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Os salões na virada do século XVIII
Jena: Caroline Michaelis Bhöme-
Schlegel-Schelling (1763-1809)e
Dorothea Mendelssohn Veit Schlegel
(1764-1839)
Berlim: Rahel Varnhagen (1771 –
1833), Henriette Herz (1764 – 1847), and
Fanny Lewald (1811 – 1889)
Salão mito e verdade
• O salão era uma instituição social informal alternativa,
mas não adversa ao mundo universitário.
• sociedade ideal, quase todas as classes, pelo menos as
classes cultas, as diferentes religiões, puderam ser
representadas e essas sociedades foram constituídas,
coordenadas e dirigidas sobretudo por mulheres,
inteligentes e dotadas de uma “sensibilidade social ou
estética” que harmonizava e tornava agradável a
convivência e a troca de ideias.
Nascida em 1763, filha do teólogo e orientalista
Johann Michaelis, professor da Universidade de
Göttingen, Caroline pôde desfrutar de um ambiente
cultural muito rico e estimulante durante sua infância
e juventude.
Devemos lembrar que, por volta do final do século
XVIII, um terço das mulheres alemãs eram analfabetas
e a maioria dos outros dois terços mal possuía o
básico da alfabetização.
O acesso às universidades era proibido às mulheres e
em geral a figura da mulher erudita era considerada
com suspeita, sarcasmo e às vezes com hostilidade
aberta, também do ponto de vista feminino
A própria muito jovem Caroline comenta o sucesso
acadêmico de Dorothea Schlözer, sua conhecida,
também filha de um professor universitário de
Göttingen, que foi a primeira mulher alemã a receber
o título de Doktor Philosophiae na mesma
universidade, como segue: «É verdade que Dorothea
tem talento e inteligência de sobra, mas infelizmente
para ela; porque com essas qualidades [...] ela não
pode esperar nem verdadeira felicidade, nem estima.
Uma mulher é valorizada apenas pelo que ela é como
mulher »
Vida intellectual em Gottinga.
Casamento, viuvez e nova vida
• Casou com o médico Bhömer em 1784 e perde o
marido e um filho em 1788.
• está determinada a desfrutar de sua autonomia e
a se abrir para o mundo, a fim de «levar uma vida
ativa e nutrir seu intelecto». Por esta razão, após
um período de indecisão, foi para Mainz em
1792, como convidada dos Forbergs. A cidade
havia sido conquistada pelas tropas francesas,
conforme relatado pela própria Caroline.
Os Schlegels
• Caroline, secretamente grávida do general C., é
presa com sua filha Auguste, de seis anos, sob
suspeita de ter participado dos motins
republicanos. Seu amigo Wilhelm Schlegel e seu
irmão Friedrich a socorreram durante e após sua
prisão.
• Entre '93 e '94 praticamente vivendo em
anonimato na aldeia de Lucka, enquanto Wilhelm
honrava seu contrato como tutor na Holanda,
Caroline aprofundou sua amizade com Friedrich.
Musa e personagem
• Durante esses anos nasceu e se consolidou o
entusiasmo de Friedrich Schlegel por Caroline, o
que aos olhos dele a transfigura em musa e
personagem literária. Os escritos Sobre Diotima e
Sobre o caráter feminino dos poetas gregos,sem
dúvida, foi a competência e interlocução de
Caroline que despertou o interesse de Friedrich
para o problema da formação e educação das
mulheres. Podemos identificar Caroline na Lisette
do romance Lucinde. Aqui lemos textualmente «A
adoração pela sua sublime amiga converteu-se em
um centro fixo para seu espírito e fundamento para
um novo mundo».
Jena
• Em 1795 Caroline casou-se com Wilhelm Schlegel e
deu início à grande aventura do Círculo de Jena.
Casa Schlegel, Am Löbdergraben perto do Roter
Turm, tornou-se um dos centros pulsantes da vida
intelectual de Jena. Caroline com renovada
confiança e com grande alegria discutiu sobre arte e
literatura com as maiores mentes da época e teve
uma rica produção intelectual. Poucos anos após a
morte de Novalis e a separação de Wilhelm e
Caroline, o Círculo se dissolve. Caroline, como é
bem sabido, se casa com Schelling e segue-o até a
Baviera.
Caroline e Wilhelm
• Seu marido Wilhelm se beneficiou da competência
literária, linguística e prática de Caroline que
cuidava dos contatos com editoras e das contas,
colaborava ativamente nas traduções de
Shakespeare, na redação de muitas resenhas e em
alguns fragmentos do Athenaeum. No entanto, seria
limitado e enganoso entender o papel de Caroline
apenas como o de uma musa inspiradora ou
conselheira, por mais que este seu papel tenha sido
importante.
Intensa produção anônima
• O ensaio Über Sheakespeares Romeo und Julia editado pela
revista Die Horen de 1798, consiste na reelaboração de
duas cartas de Caroline ao esposo. Caroline é a autora do
ensaio Die Gemälde. Ein Gespräch publicado na revista
Athenaeum de 1799 e de muitas resenhas anônimas. São
delas as resenhas dos dramas de Iffland Das Vermächtniss,
Die Advokaten, Dienstpflicht, por exemplo, editadas em
1797 na Allgemeine Literatur Zeitung e de alguns dramas
de entretenimento de August Lafontaine (Athenaeum,
1798). O próprio Wilhelm não teria conseguido traduzir
dezessete dramas de Sheakespeare entre 1797 e 1801
sem a preciosa ajuda da esposa.
Disputa sobre o ateísmo
• 1799 acusações a Fichte.
• Posicionamento de Caroline acerca do debate. Defesa de
Fichte.
• O circulo começa quebrar
• Separação e casamento com Schelling.
• assim como havia defendido o idealismo prático de Fichte
contra a transcendência de um Deus pessoal, agora ela
defende a “praticidade”, a realidade, a concretude da poesia
com respeito à abstração de um conhecimento como
condição, quase como um filtro, para qualquer outra
experiência. E continua: «Veja, é muito fácil para mim supor
que aqueles que são capazes de compreender plenamente a
geometria também serão capazes de aprender a doutrina da
ciência, mas o limite é precisamente este: que seja resolvido
de forma tão pura».
Dorothea Mendelssohn Veit Schlegel
Obras
• Resenhas de Ramdohr, Engel und Parny, von
D. (Dorothea) in: Athenaeum, Bd. III, 2. Stück,
1800, S. 238–266.
• Florentin, Lübeck und Leipzig 1801.
• Gespräch über die neueren Romane der
Französinnen. In: Europa (Zeitschrift,
herausgegeben von Friedrich Schlegel).
• Geschichte des Zauberers Merlin, Leipzig 1804
Filha de Moses Mendelssohn
• Logo que Friedrich e Dorothea se conheceram
explodiu uma paixão irrefreável. Os dois
resolveram desafiar a sociedade conservadora
e foram morar juntos antes que fosse
formalizado o pedido de separação oficial. O
amor para Dorothea foi sem dúvida inspirador
para F. Schlegel que dois anos depois do
primeiro encontro, em 1799, publicou o
romance Lucinde.
Lucinde
• O que mais conota a obra de Schlegel é a tentativa de superar o
dualismo entre amor sensual e espiritual, não apenas numa
perspectiva platônica de elevação do eros carnal ao eros espiritual,
mas por meio da necessária complementariedade e ação reciproca
dos dois elementos. Para que as duas formas de amor agiam
reciprocamente é preciso que os amantes sejam capazes de
reconhecimento reciproco e isso implica a necessidade, se o
reconhecimento for autentico, que as duas partes não sejam em
relação de dominação ou de essencial disparidade. Schelgel
propõe com Lucinde uma imagem da mulher, ou melhor do
caractere feminino muito avançada e rica de aspetos
interessantes. Em primeiro lugar ele crítica a idealização da mulher
que fixa apenas um ou alguns das componentes do caractere
feminino. Mãe, amiga, amante, interlocutora de diálogos
filosóficos, inspiradora, Lucinde incarna todos estes lados ao
mesmo tempo e representa a necessidade de reconhece-los em
todas as mulheres.
Contexto filosófico e social
• Apenas considerando o contexto filosófico
especifico em que a obra amadurece, ou seja o
debate pós kantiano sobre a possibilidade de
conjugar natureza e liberdade ou sentimento e
razão e as exigências de fundamentação de uma
nova forma de filosofia, ou melhor um novo
modelo de racionalidade, avançadas em primeiro
lugar por J.G. Fichte e, em medida menor, por
outros membros do circulo romântico de Jena,
como por exemplo Novalis e Schelling, é possível
entender o significado, que esta obra peculiar
teve
Dualismo de Kant e Schiller
• Schiller na poesia A dignidade das mulheres repropõe a
imagem de mulher tranquilizante e protetiva que está em
casa entrelaçando de rosas enquanto o homem é levado
a uma vida frenética e passa de uma luta a outra
encontrando abrigo e descanso apenas no lar.
• É significativo que quando Caroline Schlegel escreve para
filha dela comentando a leitura da poesia de Schiller
afirma literalmente que ela e o marido “caíram da
cadeira de tanto rir” e Schlegel escreveu uma parodia
muito gostosa e divertida desta divisão dos papeis que
nos círculos intelectuais já era considerada como muito
antiquada.
Schiller e os Schlegels
• Honrai as mulheres! Elas
entrançam e tecem
• Rosas sublimes na vida
terrena,
• Entrançam do amor o
venturoso laço
• E, através do véu casto das
Graças,
• Alimentam, vigilantes, o
fogo eterno
• De sentimentos mais belos,
com mão sagrada.
• Honrai as mulheres! tricotam
zelosas
• Para o homem meias
quentes e sedosas
• Cosem-lhe as calças todas
rasgadas
• Preparam-lhe sempre a
refeição
• Limpam as bonecas soltas no
chão
• Sobrevivem com mísera
mesada
Schiller
• Nos reinos do poder
masculino,
• Vence, por direito, a força,
• Pela espada se impõe o cita
• E escravo se torna o persa,
• Esgrimem-se entre si, em
fúria,
• Ambições selvagens, rudes,
• E a voz rouca de Éris
domina,
• Quando a Cárite se põe em
fuga.
Schlegel
• Rosna como urso na jaula
• Nos filhos sem parar dá
bronca
• E à noite com a esposa na
cama
• Vira de lado e já ronca
Berlim
• Rahel Varnhagen, The Life of a Jewess (1957),
• Henriette Herz, Jugenderinnerungen von. In
Mittheilungen aus dem
Litterturarchive in Berlin 5 (1896): 141–184.
Available from: http://sophie.byu.
edu/texts/henriette-herz-ihr-leben-und-ihre-
erinnerungen-autobiography- 185
• Fanny Lewald, Meine Lebensgeschichte 1861-
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  • 1. Os salões na virada do século XVIII Jena: Caroline Michaelis Bhöme- Schlegel-Schelling (1763-1809)e Dorothea Mendelssohn Veit Schlegel (1764-1839) Berlim: Rahel Varnhagen (1771 – 1833), Henriette Herz (1764 – 1847), and Fanny Lewald (1811 – 1889)
  • 2. Salão mito e verdade • O salão era uma instituição social informal alternativa, mas não adversa ao mundo universitário. • sociedade ideal, quase todas as classes, pelo menos as classes cultas, as diferentes religiões, puderam ser representadas e essas sociedades foram constituídas, coordenadas e dirigidas sobretudo por mulheres, inteligentes e dotadas de uma “sensibilidade social ou estética” que harmonizava e tornava agradável a convivência e a troca de ideias.
  • 3. Nascida em 1763, filha do teólogo e orientalista Johann Michaelis, professor da Universidade de Göttingen, Caroline pôde desfrutar de um ambiente cultural muito rico e estimulante durante sua infância e juventude.
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  • 5. Devemos lembrar que, por volta do final do século XVIII, um terço das mulheres alemãs eram analfabetas e a maioria dos outros dois terços mal possuía o básico da alfabetização. O acesso às universidades era proibido às mulheres e em geral a figura da mulher erudita era considerada com suspeita, sarcasmo e às vezes com hostilidade aberta, também do ponto de vista feminino
  • 6. A própria muito jovem Caroline comenta o sucesso acadêmico de Dorothea Schlözer, sua conhecida, também filha de um professor universitário de Göttingen, que foi a primeira mulher alemã a receber o título de Doktor Philosophiae na mesma universidade, como segue: «É verdade que Dorothea tem talento e inteligência de sobra, mas infelizmente para ela; porque com essas qualidades [...] ela não pode esperar nem verdadeira felicidade, nem estima. Uma mulher é valorizada apenas pelo que ela é como mulher » Vida intellectual em Gottinga.
  • 7. Casamento, viuvez e nova vida • Casou com o médico Bhömer em 1784 e perde o marido e um filho em 1788. • está determinada a desfrutar de sua autonomia e a se abrir para o mundo, a fim de «levar uma vida ativa e nutrir seu intelecto». Por esta razão, após um período de indecisão, foi para Mainz em 1792, como convidada dos Forbergs. A cidade havia sido conquistada pelas tropas francesas, conforme relatado pela própria Caroline.
  • 8. Os Schlegels • Caroline, secretamente grávida do general C., é presa com sua filha Auguste, de seis anos, sob suspeita de ter participado dos motins republicanos. Seu amigo Wilhelm Schlegel e seu irmão Friedrich a socorreram durante e após sua prisão. • Entre '93 e '94 praticamente vivendo em anonimato na aldeia de Lucka, enquanto Wilhelm honrava seu contrato como tutor na Holanda, Caroline aprofundou sua amizade com Friedrich.
  • 9. Musa e personagem • Durante esses anos nasceu e se consolidou o entusiasmo de Friedrich Schlegel por Caroline, o que aos olhos dele a transfigura em musa e personagem literária. Os escritos Sobre Diotima e Sobre o caráter feminino dos poetas gregos,sem dúvida, foi a competência e interlocução de Caroline que despertou o interesse de Friedrich para o problema da formação e educação das mulheres. Podemos identificar Caroline na Lisette do romance Lucinde. Aqui lemos textualmente «A adoração pela sua sublime amiga converteu-se em um centro fixo para seu espírito e fundamento para um novo mundo».
  • 10. Jena • Em 1795 Caroline casou-se com Wilhelm Schlegel e deu início à grande aventura do Círculo de Jena. Casa Schlegel, Am Löbdergraben perto do Roter Turm, tornou-se um dos centros pulsantes da vida intelectual de Jena. Caroline com renovada confiança e com grande alegria discutiu sobre arte e literatura com as maiores mentes da época e teve uma rica produção intelectual. Poucos anos após a morte de Novalis e a separação de Wilhelm e Caroline, o Círculo se dissolve. Caroline, como é bem sabido, se casa com Schelling e segue-o até a Baviera.
  • 11. Caroline e Wilhelm • Seu marido Wilhelm se beneficiou da competência literária, linguística e prática de Caroline que cuidava dos contatos com editoras e das contas, colaborava ativamente nas traduções de Shakespeare, na redação de muitas resenhas e em alguns fragmentos do Athenaeum. No entanto, seria limitado e enganoso entender o papel de Caroline apenas como o de uma musa inspiradora ou conselheira, por mais que este seu papel tenha sido importante.
  • 12. Intensa produção anônima • O ensaio Über Sheakespeares Romeo und Julia editado pela revista Die Horen de 1798, consiste na reelaboração de duas cartas de Caroline ao esposo. Caroline é a autora do ensaio Die Gemälde. Ein Gespräch publicado na revista Athenaeum de 1799 e de muitas resenhas anônimas. São delas as resenhas dos dramas de Iffland Das Vermächtniss, Die Advokaten, Dienstpflicht, por exemplo, editadas em 1797 na Allgemeine Literatur Zeitung e de alguns dramas de entretenimento de August Lafontaine (Athenaeum, 1798). O próprio Wilhelm não teria conseguido traduzir dezessete dramas de Sheakespeare entre 1797 e 1801 sem a preciosa ajuda da esposa.
  • 13. Disputa sobre o ateísmo • 1799 acusações a Fichte. • Posicionamento de Caroline acerca do debate. Defesa de Fichte. • O circulo começa quebrar • Separação e casamento com Schelling. • assim como havia defendido o idealismo prático de Fichte contra a transcendência de um Deus pessoal, agora ela defende a “praticidade”, a realidade, a concretude da poesia com respeito à abstração de um conhecimento como condição, quase como um filtro, para qualquer outra experiência. E continua: «Veja, é muito fácil para mim supor que aqueles que são capazes de compreender plenamente a geometria também serão capazes de aprender a doutrina da ciência, mas o limite é precisamente este: que seja resolvido de forma tão pura».
  • 15. Obras • Resenhas de Ramdohr, Engel und Parny, von D. (Dorothea) in: Athenaeum, Bd. III, 2. Stück, 1800, S. 238–266. • Florentin, Lübeck und Leipzig 1801. • Gespräch über die neueren Romane der Französinnen. In: Europa (Zeitschrift, herausgegeben von Friedrich Schlegel). • Geschichte des Zauberers Merlin, Leipzig 1804
  • 16. Filha de Moses Mendelssohn • Logo que Friedrich e Dorothea se conheceram explodiu uma paixão irrefreável. Os dois resolveram desafiar a sociedade conservadora e foram morar juntos antes que fosse formalizado o pedido de separação oficial. O amor para Dorothea foi sem dúvida inspirador para F. Schlegel que dois anos depois do primeiro encontro, em 1799, publicou o romance Lucinde.
  • 17. Lucinde • O que mais conota a obra de Schlegel é a tentativa de superar o dualismo entre amor sensual e espiritual, não apenas numa perspectiva platônica de elevação do eros carnal ao eros espiritual, mas por meio da necessária complementariedade e ação reciproca dos dois elementos. Para que as duas formas de amor agiam reciprocamente é preciso que os amantes sejam capazes de reconhecimento reciproco e isso implica a necessidade, se o reconhecimento for autentico, que as duas partes não sejam em relação de dominação ou de essencial disparidade. Schelgel propõe com Lucinde uma imagem da mulher, ou melhor do caractere feminino muito avançada e rica de aspetos interessantes. Em primeiro lugar ele crítica a idealização da mulher que fixa apenas um ou alguns das componentes do caractere feminino. Mãe, amiga, amante, interlocutora de diálogos filosóficos, inspiradora, Lucinde incarna todos estes lados ao mesmo tempo e representa a necessidade de reconhece-los em todas as mulheres.
  • 18. Contexto filosófico e social • Apenas considerando o contexto filosófico especifico em que a obra amadurece, ou seja o debate pós kantiano sobre a possibilidade de conjugar natureza e liberdade ou sentimento e razão e as exigências de fundamentação de uma nova forma de filosofia, ou melhor um novo modelo de racionalidade, avançadas em primeiro lugar por J.G. Fichte e, em medida menor, por outros membros do circulo romântico de Jena, como por exemplo Novalis e Schelling, é possível entender o significado, que esta obra peculiar teve
  • 19. Dualismo de Kant e Schiller • Schiller na poesia A dignidade das mulheres repropõe a imagem de mulher tranquilizante e protetiva que está em casa entrelaçando de rosas enquanto o homem é levado a uma vida frenética e passa de uma luta a outra encontrando abrigo e descanso apenas no lar. • É significativo que quando Caroline Schlegel escreve para filha dela comentando a leitura da poesia de Schiller afirma literalmente que ela e o marido “caíram da cadeira de tanto rir” e Schlegel escreveu uma parodia muito gostosa e divertida desta divisão dos papeis que nos círculos intelectuais já era considerada como muito antiquada.
  • 20. Schiller e os Schlegels • Honrai as mulheres! Elas entrançam e tecem • Rosas sublimes na vida terrena, • Entrançam do amor o venturoso laço • E, através do véu casto das Graças, • Alimentam, vigilantes, o fogo eterno • De sentimentos mais belos, com mão sagrada. • Honrai as mulheres! tricotam zelosas • Para o homem meias quentes e sedosas • Cosem-lhe as calças todas rasgadas • Preparam-lhe sempre a refeição • Limpam as bonecas soltas no chão • Sobrevivem com mísera mesada
  • 21. Schiller • Nos reinos do poder masculino, • Vence, por direito, a força, • Pela espada se impõe o cita • E escravo se torna o persa, • Esgrimem-se entre si, em fúria, • Ambições selvagens, rudes, • E a voz rouca de Éris domina, • Quando a Cárite se põe em fuga. Schlegel • Rosna como urso na jaula • Nos filhos sem parar dá bronca • E à noite com a esposa na cama • Vira de lado e já ronca
  • 22. Berlim • Rahel Varnhagen, The Life of a Jewess (1957), • Henriette Herz, Jugenderinnerungen von. In Mittheilungen aus dem Litterturarchive in Berlin 5 (1896): 141–184. Available from: http://sophie.byu. edu/texts/henriette-herz-ihr-leben-und-ihre- erinnerungen-autobiography- 185 • Fanny Lewald, Meine Lebensgeschichte 1861- 62