SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 49
Baixar para ler offline
Física II
FEP 112
2º Semestre de 2012
Instituto de Física - Universidade de São Paulo
Professor: Valdir Guimarães
E-mail: valdir.guimaraes@usp.br
Fone: 3091-7104
Aula – 3
Irreversibilidade e
Segunda Lei da termodinâmica
Conservação da energia
Primeira Lei = conservação geral da energia e reconhecimento de
que o calor é uma forma de energia.
Se um dado processo ocorre num certo sentido ou sequencia
temporal, conservando a energia em cada etapa, nada impediria,
de acordo com a primeira lei, que ele ocorresse em sentido
inverso, ou seja, o processo seria reversível.
Segunda Lei da termodinâmica
É fácil converter trabalho em energia térmica mas é
impossível remover energia térmica de um único
reservatório e converte-la completamente em trabalho.
Segunda Lei = possibilidade ou não de se aproveitar energia
Se a primeira lei da termodinâmica diz que a energia se
conserva então porque precisamos economizar energia ?
É impossível que um sistema remova energia térmica de um único
reservatório e converta essa energia completamente em trabalho
sem que haja mudanças adicionais no sistema ou em sua vizinhança.
Exemplo = Atrito ao arrastar um bloco num movimento circular.
 O atrito com o chão esquenta o bloco que transfere energia
para o meio ambiente.
 Primeira Lei diz que o trabalho realizado pelo bloco é igual a
energia térmica transferida ao ambiente.
 Mas é impossível converter a energia térmica do corpo
quente de volta para energia de movimento do bloco.
Segunda Lei da termodinâmica = Enunciado de Kelvin
Processos irreversíveis
Em processos irreversíveis o sistema se dirige para um
estado menos ordenado.
Exemplo colisão inelástica de um recipiente com gás.
Na colisão a energia mecânica (cinética) ordenada do
gás é convertida em energia interna randômica, e a
temperatura do gás se eleva.
O gás se torna menos ordenado (aumento da energia
interna) e perde a capacidade de realizar trabalho.
É impossível produzir um processo cujo único resultado
seja a transferência de energia térmica de um corpo
mais frio para um corpo mais quente.
Segunda Lei da termodinâmica = Enunciado de Clausius
Condução de calor é um processo irreversível.
O calor flui espontaneamente do objeto mais quente
para o mais frio mas o contrário não acontece.
 Não deve haver nenhuma energia mecânica sendo
transformada em energia térmica por atrito, força
viscosa ou outras forças dissipativas.
 A transferência de energia térmica só pode
ocorrer entre corpos a mesma tempertura (ou
infinitesimalmente próximos da mesma temperatura.
(transformação isotérmica)
 O processo deve ser quase-estático, de forma que
o sistema esteja sempre em um estado de equilibrio
(ou infisitesimalmente próximo).
Condições para que um processo seja reversível
Essas condições não podem ser completamente satisfeitas.
Processo reversível é uma idealização.
O estudo relativo à eficiência de máquinas térmicas deu origem
às primeiras declarações da segunda lei da termodinâmica.
Uma máquina térmica converte calor em trabalho.
Contém um fluido de trabalho
(água, gasolina) que absorve uma
quantidade de calor Qq de um
reservatório a alta temperatura,
realiza trabalho W na vizinhança
e cede um calor Qf ao retornar
estado inicial.
Quantidades importantes:
Qq W Qf
Máquinas térmicas e a segunda
lei da termodinâmica
realizado
recebido W
W
Q 



Considere um recipiente com paredes diatérmicas, a uma
temperatura T contendo um gás comprimido a uma pressão inicial
Pi>Patm.
Podemos deixar o gás se expandir isotermicamente, absorvendo
uma quantidade de calor Q da atmosfera (reservatório a
temperatura T).
Como T=0 então U=0 e
É possível converter calor em trabalho ?
A pressão final Pf será menor que Pi.
A expansão ocorre enquanto Pf>Patm
O processo termina quando a pressão final for igual a pressão
atmosférica, e só pode ser executado uma vez.
Para termos uma máquina precisamos de que o processo se repita
em ciclos.
Máquina térmica a vapor.
Vapor
Água motor Condensador
Calor
Trabalho
Calor
 A água é aquecida sobre pressão a 500 oC
 O vapor se expande contra o pistão realizando trabalho.
 É expelido mais frio.
 É resfriado ainda mais num condensador.
 A água é levada de volta ao reservatório.
Qf
Qq
W
Reservatório
frio
Reservatório
quente
Representação esquemática de máquina térmica
A máquina remove a energia térmica de um reservatório quente
realiza trabalho e rejeita o calor para um reservatório frio.
Qf
Qq
W
Motor de combustão interna
Com válvula de
descarta fechada,
uma mistura de
gasolina e ar
entra na câmara
conforme o pistão
se movimento para
baixo.
válvula de admissão
aberta
Golpe de admissão
O pistão sobe,
comprimindo o gás
para a ignição.
Vela – ignição
(centelha)
compressão
A mistura gasosa
se expande ao se
inflamar.
as duas válvula
estão fechadas
ignição
O gás se
expande e
força o pistão
para baixo e
assim realiza
trabalho.
expansão
as duas válvulas
estão fechadas
O pistão sobe
expulsando os
gases
queimados.
descarga
Válvulas de
descarga aberta
Para o cano
de descarga
Representação esquemática para combustão interna
Qf
Qq
W
Calor da gasolina depois que explode
Trabalho para movimentar o pistão
Calor que sobrou (escapamento)
Ciclo de Otto
 Combustível (ar+gasolina) é admitida em a.
 Adiabaticamente comprimida até b.
 Aquecida a volume constante (ignição) até o ponto c.
 Expansão adiabática de c até d (realiza trabalho)
 Resfriamento a volume constante de d até a, descarga
dos resíduos e entrada de nova mistura.
Eficiência de uma máquina térmica
recebido
ent W
Q
U 


No ciclo a temperatura inicial é
igual a final e portanto não há
variação da energia interna.
0

U
frio
quente Q
Q
W 

Onde W é o trabalho efetuado pela máquina.
Definição do rendimento de uma máquina térmica.
quente
frio
quente
frio
quente
quente Q
Q
Q
Q
Q
Q
W




 1

É impossível construir uma máquina térmica, operando
em ciclos, que produza o ÚNICO efeito de converter
calor Qh em trabalho W.
Segunda Lei da termodinâmica = Enunciado relativo a máquina térmica.
Sempre sobra um pouco de calor Qf que deve ser eliminado.
Não é possível se construir uma máquina com 100% de eficiência.
quente
frio
quente Q
Q
Q
W


 1

Exemplo -1
c
d
b
a
V
V
V
V
r 

Calcule o rendimento do ciclo de Otto. Expresse sua resposta
em termos da razão entre os volumes.
Refrigeradores
Qf
Qq
W
Reservatório Quente Tq
Reservatório Frio Tf
Qf
(de dentro
para
serpentina
externa)
Qq
(para fora)
Refrigerador
W
Q
C
frio

Coeficiente de desempenho do refrigerador
Quanto calor é removido do reservatório
frio pelo trabalho realizado.
W
Reservatório Quente Tq
Reservatório Frio Tf
Uma hora antes dos convidados
chegarem a sua festa voce lembrou
que estava sem gelo.
Calcule o tempo que um livro de água
inicialmente a 10 graus Celsius leva
para congelar.
Exemplo -2
Considere:
a) Coeficiente de desempenho do
congelador 5,5
b) Potencia do congelador 550 W
c) 10% da potencia é utilizada para formar o gelo.
d) Calor específico da água 4,18 kJ/kg.K
e) Calor latente água-gelo 333,5 kJ/Kg
A máquina de Carnot
De acordo com a segunda lei da termodinâmica é impossível
que uma máquina térmica, operando entre dois reservatórios,
tenho um rendimento de 100%.
Qual seria a máquina com maior rendimento ?
A máquina de Carnot
Máquina de Carnot
O segredo é que a máquina de
Carnot é uma máquina reversível.
O segredo é que a máquina de
Carnot é uma máquina reversível.
 Não deve haver nenhuma energia mecânica sendo
transformada em energia térmica por atrito, força
viscosa ou outras forças dissipativas.
 A transferência de energia térmica só pode
ocorrer entre corpos a mesma tempertura (ou
infinitesimalmente próximos da mesma temperatura.
(transformação isotérmica)
 O processo deve ser quase-estático, de forma que
o sistema esteja sempre em um estado de equilibrio
(ou infisitesimalmente próximo).
Condições para que um processo seja reversível
Essas condições não podem ser completamente satisfeitas.
Processo reversível é uma idealização.
Ciclo de Carnot
No ciclo de Carnot a
transferência de calor deve
ser isotérmica para que o
processo seja reversível.
De 1 para 2: Absorção isotérmica
quase-estática de calor de um
reservatório quente, a temperatura Tq.
De 2 para 3: Expansão adiabática
quase-estática com abaixamento da
temperatura até a temperatura Tf do
reservatório frio.
De 3 para 4: Rejeição isotérmica quase-
estática de calor para um reservatório
frio, compressão isotérmica.
De 4 para 1: Compressão adiabática
quase-estática até que se a
temperatura suba novamente para Tq e
retorne ao estado original.
Rendimento de uma máquina térmica de Carnot
quente
frio
quente
frio
quente
frio
quente
quente T
T
Q
Q
Q
Q
Q
Q
W






 1
1

Se nenhuma máquina pode ter um rendimento maior do
que a máquina de Carnot, conclui-se que todas as
máquinas de Carnot tem a mesma eficiência. A eficiência
depende apenas das temperaturas dos reservatórios.
Uma máquina a vapor opera entre um reservatório quente a
100 graus Celsius e um reservatório a zero graus Celsius.
a) Qual o máximo rendimento possível dessa máquina ?
b) Se essa máquina operar ao revés, como um
refrigerador, qual será o coeficiente de desempenho?
Exemplo
quente
frio
C
quente T
T
Q
W



 1


W
Q
C
frio

Eficiência Coeficiente de desempenho
Uma máquina remove 200J de um reservatório quente a
373K, realiza 48J de trabalho e descarrega 152J para um
reservatório frio a 273K. Que quantidade de trabalho é
perdida por ciclo devido aos processos irreversíveis
presentes na operação dessa máquina.
Exercício
carnot
máx
máx
perdido
W
W
W
W
W



Entropia
Teorema de Clausius
quente
frio
quente
frio
quente T
T
Q
Q
Q
W




 1
1

Quando uma máquina térmica executa um ciclo reversível
entre dois reservatórios térmicos de temperaturas T1 e T2
(ciclo de Carnot), vale a relação:
2
1
2
1
T
T
Q
Q

2
2
1
1
T
Q
T
Q

0
2
2
1
1


 T
Q
T
Q
T
Q
Num ciclo de Carnot (reversível)
0


c
T
dQ
Generalizando para um ciclo
fechado (processos reversíveis)
Entropia
T
dQ
dS rev

Há uma função termodinâmica, chamada Entropia,
representada por S, que é uma medida da desordem de um
sistema.
É uma função do estado assim como P, V e T
Assim como energia potencial o que importa é a variação.
Depende apenas do estado final e inicial.
Variações infinitesimais a
temperatura é aproximadamente
constante (processos reversíveis)
Entropia de um gás ideal
PdV
dQ
dU
dW
dQ
dU
rev
viz
rev




Considere um processo quase-estático reversível, na qual o
gás absorve uma quantidade de calor. Isso aumenta a
temperatura e portanto a energia interna.
V
dV
nRT
dQ
dT
C rev
V 

V
dV
nR
T
dQ
T
dT
C rev
V 

V
dV
nR
T
dT
C
T
dQ
V
rev


1
2
1
2
ln
ln
V
V
nR
T
T
C
T
dQ
S V
rev



 
Entropia para uma expansão isotérmica
Quando um gás ideal sofre uma expansão isotérmica, então
T2=T1.
1
2
1
2
ln
ln
V
V
nR
T
T
C
T
dQ
S V
rev



 
1
2
ln
V
V
nR
S 
 Como V2>V1 a entropia
do gás aumenta.
Nesse caso uma quantidade de calor Q foi
transferida do reservatório para o gás.
Assim, uma quantidade –Q saiu do reservatório.
T
Q
S 

T
Q
S



Em um processo reversível, a variação da
entropia do universo é nula.
Entropia para uma expansão livre
Expansão livre: ao abrir a torneira o gás passa espontaneamente
para o outro compartimento sem realizar trabalho.
Não há troca de calor e nem de trabalho.
O sistema é termicamente isolado.
Energia interna final é igual a energia interna inicial.
Para gás ideal a temperatura final é igual a temperatura inicial.
Esse processo é irreversível.
1
2
1
2
ln
ln
V
V
nR
T
T
C
T
dQ
S V
rev
gás 


 
0
ln
1
2



V
V
nR
Sgás
Como não há nenhuma variação nas vizinhanças essa é
também a variação da entropia do universo.
O gás não diminui o volume espontaneamente.
Em um processo irreversível, a entropia do universo aumenta.
0
ln
1
2



V
V
nR
Suniverso
Em qualquer processo, a entropia do universo nunca diminui.
Entropia para processos isobáricos
Se uma substância for aquecida da temperatura T1 até a
temperatura T2, a pressão constante, o calor absorvido
será dado por:
Para que a condução de calor seja um processo reversível:
Coloca-se a substância a ser aquecida, com temperatura inicial T1,
em contato com um reservatório, cuja temperatura é ligeiramente
superior a T1, e deixa-se que a substância absorva uma pequena
quantidade de calor (transferência isotérmica).
Faça isso sucessivamente até que se atinja a temperatura final T2.
Nesse caso o calor dQ é adsorvido de forma reversível e a entropia
é dada por:
dT
C
dQ P

T
dT
C
T
dQ
dS P


1
2
ln
2
1
T
T
C
T
dT
C
S P
T
T
P 

 
Suponha que 1kg de água na temperatura T1=30ºC seja adicionado a
2kg de água a T2=90ºC, em um calorímetro de capacidade calorífica
desprezível, a uma pressão constante de 1 atm.
(a) Calcule a entropia do sistema
(b) Calcule a variação da entropia do universo.
Exercício

Mais conteúdo relacionado

Semelhante a Segunda Lei Termodinâmica

Trabalho de física - Termodinâmica
Trabalho de física - TermodinâmicaTrabalho de física - Termodinâmica
Trabalho de física - TermodinâmicaRafaela Silva
 
Segunda Lei da Termodinâmica e Máquinas Térmicas
Segunda Lei da Termodinâmica e Máquinas TérmicasSegunda Lei da Termodinâmica e Máquinas Térmicas
Segunda Lei da Termodinâmica e Máquinas TérmicasCarlos Alberto Alves
 
2.0 capítulo 4 com gabarito do simulado
2.0 capítulo 4   com gabarito do simulado2.0 capítulo 4   com gabarito do simulado
2.0 capítulo 4 com gabarito do simuladoMarcio Versuti
 
A segunda lei da termodinâmica
A segunda lei da termodinâmicaA segunda lei da termodinâmica
A segunda lei da termodinâmicaErandi Lima
 
Motor_a_Vapor_e_Refrigeradore_FINAL.pptx
Motor_a_Vapor_e_Refrigeradore_FINAL.pptxMotor_a_Vapor_e_Refrigeradore_FINAL.pptx
Motor_a_Vapor_e_Refrigeradore_FINAL.pptxJoseLuisPerez387436
 
Fisica 02 - Entropia e a segunda lei da termodinâmica
Fisica 02 - Entropia e a segunda lei da termodinâmicaFisica 02 - Entropia e a segunda lei da termodinâmica
Fisica 02 - Entropia e a segunda lei da termodinâmicaWalmor Godoi
 
aula_2_primeira_lei_termodinamica_2.pdf
aula_2_primeira_lei_termodinamica_2.pdfaula_2_primeira_lei_termodinamica_2.pdf
aula_2_primeira_lei_termodinamica_2.pdfMarcosPaulo734507
 
Apresentação ana cristina(1)
Apresentação ana cristina(1)Apresentação ana cristina(1)
Apresentação ana cristina(1)Matheus Henrique
 
2 lei termo.pptx233883929939988384839939
2 lei termo.pptx2338839299399883848399392 lei termo.pptx233883929939988384839939
2 lei termo.pptx233883929939988384839939DaviSantana64
 
Termodinâmica segunda lei da termodinâmica(anexo santa cruz-jb 75. jpg).
Termodinâmica  segunda lei da termodinâmica(anexo santa cruz-jb 75. jpg).Termodinâmica  segunda lei da termodinâmica(anexo santa cruz-jb 75. jpg).
Termodinâmica segunda lei da termodinâmica(anexo santa cruz-jb 75. jpg).Fernanda Katiusca Santos
 
Termodinamica-OVERVIEW-Física-3º-ano-semana-20.pdf
Termodinamica-OVERVIEW-Física-3º-ano-semana-20.pdfTermodinamica-OVERVIEW-Física-3º-ano-semana-20.pdf
Termodinamica-OVERVIEW-Física-3º-ano-semana-20.pdfCarlosFilho631276
 

Semelhante a Segunda Lei Termodinâmica (20)

Trabalho de física - Termodinâmica
Trabalho de física - TermodinâmicaTrabalho de física - Termodinâmica
Trabalho de física - Termodinâmica
 
Segunda Lei da Termodinâmica e Máquinas Térmicas
Segunda Lei da Termodinâmica e Máquinas TérmicasSegunda Lei da Termodinâmica e Máquinas Térmicas
Segunda Lei da Termodinâmica e Máquinas Térmicas
 
2.0 capítulo 4 com gabarito do simulado
2.0 capítulo 4   com gabarito do simulado2.0 capítulo 4   com gabarito do simulado
2.0 capítulo 4 com gabarito do simulado
 
1.0 capítulo 4
1.0 capítulo 41.0 capítulo 4
1.0 capítulo 4
 
A segunda lei da termodinâmica
A segunda lei da termodinâmicaA segunda lei da termodinâmica
A segunda lei da termodinâmica
 
Aula 12-entropia-2010
Aula 12-entropia-2010Aula 12-entropia-2010
Aula 12-entropia-2010
 
Segunda lei da termodinâmica
Segunda lei da termodinâmicaSegunda lei da termodinâmica
Segunda lei da termodinâmica
 
Motor_a_Vapor_e_Refrigeradore_FINAL.pptx
Motor_a_Vapor_e_Refrigeradore_FINAL.pptxMotor_a_Vapor_e_Refrigeradore_FINAL.pptx
Motor_a_Vapor_e_Refrigeradore_FINAL.pptx
 
Fisica 02 - Entropia e a segunda lei da termodinâmica
Fisica 02 - Entropia e a segunda lei da termodinâmicaFisica 02 - Entropia e a segunda lei da termodinâmica
Fisica 02 - Entropia e a segunda lei da termodinâmica
 
Fisica termodinamica
Fisica termodinamicaFisica termodinamica
Fisica termodinamica
 
Refrigeração 2
Refrigeração 2Refrigeração 2
Refrigeração 2
 
7 entropia
7 entropia7 entropia
7 entropia
 
aula_2_primeira_lei_termodinamica_2.pdf
aula_2_primeira_lei_termodinamica_2.pdfaula_2_primeira_lei_termodinamica_2.pdf
aula_2_primeira_lei_termodinamica_2.pdf
 
Apresentação ana cristina(1)
Apresentação ana cristina(1)Apresentação ana cristina(1)
Apresentação ana cristina(1)
 
2leidatermodinamica
2leidatermodinamica2leidatermodinamica
2leidatermodinamica
 
Pedro Fisica 1
Pedro Fisica 1Pedro Fisica 1
Pedro Fisica 1
 
Segunda Lei Da TermodinâMica
Segunda Lei Da TermodinâMicaSegunda Lei Da TermodinâMica
Segunda Lei Da TermodinâMica
 
2 lei termo.pptx233883929939988384839939
2 lei termo.pptx2338839299399883848399392 lei termo.pptx233883929939988384839939
2 lei termo.pptx233883929939988384839939
 
Termodinâmica segunda lei da termodinâmica(anexo santa cruz-jb 75. jpg).
Termodinâmica  segunda lei da termodinâmica(anexo santa cruz-jb 75. jpg).Termodinâmica  segunda lei da termodinâmica(anexo santa cruz-jb 75. jpg).
Termodinâmica segunda lei da termodinâmica(anexo santa cruz-jb 75. jpg).
 
Termodinamica-OVERVIEW-Física-3º-ano-semana-20.pdf
Termodinamica-OVERVIEW-Física-3º-ano-semana-20.pdfTermodinamica-OVERVIEW-Física-3º-ano-semana-20.pdf
Termodinamica-OVERVIEW-Física-3º-ano-semana-20.pdf
 

Último

Slides Lição 03, Central Gospel, O Arrebatamento, 1Tr24.pptx
Slides Lição 03, Central Gospel, O Arrebatamento, 1Tr24.pptxSlides Lição 03, Central Gospel, O Arrebatamento, 1Tr24.pptx
Slides Lição 03, Central Gospel, O Arrebatamento, 1Tr24.pptxLuizHenriquedeAlmeid6
 
FCEE - Diretrizes - Autismo.pdf para imprimir
FCEE - Diretrizes - Autismo.pdf para imprimirFCEE - Diretrizes - Autismo.pdf para imprimir
FCEE - Diretrizes - Autismo.pdf para imprimirIedaGoethe
 
QUARTA - 1EM SOCIOLOGIA - Aprender a pesquisar.pptx
QUARTA - 1EM SOCIOLOGIA - Aprender a pesquisar.pptxQUARTA - 1EM SOCIOLOGIA - Aprender a pesquisar.pptx
QUARTA - 1EM SOCIOLOGIA - Aprender a pesquisar.pptxIsabellaGomes58
 
Aula - 2º Ano - Cultura e Sociedade - Conceitos-chave
Aula - 2º Ano - Cultura e Sociedade - Conceitos-chaveAula - 2º Ano - Cultura e Sociedade - Conceitos-chave
Aula - 2º Ano - Cultura e Sociedade - Conceitos-chaveaulasgege
 
cartilha-pdi-plano-de-desenvolvimento-individual-do-estudante.pdf
cartilha-pdi-plano-de-desenvolvimento-individual-do-estudante.pdfcartilha-pdi-plano-de-desenvolvimento-individual-do-estudante.pdf
cartilha-pdi-plano-de-desenvolvimento-individual-do-estudante.pdfIedaGoethe
 
ATIVIDADE AVALIATIVA VOZES VERBAIS 7º ano.pptx
ATIVIDADE AVALIATIVA VOZES VERBAIS 7º ano.pptxATIVIDADE AVALIATIVA VOZES VERBAIS 7º ano.pptx
ATIVIDADE AVALIATIVA VOZES VERBAIS 7º ano.pptxOsnilReis1
 
ALMANANHE DE BRINCADEIRAS - 500 atividades escolares
ALMANANHE DE BRINCADEIRAS - 500 atividades escolaresALMANANHE DE BRINCADEIRAS - 500 atividades escolares
ALMANANHE DE BRINCADEIRAS - 500 atividades escolaresLilianPiola
 
A Arte de Escrever Poemas - Dia das Mães
A Arte de Escrever Poemas - Dia das MãesA Arte de Escrever Poemas - Dia das Mães
A Arte de Escrever Poemas - Dia das MãesMary Alvarenga
 
02. Informática - Windows 10 apostila completa.pdf
02. Informática - Windows 10 apostila completa.pdf02. Informática - Windows 10 apostila completa.pdf
02. Informática - Windows 10 apostila completa.pdfJorge Andrade
 
Apresentação | Eleições Europeias 2024-2029
Apresentação | Eleições Europeias 2024-2029Apresentação | Eleições Europeias 2024-2029
Apresentação | Eleições Europeias 2024-2029Centro Jacques Delors
 
Simulado 1 Etapa - 2024 Proximo Passo.pdf
Simulado 1 Etapa - 2024 Proximo Passo.pdfSimulado 1 Etapa - 2024 Proximo Passo.pdf
Simulado 1 Etapa - 2024 Proximo Passo.pdfEditoraEnovus
 
Época Realista y la obra de Madame Bovary.
Época Realista y la obra de Madame Bovary.Época Realista y la obra de Madame Bovary.
Época Realista y la obra de Madame Bovary.keislayyovera123
 
Slides Lição 4, Betel, Ordenança quanto à contribuição financeira, 2Tr24.pptx
Slides Lição 4, Betel, Ordenança quanto à contribuição financeira, 2Tr24.pptxSlides Lição 4, Betel, Ordenança quanto à contribuição financeira, 2Tr24.pptx
Slides Lição 4, Betel, Ordenança quanto à contribuição financeira, 2Tr24.pptxLuizHenriquedeAlmeid6
 
trabalho wanda rocha ditadura
trabalho wanda rocha ditaduratrabalho wanda rocha ditadura
trabalho wanda rocha ditaduraAdryan Luiz
 
ABRIL VERDE.pptx Slide sobre abril ver 2024
ABRIL VERDE.pptx Slide sobre abril ver 2024ABRIL VERDE.pptx Slide sobre abril ver 2024
ABRIL VERDE.pptx Slide sobre abril ver 2024Jeanoliveira597523
 
HORA DO CONTO3_BECRE D. CARLOS I_2023_2024
HORA DO CONTO3_BECRE D. CARLOS I_2023_2024HORA DO CONTO3_BECRE D. CARLOS I_2023_2024
HORA DO CONTO3_BECRE D. CARLOS I_2023_2024Sandra Pratas
 
UFCD_10392_Intervenção em populações de risco_índice .pdf
UFCD_10392_Intervenção em populações de risco_índice .pdfUFCD_10392_Intervenção em populações de risco_índice .pdf
UFCD_10392_Intervenção em populações de risco_índice .pdfManuais Formação
 
activIDADES CUENTO lobo esta CUENTO CUARTO GRADO
activIDADES CUENTO  lobo esta  CUENTO CUARTO GRADOactivIDADES CUENTO  lobo esta  CUENTO CUARTO GRADO
activIDADES CUENTO lobo esta CUENTO CUARTO GRADOcarolinacespedes23
 

Último (20)

Slides Lição 03, Central Gospel, O Arrebatamento, 1Tr24.pptx
Slides Lição 03, Central Gospel, O Arrebatamento, 1Tr24.pptxSlides Lição 03, Central Gospel, O Arrebatamento, 1Tr24.pptx
Slides Lição 03, Central Gospel, O Arrebatamento, 1Tr24.pptx
 
FCEE - Diretrizes - Autismo.pdf para imprimir
FCEE - Diretrizes - Autismo.pdf para imprimirFCEE - Diretrizes - Autismo.pdf para imprimir
FCEE - Diretrizes - Autismo.pdf para imprimir
 
QUARTA - 1EM SOCIOLOGIA - Aprender a pesquisar.pptx
QUARTA - 1EM SOCIOLOGIA - Aprender a pesquisar.pptxQUARTA - 1EM SOCIOLOGIA - Aprender a pesquisar.pptx
QUARTA - 1EM SOCIOLOGIA - Aprender a pesquisar.pptx
 
Aula - 2º Ano - Cultura e Sociedade - Conceitos-chave
Aula - 2º Ano - Cultura e Sociedade - Conceitos-chaveAula - 2º Ano - Cultura e Sociedade - Conceitos-chave
Aula - 2º Ano - Cultura e Sociedade - Conceitos-chave
 
cartilha-pdi-plano-de-desenvolvimento-individual-do-estudante.pdf
cartilha-pdi-plano-de-desenvolvimento-individual-do-estudante.pdfcartilha-pdi-plano-de-desenvolvimento-individual-do-estudante.pdf
cartilha-pdi-plano-de-desenvolvimento-individual-do-estudante.pdf
 
ATIVIDADE AVALIATIVA VOZES VERBAIS 7º ano.pptx
ATIVIDADE AVALIATIVA VOZES VERBAIS 7º ano.pptxATIVIDADE AVALIATIVA VOZES VERBAIS 7º ano.pptx
ATIVIDADE AVALIATIVA VOZES VERBAIS 7º ano.pptx
 
ALMANANHE DE BRINCADEIRAS - 500 atividades escolares
ALMANANHE DE BRINCADEIRAS - 500 atividades escolaresALMANANHE DE BRINCADEIRAS - 500 atividades escolares
ALMANANHE DE BRINCADEIRAS - 500 atividades escolares
 
A Arte de Escrever Poemas - Dia das Mães
A Arte de Escrever Poemas - Dia das MãesA Arte de Escrever Poemas - Dia das Mães
A Arte de Escrever Poemas - Dia das Mães
 
02. Informática - Windows 10 apostila completa.pdf
02. Informática - Windows 10 apostila completa.pdf02. Informática - Windows 10 apostila completa.pdf
02. Informática - Windows 10 apostila completa.pdf
 
Apresentação | Eleições Europeias 2024-2029
Apresentação | Eleições Europeias 2024-2029Apresentação | Eleições Europeias 2024-2029
Apresentação | Eleições Europeias 2024-2029
 
Simulado 1 Etapa - 2024 Proximo Passo.pdf
Simulado 1 Etapa - 2024 Proximo Passo.pdfSimulado 1 Etapa - 2024 Proximo Passo.pdf
Simulado 1 Etapa - 2024 Proximo Passo.pdf
 
Época Realista y la obra de Madame Bovary.
Época Realista y la obra de Madame Bovary.Época Realista y la obra de Madame Bovary.
Época Realista y la obra de Madame Bovary.
 
Em tempo de Quaresma .
Em tempo de Quaresma                            .Em tempo de Quaresma                            .
Em tempo de Quaresma .
 
Slides Lição 4, Betel, Ordenança quanto à contribuição financeira, 2Tr24.pptx
Slides Lição 4, Betel, Ordenança quanto à contribuição financeira, 2Tr24.pptxSlides Lição 4, Betel, Ordenança quanto à contribuição financeira, 2Tr24.pptx
Slides Lição 4, Betel, Ordenança quanto à contribuição financeira, 2Tr24.pptx
 
trabalho wanda rocha ditadura
trabalho wanda rocha ditaduratrabalho wanda rocha ditadura
trabalho wanda rocha ditadura
 
ABRIL VERDE.pptx Slide sobre abril ver 2024
ABRIL VERDE.pptx Slide sobre abril ver 2024ABRIL VERDE.pptx Slide sobre abril ver 2024
ABRIL VERDE.pptx Slide sobre abril ver 2024
 
HORA DO CONTO3_BECRE D. CARLOS I_2023_2024
HORA DO CONTO3_BECRE D. CARLOS I_2023_2024HORA DO CONTO3_BECRE D. CARLOS I_2023_2024
HORA DO CONTO3_BECRE D. CARLOS I_2023_2024
 
UFCD_10392_Intervenção em populações de risco_índice .pdf
UFCD_10392_Intervenção em populações de risco_índice .pdfUFCD_10392_Intervenção em populações de risco_índice .pdf
UFCD_10392_Intervenção em populações de risco_índice .pdf
 
activIDADES CUENTO lobo esta CUENTO CUARTO GRADO
activIDADES CUENTO  lobo esta  CUENTO CUARTO GRADOactivIDADES CUENTO  lobo esta  CUENTO CUARTO GRADO
activIDADES CUENTO lobo esta CUENTO CUARTO GRADO
 
Orientação Técnico-Pedagógica EMBcae Nº 001, de 16 de abril de 2024
Orientação Técnico-Pedagógica EMBcae Nº 001, de 16 de abril de 2024Orientação Técnico-Pedagógica EMBcae Nº 001, de 16 de abril de 2024
Orientação Técnico-Pedagógica EMBcae Nº 001, de 16 de abril de 2024
 

Segunda Lei Termodinâmica

  • 1. Física II FEP 112 2º Semestre de 2012 Instituto de Física - Universidade de São Paulo Professor: Valdir Guimarães E-mail: valdir.guimaraes@usp.br Fone: 3091-7104
  • 2. Aula – 3 Irreversibilidade e Segunda Lei da termodinâmica
  • 3. Conservação da energia Primeira Lei = conservação geral da energia e reconhecimento de que o calor é uma forma de energia. Se um dado processo ocorre num certo sentido ou sequencia temporal, conservando a energia em cada etapa, nada impediria, de acordo com a primeira lei, que ele ocorresse em sentido inverso, ou seja, o processo seria reversível.
  • 4. Segunda Lei da termodinâmica É fácil converter trabalho em energia térmica mas é impossível remover energia térmica de um único reservatório e converte-la completamente em trabalho. Segunda Lei = possibilidade ou não de se aproveitar energia Se a primeira lei da termodinâmica diz que a energia se conserva então porque precisamos economizar energia ?
  • 5. É impossível que um sistema remova energia térmica de um único reservatório e converta essa energia completamente em trabalho sem que haja mudanças adicionais no sistema ou em sua vizinhança. Exemplo = Atrito ao arrastar um bloco num movimento circular.  O atrito com o chão esquenta o bloco que transfere energia para o meio ambiente.  Primeira Lei diz que o trabalho realizado pelo bloco é igual a energia térmica transferida ao ambiente.  Mas é impossível converter a energia térmica do corpo quente de volta para energia de movimento do bloco. Segunda Lei da termodinâmica = Enunciado de Kelvin Processos irreversíveis
  • 6. Em processos irreversíveis o sistema se dirige para um estado menos ordenado. Exemplo colisão inelástica de um recipiente com gás. Na colisão a energia mecânica (cinética) ordenada do gás é convertida em energia interna randômica, e a temperatura do gás se eleva. O gás se torna menos ordenado (aumento da energia interna) e perde a capacidade de realizar trabalho.
  • 7. É impossível produzir um processo cujo único resultado seja a transferência de energia térmica de um corpo mais frio para um corpo mais quente. Segunda Lei da termodinâmica = Enunciado de Clausius Condução de calor é um processo irreversível. O calor flui espontaneamente do objeto mais quente para o mais frio mas o contrário não acontece.
  • 8.  Não deve haver nenhuma energia mecânica sendo transformada em energia térmica por atrito, força viscosa ou outras forças dissipativas.  A transferência de energia térmica só pode ocorrer entre corpos a mesma tempertura (ou infinitesimalmente próximos da mesma temperatura. (transformação isotérmica)  O processo deve ser quase-estático, de forma que o sistema esteja sempre em um estado de equilibrio (ou infisitesimalmente próximo). Condições para que um processo seja reversível Essas condições não podem ser completamente satisfeitas. Processo reversível é uma idealização.
  • 9. O estudo relativo à eficiência de máquinas térmicas deu origem às primeiras declarações da segunda lei da termodinâmica. Uma máquina térmica converte calor em trabalho. Contém um fluido de trabalho (água, gasolina) que absorve uma quantidade de calor Qq de um reservatório a alta temperatura, realiza trabalho W na vizinhança e cede um calor Qf ao retornar estado inicial. Quantidades importantes: Qq W Qf
  • 10. Máquinas térmicas e a segunda lei da termodinâmica
  • 11. realizado recebido W W Q     Considere um recipiente com paredes diatérmicas, a uma temperatura T contendo um gás comprimido a uma pressão inicial Pi>Patm. Podemos deixar o gás se expandir isotermicamente, absorvendo uma quantidade de calor Q da atmosfera (reservatório a temperatura T). Como T=0 então U=0 e É possível converter calor em trabalho ? A pressão final Pf será menor que Pi. A expansão ocorre enquanto Pf>Patm O processo termina quando a pressão final for igual a pressão atmosférica, e só pode ser executado uma vez. Para termos uma máquina precisamos de que o processo se repita em ciclos.
  • 12. Máquina térmica a vapor. Vapor Água motor Condensador Calor Trabalho Calor  A água é aquecida sobre pressão a 500 oC  O vapor se expande contra o pistão realizando trabalho.  É expelido mais frio.  É resfriado ainda mais num condensador.  A água é levada de volta ao reservatório. Qf Qq W Reservatório frio Reservatório quente
  • 13. Representação esquemática de máquina térmica A máquina remove a energia térmica de um reservatório quente realiza trabalho e rejeita o calor para um reservatório frio. Qf Qq W
  • 15. Com válvula de descarta fechada, uma mistura de gasolina e ar entra na câmara conforme o pistão se movimento para baixo. válvula de admissão aberta Golpe de admissão
  • 16. O pistão sobe, comprimindo o gás para a ignição. Vela – ignição (centelha) compressão
  • 17. A mistura gasosa se expande ao se inflamar. as duas válvula estão fechadas ignição
  • 18. O gás se expande e força o pistão para baixo e assim realiza trabalho. expansão as duas válvulas estão fechadas
  • 19. O pistão sobe expulsando os gases queimados. descarga Válvulas de descarga aberta Para o cano de descarga
  • 20. Representação esquemática para combustão interna Qf Qq W Calor da gasolina depois que explode Trabalho para movimentar o pistão Calor que sobrou (escapamento)
  • 21. Ciclo de Otto  Combustível (ar+gasolina) é admitida em a.  Adiabaticamente comprimida até b.  Aquecida a volume constante (ignição) até o ponto c.  Expansão adiabática de c até d (realiza trabalho)  Resfriamento a volume constante de d até a, descarga dos resíduos e entrada de nova mistura.
  • 22. Eficiência de uma máquina térmica recebido ent W Q U    No ciclo a temperatura inicial é igual a final e portanto não há variação da energia interna. 0  U frio quente Q Q W   Onde W é o trabalho efetuado pela máquina. Definição do rendimento de uma máquina térmica. quente frio quente frio quente quente Q Q Q Q Q Q W      1 
  • 23. É impossível construir uma máquina térmica, operando em ciclos, que produza o ÚNICO efeito de converter calor Qh em trabalho W. Segunda Lei da termodinâmica = Enunciado relativo a máquina térmica. Sempre sobra um pouco de calor Qf que deve ser eliminado. Não é possível se construir uma máquina com 100% de eficiência. quente frio quente Q Q Q W    1 
  • 24. Exemplo -1 c d b a V V V V r   Calcule o rendimento do ciclo de Otto. Expresse sua resposta em termos da razão entre os volumes.
  • 26. Qf Qq W Reservatório Quente Tq Reservatório Frio Tf Qf (de dentro para serpentina externa) Qq (para fora) Refrigerador W Q C frio  Coeficiente de desempenho do refrigerador Quanto calor é removido do reservatório frio pelo trabalho realizado.
  • 28. Uma hora antes dos convidados chegarem a sua festa voce lembrou que estava sem gelo. Calcule o tempo que um livro de água inicialmente a 10 graus Celsius leva para congelar. Exemplo -2 Considere: a) Coeficiente de desempenho do congelador 5,5 b) Potencia do congelador 550 W c) 10% da potencia é utilizada para formar o gelo. d) Calor específico da água 4,18 kJ/kg.K e) Calor latente água-gelo 333,5 kJ/Kg
  • 29. A máquina de Carnot
  • 30.
  • 31.
  • 32.
  • 33. De acordo com a segunda lei da termodinâmica é impossível que uma máquina térmica, operando entre dois reservatórios, tenho um rendimento de 100%. Qual seria a máquina com maior rendimento ? A máquina de Carnot Máquina de Carnot O segredo é que a máquina de Carnot é uma máquina reversível. O segredo é que a máquina de Carnot é uma máquina reversível.
  • 34.  Não deve haver nenhuma energia mecânica sendo transformada em energia térmica por atrito, força viscosa ou outras forças dissipativas.  A transferência de energia térmica só pode ocorrer entre corpos a mesma tempertura (ou infinitesimalmente próximos da mesma temperatura. (transformação isotérmica)  O processo deve ser quase-estático, de forma que o sistema esteja sempre em um estado de equilibrio (ou infisitesimalmente próximo). Condições para que um processo seja reversível Essas condições não podem ser completamente satisfeitas. Processo reversível é uma idealização.
  • 35. Ciclo de Carnot No ciclo de Carnot a transferência de calor deve ser isotérmica para que o processo seja reversível.
  • 36.
  • 37. De 1 para 2: Absorção isotérmica quase-estática de calor de um reservatório quente, a temperatura Tq. De 2 para 3: Expansão adiabática quase-estática com abaixamento da temperatura até a temperatura Tf do reservatório frio. De 3 para 4: Rejeição isotérmica quase- estática de calor para um reservatório frio, compressão isotérmica. De 4 para 1: Compressão adiabática quase-estática até que se a temperatura suba novamente para Tq e retorne ao estado original.
  • 38. Rendimento de uma máquina térmica de Carnot quente frio quente frio quente frio quente quente T T Q Q Q Q Q Q W        1 1  Se nenhuma máquina pode ter um rendimento maior do que a máquina de Carnot, conclui-se que todas as máquinas de Carnot tem a mesma eficiência. A eficiência depende apenas das temperaturas dos reservatórios.
  • 39. Uma máquina a vapor opera entre um reservatório quente a 100 graus Celsius e um reservatório a zero graus Celsius. a) Qual o máximo rendimento possível dessa máquina ? b) Se essa máquina operar ao revés, como um refrigerador, qual será o coeficiente de desempenho? Exemplo quente frio C quente T T Q W     1   W Q C frio  Eficiência Coeficiente de desempenho
  • 40. Uma máquina remove 200J de um reservatório quente a 373K, realiza 48J de trabalho e descarrega 152J para um reservatório frio a 273K. Que quantidade de trabalho é perdida por ciclo devido aos processos irreversíveis presentes na operação dessa máquina. Exercício carnot máx máx perdido W W W W W   
  • 42. Teorema de Clausius quente frio quente frio quente T T Q Q Q W      1 1  Quando uma máquina térmica executa um ciclo reversível entre dois reservatórios térmicos de temperaturas T1 e T2 (ciclo de Carnot), vale a relação: 2 1 2 1 T T Q Q  2 2 1 1 T Q T Q  0 2 2 1 1    T Q T Q T Q Num ciclo de Carnot (reversível) 0   c T dQ Generalizando para um ciclo fechado (processos reversíveis)
  • 43. Entropia T dQ dS rev  Há uma função termodinâmica, chamada Entropia, representada por S, que é uma medida da desordem de um sistema. É uma função do estado assim como P, V e T Assim como energia potencial o que importa é a variação. Depende apenas do estado final e inicial. Variações infinitesimais a temperatura é aproximadamente constante (processos reversíveis)
  • 44. Entropia de um gás ideal PdV dQ dU dW dQ dU rev viz rev     Considere um processo quase-estático reversível, na qual o gás absorve uma quantidade de calor. Isso aumenta a temperatura e portanto a energia interna. V dV nRT dQ dT C rev V   V dV nR T dQ T dT C rev V   V dV nR T dT C T dQ V rev   1 2 1 2 ln ln V V nR T T C T dQ S V rev     
  • 45. Entropia para uma expansão isotérmica Quando um gás ideal sofre uma expansão isotérmica, então T2=T1. 1 2 1 2 ln ln V V nR T T C T dQ S V rev      1 2 ln V V nR S   Como V2>V1 a entropia do gás aumenta. Nesse caso uma quantidade de calor Q foi transferida do reservatório para o gás. Assim, uma quantidade –Q saiu do reservatório. T Q S   T Q S    Em um processo reversível, a variação da entropia do universo é nula.
  • 46. Entropia para uma expansão livre Expansão livre: ao abrir a torneira o gás passa espontaneamente para o outro compartimento sem realizar trabalho. Não há troca de calor e nem de trabalho. O sistema é termicamente isolado. Energia interna final é igual a energia interna inicial. Para gás ideal a temperatura final é igual a temperatura inicial. Esse processo é irreversível.
  • 47. 1 2 1 2 ln ln V V nR T T C T dQ S V rev gás      0 ln 1 2    V V nR Sgás Como não há nenhuma variação nas vizinhanças essa é também a variação da entropia do universo. O gás não diminui o volume espontaneamente. Em um processo irreversível, a entropia do universo aumenta. 0 ln 1 2    V V nR Suniverso Em qualquer processo, a entropia do universo nunca diminui.
  • 48. Entropia para processos isobáricos Se uma substância for aquecida da temperatura T1 até a temperatura T2, a pressão constante, o calor absorvido será dado por: Para que a condução de calor seja um processo reversível: Coloca-se a substância a ser aquecida, com temperatura inicial T1, em contato com um reservatório, cuja temperatura é ligeiramente superior a T1, e deixa-se que a substância absorva uma pequena quantidade de calor (transferência isotérmica). Faça isso sucessivamente até que se atinja a temperatura final T2. Nesse caso o calor dQ é adsorvido de forma reversível e a entropia é dada por: dT C dQ P  T dT C T dQ dS P   1 2 ln 2 1 T T C T dT C S P T T P    
  • 49. Suponha que 1kg de água na temperatura T1=30ºC seja adicionado a 2kg de água a T2=90ºC, em um calorímetro de capacidade calorífica desprezível, a uma pressão constante de 1 atm. (a) Calcule a entropia do sistema (b) Calcule a variação da entropia do universo. Exercício