II CURSO DE FORMAÇÃO DO PROGRAMA AGENTES
AMBIENTAIS VOLUNTÁRIOS DO IBAMA EM PERNAMBUCO
RELATÓRIO FINAL
ASSOCIAÇÃO DE JANGADEIROS DO PONTAL DE MARACAÍPE
OUTUBRO DE 2009
II CURSO DE FORMAÇÃO DO PROGRAMA AGENTES AMBIENTAIS
VOLUNTÁRIOS DO IBAMA EM PERNAMBUCO
EQUIPE TÉCNICA
Núcleo de Educação Ambiental – IBAMA/PE
Luiz Otávio de Araujo Corrêa
Christianne Lopes de Sousa Sá
Eutália Cristina da Fonseca Oliveira
João Bianor Pessoa
Manoel Edson de Lima
Laboratório de Aqüicultura Marinha - LABAQUAC/ Projeto Hippocampus
Rosana Beatriz Silveira
Jair de Albuquerque Siqueira
Maria Lúcia Fernandes Antunes
Convidados
Maria da Salete Amorim – Núcleo de Licenciamento – IBAMA/PE
Maira Egito de Lima Barros – IBAMA/PE
II CURSO DE FORMAÇÃO DO PROGRAMA AGENTES AMBIENTAIS
VOLUNTÁRIOS DO IBAMA EM PERNAMBUCO
RELATÓRIO FINAL
Histórico
Em julho de 2009, a equipe do Laboratório de Aqüicultura Marinha – LABAQUAC / Projeto
Hippocampus, que atua na pesquisa, cultivo e conservação do cavalo-marinho no litoral brasileiro,
solicitou ao Núcleo de Educação Ambiental da Superintendência do IBAMA em Pernambuco a realização
de um curso de capacitação para os integrantes da Associação de Jangadeiros do Pontal de Maracaípe
(AJPM), que conduzem diariamente centenas de turistas pelo estuário do rio Maracaípe, localizado no
município de Ipojuca, em passeios de jangada que tem como foco principal a observação de cavalos-
marinhos em seu ambiente natural.
A escolha por um curso de formação do Programa Agentes Ambientais Voluntários foi motivada pelo
fato de a zona costeira representar uma das áreas prioritárias do programa no Estado e, também, por que
os jangadeiros representam a comunidade tradicional que iniciou a ocupação dessa região litorânea. Além
disso, a orla e as áreas estuarinas do município de Ipojuca necessitam de uma atenção especial do
IBAMA por representarem o principal destino turístico de Pernambuco e por terem sido excluídas dos
limites da APA Costa dos Corais, apesar de apresentar ecossistemas marinhos e costeiros, como recifes de
coral e manguezais, com as mesmas características dos que são encontrados na unidade de conservação
federal.
Para viabilizar a realização do curso, o LABAQUAC / Projeto Hippocampus, que é patrocinado pela
Petrobras, comprometeu-se então em arcar com as despesas de alimentação e hospedagem da equipe
técnica do IBAMA, durante as duas semanas de evento, e com a confecção de certificados de
participação, camisas e bonés, entregues aos concluintes do curso.
A AJPM, por sua vez, ficou responsável em indicar os participantes da capacitação e em solicitar à
diretoria da Escola Municipal Maria José Ferreira de Oliveira a disponibilidade de uma sala de aula para
realização das atividades teóricas do curso.
Para que o passeio de jangada não fosse paralisado na semana do curso, a AJPM solicitou que a
capacitação fosse feita em duas semanas, para que metade do grupo continuasse trabalhando no estuário,
enquanto que uma turma estivesse participando do curso.
Dados sobre o Curso
Público: 38 membros da Associação de Jangadeiros do Pontal de Maracaípe – AJPM
Local: Estuário do Rio Maracaípe, no município de Ipojuca, Litoral Sul de Pernambuco
Período: 19 a 23 de outubro de 2009 – Turma A
26 a 30 de outubro de 2009 – Turma B
Objetivo: Promover a participação efetiva dos jangadeiros do Pontal de Maracaípe na gestão do estuário
e do manguezal de onde retiram o sustento de suas famílias, buscando despertar nos participantes uma
visão crítica sobre os problemas socioambientais identificados e capacitá-los para atuar em parceria ao
IBAMA em ações de educação ambiental, junto à comunidade local e visitantes, como também na
conservação e proteção dos recursos naturais.
Lista de Participantes
Turma A Turma B
01 Antonio Aluino dos Reis Junior Adeildo Antonio da Silva
02 Cláudio Roberto dos Santos Ademir Adeilton da Silva
03 Emanuel Camilo Fernandes Antônio José de Jesus
04 Enio José Cosme Irmãos Daniel Roseno da Silva
05 José Ailton do Nascimento Edmilson do Nascimento Marques
06 José Cosme Camilo Fernandes Eduardo do Nascimento Marques
07 José Damião Camilo Fernandes Eliel Camilo Fernandes
08 José Domingos da Silva Ivaldo Luiz do Nascimento
09 José Luiz da Silva Ivanildo Luiz do Nascimento
10 José Vanderley da Silva Marques José Amaro da Silva
11 Leonardo Chalaça de Souza José Antônio Fernandes Neto
12 Reginaldo L.P. da Silva Filho José Oliveira da Silva
13 Robérico Camilo da Costa Jorge Luiz Camilo Fernandes
14 Rosalvo Camilo Fernandes Manoel Natalício de Assis
15 Rosinaldo Camilo da Costa Marcelo Chalaça de Souza
16 Rubenilson do Nascimento Marques Maria da Paz Camilo Fernandes
17 Samuel Luciano da Silva Renato José dos Santos
18 Valdemir da Silva Marques Roberto Alves de Souza
19 Róbson Camilo da Costa
20 Rosimario Camilo da Costa
21 Valdir da Silva Marques
Conteúdo do Curso
O curso, elaborado para ser executado com uma carga horária de 40 horas, foi dividido em cinco
módulos: Educação Ambiental / Legislação Ambiental / Flora / Fauna / Turismo Sustentável. Os temas
abordados em cada módulo foram trabalhados por meio de aulas expositivas, atividades participativas e
saídas de campo, como exposto na programação a seguir.
Dia 19/10/2009 e 26/10/2009
(Segunda-feira)
8h00 – Abertura / Apresentação da Equipe e dos Participantes;
8h30 – Construção do Acordo de Convivência;
8h40 – Apresentação do Programa Agentes Ambientais Voluntários;
9h00 – Atividade: Trabalhando o Conceito de Meio Ambiente;
10h00 – Intervalo;
10h15 – Apresentação sobre Educação Ambiental;
12h00 – Almoço;
14h00 – Atividade: Identificação de Conflitos Ambientais (Produção de
mapas / Apresentação / Discussão);
16h00 – Intervalo;
16h15 – Apresentação sobre as Formas de Uso dos Estuários pelo Ser
Humano
16h45 – Exibição do Vídeo “Manguezais e Carcinicultura: o verde
violado”
17h00 – Discussão sobre a apresentação e o vídeo;
17h45 – Avaliação do Dia.
Dia 20/10/2009 e 27/10/2009
(Terça-feira)
8h00: Exibição do Vídeo: “Cruzando o Deserto Verde”;
9h30: Discussão sobre o vídeo;
10h00 – Intervalo;
10h15 – Atividade: Aprofundamento das discussões sobre conflitos
ambientais no estuário do rio Maracaípe;
12h00 – Almoço;
14h00 - Apresentações da Diretoria de Controle e Fiscalização do
IBAMA sobre Legislação Ambiental, com Ênfase nos Crimes
Ambientais na Zona Costeira e Noções sobre a Conduta do Agente
Ambiental Voluntário frente a um Crime Ambiental;
15h30 - Debate sobre as apresentações;
16h00 – Intervalo;
16h15 - Atividade: Júri Simulado;
17h45 - Avaliação do dia.
Dia 21/10/2009 e 28/10/2009
(Quarta-feira)
08h00 – Apresentação do Projeto Hippocampus sobre a Fauna do
Estuário do Rio Maracaípe;
09h30 – Debate sobre a apresentação;
10h00 – Intervalo;
10h15 – Apresentação do Núcleo de Licenciamento do IBAMA sobre a
Flora do Manguezal;
11h45 – Debate sobre a apresentação;
12h15 – Almoço;
14h00 – Saída de Campo;
17h45 – Avaliação do dia.
Dia 22/12/2009 e 29/10/2009
(Quinta-feira)
08h00 – Apresentação sobre Turismo Sustentável e Conduta Consciente
em Ambientes Naturais;
10h00 – Intervalo;
10h15 – Continuação da Apresentação;
12h00 – Almoço;
14h00 – Saída de Campo;
17h45 – Avaliação do dia.
Dia 23/10/2009 e 30/10/2009
(Sexta-feira)
08h00 – Elaboração dos Planos de Trabalho;
10h00 – Intervalo;
10h15 - Elaboração dos Planos de Trabalho;
12h00 – Almoço;
14h00 - Elaboração dos Planos de Trabalho;
16h00 – Intervalo;
16h15 - Elaboração dos Planos de Trabalho;
17h30 – Avaliação do Curso.
O primeiro dia de cada uma das semanas de curso foi iniciado com a apresentação da equipe técnica,
seguido por uma dinâmica para apresentação dos participantes. Para garantir a produtividade dos
trabalhos e a harmonia do grupo durante a realização do curso, foram construídos acordos de
conveniência, que garantiram o compromisso de todos em relação à assiduidade, pontualidade,
comportamento adequado durante as atividades, respeito aos colegas e comprometimento do grupo em
realizar as tarefas propostas.
Na sequência, foi feita uma apresentação do PAAV e de suas características no Estado de Pernambuco.
Para identificar a percepção dos jangadeiros em relação aos conceitos ambientais, as turmas, divididas em
grupos, produziram painéis com desenhos, colagens e textos sobre o que eles entendem como Meio
Ambiente.
Antes do almoço, a equipe do IBAMA realizou uma apresentação sobre Educação Ambiental, enfatizando
a necessidade do AAV assumir uma postura crítica em relação aos problemas ambientais existentes em
sua comunidade, observando suas causas, consequências e responsáveis. Os jangadeiros tomaram o
conhecimento de que a principal missão do AAV de Maracaípe é utilizar a educação ambiental como
instrumento de proteção ao meio ambiente, orientando os visitantes sobre o comportamento adequado
durante o passeio de jangada, sensibilizando os turistas sobre a importância do estuário, do manguezal e
dos seres vivos que habitam esses ambientes, conscientizando a comunidade sobre a necessidade de se
conservar e proteger o rio Maracaípe, o manguezal e a praia, e despertando nas crianças o interesse pelo
meio ambiente.
As tardes do primeiro dia de curso foram iniciadas com uma atividade de identificação de conflitos
ambientais, na qual os jangadeiros produziram mapas sobre como era Maracaípe há algumas décadas e
como é a situação atual da localidade, levantando as principais mudanças que ocorreram nas paisagens
naturais e destacando os problemas ambientais existentes. Em seguida, cada grupo apresentou seu
trabalho para o restante da turma e todos discutiram um pouco mais sobre os conflitos que foram
levantados.
Os principais problemas ambientais do Estuário do Rio Maracaípe, abordados pelas duas turmas em suas
pinturas foram: as invasões do manguezal, o desmatamento do mangue e a poluição do estuário, causada
pelo despejo de lixo e esgoto das moradias construídas próximas ao manguezal, pela manutenção de
barcos no estuário e pelo lixo gerado nos bares da orla.
INVASÕES DO MANGUEZAL DE MARACAÍPE
DESMATAMENTO DO MANGUE
POLUIÇÃO DO ESTUÁRIO
Para concluir as tarefas das segundas-feiras, foi apresentada aos participantes uma palestra sobre as
Principais Formas de Uso dos Estuários pelo Ser Humano, representado por atividades pesqueiras,
turísticas, industriais, de lazer, de pesquisa e de educação ambiental, entre outras. Em seguida, as turmas
assistiam ao vídeo “Manguezais e Carcinicultura: o verde violado”, que trata da forma como a atividade
de criação de uma espécie exótica de camarão se instalou no litoral cearense, trazendo uma série de
impactos às comunidades locais e ao meio ambiente.
Para resgatar o que foi trabalhado na tarde do primeiro dia de curso, as manhãs das terças-feiras foram
iniciadas com a apresentação do vídeo: “Cruzando o Deserto Verde”, que mostra os conflitos iniciados
em comunidades pesqueiras, populações indígenas e famílias envolvidas com a produção de carvão, com
a implantação de um grande empreendimento no norte do Espírito Santo e a desigualdade no acesso à
água, após a construção de uma barragem para abastecer a empresa.
Após uma discussão sobre as problemáticas abordadas no vídeo, foi realizada com as turmas uma
atividade para aprofundamento dos problemas ambientais levantados no dia anterior, buscando levantar as
causas, as conseqüências, os responsáveis e as possíveis soluções para cada um dos problemas, conforme
disposto na tabela a seguir:
TURMA A
Problemas
Ambientais
Causas Consequências Responsáveis Possíveis soluções
Invasão do
Manguezal
Falta de moradia e de
condições financeiras das
famílias invasoras;
Falta de fiscalização do
órgão municipal;
Falta de consciência de
pessoas que loteiam áreas
do manguezal, visando
apenas ao lucro que
poderão obter.
Poluição causada pela
falta de saneamento
básico e também pela
falta de consciência das
pessoas;
Desmatamento e aterro do
Mangue.
Transmissão de Doenças;
Prejuízo ao turismo e à
atividade do Jangadeiro;
Desequilíbrio ambiental
que atinge a fauna do
estuário do rio Maracaípe.
Órgãos Públicos;
Pessoas vindas de
outras cidades;
Alguns moradores
de Maracaípe.
Denunciar o
problema para os
órgãos públicos
(Municipal;
Estadual Federal);
Promover a
educação da
comunidade sobre o
meio ambiente;
Realizar cursos e
oficinas com outros
grupos sociais de
Maracaípe.
Poluição do
Estuário
Conduta irregular de
proprietários de bares e
bugueiros;
Manutenção de barcos no
estuário;
Lixo e esgoto despejados
no estuário por moradores
de casas próximas ao
manguezal;
Pesca irregular de
caranguejos com o uso do
laço (redinha);
Tráfego de lanchas e jet-
skis no estuário;
Crescimento desordenado
da população de
Maracaípe.
Contaminação do estuário
por esgotos, copos
plásticos e óleo.
Moradores de
Maracaípe;
Turistas e
veranistas;
Pescadores
irregulares.
Orientar moradores,
turistas e veranistas
a não poluir o
estuário;
Realizar ações de
educação ambiental
para que haja maior
consciência sobre a
necessidade de se
preservar o meio
ambiente.
Desmatamento
do Mangue
Falta de consciência da
população;
Falta de Fiscalização dos
órgãos ambientais;
Crescimento desordenado
de Maracaípe;
Falta de apoio dos órgãos
públicos para
conscientizar a população
sobre a necessidade de se
preservar o mangue;
Diminuição da população
de peixes, crustáceos e
moluscos n manguezal de
Maracaípe;
Aumento do desemprego;
Desequilíbrio da vida
marinha, causando o
sofrimento cada vez
maior da população.
A própria
população de
Maracaípe,
envolvida com a
atividade ilegal;
Os órgãos
competentes, que
não fiscalizam os
infratores e nem
conscientizam a
comunidade.
Uso da educação
ambiental para
conscientizar a
comunidade a
preservar o
manguezal;
Atuação firme dos
órgãos
competentes;
União de todos para
solucionar o
problema.
TURMA B
Problemas
Ambientais
Causas Consequências Responsáveis Possíveis soluções
Invasão do
Manguezal
Pessoas que invadem por
falta de opção de moradia
(terreno, aluguel);
Pessoas que invadem o
manguezal para depois
vender o terreno ou ganhar
uma indenização;
Perda de boa parte da
área verde do
manguezal;
Perda da fauna (peixes,
crustáceos);
Aumento da poluição
(lixo, esgoto);
Aumento do tráfico de
drogas e da violência.
Órgãos
competentes que
não agiram quando
o problema foi
denunciado;
Nativos que
invadiram os
terrenos e
venderam para o
pessoal de fora.
Relocação dessas
famílias para outras
áreas em Maracaípe.
Replantio do
manguezal que foi
destruído.
Manutenção
de barcos no
rio
Falta de consciência dos
proprietários dos barcos;
Falta de atuação dos
órgãos competentes.
Poluição do rio por
óleo, tinta, resíduo de
fibra, cloro, ácido;
Contaminação da areia.
Morte de peixes, ostras,
siris e larvas de
camarão.
Donos dos barcos;
Prefeitura;
Colônia de
Pescadores Z-12.
Proibição de
manutenção de
barcos no estuário
do rio Maracaípe;
Reunião entre
AJPM, IBAMA,
Prefeitura e Colônia
Z-12 para resolver a
situação;
Comunidade
denunciar o
problema aos órgãos
competentes.
Lixo dos bares Falta de consciência dos
proprietários dos bares
quanto à destinação do
lixo gerado;
A coleta de lixo feita pela
Prefeitura nos bares não é
efetiva;
Despreocupação do
visitante em cuidar do lixo
que ele produz.
Frustração do turista
quando observa o lixo
no estuário, durante o
passeio;
Poluição do estuário
(copos plásticos,
canudos, latas, garrafa
PET).
Proprietários de
bares;
Prefeitura;
Própria
comunidade;
Visitantes.
Sensibilização de
donos de bares,
comunidades, rede
hoteleira sobre o
problema do lixo no
rio Maracaípe;
Denúncia do
problema para os
órgãos responsáveis.
Nas tardes das terças-feiras, as turmas assistiram a uma palestra da Diretoria de Controle e Fiscalização
da SUPES/PE sobre legislação ambiental, com ênfase na zona costeira, e sobre a conduta de um AAV
frente a um crime ambiental.
Para reforçar o que foi trabalhado ao longo desse dia, os jangadeiros encenaram no final da tarde a
simulação de ocorrência de um crime ambiental no estuário do rio Maracaípe, no qual cada participante
assumiu o papel de um AAV, de um turista, de um infrator, de um fiscal do IBAMA, de um juiz, de um
promotor de acusação, de um advogado de defesa, de testemunhas e de jurados, trabalhando em júris
simulados a aplicação de artigos da Lei de Crimes Ambientais.
As manhãs das quartas-feiras foram reservadas para apresentações do IBAMA e do Projeto Hippocampus sobre a
Fauna e Flora do Estuário e do Manguezal do Rio Maracaípe. No período da tarde, as turmas fizeram uma saída de
campo para observar a vegetação e os animais apresentados nas exposições em sala de aula. As vistorias também
foram uma oportunidade para se observar in loco os problemas ambientais discutidos nos primeiros dias de curso.
FAUNA E FLORA DO ESTUÁRIO DO RIO MARACAÍPE
As quintas-feiras foram o dia para se discutir turismo sustentável e conduta consciente em ambientes
naturais. Pela manhã, os jangadeiros de ambas as turmas assistiram a uma palestra sobre o tema e
realizaram algumas atividades participativas em grupos:
À tarde, eles foram até o estuário para conduzir em suas jangadas turistas com diferentes características
(“curiosos”, “chatos” “degradadores”, “sabichões”), selecionados entre os participantes do curso, com o
intuito de se observar a capacidade de cada um em transmitir informações sobre o meio ambiente e
orientar visitantes de perfis variados sobre a conduta adequada no ambiente.
O último dia de cada semana foi reservado para a elaboração dos planos de trabalho que os AAVs
deverão realizar no período de 01 de novembro de 2009 até 31 de janeiro de 2010, como estratégia para
solucionar os problemas socioambientais identificados durante o curso.
Sendo um pré-requisito para o credenciamento dos participantes do curso como Agentes Ambientais
Voluntários do IBAMA, as ações propostas no plano de trabalho serão realizadas por meio de:
- Denúncias aos órgãos municipais, estaduais e federais, responsáveis pela fiscalização de crimes
ambientais;
- Orientação de turistas durante os passeios de jangada;
- Atividades educativas com as crianças da comunidade;
- Reuniões com demais segmentos, como a colônia de pescadores local e proprietários de bares,
para discutir possíveis soluções para a poluição do estuário;
- Mutirões para limpeza do estuário e do manguezal; e
- Replantio do mangue em áreas desmatadas pela comunidade, conforme pode ser observado na
tabela a seguir:
Plano de Trabalho
Problemas
Ambientais
O que vamos
fazer ?
Como vamos
fazer ?
Do que
vamos
precisar ?
Quando
vamos
começar
?
Quanto
tempo
será
preciso ?
Quem poderá
nos ajudar ?
INVASÃO DO
MANGUEZAL
Denunciar aos
órgãos
competentes os
problemas
causados pela
invasão do
manguezal de
Maracaípe
Denunciar novas
invasões que
venham a ocorrer
Solicitar à
prefeitura um
levantamento das
moradias
construídas em
área de mangue
Enviar ofícios para
a Prefeitura,
Secretaria de Meio
Ambiente, CPRH,
IBAMA, GRPU e
Ministério Público
Reiterar o
encaminhamento
de ofícios para os
órgãos que não
enviarem uma
resposta até o final
de 2009
Computador
Impressora
Papel
Máquina
Fotográfica e
Filmadora
para registrar
novas
construções
no
manguezal
Início de
Novembro
15 dias Escola
Municipal
Maria José
Ferreira de
Oliveira
Órgãos
municipais,
estaduais e
federais
(fiscalização)
IBAMA
(elaboração de
ofícios)
Comunidade
DESMATAMENTO
DO MANGUE
Denunciar o
desmatamento do
manguezal de
Maracaípe para
os órgãos
competentes
Enviar ofício da
para secretarias
municipais de
Turismo e Meio
Ambiente / CPRH /
IBAMA
Computador
/
impressora /
papel
Pasta para
arquivar
ofícios
enviados
Máquina
fotográfica
Início de
novembro
15 dias
(elaboraçã
o e envio
dos
ofícios)
IBAMA
(elaboração
dos ofícios)
Prefeitura de
Ipojuca
(Combate ao
desmatamento)
Iniciar um
trabalho de
conscientização
da comunidade,
com enfoque nas
crianças da
escola municipal
de Maracaípe
Realizar reunião
com professoras
para agendar ações
Conversar com
estudantes sobre a
importância do
mangue
Realizar passeios
de jangada com as
crianças,
promovendo
atividades para
plantio de mangue
e limpeza do
estuário
Contatar jornais e
televisões para
divulgar ações
Jangadas
disponíveis
para os
passeios
Sacolas para
guardar o
lixo
recolhido
Máquina
fotográfica
para registrar
ações
Início de
novembro
3 meses Escola
Municipal
Maria José
Ferreira de
Oliveira
Projeto
Hippocampus
IBAMA
TVs e jornais
Continuar com
ações de
replantio de
mangue.
Recolher as
sementes de
mangue durante os
passeios;
Plantar as sementes
nas áreas mais
afetadas.
Cestos para
guardar as
sementes;
Máquina
Fotográfica
para registrar
ações de
replantio.
Ação já é
executada
Continuará
sendo feita
nos
próximos 3
meses
Projeto
Hippocampus
POLUIÇÃO DO
ESTUÁRIO
Passeios:
Orientar turistas
e veranistas a
não poluir o
estuário
Sensibilizar turistas
sobre a conduta
adequada durante
os passeios de
jangada
Lixeira nas
jangadas
Ação já é
realizada
A ação
continuará
sendo feito
durante os
3 meses
Projeto
Hippocam.
Prefeitura
IBAMA
Manutenção dos
barcos: Marcar
reunião entre
AJPM, Colônia
de Pescadores Z-
12, Prefeitura e
IBAMA para
discutir possíveis
soluções para o
problema
Enviar ofícios para
agendar uma
reunião com os
órgãos
Computador
Impressora
Papel
Máquina
Fotográfica
Novembro Até o fim
do mês
Escola
Municipal
Maria José
Ferreira de
Oliveira
Lixo dos bares:
Marcar reunião
com os donos
dos bares e Sec.
Mun. de Meio
Ambiente para
discutir possíveis
soluções para o
problema
Entrar em contato
com os
proprietários dos
bares e com o
secretário de meio
ambiente para
agendar uma data
para a reunião
Computador
Impressora
Papel
Máquina
Fotográfica e
Câmera de
vídeo
Início de
Novembro
15 dias Escola
Municipal
Maria José
Ferreira de
Oliveira
Lixo dos bares:
Montar uma
campanha
educativa para
turistas e
visitantes, com o
apoio da escola
municipal
Colocar faixas
educativas nos
bares e fazer um
mutirão de limpeza
na área dos bares
aos domingos
Tinta, pincel,
grafite,
tecido e
cordão para
confecção
das faixas
Apitos e
sacos
plásticos
para mutirão
de limpeza
Máquina
fotográfica e
Câmera de
vídeo
Final de
Novembro
3 meses Escola
Municipal
Maria José
Ferreira de
Oliveira
Grupo de
Jovens de
Maracaípe
No último dia de curso, os jangadeiros também se comprometeram em respeitar alguns procedimentos
necessários para o manejo consciente do cavalo-marinho durante os passeios turísticos, listados em um
material entregue pela equipe do Projeto Hippocampus:
.
ORIENTAÇÕES PARA MANEJO DO CAVALO-MARINHO
DURANTE O PASSEIO TURÍSTICO.
1º) Nunca retirar os cavalos-marinhos para fora d’água;
2º) Não manejar machos grávidos;
3º) Não manejar juvenis (filhotes);
4º) Nunca permitir que o turista pegue os peixes na mão;
5º) Não relocar (trocar de um canto para outro);
6º) Colocar somente um cavalo-marinho em cada vidro, sem a presença de outros animais;
8º) O tempo máximo de permanência do animal no vidro é de 5 minutos;
9º) Devolver o peixe no mesmo local onde o capturou;
10º) Não remover a marca (colar) do cavalo-marinho, pois permitirá a coleta de informações
importantes. Caso julgue que esteja inadequada, ligar a cobrar para o Projeto Hippocampus (081)
97016322
ENTREGA DE CERTIFICADOS
Na tarde do dia 30 de outubro, após a conclusão do plano de trabalho da segunda turma, foram entregues
os certificados de participação para os 38 jangadeiros que participaram dos cursos de capacitação.
DIVULGAÇÃO DO CURSO
A divulgação do curso de formação do PAAV com jangadeiros do Pontal de Maracaípe nos meios de
comunicação de massa foi uma estratégia adotada pelo IBAMA para fortalecer a imagem do programa no
estado e, ao mesmo tempo, despertar nos jangadeiros uma reflexão sobre a importância dada à sociedade
ao fato deles serem capacitados para atuar como agentes ambientais, através da cobertura feita pela mídia.
O curso foi divulgado em reportagens transmitidas nacionalmente pela TV Record e pela RedeTV, e
através de publicação de matérias em vários sites da internet.
A equipe técnica do IBAMA que ministrou o curso de capacitação, também participou de uma programa
na rádio PortoMar FM, no dia 30/10.
TV
- Reportagem exibida no “Jornal da Record” em 20/10/2009
- Reportagem exibida no “RedeTV News” em 22/10/2009
INTERNET
Matérias publicadas nos seguintes sites:
- Rede Globo Nordeste:
http://pe360graus.globo.com/noticias/cidades/meio-
ambiente/2009/10/18/NWS,500489,4,77,NOTICIAS,766-IBAMA-ENSINA-JANGADEIROS-
MARACAIPE-ATUAREM-AGENTES-AMBIENTAIS.aspx
- Jornal Folha de Pernambuco
http://www.folhape.com.br/index.php/secao-cidadania/532780?task=view
- Blog do Diário de Pernambuco
http://blogs.diariodepernambuco.com.br/meio_ambiente/
- IBAMA
http://www.ibama.gov.br/2009/10/jangadeiros-de-maracaipepe-serao-treinados-pelos-ibama/
- FUNDACENTRO de Santa Catarina
http://www.fundacentro.sc.gov.br/acquaforum/principal/ver_noticias.php?not=2984