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1 de 6
Processos de Gravação da Gravura em Metal
Profª Luciana Estivalett
1) Ponta seca
Basta atacar a placa diretamente com a ponta de aço. O gravador
deve segurar a ponta o mais perpendicularmente possível em
relação à superfície da chapa para obter duas rebarbas fortes nas
bordas dos traços.
2) Água-forte
Prepara-se a placa de metal removendo completamente a graxa de sua superfície. Após este
cuidado, aplica-se a cera líquida com um pincel limpo e macio. A cera deve ser espalhada para
que fique uma camada fina e uniforme. Lembrando que o verso da matriz deve estar previamente
protegido com esmalte ou papel contact, a fim de não sofrer corrosão do mordente.
Desenha-se sobre a cera com a ponta seca. Deve-se retirar toda a cera da linha que deseja
gravar, e logo depois, coloca-se a chapa de molho no mordente por aproximadamente 40 min.
Retira-se a cera e a matriz estará pronta para a prova!
3) Água-tinta
A água-tinta é uma técnica utilizada para se obter diversos tons na gravura em
metal. Diferente da água-forte onde os tons são conseguidos pelo cruzamento de
linhas, na água-tinta o claro-escuro é obtido pelos diferentes tempos de corrosão da
placa sobre uma camada de breu em pó que se adere à mesma após aquecimento.
Depois de a chapa estar preparada (polimento e desengordurada), agite o pó de
breu girando a manivela da caixa de breu, abra a caixa e coloque a placa dentro.
Placa com verniz Desenho sobre o verniz Exposição da matriz ao mordente
Entintagem da matriz Impressão Gravura pronta
Depois de aproximadamente 6 minutos, retire a placa da caixa
com cuidado e a coloque sobre a grade de ferro. Com uma
lamparina aqueça a placa começando por uma extremidade, assim
que a área onde o pó foi depositado ficar transparente, vá
mudando a chama de lugar até que toda a placa fique
transparente. O aquecimento da placa deve ser uniforme e no
tempo correto. Se for mal aquecida o pó de breu descola quando
for ao ácido e se o aquecimento for exagerado, o pó de breu
derrete muito e veda totalmente algumas áreas da placa, ficando
comprometida a água-tinta.
Após o término do aquecimento da placa e a fixação do breu,
deixe esfriar. Depois, retire a placa da grade e a coloque sobre um
jornal. Comece agora a definir os tons que deseja para o trabalho.
Num primeiro momento, vede com cera, goma laca, esmalte ou
caneta de retroprojetor as áreas da placa que após a impressão
ficarão brancas.
Coloque a placa na banheira que contém o percloreto de ferro
por 3 minutos. Retire a placa do percloreto e lave em água corrente;
enxugue com pano macio. Proteja com cera as áreas da placa que após a impressão ficarão cinza-
claro. Coloque novamente a placa no percloreto de ferro por mais 3 minutos. Continue repetindo o
processo quanto desejar. Quanto mais vezes a placa for ao percloreto, mais tons de cinza serão
obtidos. Caso queira um contraste maior entre os tons, aumente o tempo de corrosão, por exemplo,
deixe de 6 em 6 minutos. Depois, retire a cera usando solvente e o breu usando álcool. Lave com
sabão líquido ou em pó e enxugue com pano macio. O processo de impressão é o mesmo das
técnicas de ponta-seca e água-forte.
4) Maneira negra (mezzotinta)
A maneira negra pode ser considerada como uma técnica derivada da ponta-seca, pois é um
processo de ataque direto do gravador sobre a matriz.
A técnica consiste em aplicar pequenos furos na placa formando uma rede fina e compacta.
Algumas áreas da placa depois são raspadas e alisadas. O resultado é uma estampa com fundo
escuro e as figuras em vários tons.
Ferramentas:
O berceau é uma ferramenta em forma de meia-lua com pontas minúsculas que serve para produzir
os furos na placa.
O raspador, como o próprio nome diz, serve para raspar as áreas da placa que se deseja retirar os
pontos provocados pelo berceau.
O brunidor é a ferramenta utilizada para alisar as áreas da placa que foram raspadas.
A gravação da matriz:
Pegue uma chapa de cobre, faça a desoxidação com vinagre e sal. Não há necessidade de
polimento. Com uma caneta de retroprojetor faça alguns
traços paralelos para dar um direcionamento nas áreas que
sofrerão a ação do berceau
Pegue o berceau, apoie na chapa, vá balançando e ao
mesmo tempo empurrando-o para frente, acompanhando os
traços paralelos.
Depois de passar o berceau por toda a placa, faça outros
traços com a caneta e que sejam inclinados aos traços já
feitos. Repita a ação do berceau com esses traços. Depois,
faça traços perpendiculares aos primeiros traços feitos e
repita o processo com o berceau. Depois de umas vinte
passadas do berceau na placa, repare que ela ficou toda áspera. Para saber se a placa foi “berçada“
o suficiente, faça uma impressão e observe se a estampa ficou um retângulo bem escuro. Se
algumas áreas ficaram manchadas, há a necessidade de passar mais o berceau.
O próximo passo é fazer um desenho na placa usando o lápis, destacando as áreas que serão
trabalhadas as figuras.
Comece raspando as áreas destacadas usando o raspador.
Depois, pingue umas gotas de óleo (de máquina de costura) na área raspada e alise com o brunidor.
Com o raspador e brunidor vá trabalhando em toda a placa, fazendo aparecer as figuras.
Quanto mais as áreas estiverem brunidas (alisadas), menos vai reter a tinta e consequentemente
mais clara ficará a área na impressão.
Além do berceau para realizar a maneira negra, alguns artistas preparam a chapa como se
fossem fazer uma água-tinta e colocam no ácido por bastante tempo. Depois, utilizam-se do
raspador e brunidor para realçar algumas áreas da placa. O resultado é uma impressão que lembra
a maneira negra, só que não tem aquele aspecto “aveludado” deixado pelo berceau.
Goya realizou algumas gravuras com essa técnica:
5) Rebaixamento (relevo)
Para utilizar essa técnica, desengordura-se a placa previamente polida, e cobre-se com cera
ou esmalte todas as áreas que deseja-se em alto relevo. Com o verso da placa protegido, coloca-
se de molho no percloreto de ferro por aproximadamente 10 horas.
6) Buril
Buril é uma técnica que o gravador age diretamente na placa utilizando diversos tipos de buris. O
buril retira filetes de metal da placa deixando sulcos. Serão nos sulcos que a tinta irá penetrar e após
a impressão resultará um trabalho com diversas tonalidades obtidas com o distanciamento, a
aproximação e o cruzamento de linhas.
São chamados buris as ferramentas que se trabalha a técnica do buril. Essas ferramentas têm
um cabo de madeira e apresentam pontas de diversos formatos (oval, losango,etc.), dependendo do
resultado que se pretende obter.
Após a preparação da chapa (desoxidação, polimento, etc.)
esta deve ser apoiada em um material áspero (preferencialmente
couro) para que não escorregue no momento da gravação:
“A força que o gravador vai exercer sobre o buril é concentrada
na palma da mão onde se fixa o cabo que por sua vez irá impulsionar
a ponta do buril. Preso este ao metal, fará ceder o cobre, metal macio,
pela ação do metal duro, o aço do buril." (Jorge, 1986)
Além do buril, outras ferramentas são utilizadas para auxiliarem
na produção da matriz. Por exemplo, quando acontece um traço
indesejado feito com o buril, o gravador pode rebaixar a área que está o traço com uma ferramenta
chamada raspador. Depois, há o alisamento da área com outra ferramenta que é o brunidor. O
raspador também é utilizado para eliminar algumas rebarbas que aparecem durante a gravação. O
processo da impressão da técnica do buril é o mesmo da água-forte e da ponta-seca.
7) Lavis
Este processo consiste em aplicar ácido nítrico sobre a chapa nua. A diferença do grão não só se
consegue com os diversos graus do ácido, mas com o maior e menor tempo em que o metal é
exposto à ação do mordente.
Convém, apenas, passada a pincelada de ácido sobre a chapa, mergulha-la na água, a fim de
evitar um ataque exagerado. Quando se quer um valor mais escuro repete-se a operação. Para esta
aplicação usam-se pincéis com cerdas de vidro.
8) Preparação da chapa
Antes de efetuar qualquer processo de gravação, a chapa de
metal deve ser preparada. Para tal, limam-se as bordas,
arredondando-as. Este processo é feito ligeiramente, apenas
para aparar possíveis rebarbas que poderão ferir o papel no
processo de impressão.
Depois de limada as pontas, lixa-se a superfície da placa,
cuidando para que não pare a polidura no meio da chapa, a lixa
deve escorregar do início da placa até o seu final, sempre no
mesmo sentido.
9) Processo de impressão
É simples o processo de impressão da gravura da em
metal, basta compreendermos que a área gravada cria
sulcos na placa, é ali que a tinta irá se fixar. Antes de
entintar a chapa de metal, é importante colocar a folha
destinada a impressão em uma banheira com água, pois
ela deve estar úmida para passar pela prensa.
Espalha-se a tinta de gravura em metal, previamente
misturada com óleo de amêndoas, com uma rolha por toda
a superfície gravada da placa. Depois disso, o excesso de
tinta é retirado com papel jornal ou folhas de lista telefônica (que tem a mesma textura do papel
jornal e não desprende a tinta de impressão). O papel é passado na chapa em movimentos
circulares bem sutis, para que a tinta dos sulcos não se desprenda, apenas a tinta que está na
superfície da chapa deverá sair.
Feito esse processo, a folha é retirada do molho e enxugada, para que não crie marcas d’água
na impressão. Coloca-se a matriz sobre a cama (berço) e a folha úmida em cima. Pode colocar uma
chapa de radiografia para proteger a folha do feltro da prensa, e está pronto!
Referências:
CAMARGO, Iberê. A Gravura. Porto Alegre: Sagra DC Luzzatto, 1992.
<http://www.gravurarte.hpg.com.br>
8) Preparação da chapa
Antes de efetuar qualquer processo de gravação, a chapa de
metal deve ser preparada. Para tal, limam-se as bordas,
arredondando-as. Este processo é feito ligeiramente, apenas
para aparar possíveis rebarbas que poderão ferir o papel no
processo de impressão.
Depois de limada as pontas, lixa-se a superfície da placa,
cuidando para que não pare a polidura no meio da chapa, a lixa
deve escorregar do início da placa até o seu final, sempre no
mesmo sentido.
9) Processo de impressão
É simples o processo de impressão da gravura da em
metal, basta compreendermos que a área gravada cria
sulcos na placa, é ali que a tinta irá se fixar. Antes de
entintar a chapa de metal, é importante colocar a folha
destinada a impressão em uma banheira com água, pois
ela deve estar úmida para passar pela prensa.
Espalha-se a tinta de gravura em metal, previamente
misturada com óleo de amêndoas, com uma rolha por toda
a superfície gravada da placa. Depois disso, o excesso de
tinta é retirado com papel jornal ou folhas de lista telefônica (que tem a mesma textura do papel
jornal e não desprende a tinta de impressão). O papel é passado na chapa em movimentos
circulares bem sutis, para que a tinta dos sulcos não se desprenda, apenas a tinta que está na
superfície da chapa deverá sair.
Feito esse processo, a folha é retirada do molho e enxugada, para que não crie marcas d’água
na impressão. Coloca-se a matriz sobre a cama (berço) e a folha úmida em cima. Pode colocar uma
chapa de radiografia para proteger a folha do feltro da prensa, e está pronto!
Referências:
CAMARGO, Iberê. A Gravura. Porto Alegre: Sagra DC Luzzatto, 1992.
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Processos de Gravação da Gravura em Metal

  • 1. Processos de Gravação da Gravura em Metal Profª Luciana Estivalett 1) Ponta seca Basta atacar a placa diretamente com a ponta de aço. O gravador deve segurar a ponta o mais perpendicularmente possível em relação à superfície da chapa para obter duas rebarbas fortes nas bordas dos traços. 2) Água-forte Prepara-se a placa de metal removendo completamente a graxa de sua superfície. Após este cuidado, aplica-se a cera líquida com um pincel limpo e macio. A cera deve ser espalhada para que fique uma camada fina e uniforme. Lembrando que o verso da matriz deve estar previamente protegido com esmalte ou papel contact, a fim de não sofrer corrosão do mordente. Desenha-se sobre a cera com a ponta seca. Deve-se retirar toda a cera da linha que deseja gravar, e logo depois, coloca-se a chapa de molho no mordente por aproximadamente 40 min. Retira-se a cera e a matriz estará pronta para a prova! 3) Água-tinta A água-tinta é uma técnica utilizada para se obter diversos tons na gravura em metal. Diferente da água-forte onde os tons são conseguidos pelo cruzamento de linhas, na água-tinta o claro-escuro é obtido pelos diferentes tempos de corrosão da placa sobre uma camada de breu em pó que se adere à mesma após aquecimento. Depois de a chapa estar preparada (polimento e desengordurada), agite o pó de breu girando a manivela da caixa de breu, abra a caixa e coloque a placa dentro. Placa com verniz Desenho sobre o verniz Exposição da matriz ao mordente Entintagem da matriz Impressão Gravura pronta
  • 2. Depois de aproximadamente 6 minutos, retire a placa da caixa com cuidado e a coloque sobre a grade de ferro. Com uma lamparina aqueça a placa começando por uma extremidade, assim que a área onde o pó foi depositado ficar transparente, vá mudando a chama de lugar até que toda a placa fique transparente. O aquecimento da placa deve ser uniforme e no tempo correto. Se for mal aquecida o pó de breu descola quando for ao ácido e se o aquecimento for exagerado, o pó de breu derrete muito e veda totalmente algumas áreas da placa, ficando comprometida a água-tinta. Após o término do aquecimento da placa e a fixação do breu, deixe esfriar. Depois, retire a placa da grade e a coloque sobre um jornal. Comece agora a definir os tons que deseja para o trabalho. Num primeiro momento, vede com cera, goma laca, esmalte ou caneta de retroprojetor as áreas da placa que após a impressão ficarão brancas. Coloque a placa na banheira que contém o percloreto de ferro por 3 minutos. Retire a placa do percloreto e lave em água corrente; enxugue com pano macio. Proteja com cera as áreas da placa que após a impressão ficarão cinza- claro. Coloque novamente a placa no percloreto de ferro por mais 3 minutos. Continue repetindo o processo quanto desejar. Quanto mais vezes a placa for ao percloreto, mais tons de cinza serão obtidos. Caso queira um contraste maior entre os tons, aumente o tempo de corrosão, por exemplo, deixe de 6 em 6 minutos. Depois, retire a cera usando solvente e o breu usando álcool. Lave com sabão líquido ou em pó e enxugue com pano macio. O processo de impressão é o mesmo das técnicas de ponta-seca e água-forte. 4) Maneira negra (mezzotinta) A maneira negra pode ser considerada como uma técnica derivada da ponta-seca, pois é um processo de ataque direto do gravador sobre a matriz. A técnica consiste em aplicar pequenos furos na placa formando uma rede fina e compacta. Algumas áreas da placa depois são raspadas e alisadas. O resultado é uma estampa com fundo escuro e as figuras em vários tons. Ferramentas: O berceau é uma ferramenta em forma de meia-lua com pontas minúsculas que serve para produzir os furos na placa. O raspador, como o próprio nome diz, serve para raspar as áreas da placa que se deseja retirar os pontos provocados pelo berceau. O brunidor é a ferramenta utilizada para alisar as áreas da placa que foram raspadas.
  • 3. A gravação da matriz: Pegue uma chapa de cobre, faça a desoxidação com vinagre e sal. Não há necessidade de polimento. Com uma caneta de retroprojetor faça alguns traços paralelos para dar um direcionamento nas áreas que sofrerão a ação do berceau Pegue o berceau, apoie na chapa, vá balançando e ao mesmo tempo empurrando-o para frente, acompanhando os traços paralelos. Depois de passar o berceau por toda a placa, faça outros traços com a caneta e que sejam inclinados aos traços já feitos. Repita a ação do berceau com esses traços. Depois, faça traços perpendiculares aos primeiros traços feitos e repita o processo com o berceau. Depois de umas vinte passadas do berceau na placa, repare que ela ficou toda áspera. Para saber se a placa foi “berçada“ o suficiente, faça uma impressão e observe se a estampa ficou um retângulo bem escuro. Se algumas áreas ficaram manchadas, há a necessidade de passar mais o berceau. O próximo passo é fazer um desenho na placa usando o lápis, destacando as áreas que serão trabalhadas as figuras. Comece raspando as áreas destacadas usando o raspador. Depois, pingue umas gotas de óleo (de máquina de costura) na área raspada e alise com o brunidor. Com o raspador e brunidor vá trabalhando em toda a placa, fazendo aparecer as figuras. Quanto mais as áreas estiverem brunidas (alisadas), menos vai reter a tinta e consequentemente mais clara ficará a área na impressão. Além do berceau para realizar a maneira negra, alguns artistas preparam a chapa como se fossem fazer uma água-tinta e colocam no ácido por bastante tempo. Depois, utilizam-se do raspador e brunidor para realçar algumas áreas da placa. O resultado é uma impressão que lembra a maneira negra, só que não tem aquele aspecto “aveludado” deixado pelo berceau. Goya realizou algumas gravuras com essa técnica: 5) Rebaixamento (relevo) Para utilizar essa técnica, desengordura-se a placa previamente polida, e cobre-se com cera ou esmalte todas as áreas que deseja-se em alto relevo. Com o verso da placa protegido, coloca- se de molho no percloreto de ferro por aproximadamente 10 horas.
  • 4. 6) Buril Buril é uma técnica que o gravador age diretamente na placa utilizando diversos tipos de buris. O buril retira filetes de metal da placa deixando sulcos. Serão nos sulcos que a tinta irá penetrar e após a impressão resultará um trabalho com diversas tonalidades obtidas com o distanciamento, a aproximação e o cruzamento de linhas. São chamados buris as ferramentas que se trabalha a técnica do buril. Essas ferramentas têm um cabo de madeira e apresentam pontas de diversos formatos (oval, losango,etc.), dependendo do resultado que se pretende obter. Após a preparação da chapa (desoxidação, polimento, etc.) esta deve ser apoiada em um material áspero (preferencialmente couro) para que não escorregue no momento da gravação: “A força que o gravador vai exercer sobre o buril é concentrada na palma da mão onde se fixa o cabo que por sua vez irá impulsionar a ponta do buril. Preso este ao metal, fará ceder o cobre, metal macio, pela ação do metal duro, o aço do buril." (Jorge, 1986) Além do buril, outras ferramentas são utilizadas para auxiliarem na produção da matriz. Por exemplo, quando acontece um traço indesejado feito com o buril, o gravador pode rebaixar a área que está o traço com uma ferramenta chamada raspador. Depois, há o alisamento da área com outra ferramenta que é o brunidor. O raspador também é utilizado para eliminar algumas rebarbas que aparecem durante a gravação. O processo da impressão da técnica do buril é o mesmo da água-forte e da ponta-seca. 7) Lavis Este processo consiste em aplicar ácido nítrico sobre a chapa nua. A diferença do grão não só se consegue com os diversos graus do ácido, mas com o maior e menor tempo em que o metal é exposto à ação do mordente. Convém, apenas, passada a pincelada de ácido sobre a chapa, mergulha-la na água, a fim de evitar um ataque exagerado. Quando se quer um valor mais escuro repete-se a operação. Para esta aplicação usam-se pincéis com cerdas de vidro.
  • 5. 8) Preparação da chapa Antes de efetuar qualquer processo de gravação, a chapa de metal deve ser preparada. Para tal, limam-se as bordas, arredondando-as. Este processo é feito ligeiramente, apenas para aparar possíveis rebarbas que poderão ferir o papel no processo de impressão. Depois de limada as pontas, lixa-se a superfície da placa, cuidando para que não pare a polidura no meio da chapa, a lixa deve escorregar do início da placa até o seu final, sempre no mesmo sentido. 9) Processo de impressão É simples o processo de impressão da gravura da em metal, basta compreendermos que a área gravada cria sulcos na placa, é ali que a tinta irá se fixar. Antes de entintar a chapa de metal, é importante colocar a folha destinada a impressão em uma banheira com água, pois ela deve estar úmida para passar pela prensa. Espalha-se a tinta de gravura em metal, previamente misturada com óleo de amêndoas, com uma rolha por toda a superfície gravada da placa. Depois disso, o excesso de tinta é retirado com papel jornal ou folhas de lista telefônica (que tem a mesma textura do papel jornal e não desprende a tinta de impressão). O papel é passado na chapa em movimentos circulares bem sutis, para que a tinta dos sulcos não se desprenda, apenas a tinta que está na superfície da chapa deverá sair. Feito esse processo, a folha é retirada do molho e enxugada, para que não crie marcas d’água na impressão. Coloca-se a matriz sobre a cama (berço) e a folha úmida em cima. Pode colocar uma chapa de radiografia para proteger a folha do feltro da prensa, e está pronto! Referências: CAMARGO, Iberê. A Gravura. Porto Alegre: Sagra DC Luzzatto, 1992. <http://www.gravurarte.hpg.com.br>
  • 6. 8) Preparação da chapa Antes de efetuar qualquer processo de gravação, a chapa de metal deve ser preparada. Para tal, limam-se as bordas, arredondando-as. Este processo é feito ligeiramente, apenas para aparar possíveis rebarbas que poderão ferir o papel no processo de impressão. Depois de limada as pontas, lixa-se a superfície da placa, cuidando para que não pare a polidura no meio da chapa, a lixa deve escorregar do início da placa até o seu final, sempre no mesmo sentido. 9) Processo de impressão É simples o processo de impressão da gravura da em metal, basta compreendermos que a área gravada cria sulcos na placa, é ali que a tinta irá se fixar. Antes de entintar a chapa de metal, é importante colocar a folha destinada a impressão em uma banheira com água, pois ela deve estar úmida para passar pela prensa. Espalha-se a tinta de gravura em metal, previamente misturada com óleo de amêndoas, com uma rolha por toda a superfície gravada da placa. Depois disso, o excesso de tinta é retirado com papel jornal ou folhas de lista telefônica (que tem a mesma textura do papel jornal e não desprende a tinta de impressão). O papel é passado na chapa em movimentos circulares bem sutis, para que a tinta dos sulcos não se desprenda, apenas a tinta que está na superfície da chapa deverá sair. Feito esse processo, a folha é retirada do molho e enxugada, para que não crie marcas d’água na impressão. Coloca-se a matriz sobre a cama (berço) e a folha úmida em cima. Pode colocar uma chapa de radiografia para proteger a folha do feltro da prensa, e está pronto! Referências: CAMARGO, Iberê. A Gravura. Porto Alegre: Sagra DC Luzzatto, 1992. <http://www.gravurarte.hpg.com.br>