICA 4º ANO.pdfHABILIDADES ESSENCIAIS  - MATEMÁTICA 4º ANO.pdf
HABILIDADES ESSENCIAIS - MATEMÁTICA 4º ANO.pdf
 
Cultura e Sociedade - Texto de Apoio.pdf
Cultura e Sociedade - Texto de Apoio.pdfCultura e Sociedade - Texto de Apoio.pdf
Cultura e Sociedade - Texto de Apoio.pdf
 
Aula 1, 2 Bacterias Características e Morfologia.pptx
Aula 1, 2  Bacterias Características e Morfologia.pptxAula 1, 2  Bacterias Características e Morfologia.pptx
Aula 1, 2 Bacterias Características e Morfologia.pptx
 
VALORES HUMANOS NA DISCIPLINA DE ENSINO RELIGIOSO
VALORES HUMANOS NA DISCIPLINA DE ENSINO RELIGIOSOVALORES HUMANOS NA DISCIPLINA DE ENSINO RELIGIOSO
VALORES HUMANOS NA DISCIPLINA DE ENSINO RELIGIOSO
 
PRIMEIRO---RCP - DEA - BLS estudos - basico
PRIMEIRO---RCP - DEA - BLS estudos - basicoPRIMEIRO---RCP - DEA - BLS estudos - basico
PRIMEIRO---RCP - DEA - BLS estudos - basico
 
Geometria 5to Educacion Primaria EDU Ccesa007.pdf
Geometria  5to Educacion Primaria EDU  Ccesa007.pdfGeometria  5to Educacion Primaria EDU  Ccesa007.pdf
Geometria 5to Educacion Primaria EDU Ccesa007.pdf
 
DIA DO INDIO - FLIPBOOK PARA IMPRIMIR.pdf
DIA DO INDIO - FLIPBOOK PARA IMPRIMIR.pdfDIA DO INDIO - FLIPBOOK PARA IMPRIMIR.pdf
DIA DO INDIO - FLIPBOOK PARA IMPRIMIR.pdf
 
Guia completo da Previdênci a - Reforma .pdf
Guia completo da Previdênci a - Reforma .pdfGuia completo da Previdênci a - Reforma .pdf
Guia completo da Previdênci a - Reforma .pdf
 
Aula - 2º Ano - Cultura e Sociedade - Conceitos-chave
Aula - 2º Ano - Cultura e Sociedade - Conceitos-chaveAula - 2º Ano - Cultura e Sociedade - Conceitos-chave
Aula - 2º Ano - Cultura e Sociedade - Conceitos-chave
 
PLANEJAMENTO anual do 3ANO fundamental 1 MG.pdf
PLANEJAMENTO anual do  3ANO fundamental 1 MG.pdfPLANEJAMENTO anual do  3ANO fundamental 1 MG.pdf
PLANEJAMENTO anual do 3ANO fundamental 1 MG.pdf
 
DIGNITAS INFINITA - DIGNIDADE HUMANA -Declaração do Dicastério para a Doutrin...
DIGNITAS INFINITA - DIGNIDADE HUMANA -Declaração do Dicastério para a Doutrin...DIGNITAS INFINITA - DIGNIDADE HUMANA -Declaração do Dicastério para a Doutrin...
DIGNITAS INFINITA - DIGNIDADE HUMANA -Declaração do Dicastério para a Doutrin...
 
QUARTA - 1EM SOCIOLOGIA - Aprender a pesquisar.pptx
QUARTA - 1EM SOCIOLOGIA - Aprender a pesquisar.pptxQUARTA - 1EM SOCIOLOGIA - Aprender a pesquisar.pptx
QUARTA - 1EM SOCIOLOGIA - Aprender a pesquisar.pptx
 
HORA DO CONTO4_BECRE D. CARLOS I_2023_2024
HORA DO CONTO4_BECRE D. CARLOS I_2023_2024HORA DO CONTO4_BECRE D. CARLOS I_2023_2024
HORA DO CONTO4_BECRE D. CARLOS I_2023_2024
 
Slide de exemplo sobre o Sítio do Pica Pau Amarelo.pptx
Slide de exemplo sobre o Sítio do Pica Pau Amarelo.pptxSlide de exemplo sobre o Sítio do Pica Pau Amarelo.pptx
Slide de exemplo sobre o Sítio do Pica Pau Amarelo.pptx
 
Slides Lição 3, Betel, Ordenança para congregar e prestar culto racional, 2Tr...
Slides Lição 3, Betel, Ordenança para congregar e prestar culto racional, 2Tr...Slides Lição 3, Betel, Ordenança para congregar e prestar culto racional, 2Tr...
Slides Lição 3, Betel, Ordenança para congregar e prestar culto racional, 2Tr...
 
A Inteligência Artificial na Educação e a Inclusão Linguística
A Inteligência Artificial na Educação e a Inclusão LinguísticaA Inteligência Artificial na Educação e a Inclusão Linguística
A Inteligência Artificial na Educação e a Inclusão Linguística
 
Currículo escolar na perspectiva da educação inclusiva.pdf
Currículo escolar na perspectiva da educação inclusiva.pdfCurrículo escolar na perspectiva da educação inclusiva.pdf
Currículo escolar na perspectiva da educação inclusiva.pdf
 

Progresso e Ficção Científica Distópica no Século XX

  • 1. PPRROOGGRREESSSSOO EE FFIICCÇÇÃÃOO CCIIEENNTTÍÍFFIICCAA DDIISSTTÓÓPPIICCAA NNOO SSÉÉCCUULLOO XXXX Vítor Vieira Ferreira Mestrando pelo Programa Interdisciplinar de Pós-Graduação em Linguística Aplicada da Universidade Federal do Rio de Janeiro Bolsista da CAPES 14º Seminário Nacional de História da Ciência e da Tecnologia –– BBeelloo HHoorriizzoonnttee,, MMGG
  • 2. Reflexões sobre o texto literário • A literatura enquanto discurso: partimos aqui do pressuposto de que toda obra literária, na medida em que dispõe de um suporte verbal que a signifique, é completamente perpassada por constrangimentos de ordem social, política, ideológica, enfim, histórica. • Importância para a História Cultural: produções simbólicas como fontes historiográficas.
  • 3. Sobre a Ficção Científica – principais marcos históricos do gênero • Os primeiros nomes: Jonathan Swift (As Viagens de Gulliver), Mary Shelley (Frankenstein), Julio Verne (Viagem ao centro da terra) e H.G. Wells (A máquina do tempo) • FC como gênero distinto: Hugo Gernsback e sua Amazing Stories (1926)
  • 4. Sobre a Ficção Científica • Suporte multi-semiótico • Primazia de contos e romances – narrativa como elemento predominante
  • 5. Sobre a Ficção Científica
  • 6. Sobre a Ficção Científica • Ficção Científica: imaginário do século XX (CARDOSO, 1998)
  • 7. Século XX, progresso, modernidade • Século XX como construção histórica única: progresso como elemento distintivo (ALEXANDER, 2002:15). • Conceito presente desde o século XV e se vincula com a ideia de modernidade.
  • 8. Século XX, progresso, modernidade • Modernidade em Koselleck: a modernidade se funda a partir de uma temporalização da história e que se contrapõe às concepções cronológicas anteriores que viam no futuro a realização profética do final dos tempos (escatologia cristã). Esta ideia de futuro como fim permanece até o advento da filosofia da história, “emancipad[a] da submissão absolutista e da tutela da Igreja” (KOSELLECK, 2011:36) e dos prognósticos racionais, cada vez mais estes últimos influenciados pelas transformações sociais que o progresso, em suas mais diversas instâncias, promovia – o “profectus” espiritual dá lugar ao “progressus” mundano.
  • 9. O homem se lança na história – o pensamento utópico • O termo: origem como a junção dos termos gregos οὐ(significando não, negação e que se reduz a “u”)e τόπος (lugar, região) acrescida do sufixo –ia, também indicando lugar. • O conceito: superação positiva do status quo.
  • 10. O pensamento utópico ao longo da história (LIMA,2008)
  • 11. O homem se lança na história – o pensamento utópico • Com a modernidade, o pensamento utópico se volta cada vez mais para a realidade histórica que o engendra com vistas a uma transformação do tempo presente a partir de um ideal anteriormente imaginado.
  • 12. O século XX, Ficção Científica Distópica • Distopia: extrapolação negativa do status quo à época de sua funcionalização ficcional. • Distopias clássicas: – “Nós” de Yevgeny Zamyatin (publicado em 1924); – “Admirável Mundo Novo” de Aldous Huxley (1932), – “1984” de George Orwell (1949); – “Fahrenheit 451” de Ray Bradbury (1953); – “Laranja Mecânica” de Anthony Burgess (1962) – “O caçador de androides” de Philip K. Dick (1968).
  • 13. O século XX, Ficção Científica Distópica • Elementos para a formação do pensamento distópico: – Ruptura com a tradição racionalista, de Nietzsche aos desconstrucionistas, passando pela Escola de Frankfurt – Guerras Mundiais, regimes totalitários, holocausto, Hiroshima e Nagasaki – Guerra Fria e ameaça nuclear – Desilusão com o sonho socialista – Capitalismo e suas mazelas sociais
  • 14. Comentários finais • Permanência do discurso distópico em narrativas ficcionais nas primeiras décadas do séc. XXI. • Negação do pensamento utópico como legitimação do status quo. • Descrédito quanto à razão e a ciência se consolidam no pós-modernismo e sua rejeição a projetos emancipatórios possibilitados pela razão e pelo conhecimento.
  • 15. Comentários finais • Relevância dos estudos e pesquisas sobre a FC, gênero ainda considerado como paraliteratura. • Relevância das narrativas de FC como fonte historiográfica de especial valor para a História das Ciências.
  • 16. Bibliografia ALEXANDER, Jeffrey C. Between progress and apocalypse: social theory and the dream of reason in the twentieth century. In: ALEXANDER, Jeffrey C.; SZTOMPKA, Piotr (Orgs.). Rethinking progress: movements, forces, and ideas at the end of the 20th century. Boston: Unwin Hyman, 1990. CARDOSO, Ciro Flamarion. A Ficção Científica, imaginário do Século XX. 1998. Disponível em: http://pt.scribd.com/doc/48165239/A-FICCAO-CIENTIFICA KOSELLECK, Reinhart. Futuro passado contribuição à semântica dos tempos históricos. Tradução de Wilma Patrícia Maas e Carlos Almeida Pereira. Rio de Janeiro: Contraponto, 2006. LIMA, Carlos. Genealogia dialética da utopia. Rio de Janeiro: Contraponto, 2008.