A carta é escrita pela Princesa Leopoldina para sua irmã Maria Teresa de Bourbon em seus últimos momentos de vida. Ela relata suas desgraças e sofrimentos sob o domínio de seu marido D. Pedro I, que a abandonou e maltratou. Leopoldina pede proteção para seus filhos órfãos e ajuda financeira para pagar suas dívidas.
2. • O INÍCIO DO PROCESSO DE INDEPENDÊNCIA ESTÁ
ASSOCIADO COM A CHEGADA DA FAMÍLIA REAL
PORTUGUESA NO BRASIL;
• A VINDA DA FAMÍLIA REAL PORTUGUESA PARA O
BRASIL OCORREU DEVIDO À INVASÃO DE
PORTUGAL PELO EXÉRCITO NAPOLEÔNICO;
• A FAMÍLIA REAL PORTUGUESA VEIO PARA O
BRASIL ACOMPANHADA DE SUA CORTE E
FUNCIONÁRIOS DO GOVERNO (+- 10 À 15 MIL
PESSOAS) E VIERAM PROTEGIDAS PELA MARINHA
INGLESA.
3.
4.
5.
6.
7. O PERÍODO JOANINO
• O PRÍNCIPE REGENTE D. JOÃO, QUANDO CHEGA
AO BRASIL, ADOTA MEDIDAS POLÍTICA E
ECONÔMICAS IMPORTANTES E QUE IRÃO MUDAR
RADICALMENTE O BRASIL:
• A ABERTURA DOS PORTOS (1808): NA PRÁTICA,
ESTAVA ABOLIDO O PACTO COLONIAL, OU SEJA, O
BRASIL PODERIA NEGOCIAR COM OUTRAS NAÇÕES
• A REVOGAÇÃO DO ALVARÁ DE 1785 QUE PROIBIA
A MANUFATURA NO BRASIL
• OS TRATADOS DE 1810: TRATADO DE COMÉRCIO E
NAVEGAÇÃO E TRATADO DE ALIANÇA E AMIZADE.
8. PELO TRATADO DE COMÉRCIO E NAVEGAÇÃO, AS
MERCADORIAS IMPORTADAS TERIAM AS SEGUINTES
TAXAÇÕES: 15% PARA OS PRODUTOS INGLESES, 16%
PARA OS PRODUTOS PORTUGUESES E 24% PARA OS
PRODUTOS DE OUTROS PAÍSES.
PELO TRATADO DE ALIANÇA E AMIZADE, OS
INGLESES SERIAM CONSIDERADOS CIDADÃOS
PRIVILEGIADOS AQUI NA COLÔNIA: TERIAM
LIBERDADE PARA EXERCER SUA RELIGIÃO
(PROTESTANTISMO) E SE COMETESSEM CRIMES NO
BRASIL, SERIAM JULGADOS POR LEIS INGLESAS
9. OUTRAS MEDIDA IMPORTANTES DO PRÍNCIPE
REGENTE D. JOÃO:
• A BIBLIOTECA REAL;
• A GAZETA DO RIO DE JANEIRO;
• A CASA DA MOEDA;
• O BANCO DO BRASIL;
• A ACADEMIA REAL MILITAR;
• O JARDIM BOTÂNICO;
• ELEVAÇÃO DO BRASIL À REINDO UNIDO (1815)
10.
11.
12. O PRIMEIRO REINADO (1822-1831)
• DEPOIS DE 13 ANOS NO BRASIL, D. JOÃO VI
VOLTA PARA PORTUGAL EM 1821, DEIXANDO
NO SEU LUGAR O PRÍNCIPE REGENTE D.
PEDRO.
• APOIADO PELOS SETORES ARISTOCRÁTICOS,
QUE TEMIAM A VOLTA DO BRASIL À
CONDIÇÃO DE COLÔNIA, D. PEDRO DECLARA A
INDEPENDÊNCIA DO BRASIL EM 7 DE
SETEMBRO DE 1822.
• O BRASIL SE TORNA UMA MONARQUIA.
13.
14.
15.
16.
17.
18.
19. A CONSTITUIÇÃO DE 1824
• FOI ADOTADA ATÉ O FINAL DO IMPÉRIO (1889);
• OS PRESIDENTES DE PROVÍNCIA ERAM
ESCOLHIDOS PELO IMPERADOR;
• CRIAVA O PODER MODERADOR, EXERCIDO
EXCLUSIVAMENTE PELO IMPERADOR.
• O SENADO ERA VITALÍCIO E A ELEIÇÃO PARA
DEPUTADO ERA ESTABELECIDA PELO VOTO
CENSITÁRIO;
• O CATOLICISMO ERA CONSIDERADO A RELIGIÃO
OFICIAL DO PAÍS.
20. • HAVIAM OS VOTANTES (100 MIL RÉIS) E OS
ELITORES (200 MIL RÉIS);
• OS DEPUTADO E SENADORES DEVERIAM TER
RENDA MÍNIMA DE 400 MIL RÉIS E 800 MIL
RÉIS, RESPECTIVAMENTE.
• ESCRAVOS, ANALFABETOS E MULHERES NÃO
ERAM CIDADÃOS.
• APENAS 13% DA POPULAÇÃO ERA
CONSIDERADA CIDADÃ.
21.
22.
23.
24. • D. PEDRO I FEZ UM GOVERNO MARCADO
PELO AUTORITARISMO.
• EM 1831, PRESSIONADO PELOS SETORES DA
ELITE E PELO EXÉRCITO, ELE RENUNCIA AO
TRONO EM FAVOR DE SEU FILHO, PEDRO DE
ALCÂNTARA, DE APENAS 5 ANOS.
• VAI PARA PORTUGAL, SE TONAR PEDRO IV,
ONDE MORRE EM 1835.
25.
26. São Cristóvão, 8 de dezembro de 1826, às 4 horas da manhã
Minha adorada mana!
Reduzida ao mais deplorável estado de saúde e tendo chegado ao último ponto de minha vida em meio dos
maiores sofrimentos, terei também a desgraça de não poder eu mesma explicar-te todos aqueles sentimentos
que há tanto tempo existiam impressos na minha alma. Minha mana! Não tornarei a vê-la! Não poderei outra
vez repetir que te amava, que te adorava! Pois, já que não posso ter esta tão inocente satisfação igual a outras
muitas que não me são permitidas, ouve o grito de uma vítima que de tu reclama - não vingança - mas piedade,
e socorro do fraternal afeto para meus inocentes filhos, que orfãos vão ficar, em poder de si mesmos ou das
pessoas que foram autores das minhas desgraças, reduzindo-me ao estado em que me acho, de ser obrigada a
servir-me de intérprete para fazer chegar até tu os últimos rogos da minha aflita alma. A Marquesa de Aguiar, de
quem bem conheceis o zelo e o amor verdadeiro que por mim tem, como repetidas vezes te escrevi, essa única
amiga que tenho é quem lhe escreve em meu lugar.
Há quase quatro anos, minha adorada mana, como a ti tenho escrito, por amor de um monstro sedutor me vejo
reduzida ao estado da maior escravidão e totalmente esquecida pelo meu adorado Pedro. Ultimamente, acabou
de dar-me a última prova de seu total esquecimento a meu respeito, maltratando-me na presença daquela
mesma que é a causa de todas as minhas desgraças. Muito e muito tinha a dizer-te, mas faltam-me forças para
me lembrar de tão horroroso atentado que será sem dúvida a causa da minha morte. Cadolino, que por ti me foi
recomendado, e que me tem dado todas as provas da maior subordinação e fidelidade, é quem fica encarregado
de entregar-te a presente, e declarar-te o que por muitos motivos não posso confiar a este papel. Tendo ele todas
as informações que são precisas sobre este artigo, nada mais tenho a acrescentar, confiando inteiramente na sua
probidade, honra e fidelidade.
Faltaria ao meu dever se, além de ter declarado ao Marechal e a Cadolino que tenho dívidas contratadas (ou
contraídas?) para sustentar os pobres, que de mim reclamarão algum socorro, e para as minhas despesas
particulares, não dissesse a ti que o Flach, de quem tenho muitas vezes escrito, é digno de toda tua consideração
e de meu Augusto Pai, a quem peço-te remeter a inclusa.
Este virtuoso amigo, além de ter se sacrificado e comprometido a si mesmo e seus negócios para me servir, não
desprezou meio algum para me
procurar socorros. Peço-te por quanto tens de mais sagrado de lhe prestares todo o auxílio, de modo que ele
possa satisfazer aquelas dívidas que por mim tem contraído. Recomendo este exemplo da mais virtuosa amizade.
Cadolino te dirá qual foi o procedimento de Marechal para comigo. A Marquesa de Aguiar fica encarregada de
dar a ti os mais miúdos detalhes sobre quanto diz respeito às minhas queridas filhas. Ah, minhas queridas filhas!
Que será delas depois da minha morte? É a ela que entreguei a sua educação até que o meu Pedro, o meu
querido Pedro não disponha o contrário. Adeus minha adorada mana.
Permita o Ente Supremo que eu possa escrever-te ainda outra vez, pois que será o final do meu restabelecimento.
L. S. B. Marquesa de Aguiar Escrevi